Medo De Amar escrita por Gabs


Capítulo 8
Grissom


Notas iniciais do capítulo

Perspectiva de Grissom...



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Após deixar o laboratório de lado por hoje, entro no meu carro e dirijo para o meu destino. Depois de horas na estrada, chego. Estaciono meu carro em uma das vagas do estacionamento e subo de elevador até o andar que o médio havia me falado... Sim. Eu estou em um hospital. Um frio percorre a minha espinha e minha respiração começa a ficar mais pesada quando ando em direção ao quarto em que ela se encontra. Chegando à frente do quarto, senti um aperto no coração e minha respiração parar por segundos. Fiquei paralisado ali. Senti meus olhos se encherem de lagrimas, mas eu tenho que ser forte, não posso ser fraco nesse momento.

Ela olha pro lado em que estou e me vê do lado de fora do quarto, soltando um sorriso, um sorriso que me trás saudades, saudades do tempo em que tudo estava bem. Achei melhor entrar no quarto, ainda mais porque eu vim até aqui não apenas para olhá-la por de trás de um vidro, como se ela fosse um peixe dentro do aquario, e sim para vê-la e dizer a ela tudo, pedir perdão por nunca mais ter aparecido em sua vida...

- Griss! A quanto tempo! - Ela diz deitada na cama com um lindo sorriso nos labios.

- Rose, minha querida. - Digo retribuindo o sorriso e a abraçando depois. Lagrimas insistem em percorrer minha face enquanto eu a abraço.

- Não chore Gil. - Ele diz limpando minhas lagrimas que continuam a rolar por meu rosto.

- Me desculpe por não ter visitado vocês. - Digo ainda chorando enquanto ela segunra carinhosamente meu rosto. - Me desculpe por só ter vindo agora que a situação piorou...

- Ei, não se desculpe... O que houve com você? Pensei que fosse mais forte que isso!

- Muitas coisas aconteceram Rose...

- O que? - Ela pergunta curiosa.

- Diga que está tudo bem. Ela não precisa de mais sofrimento. - Meu pai aparece ao lado da cama dela, sério.

- Umas coisas no trabalho, mas eu ja to melhor. O importante aqui é você! Você é que tem que melhorar pra nós passearmos por Las Vegas e eu te mostrar tudo de legal que tem lá... Quer dizer, nem tudo. - Disse sério na ultima parte.

- Quero só ver como vai ser isso! - Ela fala rindo. - "Olha só a minha varanda, que vista linda, né? Bom... Ja está bom de passeio por hoje" - Ela diz imitando a minha voz e ainda rindo, me fazendo rir.

- Você é uma pestinha né maninha?

- Mas você me ama! - Ela diz com um sorriso no rosto, convencida.

- Claro que te amo! Mas eu também amo a mamãe e eu ainda nem disse oi pra ela... - Digo me levantando e indo em direção à minha mãe. - Oi mãe, que saudades.

- Eu também senti saudades filho. - Ela me abraça e eu retribuo o abraço. - E como tudo está? - Ela diz em um sussurro.

- Bem...

- E como você está lidando com isso tudo meu bem... Eu quero dizer... Está tendo alucinações? - Ela pergunta sussurrando também.

Nesse momento fico quieto e faço o meu biquinho, pensando no que responder.

"Se eu falar a verdade, dizendo que estou tendo alucinações, ela me tratará como um doente que está muito mal... Ela ja começou com essas perguntas idiotas e esse tratamento especial. Por esse motivo não conto a ninguém. O Nick só sabe porque ele me viu falando com o nada e eu expliquei pra ele, mas as vezes isso também acontece quando ele fala comigo, perguntando se eu não vi coisas e se eu não estou enganado, mas pelo menos ele sabe como eu me sinto quando falam assim comigo, pedindo desculpas no momento...", Meus pensamentos são interrompidos por minha mãe.

- Grissom..?

- Aah, desculpe. E-Eu não estou mais tendo alucinações. - Minto.

Meu telefone começa a tocar no meu bolso e eu saio do quarto por uns instantes, é Nick, me ligando para saber o porque de ter saido assim de ultima hora...

Conversamos durante um tempo, mas logo o telefone ficou mudo, não entendo o porque, mas deve ser o sinal... Tentarei ligar daqui a pouco.

Entrei novamente no quarto e minha mãe havia saído para buscar algo para Rose beber. Eu me sento ao seu lado e fico a olhando dormir por um tempo, até ela se virar para mim, acordando.

- O que houve? Meu cabelo está bagunçado?! - Ela brinca com um sorriso no rosto se referindo ao cabelo que haviam raspado por causa do cancer.

- Pois é! Por isso que eu sempre disse a você para raspar o cabelo. Agora eu gostei do penteado. - Digo com um sorriso nos labios ao ver seus olhos brilharem ao meio dessa brincadeira toda.

- Passa a noite aqui comigo? Eu quero aproveitar meus ultimos momentos com o meu irmão.

- Não fala isso meu amor. Ainda não é a sua hora!  - Digo deitando-me atrás de Rose, apoiando meu cutuvelo no travesseiro e segurando a minha cabeça enquanto acaricio seu rosto com a outra mão.

- Você é o meu melhor amigo.

Nesse momento me lembro de ligar para Nick.

- Rose, me desculpe, mas eu tenho que fazer uma ligação e depois eu volto, ok? - Digo saindo de cima da cama e esperando sua resposta na poorta.

- Ok.

Sio do quarto e ligo para Nick, mas uma voz diferente atende o telefone.

- Alô?

- Alô, posso falar com o Nick?

- Quem é?

- Um amigo dele, quem fala.

- Um amigo dele também... O Nick não está.

- Então porque o celular dele está com você?!

- Ele veio com um papo estranho de que não precisava e que eu podia ficar.

Minha voz falha e minhas lembranças me fazem pensar e muma possibilidade muito desagradavel.

"- ...vocês irão se lembrar de mim e de como eu ajudei tanto vocês a ficarem juntos e como eu fui um bom amigo...." 

- Pense Grissom... Pode ser apenas a sua doença se agravando. Você não deve achar que ele está fazendo algo terrivel só por causa de umas "evidencias"... Isso não é um caso. É a vida! - Meu pai aparece tentando me ajudar a pensar.

- Grissom, tente acreditar nos seus pensamentos e não no que uma alucinação te diz... Se consentre! - A alucinação de Rose aparece.

- Então por que deveria te ouvir? - Eu pergunto confuso.

- Porque eu sou diferente... Dês de quando eu te enganei? - Rose fala, me fazendo acreditar nela.

- Ta... Então você acha que é isso mesmo?!

- Pense comigo...  Nick deu seu celular a um "amigo"... Ele falou que vocês lembrarão de como ele foi um bom amigo... Quando você fala que ele irá visitá-los, ele fica mudo e a ligação "cai"...

- Eu preciso detê-lo! - Eu digo e coloco o telefone no ouvido novamente. - Você ainda está ai?

- Sim.

- Eu preciso que você chame uma ambulância e a polícia para a casa de Nick... Ja que você é o amigo dele, ajude-o.

- Ok, eu vou chamar agora. Tchau. - Ouço um pouco de desespero na voz do homem por de trás do telefone.

Tchau.

Desligo o telefone e percebo que meu pai havia sumido. Eu faço um movimento com a cabeça agradecendo a alucinação de Rose. Tento me acalmar e entro no quarto, deitando novamente atrás de Rose na cama, na mesma posição de antes. Ela vira o rosto e olha nos meus olhos.

- Está tudo bem? Você está tremendo...

- Não se preocupe Rose, não é nada de mais. - Digo acariciando seu rosto.

Continuamos assim até adormecemos juntos, calmamente... 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Reviews? Beijoos