Medo De Amar escrita por Gabs


Capítulo 7
Nick


Notas iniciais do capítulo

Perspectiva do Nick...



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Catherine havia sido a supervisora por hoje. Grissom não havia explicado nem pra mim, nem para Brass direito. Hoje acabei descobrindo que ele também sabia sobre pelo que Grissom está passando, então resolvi perguntar, mas ele só me falou que Grissom e ele conversaram sobre a esquizofrênica e sobre ele ter saído tão rapidamente, mas em nenhum momento, Griss havia falado o porquê sair de ultima hora.

– Griss... Eu sei que você a ama e não podia deixá-la na mão, mas e a Cath?.. Vocês ficam juntos, mas depois você desaparece sem dar explicações?! Isso vai dar em mais mentiras... - Eu falo no telefone preocupado com a situação dos dois, sem perceber Catherine me ouvindo.

- Nick, eu não pude explicar a ela... Eu não quero que isso se torne um assunto... Mesmo sendo egoísmo meu, eu quero esquecer o que está acontecendo mesmo que não ajude nada a melhorar... - Grissom da uma pausa, e nesse instante, apenas ouço sua respiração ao telefone. Acho que ele está pensando no que falar. - Se ela não aceitar o que eu vou dizer a ela, eu peço a você... Por favor, cuide dela por mim ou por sua amizade com ela.

- Não Grissom. Você vai chegar aqui hoje, ir até a casa da Cath e dizer a ela tudo o que você sente por ela. E também vai dizer tudo o que está acontecendo com você, e quando isso acontecer, ela vai dizer o quanto te ama e vai te abraçar dizendo que os dois enfrentarão tudo juntos e então, quando vocês estiverem velhinhos, sentados em duas cadeiras de balanço, um ao lado do outro, de mãos dadas, vocês irão se lembrar de mim e de como eu ajudei tanto vocês a ficarem juntos e como eu fui um bom amigo. Ok?

- Ok. Ai você vai nos visitar com a sua esposa e nós todos jantaremos juntos... Hahaha - Grissom fala do outro lado da linha e neste momento, minha cabeça abaixa e meu sorriso se fecha entre meus lábios e minha voz some. Eu fico sem falar uma única palavra diante do telefone, desligando depois de um tempo em que ele chamou por meu nome, tentando saber se eu ainda estou lá.

Ando pelo laboratório até meu vestiário. Sento-me no banco e fico olhando para o armário, pensando na vida. Levanto-me decidido, abro meu armário, pego minhas coisas, mas deixo uma folha de papel com algumas coisas escritas. Vou em direção ao meu carro e dirijo para um bar, sentando-me no banco em que sento no banco de costume.

- Nick! Que bom vê-lo novamente essa semana! - Ele diz segurando no meu ombro e logo se sentando no banco ao lado do meu.

- Concordo cara. - Digo meio desanimado.

- Está tudo bem Nick?

- É... Eu não posso mais encontrá-lo aqui.

- Por quê? Pensei que você fosse meu parceiro pra beber...

- Eu vim aqui pra me despedir. - Eu digo levantando e voltando a olhar para ele.

- Ta. Mas depois a gente se fala né? - Ele diz também se levantando e dando a mão para eu completar o toque.

- Não sei não cara... Eu... Eu tenho que ir. - Digo completando o toque e me virando para ir embora. Não sei, mas acho que ele ficou me olhando por um tempo sem entender nada. Quando estou quase chegando perto do meu carro, ele aparece correndo.

- Ei! - Ele se aproxima, chegando até mim. - Você esqueceu o seu celular.

- Pode ficar. Não precisarei mais dele.

- O que? - Ele pergunta confuso, na mesma posição, como se tivesse congelado, ainda com o telefone na mão.

- Tchau. - Olhei para ele e entrei no meu carro, dando a partida no mesmo e seguindo para minha casa.

Chegando em casa olho em volta de toda a sala, fico parado ali por meros segundos, voltando a ir para o meu destino... Meu quarto. Abro a porta do meu banheiro e vou à frente da pia, abrindo a torneira e puxando as longas mangas do meu casaco, mostrando minhas cicatrizes dos vários cortes que fiz em meus pulsos durante um tempo...

Coloco minhas mãos de baixo da torneira em forma de concha e passo a água no meu rosto e depois olho meu reflexo, cansado, no espelho. Saio do meu quarto e vou para a cozinha, trancando as portas e janelas, ficando em frente ao fogão. Eu ligo o gás do fogão, mas não o fogo, deixando-o ligado. Dirijo-me à frente de uma das gavetas da minha cozinha e pego um pequeno pedaço de papel, escrevendo algo dele e colocando dentro do chaveiro da minha chave, deixando-a em cima do balcão da cozinha.

Com calma, sento-me no chão, observando cada canto da minha cozinha e começo a pensar, esperando...

"A vida é um tipo de um jogo, um jogo pelo qual nós sofremos as consequências de cada erro cometido, um jogo pelo qual o objetivo é a felicidade... O que poucos conseguem. Porque, mesmo que nós tenhamos uma casa, uma família, um carro, um trabalho legal... O ser humano não se sustenta com a mesmice. Imagine uma criança. Ela acorda, toma o café da manhã, escova os dentes, toma banho, se troca, vai pra escola, volta da escola, faz a lição de casa, janta, se deita na cama e vai dormir... Mesmo que esse dia foi o melhor, sem complicações, tudo tranquilo, essa criança não aguentaria isso todos os dias... Com todos são assim, porque o ser humano precisa de algo diferente no dia-a-dia deles, uns mais que os outros... Alguns até fazem o extremo, traindo a esposa ou o marido, mas não porque não o (a) ame mais, e sim porque quer aventura, adrenalina, para que não fique na mesmice... Então o objetivo desse jogo não é complicado, nós é que dificultamos... Mas esse jogo tem algo muito diferente dos outros... Mesmo você conseguindo no fim completar o objetivo dele, todos acabam morrendo, Game Over..."

Ouço meu telefone tocar, mas continuo ali, já é a segunda vez que ligam para cá. Tento não me concentrar no barulho do telefone, apenas fecho os olhos e relaxo, esperando o meu "Fim de Jogo"...


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Notas finais do capítulo

Eu gostei bastante desse capitulo... e vocês? Reviews? Beijoos!