Eles entram novamente no carro e vão para a casa de Grissom. Chegando lá, os dois sobem se dirigem ao sofá e ligam a TV. Grissom coloca em um dos seus programas favoritos, deixando Catherine entediada. A mesma olha para Grissom e se aproxima lentamente, encostando vagarosamente sua boca na orelha do supervisor.

- Griss… - Catherine diz baixo, quase em um gemido, fazendo Grissom se arrepiar.

Ele tenta fingir que está concentrado, mas em poucos segundos, Grissom vira o rosto para Cath, deixando seus lábios com poucos centímetros dos dela.

- Sim? - Ele pergunta ainda tentando resistir, mesmo sendo impossível.

- Não temos algo para conversar?!

- Temos? - Ele pergunta se aproximando dos lábios dela, tentando alcançá-los, sem sucesso, já que ela desvio no último instante.

- Temos! Você ia me explicar o que houve com o Nick. - Catherine fala brava por Grissom estar querendo fugir da conversa.

- Certo... O Nick... - Grissom se ajeita melhor no sofá e olha para Catherine sério. - Ele me deixou uma carta que era para "quando ele morresse" e nessa carta dizia o porque dele estar fazendo aquilo... Olha, e difícil falar sobre isso... Eu a tenho guardada, é melhor você ler.

Grissom se levanta e vai em direção à um cômodo, pegando uma folha de papel de dentro de uma caixa. Ele fecha a caixa, fica por um tempo olhando para a folha em suas mãos e volta a se sentar no sofá, entregando o papel para Cath ler.

"Grissom... Se você está lendo essa carta, é porque eles já me encontraram morto e também encontraram a chave... Bom, eu resolvi escrever essa carta para dizer-lhe, para explicar-lhe o porque eu estou fazendo isso. Você já me disse seus segredos e agora não precisa mais ficar preocupado, pois ele morrerá comigo... E se você confia em mim a ponto de contá-los, eu sei que posso confiar em você para explicar o porque do meu ato...

Quando eu era menino, minha mãe morreu no dia do natal, quando ela ia buscar o meu presente que infelizmente ela havia esquecido em seu escritório e um acidente ocorreu: Um caminhão bateu em seu carro em um cruzamento, e dês daquele dia, meu pai vem me culpando por sua morte. Após vários anos suportando seus gritos e minhas dores por causa de cada hematoma deixado em meu corpo, eu sai de casa, indo para uma faculdade.

Após a faculdade, eu me mudei para Las Vegas e consegui esse emprego. Nunca havia visto meu pai novamente, mas aquela culpa ainda permanecia em mim... Uma culpa tão grande que eu sabia que eu deveria ter morrido naquela noite de natal. Esse culpa veio me consumindo por anos, minha alma não aguenta mais... Primeiro eu comecei a parar de comer, mas depois eu passei a me cortar... E era como se a cada corte que eu fazia, aquela dor, aquele sofrimento e culpa sumissem e saíssem do meu corpo e da minha alma junto com aquele sangue que era derramado pela pia do meu banheiro... Era como se eu estivesse pagando pelo que havia acontecido com ela.

Depois de um tempo, aqueles cortes não estavam mais fazendo o mesmo efeito... Me senti como um usuário de droga que sempre busca por mais... Eu preciso tirar essa culpa de mim... Eu é que tenho que morrer, não era ela... Eu não consigo mais acordar toda manhã e saber que ela parou de respirar por minha causa e eu continuo aqui, respirando, vivendo... Eu não mereço. Eu preciso acabar com isso.

Adeus, meu amigo."

- Ai meu Deus... - Catherine fala emocionada.

- Pois é...

- E o que ele te falou por telefone? Por que ele quer que você vá na casa dele?

- Porque o pai dele ligou de repente e o avisou que vai visitá-lo amanhã para um almoço... E ele precisa de um amigo.

- Se quiser eu vou com você.

- Não da minha linda. Se nós dois faltarmos, ficaremos MESMO sem pessoas na equipe.

- Certo...

- Agora, já que já resolvemos esse assunto... Eu quero uma recompensa por ter lhe contado. - Grissom fala se aproximando de Catherine.

- Aé?! Ninguém falou de recompensa nenhuma... - Catherine diz fingindo-se de desentendida.

- Para com esse seu joguinho e me da um beijo! - Grissom diz se aproximando ainda mais de Cath.

- Não! - Ela exclama também se aproximando.

- Aé? Então tá! - Grissom coloca sua mão na face de Cath e rouba um beijo da loira. Ela corresponde ao beijo e logo eles se soltam por falta de ar.

Grissom se deita por cima de Catherine, a beijando novamente.

- Não venha com golpe baixo! Para com isso! - Catherine diz sorrindo, quase se deixando levar pelos beijos de Grissom por seu rosto e pescoço.

- Você quer que eu pare? - Grissom pergunta parando e a olhando no fundo dos olhos, com um sorriso nos lábios, convencido.

- Não... - Caherine fala com um biquinho.

Grissom sorri e a beija apaixonadamente. Os dois voltam a se sentar no sofá.

- Minha hipócrita linda.

- Hipócrita? Eu? Como assim?!

- Você diz que não quer o meu carinho, mas não vive sem ele! - Grissom fala brincando.

- Não vivo mesmo! É tão bom...

- Dorme aqui comigo meu amor?

- Só se você repetir a parte que me interessa nessa pergunta...

- Meu amor...

- Sim. - Catherine diz sorrindo.

- Eu não te chamo assim?!

- Não! Você nunca havia me chamado assim.

- Então eu vou te chamar mais, ok... Meu amor?

- Sim - Catherine começa a rir e beija Grissom em seguida.

- Então vamos dormir, meu amor, porque eu estou cansado...

- Cansado?! Que pena...

- Como assim "Que pena", meu amor?

- Eu queria ficar acordada com você essa noite... - Caherine dá a indireta.

- Cansado?! Quem falou essa palavra?! Eu estou acordadíssimo!.. Meu amor.

- Para Gil! - Catherine diz rindo.

- Pensei que você queria que eu te chamasse assim, meu amor! - Os dois começam a rir com o comentário de Grissom. - Ta bom, parei.

Os dois sorriem e vão para o quarto aos beijos...