Premonição: Caçada Insana escrita por PeehWill


Capítulo 1
Terror Sobre Rodas


Notas iniciais do capítulo

Bem, então... Este primeiro capítulo é um pouco extenso, mas valerá a pena lê-lo. Também contém o acidente, é que quis deixar os personagens com seus plots já bem expostos à todos, mas ainda têm muitos segredos à serem revelados à cerca deles.
Os personagens desta e das outras fics podem ser visualizados aqui: http://peehwillfanfics.blogspot.com.br/
Aproveitem!



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E mais uma vez ela encarava o crepúsculo do sol. Na medida em que o sol ia se pondo, seus olhos brilhavam e sua alma se acalentava. Miranda se sentia mais calma quando observava o sol desaparecer, a noite para ela era a morada de calmaria e tranqüilidade. E quando o sol se extinguiu totalmente do céu, a lua se encontrou presente iluminando a vasta vegetação da cidade de Washington DC. A jovem de dezessete anos se apoiou na janela diante da enorme esfera celeste amarelada que estava na fase cheia. Fechou os olhos por um instante, sentindo a brisa desenhar seu rosto.

A garota tinha olhos azuis acinzentados e uma pele límpida. Possuía longos cabelos castanhos, que iam até a cintura. Sobrancelhas finas, proporcionais à boca e ao nariz. Uma beleza única, porém, pouco valorizada. Miranda gostava de coisas simples, como maquiagem simples e roupas nada extravagantes.

Tranqüilidade interrompida. Sua irmã lhe chamava.

— Miranda! — Drew gritou.

Miranda rolou os olhos e se afastou da janela, deixando-a aberta.

— O que você quer agora? — Abriu a porta.

— Achei que você quisesse comer! Já servi o jantar. — Escorou-se na porta.

— Não estou com apetite. Depois eu desço. — O tom de voz de Miranda foi se acalmando aos poucos.

— Eu fiz o jantar à toa? — Drew respondeu já bastante irritada.

— Não. Não fez. Eu disse que desceria mais tarde e descerei. — Miranda respondeu com desgosto.

— Se é assim que você quer. Só não venha com lamentações depois. — Drew olhou por cima do ombro, para ver a reação da caçula ao ouvir aquilo, mas Miranda não respondeu.

Miranda apenas trancou a porta do quarto novamente.

Drew tinha uma beleza convencional, comparada à de sua irmã mais nova. Tinha cabelos medianos e castanhos, que iam até um pouco abaixo dos ombros. Além de uma pele clara e olhos castanhos. Era alta e tinha um corpo esguio. Seu temperamento era mais explosivo que o de Miranda e as duas, ultimamente não estão se dando muito bem.

Miranda já não estava agüentando mais o autoritarismo de Drew. As duas sempre tiveram uma sintonia boa, mas depois da morte da mãe tudo mudou. A relação fraternal entre as duas se tornou um sentimento avulso e transformou o que era algo mais próximo em um distanciamento constante. As discussões e os atritos só aumentavam, cada vez que Drew tentava assumir o controle sobre ela. Miranda já não agüentava mais e queria explodir, ela explodiria a qualquer momento, mas não poderia falar e nem fazer nada, ela era a mais nova.

Tudo que ela queria era sair logo de casa.



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O ateliê estava semi-iluminado, com iluminação artificial colocada propositalmente pela própria pintora, para uma melhor desenvoltura diante das telas. A ruiva manuseava o pincel com mestria, deixando que ele próprio fosse escorregando pela tela, antes branca, até formar o desenho que ela quisesse.

Violet, além da madeixa rubra que tinha sobre a cabeça, também tinha olhos negros, nariz e boca grandes. Pele clara e estatura baixa, sardas pouco visíveis e uma franja sobre os olhos. Ela era linda, tinha a meiguice estampada em si.

Ela não suava, o ateliê era bem refrigerado e ela se sentia bem pintando, ainda mais quando o seu humor inspirava na hora de lapidar a arte que passava para as telas. Seu maior sonho era ser reconhecida mundialmente, mas não conseguia sair de seu mundo reservado para tentar carreira como artista mundo afora.

Seus pais estavam viajando e ela se comprometera de visitá-los na Filadélfia quando pudesse, e havia chegado aquele momento, no final de semana ela sairia de Washington para visitá-los. O museu em que ela trabalhava fecharia para a construção de dois novos pavilhões, que serviriam de recintos para obras de arte do século XV, facilitando seu trajeto até seu destino.



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O treino já estava acabando e ele continuava correndo no meio do gramado, suando, com a bola em mãos. Luther já estava vermelho, mas não queria parar, naquela semana era a decisão do campeonato e como capitão do time ele tinha a obrigação de guiar os demais atletas para a vitória. Por um instante ele parou para tomar fôlego e seus olhos bateram nos enormes refletores que iluminavam todo o campo. Ele piscou algumas vezes, antes de correr para o Touchdown.

Luther era atlético: alto, forte e atraente. Tinha cabelos loiros arrumados em um topete desajeitado e olhos azuis celestes. Também tinha nariz e lábios finos, e uma pele bronzeada que deixavam qualquer menina caidinha por ele, seu rosto assemelhava-se a um genuíno imperador romano. Além de ter muitos truques fora a beleza para fazê-las se sentirem atraídas por ele, ele tinha vários atrativos. Foi assim que conquistou Leona, sua atual namorada.

Ela o observava da arquibancada, havia acabado de se trocar, seus cabelos ainda estavam molhados pela água super gelada do banheiro feminino. Era líder de torcida do time e o conheceu por meio do seu melhor amigo, que namorava sua irmã, na época. Desde a primeira vez que a viu, ele se sentiu atraído, pela sua beleza estonteante e pelo seu enorme poder de sedução. Este motivo o fez abandonar a fama de galinha e pegador, mas ele havia conseguido uma nova presa, a presa mais inalcançável de toda a universidade, Leona.

Leona tinha um cabelo loiro dourado que começava liso no topo da cabeça e ia cacheando na medida em que se aproximava dos ombros, onde acabava por estar totalmente cacheado. Seus olhos eram grandes e castanhos, sempre carregados por uma sombra exagerada, mas que os realçava e dava um tom mais sexy à sua face. Tinha lábios carnudos, um nariz afilado e uma pele bronzeada e que ao sol chegava a parecer ouro puro.

Depois de seu romance com ela se espalhar por toda a universidade, ele soube que estaria no topo da cadeia alimentar de toda a instituição. Ele seria indestrutível e chegou até a achar mesquinho seu pensamento. Para ele, ela era sua salvação, seu poder de popularidade e seu ego. Entretanto, sabendo dos riscos de perdê-la, que corria ao pensar daquela forma. Tratou de amá-la cada segundo, para não deixá-la escorregar por entre seus dedos. Ela era a garota perfeita para ele, minha deusa dourada, rainha do sol.

Luther já estava no seu limite. Seus músculos doíam e ele precisava tomar um banho e descansar, ainda não se sentia pronto, mas já era o bastante por aquele dia. Quando saiu do gramado e chegou à arquibancada. Queria ser recepcionado por um beijo, mas Leona não o beijou.

— Aqui. — Ela sorriu e entregou-lhe uma toalha. — Agora vá e tome um banho bem gelado, campeão! – Deu uma tapinha de leve em sua bunda e o fez murmurar algo que ela não pode ouvir.

Ele se dirigiu ao vestiário e ela continuou na arquibancada. Enquanto esperava-o terminar, ela pegou uma bolsa que estava ao seu lado, abriu-a e retirou um espelho e um batom. Começou a retocar a maquiagem.



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Os estalos das teclas do seu computador já traduziam o que ele estava fazendo. Com os olhos vidrados no MMORPG que jogava, chamado Hellfield 666, ele conseguia se dispersar do mundo facilmente. Estava o jogando há seis semanas e já havia chegado próximo do último level. O objetivo do jogo era: Você é um passageiro de um ônibus que acaba embarcando no expresso para o inferno e depois de chegar a Hellfield, ele precisava reunir o número máximo de almas condenadas, e assim, passando de level. Gavin já havia acabado com todos os oponentes mais fracos e os que estavam à sua altura, mas faltava um oponente, que ele não conseguia deter: ele mesmo.

Gavin tinha vários problemas pessoais, apesar de não colocá-los de frente ao monitor, quando estava em Hellfield. Sua mãe estava com problemas oftalmológicos, estava parcialmente cega, e havia se internado recentemente em uma clínica muito bem falada no centro urbano da Filadélfia. Em três dias ele estava indo visitá-la, ficaria dois dias por lá, até sua tia Maggie, voltar do conserto em New York para tomar conta de sua mãe. Ele sabia que não poderia abandonar os estudos para cuidar da mãe, ela precisava dele, precisava de seu apoio, mas também precisava de seus estudos, pensava em um futuro promissor em uma empresa de Games.

O garoto era alto e magro. Uma pele branca e olhos pequenos, escondidos atrás de uns óculos de lentes grandes e armações negras gigantes. Tinha os dentes da frente um pouco maiores que os demais e um nariz proporcional aos lábios comuns que ele tinha. Seus cabelos ruivos eram colocados em um topete assustador, e tinha sobrancelhas e orelhas pequenas.

Fez uma pausa, no meio da noite para comer algo, costumava com de frente ao computador, mania feia que sua mãe já havia reclamado várias e várias vezes. Uma vez ele pifou a CPU devido um copo de refrigerante de laranja, seu sabor preferido, mas um técnico resolveu o problema e ele saiu da abstinência dos games em apenas dois dias. Logo após sua mãe se internou.

Ele chegou à cozinha e ligou o interruptor. A janela aberta fez uma frente fria passar por ele, nada demais, àquela hora da noite, as rajadas de vento eram muito mais assombrosas que nos outros horários. Nada que um cobertor não fosse resolver. Fez um sanduíche com queijo, presunto e ketchup, muito ketchup, como ele gostava de fazer.

Voltou ao quarto para reiniciar a penúltima fase do RPG, na qual ele estava meio empacado. Ao lado do monitor havia um envelope e nele o convite para participar do evento Free Games, de um amigo virtual seu. Ele estava muito contente com o convite e iria aproveitar a visita à Filadélfia para participar do evento. Naquele tipo de ambiente ele era considerado um garoto popular, mas pena que só era naquele ambiente. Gavin se achava um total fracasso com o resto do mundo e até com ele mesmo, sentimento que passava quando estava totalmente mergulhado no jogo virtual.


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A bela jovem de cabelos finos e loiros que passavam dos ombros e que, com uma franja, cobria parcialmente um dos olhos, estava de frente à enorme vitrine da loja mais cobiçada do centro de Washington, a Sweet Girl. Ele estava pensando em comprar uma das peças dos manequins da vitrine. São as roupas mais invejadas de toda a cidade, eu preciso de uma dessas. O cartão de crédito já estava em sua bolsa e ela só precisava entrar na loja e comprá-las, precisava comprá-las. Mas, não tinha motivos para vesti-las. Acabou concluindo que eram desnecessárias e desistiu de comprá-las, parando assim em uma lanchonete ao lado para tomar um Milk-Shake.

Seu celular tocou e depois de ver quem era, largou o celular na mesa.

— Eu não vou atender seu canalha! — Falou, olhando para o celular e depois de perceber que um casal lhe observou dizer aquilo, corou e apalpou o celular, esperando que ligasse novamente.

Além de ser alta magra e dona de uma beleza irradiante, Amy tinha um comportamento frágil e delicado, como uma verdadeira dama francesa. Entretanto, não aparentava ser assim, e não se dava bem com seu nariz, no que lhe prejudicava em qualquer coisa que relacionasse à beleza, por exemplo, ser modelo. Seu sonho era ser modelo de fotografia ou comercial, mas, quem conseguiu esta proeza fora Leona, sua irmã. Apesar do forte parentesco, as duas eram muito mais diferentes do que elas pensavam ser. Leona era mais selvagem, tinha mais atitude e mais carisma. Ela se achava uma tapada e não se dava bem consigo mesma, sempre tentando ser melhor que a outra, em tudo, mas nunca tinha êxito.

Ela sempre se sentia cabisbaixa quando observava a felicidade de Leona, no quanto ela conseguia facilmente todas as coisas, ela queria saber qual a magia que a irmã possuía. Elas tinham apenas um mês de diferença de idade, mas Amy sentia algo mais forte, algo que as separava. Ela sempre será melhor.

Seu celular não tocou mais e ao acabar seu Milk-Shake, pagou o pedido e volto para casa, o sono de beleza lhe aguardava.




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A noite ainda cintilava no céu e quando percebeu que tudo estava silencioso, Miranda foi descendo os degraus da escada na ponta do pé. Tudo limpo, a Fiona não está mais aqui. E se esgueirou até a cozinha, indo até o fogão e esquentando o jantar no micro-ondas. Sentou-se a mesa e ficou pensando em como a viajem até a Filadélfia fosse boa para ela. Vou relaxar. Só assim tenho sossego, a vovó é muito bacana, nem se compara com a idosa que mora comigo. Drew é muito sem sal. O único problema é que ela também vai e ainda vai levar o namorado dela. E deu várias garfadas no espaguete, até perceber que o prato estava vazio.

Miranda foi até o aparelho de som e pôs um rock leve, aumentado a todo volume, sem se preocupar com o que os vizinhos iam dizer. Ela só tinha dois vizinhos: o da frente e o outro morava à uma distância razoável para que o som não chegasse com potência até lá.

— A casa é toda minha! — Se jogou no sofá e pegou o controle remoto, imitando um microfone.

Seu coelho de estimação, Zack, seu nome, a observava com desdém com seus olhos grandes e vermelhos e se destacava no outro sofá de cor vinho, devido ao seu belo pelo branquíssimo.

— Ahr, você está ai. — Suspirou e agarrou-lhe, aproximando-o de seu corpo, fazendo se esquentar com seu pelo macio e aconchegante.

O som do rock parou repentinamente. Miranda estranhou e olhou para trás. Foi religar o aparelho. Ele não queria ligar.

— Droga! — E continuou apertando o botão on com toda pressa. — A Drew vai me matar! — Suava nervosa.

Ele não queria ligar. Miranda ficou preocupada de primeiro momento, mas como fora momentâneo, logo sua preocupação se foi e ela resolveu levar Zack até seu quarto.



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Drew caminhava à beira de um pequeno lago, com o namorado, Dave. Os dois, de mãos dadas pareciam preocupados com algo e a preocupação era o motivo da pequena discussão. A lua cheia acompanhava o céu com poucas estrelas, o passeio estava agradável até certo momento.

— E então... Decidiu? — Ele indagou, olhando para ela.

— Não. Sinto que ainda não estou pronta, Dave. Você precisa entender. — Drew parou e virou-se, ficando de frente a ele.

— Não consigo entender, Drew. Por qual motivo ainda não podemos fazer sexo? — Ele era incompreensível e isso até o deixava um pouco mais insensível do que ele já era.

— Olhe, eu me guardei todo este tempo, para o cara da minha vida. Daí você apareceu e eu senti que era com você que eu queria ter a minha primeira vez, mas ainda está cedo demais! Eu ainda não estou pronta. — Ela o sentiu apertar sua mão, seu rosto estava ficando vermelho, ele estava explodindo por dentro.

— Eu sei que você me ama e eu também te amo muito, mas deste jeito não dá para continuar! Quais são os casais de namorados que não transam? Eu entendo esse seu lado... É sua primeira vez e... Arg! Deixa pra lá, está bem? Eu é que quero ir rápido demais. Me desculpa. — E ele abraçou-a e beijou-a na testa.

Dave era alto e tinha cabelos loiros e finos também colocados de uma maneira desajustada sobre o rosto. Tinha uma pele clara e olhos acinzentados, que eram acompanhados por sobrancelhas avantajadas que davam aos seus olhos um ar malévolo e misterioso. Seus lábios eram grossos e sua pele no tórax era, na maioria, revestida por várias tatuagens. Também possuía um brinco negro em cada um da orelhas.

Ele começara a namorar Drew na mesma época em que o irmão, Luther, começara a namorar Leona. Desde então, ele vem tentando convencê-la de transar com ele, mas vem sendo difícil, pois o caso de Drew não é tão especial, mas é uma exceção. Ela ainda é virgem e acha que ainda não é a hora para perder a virgindade e isso o incomoda muito, pois acha que namorados sem fazer amor não são namorados. Isso, para Drew, é um pensamento machista e muito insensível, além deste ser o motivo para as constantes discussões que os dois vêm tendo ao longo da relação.

— Vamos! Eu te deixo em casa. — Colocou seu braço contornando o ombro dela.



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Ele já havia saído do banho gelado, depois do treino. Vira quando o amigo, Luther entrou para esfriar a cabeça. Leona ainda estava na arquibancada, bufando pela demora de Luther. Já fazia alguns minutos que a loira esperava o namorado e ele ainda custava a sair do vestiário.

— Chris! — Ela chamou-lhe, vendo que ele não a tinha visto e acenou.

— Leona? O que você ainda faz aqui? Todas as líderes de torcidas já foram embora. — Ele se aproximou, rindo para ela.

Chris era alto e forte, assim como Luther era jogadora do time de futebol da universidade. Tinha um cabelo baixo, semelhante aos soldados do exército, olhos escuros e uma boca grande e com dentição avantajada. Era metido à piadista e sempre tinha algo na ponta de língua para tirar todos do sério. Era para aquilo que ele servia.

— Faz muito tempo que o Luther entrou no banho?

— Não, não faz. Ele entrou faz pouco tempo. Ah! Você está esperando ele... — Ajustou a enorme mochila nas costas.

— Hunf! — Leona bufou.

— Como está a Amy? Agora a pouco liguei para ela e ela não me atendeu. — Chris não entendia ainda, por meio de sua imaturidade, o porquê de Amy rejeitar suas ligações.

— E você ainda acha que ela, do jeito que é, atenderá suas ligações? Cai na real, Chris! A Amy não está mais na sua. O tempo de vocês já passou. — Leona tentava confortá-lo, mas do jeito que falava só deixava-o ainda mais cabisbaixo.

— Por que você acha isso? Eu não tenho mais chances com ela? Vai Leona... Me ajuda com a tua irmã. Você a conhece mais do que ninguém! — Chris estava implorando pelo apoio de Leona para reconquistar o coração de Amy.

— Pelo que eu conheço dela... Ela não vai querer voltar tão cedo para você.

— Eu ainda não entendi o porquê do término do nosso namoro. — Começou a se sentir triste, encarando o piso de concreto da arquibancada.

— Ela se recusa a me dizer, até hoje, o motivo do namoro de vocês ter terminado. Eu nunca persisto neste assunto. Sei muito bem como é minha irmã e como ela age, por isso acho sempre colocar o assunto debaixo do tapete e esquecer. — Leona passou a olhar o céu estralado, bem acima do campo.

— Com ela eu me acerto. — Deu um riso. — Agora vou indo, tenho treino de Box. — Sorriu novamente. — Até mais! — Acenou, já de costas.

Leona viu quando Luther saiu já pronto para irem para casa. Ele a abraçou e os dois saíram do local, deixando que uma frente fria passasse por eles, bagunçando seus cabelos.



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As bagagens de Miranda já estavam todas prontas e já estavam sobre sua cama. Olhou no relógio de cabeceira e sabia que já deveria partir. Drew já deveria estar pronta. Com carinho ela se aproximou de Zack, seu coelhinho de estimação e o apertou bem forte, fazendo-o encostar seu focinho gélido contra sua pele. Ela sorriu um sorriso de lado. Ao mesmo tempo em que queria mais que tudo, passar uns tempos na casa da avó, ela também não queria deixar seu aconchego, seu conselheiro e se acolhedor coelho.

Zack foi quem lhe deu o maior apoio depois da morte da mãe. Miranda o ganhou de seu pai, como um amigo, para lhe deixar mais calma, depois do primeiro choque e da notícia da morte de sua querida mãe.

Desceu e observou que a irmã já estava próxima à porta. O táxi estava parado do lado de fora. Era noite e elas deveriam embarcar no ônibus das 20:00, por isso, deveriam estar lá o mais cedo possível, para evitar o atraso.

— Vamos logo, Miranda! — Drew gritou, apressando a caçula.

— Calma! — Miranda se arrastava, com suas duas mochilas.

Drew já estava bufando e suspirando. As duas se apressaram e entraram no táxi.

— Para a rodoviária, por favor. — Disse Drew ao motorista.

— É pra já! — E ele acelerou, seguindo na rua com poucas casas.




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Violet cobriu as telas de seu ateliê. Cada uma com uma coberta apropriada. A ruiva não queria que nada de mal acontecesse com as suas raridades. Queria que seus “bebês”, como tratavam as pinturas, ficassem bem. Deu uma última olhada em todo o pequeno ateliê, antes de apagar a luz colorida e fechar a porta. Sentiu um aperto no peito, mas logo passou.

— Ah! Esqueci de ligar para a Mi! Ela me disse que me encontraria na rodoviária! — Tirou o celular do bolso da jaqueta preta.

Discou o número da amiga e pegou as poucas bagagens em cima do sofá. Violet saiu de sua casa e ficou na enorme varanda frontal, esperando um amigo.

Alô? — Miranda atendeu.

— Mi!

Ah, Violet... — E sorriu.

— Bom, liguei pra avisar que estou chegando está bem? — E viu quando o carro parou de frente a sua casa. Ela olhou e sorriu.

Está bem. Vem logo! — Miranda desligou.

Violet guardou o celular e segurou todas as suas coisas, se aproximando do carro. Gavin e sua prima olharam através do vidro e sorriram. A prima de Gavin estava fazendo um favor a ele, os levando até a rodoviária naquela noite.



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A porta do táxi abriu e Drew saiu, levando consigo duas mochilas, nas quais estavam suas coisas. Já Miranda estava levando apenas uma mala, para ela era o suficiente. A mais velha pagou o motorista e quando ele se foi elas e viram diante da maior estação rodoviária de suas vidas.

Miranda saiu andando na frente, sem ligar para o que a irmã disse enquanto visualizava por completo a fachada da enorme rodoviária. As duas se aproximaram e Miranda se espantou ao ver um mendigo gritando:

— O fim está próximo! E nosso destino final será a morte! — E ele repetiu isso conseguintemente três vezes.

Miranda, no mesmo instante, arrepiou-se até a espinha. Normalmente ela não sentia estes calafrios. Uma buzina a fez saltar para frente, um ônibus buzinava bem atrás dela.

— Você está louca? Quer morrer, garota? — Drew perguntou, agarrando seu braço.

— Me solta! — Se soltou e seguiu caminho, entrando na rodoviária.



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No momento em que passou pela porta automática da rodoviária, uma ventania bateu em seu rosto e trouxe até ele uma página rasgada de um jornal. Ela, instantaneamente jogou a folha, sem lê-la. Outra ventania bateu, trazendo o recorte de jornal novamente ao rosto da garota, que parou perto da porta.


Impaciente ela puxou o papel e o tirou dos olhos, lendo-o. A imagem mostrava várias rochas e a manchete dizia:

“Há uma semana, no alto da montanha McKinley. Um acidente terrível envolvendo uma de suas cavernas. Alguns estudantes estavam lá no momento do ocorrido e acabaram soterrados. Porém, oito deles tiveram a “sorte” de saírem do local antes do desabamento.”

Desta vez ela suspirou e amassou o recorte em uma bolinha, jogando no cesto mais próximo. Drew estava inerte, olhando-a com preocupação.

— Você quer ficar ai até o embarque, é? — Acenou, chamando sua atenção.

Miranda nada falou. De longe, logo depois de algumas pessoas, Miranda pode ver seus amigos: Violet e Gavin. Ela caminhou até chegar à eles, abraçando primeiro a melhor amiga ruiva.

— Vocês não sabem o quanto é bom ver vocês e saber que vão também embarcar no mesmo ônibus que o meu.

Gavin sorriu um riso alegre, enquanto também a abraçou.

— Até imagino. — Pegou sua mala do chão. — Vamos comer alguma coisa? — Ele escutou a barriga roncar de fome.

— Vamos! Também acho que preciso comer alguma coisa, vai que eu desmaio dentro do ônibus? — Miranda gargalhou.



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Os três escolheram uma das pequenas mesas da lanchonete da rodoviária e fizeram o pedido: três porções pequenas de batatinhas fritas e três refrigerantes. Violet olhava Miranda com desdém, mal sabia a morena que a ruiva tinha uma quedinha por ela, quero dizer, um tombo. Violet, quando pintava, imaginava Miranda em todas suas pinturas, é também uma inspiração para ela. A ruiva não sabia ainda se estava apaixonada, mas tudo indicava que Miranda era sim, seu alvo.

A funcionária lhes trouxe seus pedidos e sorriu um largo sorriso. Um sorriso falso.

— Aqui. — E colocou o pedido sobre a mesa quadrada de cor azul.

— Obrigado. — Gavin foi o primeiro a começar a comer.

— Bom, como vai sua relação com sua irmã, Mi? — Violet apoiou-se com o cotovelo sobre a mesa e passou a observar cada movimento de seus olhos acinzentados.

Miranda apenas olhou por cima dos ombros, avistando Drew abraçada de Dave, seu então namorado e suspirou. Ela meneou negativamente com a cabeça e começou a comer.

A funcionária trouxe rapidamente o vidro de ketchup.

Violet percebeu no quanto Miranda estava decepcionada com a irmã e sabia de tudo. Então, em respeito a ela não tocou mais no assunto, era crucial.

— E você com suas pinturas? — Miranda tomou fôlego antes de perguntar.

— É... — Violet corou no mesmo momento. — Vão bem sim! — E sorriu ainda corada.

Uma garota de cabelos ondulados e negros passou ao lado da mesa, carregando uma enorme mala, que bateu contra o vidro de ketchup e o fez quebrar no piso bem abaixo da mesa, aos pés de Gavin. A garota olhou-os sem graça.

— Oh, me desculpem! — Levou a mão à boca, nervosa.

— Não foi nada. — Gavin corou.

Neste momento todos levaram seus olhos até a poça de ketchup no piso da lanchonete. Novamente Miranda arrepiou-se. A poça era só uma massa vermelha. Parecia sangue.

A garota de cabelos negros e ondulados saiu dali, ainda nervosa.

— O que ela tinha? — Violet indagou confusa.

— Não sei... — Miranda olhou-a sair.

Gavin deu de ombros e continuou comendo. A funcionária logo chegou para limpar a sujeira que o ketchup causou.



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Drew encontrou as amigas perto da plataforma. As duas estavam vestidas parcialmente iguais, embora Leona estivesse mais extravagante. Sempre foi assim, extravagante. Leona olhou-a dos pés a cabeça e sorriu de lado. Amy correu e abraçou-a.

— Achei que na vinha. — Amy sorriu.

— É. Eu vim. — Devolveu com um sorriso sem graça.

Drew olhou os demais e recebeu um aceno de Chris e Luther, que ao perceber a presença do irmão ali, mudou de expressão rapidamente. Drew já sabia dos atritos que os irmãos tinham, era muito diferente de seus atritos com Miranda, o deles tinha um propósito bem menor, pois eles não tinham perdido o pai ou a mãe, mas é como se um tivesse perdido o outro.

Drew também sabia que na separação dos pais, Luther e Dave também se separaram: um ficou com a mãe, Dave; enquanto o outro ficou com o pai, Luther. Ela não gostava de tocar no assunto, ele não lhe retornava nenhuma palavra se dirigisse a este assunto. Ela preferiu não dizer nada e sorriu, como se quisesse esconder de todos o que sentia naquele instante.

Drew era boa em se esconder atrás de um sorriso e isso era facilmente transposto quando ela estava de frente à platéia, no placo do teatro. Uma atriz nata, especializada em trocar de emoções facilmente, colocando as outras em inevidência.

— Estão todos prontos para o campeonato na Filadélfia? Prontos para o título? — Amy gritou.

— Claro! — Luther riu junto de Leona.

Chris se afastou do grupo.



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A garota de cabelos negros e ondulados parecia confusa no meio da rodoviária, com uma gigantesca mala. Ela olhava para cima, para todos os cantos do lugar e parecia estar muito perdida. Chris se aproximou, observando-a.

— Perdida? — Falou ao seu ouvido.

A garota arrepiou-se e virou-se.

— Um pouco... — Se afastou. — Será que poderia me dizer... — Pegou um pequeno panfleto que estava no bolso direito de seu casaco. — Onde fica a plataforma de embarque número 18? — Era um mapa da rodoviária.

— Claro que sei. Aliás, estava indo agora mesmo para lá. Se quiser me acompanhar... — Deu uma piscadela.

A garota sorriu de lado e agradeceu. Ele pegou sua mala enorme e levou-a.

Os dois passaram pelo grupo de amigos, que observaram tudo.

— Galera! Já vou indo, está bem? — Pegou sua bagagem e fez questão de mostrar sua acompanhante à Amy, que apenas mudou o olhar de direção.

Os dois saíram.

— A gente precisa ir, já está na hora. — Drew falou, abraçando Dave.

— Vamos! — Leona ergueu-se do colo de Luther e pegou suas malas, que na verdade era muitas.

— Você e seus exageros. — Luther suspirou para Leona.

— Ah, para! Eu preciso estar preparada, ora! — E saiu andando na frente do grupo.




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Miranda viu o grupo onde Drew estava, eram seus amigos. Ela fez questão de passar na frente, junta de Violet. Miranda não se importava muito com os amigos da irmã, para ela, eles eram apenas jovens inconseqüentes e imaturos. A morena olhou para o número da plataforma: 18.

— Vem, vamos logo! — Miranda puxou Violet.

— Calminha! Flash! — Gargalhou.

As duas subiram para o ônibus.

— A propósito... Onde está o Gavin? — Violet parou na metade dos degraus.

— E eu é que vou saber? — Miranda deu de ombros e olhou para baixo, onde viu escrito, no último degrau: Cuidado onde pisa. Arrepiou-se novamente.

Quando entraram, passando por alguns assentos Miranda reconheceu a mesma garota da lanchonete, a mesma que havia deixado o ketchup cair, ela estava acompanhada com um dos jogadores de futebol, Chris. Continuou andando e percebeu, após olhar em seu bilhete, que sua poltrona era a última de todo o ônibus e Violet não havia pegado o assento próximo à ela.

— Esqueceu que a gente não comprou no mesmo dia? Nem sabíamos que viajaríamos... Foi de última hora. — Violet tentou se explicar após ver a cara que Miranda fez ao ver que estava longe da amiga.

Miranda apenas sorriu de canto e sentou-se. Neste momento ouviu as gargalhadas e o fuzuê que estava dentro do ônibus. A galera do campeonato de futebol havia acabado de entrar e antes de por os fones ela viu a irmã e ouviu uma garota reclamando:

— Não acredito Luther! Você comprou nossos assentos separados? Seu lerdo! — A loira começou a esmurrar o peito do rapaz, que apenas segurou seus dois braços.

— Você fica com a Amy, não tem nenhum problema. — E esperando que a sensação de raiva passasse, ele odiava quando Leona dava seus chiliques.

— Ah, amor. Eu queria ficar junto de você! Afinal, você é meu namorado! — Leona o abraçou fortemente.

— Leona, por favor! Sem chiliques! — E soltou seus braços, afastando-a. — Nós vamos ter muito tempo para ficarmos juntos, afinal, somos namorados. — E devolveu um sorriso irônico. — Fica com sua irmã, eu vou ficar bem, vou estar bem aqui atrás.

Luther continuou andando com suas bagagens. Ao se inclinar, Miranda percebeu que Leona o encarava ainda de pé, também viu quando Amy a puxou para o assento. Miranda escutou as batidas de seu coração mais céleres, então rapidamente voltou para seu lugar e colocou os fones, foi ai que viu Drew e Dave, eles deram um beijo demorado. Sentaram nos assentos da sua frente, ela deu uma última olhada para o lado e viu Violet, não conseguia falar nada, ela já saberia o que iria acontecer. Violet também não estava cooperando, estava com a cabeça recostada na enorme janela. No momento, a morena pensou em trocar de lugar, mas uma senhora sentou ao lado de Violet, estragando seus planos.

Então, assim que colocou os fones novamente, uma música estranha começou a tocar a música Born to Die – Lana Del Rey:

Choose your last words

This is the last time

Cause you and I

We were born to die

Uma brisa fraca e ameaçadora passou por Miranda e deixou que seus cabelos bagunçassem. Ela olhou para o lado e o viu parado, colocando sua bagagem em cima, no compartimento bem acima das poltronas, ele parecia um soldado grego, Luther Williams. Miranda então mudou a direção de seu olhar assim que ele a encarou.

Ele sentou-se ao seu lado e pegou algo que parecia ser um tablet e começou a se dispersar. A morena fechou os olhos e sentiu o ônibus se mover, estava partindo, foi quando percebeu que Gavin entrava correndo, esbaforido e cansado, ele não se aproximou, pois seu bilhete indicava que seu assento era ais a sua frente, ela fechou os olhos novamente.



x-x-x

O ônibus seguia na estrada, a noite estava ficando nebulosa. Miranda olhou para o céu, já sem nenhuma estrela sequer. Neste instante sentiu o ônibus balançar, primeiro foi de leve, mas logo o ônibus balançou bruscamente, jogando algumas bagagens por cima dos passageiros. Miranda respirou fundo e o ônibus saltou. Logo em seguida ela escutou o barulho, o ônibus havia acabado de derrapar na pista, havia batido contra algo.

O veículo mudou de curso e agora invadia a pista contrária. Vários carros buzinaram e ônibus perdeu o controle por completo e invadiu a floresta. Os galhos passavam pelo lado de fora e Miranda segurava com força em seu assento, olhou para o lado e viu Luther nervoso.

— Vamos ficar bem! — Ele repetia para ela.

O ônibus chacoalhou mais bruscamente. Desta vez ele arremessou várias pessoas para frente e tentou frear, fazendo as bagagens também irem ao mesmo sentido. A morena ergueu-se da poltrona e viu Chris e a mesma garota da lanchonete ser arremessados com fúria para frente, se chocando contra a vidraça dianteira.

Miranda também viu o momento em que Gavin saiu de seu assento e se segurou no local de bagagens pequenas, foi ai que ela escutou o barulho estranho.

— Gavin, abaixa! — Ele não escutou.

Um enorme objeto metálico entrou pela janela do ônibus e acertou Gavin em cheio, fazendo espirrar um jato de sangue nos rostos de Leona e Amy, que gritavam sem parar. O corpo do garoto caiu inerte ao lado das suas poltronas.

— Leona! — Luther saiu de sua poltrona.

Ele conseguiu chegar onde elas estavam, mas quando olhou soltou um grito agonizante. Os rostos de Leona e Amy estavam cobertos por sangue e repletos por estilhaços de vidro.

— Cuidado! — Miranda gritou.

Luther foi arremessado de volta ao fundo do ônibus com um forte impacto. Agora o ônibus capotava e ele estava desacordado ao lado do assento. Miranda o puxou de volta ao assento e o segurou. O ônibus capotou várias vezes e a morena viu quando a senhora que estava ao lado de Violet foi arremessada do assento e se chocou contra um dos assentos com fúria.

Ela escutou os estalos de seus ossos e gritou ao ver que a senhora estava com uma enorme fenda sangrenta em seu abdômen.

— Miranda! — Violet gritou. Estava com o rosto e braços muito feridos.

— Violet, se segura! — Miranda gritou, ainda segurando Luther. Ele ainda permanecia desacordado.

Várias bagagens rolavam pelo ônibus enquanto ele capotava e Miranda chorava muito. Isto, até que o ônibus parou de capotar e o cheiro de fumaça subiu.

Miranda olhou pela janela e viu uma vasta escuridão. O ônibus estava à beira de um enorme precipício.

— Miranda? — A voz entrecortada era muito familiar para a garota.

— Drew! Drew você está bem? — Miranda logo gritou.

— O Dave... Ele está... Morto! — E berrou.

Pela primeira vez, Miranda sentiu dó da irmã mais velha, seu coração pulsava muito veloz e uma lágrima caiu de seus olhos.

— Nós não vamos morrer! — A caçula tentava e convencer disto e também convencer a irmã, mas não adiantou, escutou seu choramingar.

De repente o cheiro de gasolina pairou no ar e Miranda teve a certeza de que morreriam ali, neste momento silenciou, mas o seu grito foi inevitável quando olhou para Luther desacordado e Violet totalmente ferida. Um clarão dentro do ônibus tombado, uma enorme bola de fogo agora vinha se aproximando com uma velocidade absurda, o calor aumentou, e uma labareda de fogo invadiu todo o veículo, queimando todos.

Miranda soltou um grito agonizante. Seu corpo começou a pegar fogo, ela sentia sua pele rasgar-se ao entrar em contato com as ardentes chamas, sentia-se em um verdadeiro inferno. Foi inevitável, deixou que seu corpo e seu interior fossem totalmente tomados pelas chamas.

Seus olhos estavam vidrados no corredor e sua respiração estava veloz. Ela olhou em volta, estava novamente na estação rodoviária, o ônibus não havia saído de lá. Então, assim que colocou os fones novamente, uma música estranha começou a tocar a música Born to Die – Lana Del Rey:

Choose your last words

This is the last time

Cause you and I

We were born to die

Uma brisa fraca e ameaçadora passou por Miranda e deixou que seus cabelos bagunçassem. Ela olhou para o lado e o viu parado, colocando sua bagagem em cima, no compartimento bem acima das poltronas, ele parecia um soldado grego, Luther.

Quando pensou em mudar o olhar de direção, lembrou do que tinha acabado de vivenciar, sentiu novamente o calor e naquele instante tudo que queria era sair do ônibus, antes que ele deixasse a estação. Erguendo-se do assento e empurrando-o com força, ela correu até parar no meio do corredor.

— Me escutem todos! Vai acontecer um acidente! O ônibus vai capotar e explodir, eu vi! — Gritou, chamando a atenção de todos.

— O quê? — Assim que sua irmã, Drew, escutou aquilo sentiu vontade de esganá-la.

— Hey, Miranda! Fica calma, volta para o seu lugar! — Drew se ergueu de seu lugar e se aproximou da caçula, puxando seu braço.

— Me solta! — E soltou-se. — Vai explodir tudo, eu vi no meu pensamento, um acidente terrível com o ônibus!

— Drew, controla tua irmã! — Chris gritou.

A garota de cabelos negros e ondulados, que estava ao lado de Chris ficou paralisada. Todos estavam incrédulos, até Miranda começar a enlouquecer de verdade e jogar todas as suas bagagens para fora do ônibus.

— Você está louca, garota? — Leona rapidamente se ergueu, tentando segurar suas malas, mas Miranda as jogava para fora do veículo.

Luther rapidamente se aproximou, antes que Leona pudesse pular em cima dela. Um tumulto se iniciou dentro do ônibus e Miranda continuou jogando as bagagens para fora com vontade.

— Por favor, me ouçam! — Miranda gritava, enquanto dois homens apartavam a briga, levando-a para fora do ônibus.

Leona também era levada por um dos homens e Luther seguia atrás.

— Solta ela! — Ela gritava com o homem.

Amy, sem suas bagagens foi atrás dos outros, Chris e Dave fizeram o mesmo. Drew pedia que eles soltassem sua irmã, mas ninguém lhe ouviu. Violet ficou preocupada com a amiga e também os acompanhou.

A garota de cabelos negros e ondulados, em um ato rápido levantou-se de seu lugar, com suas bagagens e seguiu o grupo de baderneiros. Chegando do lado de fora Miranda se debatia nos braços do homem, enquanto o outro carregava Leona. Luther segurou-a, fazendo o homem soltá-la. Ele afastou-a de Miranda. Amy, Chris e Dave foram com eles.

Miranda chorava muito, Violet e Drew estavam com ela.

— O que foi aquilo, Mi? — Violet estava preocupada.

Gavin apareceu, notando o tumulto.

— O que está acontecendo? — Ele estava confuso.

— Hey, Miranda! Dá para explicar que showzinho foi aquele? — Drew estava incrédula no que a irmã acabara de fazer.

Um dos homens acenou para o que ônibus seguisse viajem. Foi ai que Miranda se ergueu novamente e correu.

— Não! Não o deixem partir, ele vai explodir! — Os seus amigos, inclusive sua irmã se aproximaram novamente.

Começou a chorar e sentou-se em um banco, ao lado da plataforma 18. Um enorme estrondo fora audível, um barulho assombroso. Miranda olhou ao longe, acima de uma floresta uma fumaça negra e pesada subia. Seus olhos se arregalaram. Todos seus amigos e todos os outros que ela acabara de tirar do ônibus observaram a cena, o ônibus realmente havia explodido.

Drew levou a mão à boca em um movimento instantâneo, igualmente com Violet. Gavin abraçou Miranda e ela pôs-se a chorar, deitada com a cabeça sobre seu ombro.

A garota de cabelos negros e ondulados encarava todos com muito nervosismo, encarava principalmente Miranda. Estava com muito medo e receio. A herança da minha mãe... Está acontecendo tudo outra vez...



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste primeiro capítulo, apesar de sua tamanha extensão. (:
Não esqueçam de comentar, os comentários são muito importantes para o decorrer da fanfic.
Bom, é só isso e até o próximo capítulo que será postado em breve! XD



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