Catarina havia tido um horrível pesadelo, talvez devesse parar de comer doces antes de dormir...

Ela levantou-se e desceu até a cozinha para tomar um copo de água, enquanto o tomava olhou de relance para a janela e acabou se distraindo com a visão de uma lua cheia, a “lua dos casais apaixonados”, como descreviam os livros.

Realmente, era linda. Protetora dos amores proibidos, guardiã das declarações de amor, espectadora dos beijos mais puros e sinceros... Uma lua dessas invocava um casal apaixonado, um amor novo a ser descoberto, um beijo romântico.

Bom, mas não no meu caso...

Frederico rolou pela milésima vez na cama casal vazia e bufou, não conseguia mais dormir sabe-se lá porquê.

Passou as mãos no rosto retirando os últimos resquícios de sono e decidiu levantar-se para comer algo, quem sabe o sono voltasse. Olhou o relógio na cabeceira, ótimo 4:30h da manhã!

Desceu as escadas e foi em direção à cozinha, quando entrou viu uma silhueta feminina de costas para ele com um copo já vazio nas mãos, ela encarava algo pela janela de forma compenetrada, talvez fascinada.

Notou que não foi percebido, talvez por não usar calçados. A julgar pela hora deduziu quem seria a pessoa, apesar de ser um pouco mais cedo do que o normal... Mas, bom, isso acontecia ás vezes.

Se aproximou na parcial escuridão, a viu colocando o copo na pia ainda sem notá-lo. Ele se aproximou ainda mais e a abraçou de costas.

–Não sabia que chegaria mais cedo. – Disse em seu ouvido.

Ela se virou para ele e “como sempre” ele a cumprimentou com um leve beijo nos lábios.

         Ele não tinha reparado que ela havia petrificado quando ele a abraçou e disse aquilo em seu ouvido, e muito menos percebeu o rosto de confusão quando ela se virou... E também não notou o quanto ela se derreteu quando ele colocou a boca quente e masculina sobre a frágil e jovem, mesmo que por milésimos de segundos.