Passei várias horas dentro do ônibus. Quando cheguei em casa a minha unica vontade era voltar para os braços de Dean, sei lá, eu só queria voltar e ficar ao lado dele, mas senti que era melhor ficar onde eu estava, achei que era melhor voltar para a minha vida antiga, para o meu namorado. Se eu soubesse o quão idiota era tomar essa decisão…

Cheguei em casa e não liguei para William, ao contrário, deitei em minha cama e dormi por várias horas. Acordei apenas porque meu celular começou a tocar. Eu até sabia quem era antes mesmo de atender. Era Dean. Exitei um pouco, não queria dar explicações, mas resolvi atender para me despedir dele:

-Alo…

-Louise? Onde você está garota? O que você tem na cabeça? Estou tentando ligar para você desde que você sumiu. O que aconteceu?

-Calma Dean. Eu estou bem. Eu deixei uma carta para você explicando tudo. Você não leu?

-Carta? Você está delirando Louise, não havia carta nenhuma para mim.

-Eu escrevi, eu tenho certeza… Mas, quer saber, não faz diferença. Talvez seja melhor assim.

-Melhor como? Você vai embora no meio da noite sem dar explicações e isso é melhor? Você é totalmente diferente do que eu imaginava Louise.

-Diferente só porque decidi seguir minha vida? Só porque decidi te deixar em paz? Dean, eu era, sou e sempre serei um incomodo em sua vida e eu sei disso. Não quero mais te dar problemas. Adeus…

-Não Louise, você não pode fazer isso comigo! -Ele disse mais irritado do que antes.

-Fazer o quê Dean? Deixar você seguir sua vida? Por mais que você goste de ficar comigo, você nunca vai me amar, e eu preciso de algo a mais. 

-Quer saber, você tem razão, nada disso tem mais importância, afinal, você abriu mão de mim, e agora eu faço o mesmo!

E então ele desligou. Tudo aquilo foi pior do que eu imaginava. Nossa ultima briga, mas dessa vez não haveria beijo de reconciliação. 

Passei mais um dia em casa, não estava pronta para ver William, e ele não sabia que eu já havia chegado. Porém três dias após chegar em casa, tomei coragem e fui encontra-lo. Cheguei rápido a casa dele, e quando ele abriu a porta senti algo estranho, como um mal pressentimento. Mas ele me beijou e logo começou a falar:

-Louise, minha pequena. O que aconteceu com você?

-Eu é que pergunto: O que aconteceu com você William? Onde você estava?

-Eu não me lembro ao certo, só me lembro de ir para a Universidade e depois disso tudo fica confuso. Sente-se aqui no sofá, vou te contar tudo.

E ele começou a contar o que aconteceu enquanto esteve possuído. Durante alguns minutos eu apenas ouvi o que ele tinha para contar. Depois ele perguntou:

-Mas e você Louise, onde você estava?

-Eu estava te procurando. Fiquei desesperada e chamei uns amigos para me ajudar.

-Mas como eles poderiam ajudar? 

-Bem, eles sabem dessas coisas de demônios, eu sempre achei que você estava possuído, mas eu não quero falar sobre isso, foi um erro procura-los.

-Por que? Eles te fizeram algo?

-Não, eu só não quero falar sobre isso.

-Mas e esse Dean, ele está aqui?

-Não ele… Espera, como você sabe do Dean?

-Você me disse o nome dele.

-Não, eu não disse nada… Você não é o William!

-Tem razão, não sou!

E depois dessa frase ele acertou um objeto pesado na minha cabeça e eu desmaiei.  Não sabia como conseguiria escapar dessa.