Além Das Estrelas escrita por Lady


Capítulo 39
Capítulo 38 - Sopro de Esperança.


Notas iniciais do capítulo

Yooo.... e chegamos ao penultimo cap.

O proximo ja é o epilogo... xD

boa leitura



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“Nada é eterno.”


De olhos fechados se quer esperei a resposta para minha pergunta.



De olhos fechados tudo o que eu queria era abandonar este mundo nos braços de meu guardião.



De olhos fechados eu apenas ouvia os gritos daqueles que sempre foram meus amigos. Daqueles que ficaram ao meu lado e me protegeram quando necessário.



Com a face banhada em lágrimas, apenas esperando pelo fio da espada para tirar de mim minha ultima fagulha de vida, eu pude apenas ouvir o soar daquela voz.



Uma voz familiar... Aconchegante... Reconfortante.



– Você não precisa perguntar a ninguém se merece viver Luce... – ergui a cabeça para encará-lo. – Você merece viver! – e, com apenas um soco, pude vê-lo mandar meu irmão para longe. – Você cometeu erros, mas não é a única a ter feito isso. Em algum momento de nossas vidas todos cometemos erros incorrigíveis. É a vida. É o ciclo natural de tudo.



– Natsu... – murmurei vendo as lágrimas que ainda escorriam pelo rosto dele.



– Eu lhe protegi sempre e hoje não será diferente. – eu podia sentir a determinação em cada palavra sua. – Eu não quero te perder Lucy... Eu não posso te perder.



Eu o vi avançar novamente contra meu irmão.



Eles lutavam – claro que Natsu estava em desvantagem.



Em questão de minutos o rosado já estava caído a minha frente resmungando de dor.



Postava-se de pé mesmo diante da dor que sentia.



Eu queria poder ser como ele... Queria poder ter forças para ajudar meus amigos... No fim, sou um fardo.



– Natsu... Chega... Por favor... – implorei agarrando-lhe a mão. – Não continue... A guilda... Existem pessoas que precisam de você. – Ele me olhava de olhos arregalados. – Está tudo bem Natsu, meu corpo já não agüenta mais nada... Eu vou morrer.



Vi-o negar.



– Eu não vou deixá-lo tocar em você...



Apertei sua mão sentindo o calor que emanava dela.



Foi nesse mínimo momento de distração que a espada dourada o atingiu.



Foi um corte diagonal no peito dele, nada fatal, mas sangrava o suficiente para fazê-lo ficar fraco.



– D-Droga... – resmungou próximo a mim.



Ignorando ao máximo a dor, passei os braços sobre seus ombros em um abraço desajeitado.



– L-Luc-ce... – eu quase que podia vê-lo ficar envergonhado por tal ação.



– Obrigado. – murmurei afastando-me e, ante um esforço descomunal, pondo-me de pé.



Eu já não tinha mais uma vida longa, mas usaria o que me restava para salvar aqueles que eu amava.



De braços abertos pus-me frente a Natsu.



Ele sempre me protegeu, então, ao menos dessa vez, eu quero protegê-lo.



– Obrigado Natsu... – murmurei mantendo o olhar sobre meu irmão. – Obrigado por ter me trazido para a Fairy Tail. – eu sentia as lágrimas escorrendo mais e mais. Podia sentir alguns olhares sobre mim. – Obrigado por sempre ter me protegido. Obrigado por me perdoar. – continuei sentindo a ultima fagulha de esperança brotar dentro de mim. – Obrigado por acreditar em mim...



– Lucy...



Sorri.



– Obrigado por me dar alguma esperança, mesmo que no fim.



Fechei os olhos sentindo o ressoar da minha alma. O calor reconfortante escorreu para fora de mim em formato longo e com plumas.



Aquilo que um dia foram minhas asas se mostravam presentes.



– E obrigado Natsu... Por ser meu melhor amigo.



– Irmã... – fora um murmúrio baixa, quase inaudível, de meu irmão. – Você... – as lágrimas escorriam por seu rosto, lágrimas negras que marcavam a pele branca.



Podia sentir seu olhar queimar minha pele enquanto fixava-se em cada rachadura, estas que ganhavam mais e mais terreno.



Eu já podia senti-las escorrendo em direção a meu olho esquerdo, podia ouvir meu coração batendo descompassado. Era quase doloroso, mas havia certo conforto.



Antes tudo o que eu desejava era poder viver junto de meus amados Dragões. Depois que eu morri foi doloroso fazê-los sofrer vida após vida, mas foi ainda mais doloroso descobrir que meus amados pereceram para os próprios filhos.



Eu sei... Eu amo Sting e Rogue... Mas talvez isso deva-se apenas por causa das marcas de seus pais que ainda estão em minha alma.



Sting Eucliffe e Rogue Cheney.



Se eles são ou não a reencarnação dos meus Dragões... Bom, só posso dizer que apesar de amá-los, não é um amor grande o suficiente para superar meus sentimentos por Weisslogia e Skyadrum.



Um dia talvez pudesse chegar a ser, queria viver para saber, mas meu destino já foi selado.



Luce... – fora um murmúrio este que proveio de Natsu.



– Não! – o grito ecoou alto, enquanto via Angello avançar em minha direção. – Eu não vou permitir que isso aconteça! Seu destino não pode ser esse!! Eu não permitirei!



– Você não pode fazer nada para impedir... – a voz chegou até mim, e antes que eu pudesse raciocinar Vannor estava a minha frente me defendendo. – Eu estou aqui para levá-la... E nem você me impedirá disso. – imaginei que meu irmão recuaria, mas não. Ele avançou mais e mais.



Feria Vannor, e quem estivesse próximo – seja aliado ou inimigo.



Sua ambição... Não, isso não era mais ambição... Só de olhar nos olhos dele.



Apenas por olhar em seus olhos eu posso ver o medo presente.



Um passo... Foi tudo o que consegui dar antes de sentir uma dor lancinante em meu peito.



Arregalei os olhos sentindo o ar fugir de meus pulmões.



Minhas pernas tornaram a enfraquecer assim me levando novamente ao chão.



Meu corpo inteiro tremia e latejava. Eu podia sentir o sangue escorrendo e se empoçando abaixo de mim.



– Lucy!! – o grito de Natsu chegou a meus ouvidos. E não fora apenas o dele. Haviam outras vozes misturadas em meio aos sons das batalhas.



– Nat-tsu... – gaguejei sentindo o sangue empoçar-se em minha garganta.



Dói tanto.



– Lucy, agüente, por favor... – eu via suas lágrimas escorrendo de forma tão dolorida.



– Est-tá... T-Tud-do... Bem... – murmurei sentindo-o abraçar-me.



Os sons da batalha nunca pareceram tão próximos e ao mesmo tempo tão longes.



– I-Irm-mã... – a voz soou como um sussurro miseravelmente dolorido.



Pendendo um pouco a cabeça pude vê-lo.



A face banhada em horror. Sua mão, esticada em minha direção, tremia como nunca pensei em ver. Sua arma estava caída como se não fosse nada.



Seus olhos pareciam um poço vazio que se preenchiam de dor. Um dor que eu já havia sentido tantas vezes...



A dor de perder quem se ama.



Sorri. Sentindo todos os músculos da minha face doerem.



Oni-chan... – sussurrei, mais doce do que achei possivel. – N-Não os... Od-deie...



E assim ele caiu aos prantos.



– Nee Nat-tsu... – chamei-o voltando-se para sua face molhada. Toquei levemente seu rosto. – Sorria... Você semp-pre... Fica melhor... Sorrindo...



Luce... – meu peito doeu, e doeu ainda mais quando ouvi as vozes de Sting e Rogue chamando por mim com desespero e arrependimento.



Eles sabiam que poderiam morrer nessa batalha, mas ninguém cogitou a possibilidade de que aquele também poderia ser o ultimo dia para mim.



Meu nome era sussurrado e gritado.



Haviam tantas coisas que eu gostaria de dizer a eles



Puxei o ar forçando-me a ficar consciente por mais alguns segundos.



Senti a aproximação de Zeref e seu irmão.



Segurei a mão de Zeref, apertando-a fortemente quando o vi abaixar-se ao meu lado.



Seu rosto, tal como o de meu irmão e Natsu, estava banhado em lágrimas.



– Eu... E-Eu... – gaguejou-o, forcei um sorriso dolorido e mais triste que o necessário.



– Vai demorar, m-mas... – tossi. – Eu vou esperar... Vocês... – sussurrei. – Est-tarei sempre... Os obs-servand-do... Mesmo... Que não... Se lembrem de mim...



– Lucy... – gemeu-o entre lágrimas. Pude ver Kuro não me olhar segurando ao máximo para não chorar.



– Cuide b-bem dele K-Kuro-chan...



E então seu olhar encontrou-se com o meu.



– Sim. – murmurou-o.



Aconcheguei-me melhor nos braços de Natsu.



– Nee Natsu... – chamei-o, acariciando sua bochecha. Podia sentir suas lágrimas pingando sobre meu rosto e escorrendo por meu braço.



– Sim Luce? - murmurou-o com pesar.



– Eu vou... Sentir... Sua... – devagar apoiei a cabeça em seu peito percebendo o distanciamento da batalha. A mão que eu tocava em seu rosto desfazia-se em pó aos poucos diante das rachaduras que se abriam. Havia apenas um calor confortável me rodeando. – ...Falta.



– Eu também. – foi tudo o que pude ouvir antes de sentir as ultimas lágrimas tocarem minha pele e também do calor se intensificar ao meu redor.



Os braços foram substituídos por um roçar macio de penas.



Podia sentir o vento bater contra minha pele, tal como podia ouvir o canto sonoro dos pássaros ao longe.



Não havia mais o cheiro de sangue, tampouco o frio sanguinário que rodeava aquela brutal batalha – cujo fim eu se quer saberia.



– O destino é traiçoeiro não é? – indagou-me uma voz tão conhecida. Vannor tinha-me em seus braços enquanto o cantar suave do vento e das arvores nos rodeava.



Ri baixinho encolhendo-me em seus braços.



– Nunca imaginei que eles te abandonariam logo quando você mais precisava deles... – tornou a murmurar. – E pensar que você morreu nos braços do seu ‘melhor amigo’.



Ri novamente.



– Você não está triste Lucy? – indagou-me. – Eles nunca se lembraram de você, talvez Zeref e Kuro lembrem-se, seu irmão com certeza vai lembrar... Mas seus amigos humanos, nem mesmo os Dragon Slayers ou os Lords, saberão quem um dia foi Lucy Heartphilia...



– O Natsu vai lembrar... – murmurei em resposta. – O Natsu sempre se lembrara de mim, pois eu sei que ele sempre olhará para as estrelas buscando algo que nem ele compreende.



Suspirei erguendo o olhar para meu guardião.



Ele sorria. Sorria genuinamente.



– É... Tem razão.



xXx



Nee Natsu.



Eu me lembro de você. Me lembro de todos.



Eu amo todos vocês.



Espero que possamos nos encontrar novamente algum dia e assim começar tudo do zero.



Até esse dia chegar.



Eu estarei zelando por você e por todos que amo.



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Notas finais do capítulo

yoshi, até..... depois de amanha o/

nao esqueçam de comentar

ja'ne ♥



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