Além Das Estrelas escrita por Lady


Capítulo 38
Capítulo 37 - Fragmentos de um Coração.


Notas iniciais do capítulo

Yooo, nao tenho nada a dizer.

A nao ser desculpa pela demora -q

Enfim, boa leitura.



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“A gente sabe por quem lutar e por quem abrir mão.”


– Wendy!! – o grito ecoou alto por minha mente.



As lágrimas escorriam ínfimas por meu rosto, enquanto meus olhos mantinham-se fixos unicamente na figura inerte da pequena e alegre Dragon Slayer do Céu.



O que restara do meu coração arranhava-me por dentro buscando uma saída, uma fuga, de tudo.



O inimigo ainda se encontrava ali enquanto o pequeno corpo inerte estava caído aos seus pés.



Sua risada era sádica e ridícula enquanto fitava-me, eu via – em seus olhos – o anseio por minha vida, minha morte.



Sequer mantive o controle de minhas ações.



Foi rápido e – creio eu – indolor.



Em segundos pude ver apenas a poeira sendo levada pelo uivo triste do vento.



E isso não era apenas o que eu escutava.



Havia movimentos rápidos, gritos em minha direção, mas diante de tudo meu ser havia centrado-se apenas na figura inerte da doce e – agora – morta, Wendy Marvel.



– W-Wend-dy... – sussurrei retendo a dor a meu próprio ser.



– Está vendo, one-chan... – o som da voz ecoou sobre as batidas leves e os sons da batalha. – É isso que acontece...



– Cale-se! – fora o grito de Zeref quem retomara minha atenção. – Não é ela, é você! Sempre foi... – arregalei os olhos logo ao ver meu Cavaleiro Negro parar de súbito, sua mão rente ao peito denunciava as ações silenciosas de meu irmão.



– Pare!! – agora fora o grito grave de Acno, ou melhor, de Kuro. Este estava ao lado de seu irmão mais novo, protegendo-o de possíveis assassinos.



Ao redor todos batalhavam pela própria vida, e pela dos companheiros.



Notei-o dar um passo em minha direção.



– P-Pare... – murmurei recuando um passo.



Ele não pode.... E-Ele...



– One-chan, vamos ficar juntos para sempre. – fora mais uma ordem que um pedido.



– Por que está fazendo isso Angello? – indaguei recuando mais um passo.



De olhos arregalados eu fitava unicamente a figura imponente de meu amado e odiado irmão.



Vê-lo doía.



Recordar que já me acolhi em braços que hoje provocam mortes.



Saber que ele me salvara corroia-me de dentro para fora.



A presença dele atordoava-me e fazia minha fera interior clamar por piedade.



– N-Não se aproxime... – gaguejei com os lábios trêmulos.



– Vamos irmã, vamos ficar juntos. – sua voz soou gentil diante daquela ordem. – Dá-me tua vida. Confia em mim como sempre fez quando éramos crianças...



– Por que...? – imporei com dor, dor física e mental.



Deixei-me cair de joelhos impotente perante ele, mas em nenhum segundo consegui desviar o olhar de seus olhos azuis. Seus cabelos cor de ouro remexiam-se inquietos mediante a leve brisa com odor de sangue.



Novamente ele trajava apenas uma calça cor de trevas que destacava a firme espada de ouro presa ao cinto em sua cintura.



Era como se seu corpo chamasse o meu.



Como se seu coração batesse apenas por mim.



Como se sua alma clamasse para ser tocada pela minha.



Mas não eram apenas ideais, era o que realmente estava acontecendo.



Ele me queria consigo.



Queria meu corpo, meu poder, minha alma, minha vida, minha existência...



Tudo apenas para si.



Eu sentia o calor gelado que emanava de sua pele, ainda recordava-me de como era tocá-la.



Eu podia sentir-me sendo arrastada para um mar de tentações. Não era como se os sons da batalha houvessem cessado, eles ainda se faziam presente em algum canto ao fundo, em alguma parte de mim.



A lembrança de uma garotinha de cabelos azuis, morta, também se fazia presente, mas era quase inexistente... Sem importância.



Apenas um fato qualquer.



Inconscientemente peguei-me desejando-o mais do que devia.



Sua aproximação chegava a tornar-se tentadora.



Como seria sentir sua pele novamente?



Como seria tocar seus lábios?



Devagar ergui a mão e direção a ele. Notei seus olhos brilharem em expectativa. Em ânsia. Sua mão estava estendida em minha direção. Um pedido mudo presumo.



As palavras ainda se faziam presentes, mas a voz havia desaparecido em algum lugar entre o real e o irreal.



Mas quando ele já via-se próximo de mim... Quando o calor de seu corpo quase tentava-me ao impensado, ei de que um grito agonizado fez-me tomar consciência de minhas ações.



Quando voltei-me para a esquerda pude visualizar Kagura com uma espada atravessando seu peito.



De boca aberta vi o Anjo que a assassinou desaparecer em poeira, próximo a sereia – agora morta – Chelia mostrava-se triste.



– Lucy cuidado! – outra voz gritou mais ao fundo. Na pude reconhecê-la entre Sting ou Rogue, talvez nem pertencesse a nenhum deles dois.



Senti o pingar quente sobre a pele nua de meus braços. Baixando o olhar constatei que sangue pingava e escorria por minha pele.



Sangue que não era meu.



Abaixo de mim uma poça de sangue escorria vinda de alguém morto atrás de mim.



Alguém que temo descobrir quem seja.



Erguendo o olhar contemplei o sorriso branco e satisfeito de meu irmão.



Relutante, voltei minha atenção para aquele que dera a vida por mim.



Tremi ainda mais quando vi a cabeça de Lyon afastada alguns metros de onde o corpo dele se encontrava atrás de mim.



– L-Lyo-on... – chorei vendo o sangue do Vastia escorrer pela terra em minha direção.



O anjo que o matara desfazia-se em magia ante o ataque de um furioso – e em prantos – Gray.



– Pare... – implorei a Angello, tornando a encará-lo. – Pare, por favor...



– Eu não farei isso irmã. – disse-o. – Eles merecem morrer... Todos os humanos merecem morrer pelo que fizeram a ti.



– Pare! – ordenei com dor no coração.



– Eles te machucaram e mataram vida após vida... – alegou. – Torturaram, maltrataram e violaram. Não importa a vida que vivia, não importava o que acontecia...



– Pare!! – tornei a ordenar cobrindo os ouvidos com as mãos. Ele não podia continuar.... Ele não podia contar... Não tinha o direito para isso.



– Enquanto eu estava impossibilitado de te ajudar, você sofria. Logo você que sempre sorriu para eles, que sempre ajudou esses humanos imundos e medíocres... – sua voz era como uma faca rasgando minh’alma.



– P-Pare... – chorei entre soluços doloridos. O ecoar das rachaduras se mostrando presente a cada nova lágrima.



– Você fez o possível e o impossível por eles... Suportou mil anos de torturas e lutas apenas por eles... Apenas pra estar aqui impedindo que eu os extinguisse. – suas palavras tornavam-se altas e acústicas. – Criou monstros, atentou contra a própria vida, destruiu a si mesma por eles... E para que? Para ser odiada por salva-los da extinção? – notei-o olhar para Gray. - Para ser maltratada? – Seu olhar decaiu sobre os tigres. – Enganada. Manipulada. Traída. Assassinada.



– PARE! – gritei abraçando-me e fechando os olhos.



– És pura como um verdadeiro Anjo. Não nasceu para batalhas... – neguei com a cabeça.



– Eu nasci e fui criada para sofrer. Pelos humanos, por mim, pelo nosso pai, por todos aqueles que vivem e respiram. Por você também irmão. – confidenciei aos prantos.



– Você é o que chamam de “perfeição” – murmurou-o. – Jamais deveria ser ferida...



– Eu sou uma falha! Uma falha que nunca será compreendida... – soltei o que por anos prendi com afinco. - Eu amo Weisslogia e Skyadrum. – gritei - Amo Sting e Rogue. – Apoiei ambas as mãos no chão, perecendo diante das lágrimas ínfimas que escorriam sem dó. - E os amarei durante toda a eternidade, tenho certeza disso. Mas não importa que eu faça, ou diga, nunca serei realmente compreendida por eles. Eles me odeiam agora! – argumentei tornando a continuar em um sussurro miserável e dolorido. – Eu sou uma falha... O único que se dedicou inteiramente a mim. Que foi capaz de trair a própria raça por mim, fora Zeref, e ele perdera tudo... Por minha causa. É tudo minha culpa... E isso é inegável!



Novamente aquele eco se fez presente.



Senti a rachadura descer pelas minhas costas e pela perna, unindo-se – finalmente – ao ferimento da coxa.



O gosto metálico do sangue apossou-se de meu paladar a dor se multiplicava a cada segundo.



– O que foi isso? – indagou-o. Sua voz denunciava que ele temia o pior.



Soltei um som, um som estranho esganiçado que deveria ser uma risada.



– Isso? – murmurei sorrindo enquanto o sangue escapava por entre meus lábios. – Talvez uma prova de tudo o que eu havia dito...



Aos pouco a dor se tornava cada vez mais proeminente. Eu era apenas uma falha nesse sistema chamado universo.



Uma falha que em breve será corrigida.



Seus olhos se arregalaram diante do terror que sentia.



Vi-o sacar a espada e investir contra mim.



Seria rápido e eficiente.



Poderia me dar uma chance de continuar a viver, mas...



– Sting... Diga-me... Eu mereço... Continuar... A viver?



xXx



Alguns minutos...



Em pouco mais de alguns minutos todo temor e dor desapareceriam.



Eu tinha duas escolhas.



Perecer pelas mãos de meu irmão, ou pelas mãos do tempo.



De qualquer forma, o fim chegaria a mim.



Diga-me, irmão, por que foi capaz de ir tão longe por mim?



Eu sei que o amor é um valoroso vínculo capaz de nos levar a fazer o impensado, ou o impossível. Mas, querido irmão, o amor nem sempre é a resposta para os atos, não é?



Eu sei que o que fez por mim foi realmente por amor, um amor puro e genuíno.



Mas creio que todas as minhas ações foram apenas formas egoístas de prolongar a miserável vida que eu semeava século após século.



No fim, eu, realmente, sou apenas uma reles vilã de uma historia fictícia qualquer...



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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem.

Ja estamos proximos o fim, só mais dois caps, e talvez eu faça um cap bonus o/

ja'ne, Ree ♥