Além Das Estrelas escrita por Lady


Capítulo 29
Capítulo 28 – Carma.


Notas iniciais do capítulo

yos. gomene pela demora... é que eu nao tava conseguindo fazer o proximo cap --'
tava mt tenso.... mas como minha outra fic ja ta bem adiantada, eu vo termina logo essa fic u.u
e ficar postando os caps de A New Someone a cada dois dias u.u
enfim
boa leitura



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Capitulo 28 – Carma.

“O ódio, tal como o amor, alimenta-se com as menores coisas, tudo lhe cai bem. Assim como a pessoa amada não pode fazer nenhum mal, a pessoa odiada não pode fazer nenhum bem.”

- Oni-chan! – gritei correndo em direção a meu irmão. Ele acenou para mim e logo sorriu. Ao seu lado encontrava-se nossa irmãzinha, Lillith. – One-chan o mestre esta te chamando. – informei logo após me encontrar junto a eles.

- Melhor você ir logo one-chan – disse Angello sorrindo para Lii-nee-chan.

- Tudo bem... – murmurou-a. Abracei-a antes de a mesma partir.

Ela se afastou de nós mantendo a cabeça baixa, era notáveis diversos olhares tortos em sua direção já que ela era um demônio.

- Oni-chan, por que todos olham feio para a Li-chan? – indaguei logo após segurar a mão do meu irmão.

Ele apenas olhou tristemente para o chão. Mas não respondeu-me.

O silencio reinava entre nós.

- Oni-chan... – murmurei parando de andar, e fazendo-o para comigo. – Eu ouvi o mestre-san falando que daqui há alguns dias eu vou ter que ir embora... – e assim eu já podia sentir meus olhos marejarem. – Eu não quero ficar longe do nii-chan.

- Hey, não se preocupe ok – disse-o abaixando-se a minha frente. – Eu vou estar sempre com você aqui – e assim ele apontou para meu coração.

- Mas eu quero ficar com o oni-chan – murmurei chorando.

- Não chore pequena. – pediu-o segurando minhas mãos. – Vamos nos ver novamente, vou fazer o possível para ficarmos juntos em breve, sim? – e assim ele sorriu para mim.

- O-Ok... – gaguejei para logo o abraçar. – Te amo oni-chan.

- Também te amo minha pequena...

...

Devagar abri os olhos. Estava escuro, mas ainda sim eu podia ouvir certa movimentação no cômodo ao lado do qual eu me encontrava.

Ergui-me com dificuldade, já notando estar sobre uma cama.

Passei o olhar pelo quarto e assim constatei que este possuía – alem da cama em que eu me encontrava – um criado mudo e um guarda roupa com um espelho.

Pus-me de pé com dificuldade, já sentindo pontadas incomodas em minha perna esquerda e no ombro direito.

- E quando pensamos que não podia piorar... – murmurei, logo sentindo a dor nas costelas aumentar.

Suspirei voltando-me para a cama e deitando com cuidado.

Já não mais podia-se ouvir movimentação alguma no outro cômodo. Agora havia apenas o silencio, este sendo cortado pelo som da minha própria respiração, ou então por meus próprios pensamentos.

Pensamentos os quais eu não queria ter... lembranças de muito tempo atrás... de quando eu era criança – oh, e isso foi a muito tempo mesmo.

Suspirei, apoiando a cabeça sobre o travesseiro. Eu podia sentir a queimação provindo das marcas dos dragões em meu pescoço.

Eles estavam preocupados... eu sentia... mas estavam com medo também, assustados... será que algo havia acontecido a eles?

Mordi o lábio com força.

Será que Angello havia os pego?

Fechei os olhos buscando afastar tais pensamentos.

Angello... ainda me dói pensar que meu irmão... meu amado irmão tornou-se aquilo... aquele monstro sedento por poder...

Primeiro Zeref... mas consegui inverter a situação dele... depois Acnologia... este não possuiu salvação até ser selado... e agora... Angello.

Meu irmão... por que?

Você prometeu... disse que me amava... que ficaríamos juntos... que seriamos uma família...

Encolhi-me sobre a cama sentindo o peso de todas as minhas escolhas...

Durante todos esses anos... todas essas escolhas... tantos erros... tantas promessas quebradas...

Eu tenho Sting e Rogue. Weisslogia e Skyadrum. Tenho a Fairy Tail e Sabertooth ao meu lado. Tenho Zeref e – possivelmente – Acnologia...

Mas tudo ainda me machuca... saber que fui traída tantas vezes... Por Lillith... por Angello.. e – até mesmo – pelo Weisslogia...

Meu próprio mestre tentou me matar quando eu era criança... tudo por causa de um poder que eu nunca quis ter.

Solucei baixo sentindo lágrimas escorrerem por minha face. Eu posso sorrir sempre que necessário. Posso ser forte por todos. Posso lutar inúmeras batalhas.

Mas no fim eu continuarei sendo fraca. No fim, eu serei apenas aquela que será machucada e traída.

Encolhendo-me sobre o leito macio, permite-me chorar mais e mais.

Permiti-me chorar até não haver mais lágrimas.

Eu sei que tenho Rogue e Skyadrum ao meu lado. Mas eu não suportaria depositar tudo isso sobre eles. Eles não merecem.

Ninguém merece.

...

Os dias haviam passado tão rápido quanto minha estadia de mil anos na Arena.

Era manha do dia quinze de agosto. Eu me dirigia a Fairy Tail junto a Kagura e Yukino.

O dia estava quente. Mais que o normal, devo dizer. E eu já estava cansada disso tudo.

Suspirei logo abrindo as portas da guilda... e me deparando com toda aquela bagunça.

Mesas voavam. Cadeiras voavam. Espadas voavam. Magias iam a diversas direções. Pelos céus juro que vi alguém sendo jogado também.

Por mais incrível que possa parecer eu vi a elite da Saber no meio de toda aquela briga. Havia alguns membros da Lamia também, e de outras guildas...

Suspirei. Vai ser difícil...

Foi então que vi o homem baixinho – não sendo mais baixinho – transformar-se em um gigante e mandar todos se calarem. E eles o atenderam rapidamente.

- Velhote – acenei para ele da entrada.

Assim que o restante dos membros da Fairy deram conta da minha presença ele voaram em minha direção – literalmente.

Senti-me ser sufocada por abraços e perguntas, que eu não tinha tempo de responder.

- Dêem espaço para ela! – ordenaram Kagura e Erza ao mesmo tempo.

Sinceramente, são gêmeas separadas pelas guildas...

Suspirei novamente e fiz meu caminho até Makarov.

- Olha nós precisamos conversar velho – informei. Ele pareceu franzir o cenho não entendendo realmente o que eu estava falando. – Idiota... – murmurei deixando muitos indignados pela forma como eu estava tratando o mestre. – Código 6617xa2G – disse logo vendo-o arregalar os olhos. – Regra 12.357 parágrafo dois – falei por fim colocando a mão na cintura.

- Como assim Guerra!? – gritou-o.

- Ótimo fala mais alto, acho que o restante do país não ouviu! – berrei erguendo os braços.

Francamente... esses dias foram muito estressantes.

- É ele quer guerra... e guerra terá. Foi por isso que juntei alguns membros de outras guildas aqui – conclui.

- Você não pode fazer isso! – disse-o. – Esta ficando louca querendo envolver-nos na sua luta?

- Primeiro: eu não envolvi ninguém. Ele esta caçando todos que tiveram contato comigo. – disse. – Segundo: no momento em que ele me pegar, não dou dois segundos para ele transformar esse fim de mundo em pó. E Terceiro: eu já estou de saco cheio de tudo isso, e, acredite, estou a um passo de dar a Una Magic de graça para o Angello!

E então o silencio se instalou.

Encarávamo-nos com ódio. No fim eu nunca gostei dele. Quero dizer... da forma angelical dele.

Vi-o pôr-se de pé.

- Hey, velhote o que esta acontecendo aqui? – foi à voz de Natsu.

Não houve resposta.

- Você vai resolver isso! – mandou-o.

- Não pense que manda em mim – rebati. Encaravam-nos com um ódio tremendo.

Vi-o apertas fortemente aquele bastão que se usa para apoio, ao ponto de quebrá-lo.

E então ele fez algo que eu já achava que faria.

Em seu lugar a minha frente um grande circulo mágico se abriu abaixo do homem. Primeiramente um brilho lhe envolveu. Mas logo uma figura familiar se fez presente.

Ele possuía cabelos dourados, estes presos em um rabo de cavalo baixo. Trajava uma armadura platinada com detalhes de ouro. Sobre os ombros havia uma capa albina e abaixo desta um par de asas se iniciavam. Estas alongavam-se por pelo menos dois metros cada uma. Por fim o mesmo segurava uma espada de lâmina dourada.

Ele era Miguel, um dos arcanjos mais poderosos com quem lutei.

Sorri torto.

- Depois eu que sou a idiota. – murmurei. Francamente pensei que a lei impedisse que assumíssemos nossa forma original diante de ‘humanos’. – Quer lutar? Ótimo.

Retirei minha capa jogando-a para longe. Eu trajava uma armadura diferente da que havia usado na luta contra Ikaruga.

Era a armadura da Deusa da Terra. Esta era constituída por um corpete verde escuro com ombreiras metálicas que uniam-se nas costas e desciam pelos braços formando luvas blindadas. A parte inferior era um short extremamente curto e possuía uma meia saia que cobria apenas minha perna direita escondendo a marca da flecha que me atingira dias atrás. Nos pés havia apenas sapatos de couro marrons. Por fim meu cabelo estava preso num rabo de cavalo alto.

- Yami no Hansha (Reflexo das Trevas) – murmurei e logo senti o cabo da arma formar-se em minha mão. Por fim formou-se a lamina vermelha com detalhes negros.

Houve exclamações vindas de muitos magos ali presentes.

- Como nos velhos tempos – murmurei, e logo o vi partir para cima de mim.

Desviei de cortes nas laterais e logo ouve o encontro entre as laminas. De forma inesperada segure-o pelo pulso e o arremessei para a entrada da guilda.

Notei suas asas se abrirem grandiosamente assim fazendo-o cair levemente de pé.

- Ficando velha? – indagou-me presunçoso. Sua voz ecoava de forma angelical fazendo com que diversos magos arregalassem os olhos descrentes sobre aquele ser seu mestre.

- Faça-me o favor, você tem mais de oitenta anos – resmunguei. Sentindo que seu poder mágico quadruplicava... senão estivesse ainda maior.

- É verdade... – murmurou. – Mas você tem mil e dezessete – riu-o.

Ele sabia onde eu estava esse tempo todo e não me ajudou?

Ok, agora eu me irritei.

Há essa hora os magos já haviam afastado-se de nós para não interferir na luta. Ou para não saírem feridos.

Rapidamente desviei de sua espada que fora lançada contra mim, apensar de que no percurso pude sentir uma pontada em meu ombro e perna.

Droga, não tive tempo de tratá-los ainda.

- Perdendo a pratica? – indagou-o. – Ora, ao menos lute como uma verdadeira Guardiã.

Caramba, ele esta conseguindo me tirar do serio.

Eu respeito bastante o mestre Makarov, mas esse Arcanjo esta conseguindo o impossível.

- Quer que eu lute de verdade? Ótimo, não me responsabilizo por perdas – afirmei. – Shugo Sutairu: Tenshi (Estilo do Guardião: Anjo)

Senti a magia envolver-me e logo desaparecer.

Ao longe pude ver a figura do homem arregalar os olhos diante do que via, assim como muitos ao meu redor.

Naquela forma eu trajava nada mais que um vestido branco chiffon tomara que caia com um espartilho metálico. A cauda do vestido arrastava um pouco no chão enquanto à frente minhas pernas ficavam a mostra... claro que deixando o ferimento em minha perna visível também. Assim como o machucado no ombro que – devo acrescentar – não estava nada bonito. Só espero que não estejando vendo aquilo.

Em minha mão esquerda eu segurava uma lança de lamina negra com detalhes dourados. Sob minha cabeça um diadema de espinhos com rubis e esmeraldas fazia-se presente. Minhas mãos estavam nuas e eu estava descalça.

Em questão de segundos vi-me frente a ele. Seus olhos se arregalaram em surpresa e este quase não teve tempo de defender-se do ataque de minha lança.

As laminas tilintaram as diversas vezes que se encontraram.

Eu podia vê-lo ofegante após dez minutos de luta incessante.

Mas eu não estava cansada. Na verdade tudo o que me atrapalhava naquela batalha era os ferimentos que haviam sido feitos pelas flechas.

Encaramo-nos por alguns segundos e logo ele voltou a investir contra mim. Mas antes que as laminas se encontrassem mais uma vez, pude ouvir o zunido de uma flecha vindo em nossa direção... ou melhor, na direção dele.

Girei sobre os calcanhares sem pensar duas vezes entrei frente a ele sentindo sua espada rasgar a carne de meu ombro esquerdo, tudo isso apenas para defendê-lo da flecha que – provavelmente – o mataria.

Novamente o arqueiro aparece. Mas desta vez não terá a mesma sorte de escapatória.

xXx

Traição...

É algo tão simples... e ao mesmo tempo tão complicado. Os motivos que nos levam a traição são sempre tentadores demais...

Eu devia ter aprendido que não posso me envolver com ninguém. Weisslogia me ensinou isso da pior maneira.

Weisslogia, Zeref, Acnologia... Angello...

Eles me traíram... foi a há muito tempo. Mas ainda sim o fizeram.

E o fizeram pelo mesmo motivo idiota que Angello.

Meu amado irmão me deu as costas por inveja, por raiva, por fraqueza, por render-se a tentação... por que quer se tornar o mais forte.

Talvez essa seja meu carma.

Ser traída. Essa era a dura verdade que martelava meus pensamentos dia após dia naquela época.

Talvez eu estivesse sendo hipócrita ao dizer que sempre seria traída.

Mas naquele tempo parecia ser uma verdade irrelevante... ainda mais diante de tudo o que fora ouvido.

Aqueles fatos incontestáveis podiam fazer facilmente com que todos se voltassem contra mim.

E talvez seja por isso que eu menti para eles.

‘Estamos marchando para uma guerra onde não se sabem os resultados.’ Fora isso que havia dito a eles com esperança de que ficássemos unidos.

Mas a verdade é que... eu sabia o final de tudo aquilo.

E - acredito eu - que todos eles ainda me odeiam até hoje.


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Notas finais do capítulo

pf comentem Ç_Ç
bjoss