Além Das Estrelas escrita por Lady


Capítulo 30
Capítulo 29 – Prisão sem grades.


Notas iniciais do capítulo

yosh o/
estamos chegando ao final... e eu ja escrevi o epilogo... esta bem... uou o-o
tentarei terminar essa fic o mais rapido possivel ;)
boa leitura



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Capitulo 29 – Prisão sem grades.

“Prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua. Existem homens presos nas ruas e livres na prisão. É uma questão de consciência.” – Mahatma Grandhi.

- O que você...? – interrompi-o.

- Cale-se! – mandei mudando minha lança para um arco.

Ergui o arco apontando uma flecha em direção a onde eu sabia que o inimigo estava. Qualquer um podia ver minhas mãos tremerem enquanto eu tentava o meu máximo para mirar.

Respirei fundo, mas antes que eu pudesse disparar alguma flecha um rastro brilhante rasgou o céu em direção a onde o inimigo estava.

Baixei meu arco e busquei a origem daquilo.

- Abaixa! – mandou o arcanjo atrás de mim, mas antes que eu pudesse fazer qualquer movimento Gray e Lyon já estavam a minha frente bloqueando mais duas flechas.

- O que... – comecei virando-me para encarar o, agora, velho. Sim ele havia voltado a ser o baixinho velho mestre das fadas. Foi então que o vi...

Cabelos loiros, longos, com mexas esverdeadas. Seus olhos eram verdes esmeralda e ele mantinha a face seria enquanto empunha seu arco com maestria e precisão. Em sua testa – passando pela lateral dos olhos e por baixo dos mesmos – uma tatuagem verde intensa deixava-se transparecer.

Vestia roupas incomuns – e com certeza quentes – estas eram como trajes reais... indescritíveis... e o poder que o rodeava... era surpreendente... encantador... hipnotizante.

E então ele disparou as flechas que empunhava. Mas tudo o que eu via naquele momento era ele.

Quando nossos olhares se encontraram foi como se... o mundo houvesse parado... para mim só existia ele... e para ele – talvez – existisse apenas a mim.

Senti o vento balançar meus cabelos, assim como os seus e a capa que o mesmo mantinha sobre os ombros.

Vozes começaram a ecoar... mas estavam tão distantes. E pareciam me chamar...

Nossos olhares ainda se mantinham fixos quando eu o vi abrir suas longas asas. Eram brancas como neve e pareciam armadas com uma armadura élfica antiga.

Então ele era mesmo um elfo...

Arregalei os olhos. Ele havia viajado tanto... então por que estaria aqui...?

Pisquei... e nesses breves segundo sua expressão mudou para medo. Quando pisquei novamente vi-o bater asas e vir rapidamente em minha direção.

E então eu ouvi uma voz atrás de mim, na verdade fora um grito. Não tive tempo de me virar ou reagir e quando dei por mim uma dor lancinante espalhava-se por meu corpo.

Quando abaixei a cabeça foi apenas para ver a lamina de uma espada refletir o brilho do sol.

Um grito ecoou. E outro e mais outro.

Ouvi soluços e varias vozes indistinguíveis.

Em meu reflexo na lamina da arma, vi lágrimas negras escorrer por minha face. Tão negras quanto às sombras que cercavam meu Rogue.

- Morra! – ouvi-o sussurrar em meu ouvido.

Logo senti a lamina ser puxada e meu corpo pendeu. Em segundos meus joelhos tocaram o chão e pude sentir braços envolver-me protetoramente.

Eu poderia dizer que a dor se espalhava rapidamente... mas era mentira... ela escorria lentamente para cada célula e músculo. Rasgava-me de dentro para fora... mas eu tinha de suportar.

- L-Lucy... – ouvi a voz de Natsu ao longe. Mas não me movi.

O que havia acontecido?

- Ainda está viva? – soou uma voz feminina distante. – Tsc. Vaso ruim custa mesmo a quebrar... – comentou-a para si.

Entreabri os lábios buscando ar. Em meu peito senti o coração bater descompassado... fraco. E aquele que me abraçava apenas me pressionava mais contra si.

Fechei os olhos com força ignorando a dor.

Devagar afastei-me de quem quer que me abraçava e pus-se de pé. Nossos olhares se cruzaram por breves segundos. Ele estava comigo. Mas, quem quer que fosse, me passava força e coragem... coragem para fazer o impensado.

Firmei-me de pé encarando os inimigos alguns metros distantes.

Era certo que estávamos frente a guilda... na cidade. Mas... o lugar estava completamente destruído... como se houvesse tido uma guerra ali. Havia muitos feridos e tudo isso fora feito apenas por....

Eram duas arqueiras, uma maga e uma espadachim.

 Trinquei o maxilar sentindo a dor crescer mais e mais.

Todos haviam caído. Todos estavam feridos... e eu não era exceção, e meu ferimento não era nada simples. Mas eu não desistiria. Faria o impossível... por meus amigos machucados... por meus dragões... e por ele.

Engoli em seco logo fechando os olhos.

- Caelum... – murmurei. – Tende piedade de mim... – sussurrei mais baixo que o normal.

Senti alguém apertando minha mão esquerda. E eu não precisava de palavras para saber que aquilo era para me dar força... me dizer que estaria ao meu lado.

- Tende piedade das almas sofredoras – murmurei novamente. – Derrama sobre mim teu poder, e faz-me merecedora de tua dádiva...

E assim deixei-me ser arrastada para minha inconsciência, dando de bom grado meu corpo para o monstro que agora via-se longe de sua cela.

Agora era eu quem estava em uma prisão sem grades.

...

Abri os olhos devagar quando senti a brisa bater contra meu rosto.

Logo me vi deslumbrada diante do magnífico por do sol que via.

- Quero me desculpar... – ouvi a voz de Zeref próxima a mim.

Voltei-me para de onde a voz proveio e logo o vi sentado sobre a areia fofa da praia.

- Pelo que? – indaguei, apesar de saber do que se tratava. Eu sabia que ele ficaria ressentido devido ao nosso ultimo encontro.

Ele suspirou e abaixou a cabeça. Só então notei que ele vestia apenas uma calça.

Suspirei para logo sentar-me ao lado dele.

- Você sabe que não precisa disso, né? – informei-o.

Ele pareceu assentir.

- L-Lucy... você... se lembra de tudo? – indagou-me. – Quero dizer... do dia em que você “morreu”.

Inclinei um pouco a cabeça ainda mantendo os olhos no horizonte.

- Não... – menti. Eu me lembrava de cada palavra e ação daquele dia.

Lembrava, inclusive, que Zeref dissera que precisava de mim...

Mas eu já sabia disso. Desde muito tempo eu sabia. Ele apenas nunca tinha me dito. Mais em toda vida... quando eu estava prestes a morrer... ele sempre estava comigo... e em meu ultimo minuto eu sempre via a dor em seus olhos.

E sempre quando nos encontrávamos novamente... eu via o brilho em seu olhar... a felicidade... a expectativa...

- Havia algo que eu devesse me lembrar? – indaguei-o voltando-me para olhá-lo nos olhos.

E então vi-o corar.

- N-Não... – gaguejou.

Ri baixinho logo voltando-me para frente.

O sol já havia se posto e estava na hora de eu ir embora.

- Eu preciso ir... – pus-me de pé. – Vá para a Fairy Tail, Zeref.

- Por quê? – indagou-me.

- Apenas vá... leve Acnologia – desviei o olhar para o céu. – Quando você chegar lá irá tomar meu lugar, a guerra esta para se iniciar e eu estou fraca demais. – suspirei. – Não sei quanto tempo mais agüentarei. Você deve ajudar os magos que estão lá... eles precisão de auxílio para lutar contra os guerreiros de meu irmão.

Ele suspirou.

- Eu irei... – murmurou. – Mas...apenas por que foi você quem pediu Lu.

- Obrigado... – sussurrei para logo ver tudo aquilo desaparecer.

Aos poucos senti-me ser arrastada novamente para a consciência. Mas tudo o que eu vislumbrava era um corredor vazio onde, ao longe, se via barras de metal. E uma porta aberta.

Corri para ver o que havia ali. E quando alcancei o cômodo... bom, só posso dizer que o que eu estava vendo não era nada agradável.

Engoli em seco colocando a mão sobre o trinco da porta – este que se encontrava sujo de um liquido scarlet que deduzo ser sangue – e logo fechei a porta.

Suspirei baixando o olhar.

Passei alguns minutos encarando o chão e vendo aquele liquido carmim escorrer por debaixo da porta em minha direção.

Mordi o lábio sentindo lagrimas escorrer por minha face.

Logo veio um soluço, seguido de outro e mais outro.

Em seguida deixei-me cair de joelhos.

Passei alguns minutos daquela forma, apenas chorando por tudo que aconteceu... por tudo o que vem acontecendo... por tudo o que acontecerá.

E quando eu já me via cansada de tudo aquilo... quando eu já queria dar um basta naquilo tudo... uma pontada agonizante em meu braço fez-me curvar-se grunhindo de dor.

E então veio outra pontada... e mas outra. Cada uma em pontos diferentes.

Cada uma mais agonizante que a outra.

E então veio aquela dor dilacerante em meu peito.

Logo um choro chegou aos meus ouvidos.

Agonizado... triste... dolorido...

E eu o reconhecia.

Lentamente ergui o olhar isso apenas para ver a mim mesma encolhida no canto de uma cela semi-iluminada.

Agarrada aos próprios joelhos, eu chorava.

Cortes estavam espalhados por todo o meu corpo. Alguns estavam escondidos pela roupa que ela/eu usava.

E eu não precisava me perguntar o que havia acontecido. Pois eu sabia... por que eu havia passado por aquilo.

Isso tudo era apenas um vislumbre de uma lembrança.

Lembrança a qual eu faria qualquer coisa para esquecer...

xXx

Sabe...

Eu queria recompensar a todos que ficaram ao meu lado.

Mas já é tarde demais para que qualquer coisa possa ser feita.

Por mim... por eles.

Já é tarde demais... para me arrepender.

Pois eu sei que... o mundo está melhor sem ter alguém como eu.


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Notas finais do capítulo

non eskeçam de comentar pf
bjoss