Capitulo 11 – A verdadeira face

“Nem sempre quem diz a verdade está sendo realmente verdadeiro.”

A batalha havia começado.

Gray atacava enquanto o loiro apenas desviava-se e murmurava algo. Isto se seguiu por pelo comenos dois ou três ataques, até que houve uma investida.

Arregalei os olhos quando vi trovões negros atingirem o chão formando diversas estalagmites de gelo. E fiquei ainda mais surpresa quando o escudo de gelo de Gray desapareceu com apenas um movimento de Rufus e o moreno foi levado por mini tornados.

A situação esta complicada...

Abri um curto sorriso.

O que fará agora Gray?

Vi-o ser jogado para trás, mas ainda conseguiu cair de pé e com um movimento tirou a camisa.

- Sem roupas!! – gritou o locutor. Esse homem não sabe parar de gritar não?

- Desde que obtive a marca da Fairy Tail cravada em mim, eu jamais perdi duas vezes para o mesmo adversário! – afirmou o mago de gelo.

Sorri. Ele havia descoberto a fraqueza do Memory Make...

Então ele juntou as mãos...

- Memorize – disse o loiro. Ele não conseguirá...

Com um movimento diversas espadas surgiram e muitas outras foram se formando. Havia espadas e machados de todos os tamanhos e formas. Todos unidos há uma liga de gelo formando uma dança de cristais mortais.

Gray atacou e o loiro revidou com fogo... mal sabe ele que o mago de gelo da Fairy Tail esta mais que acostumado a confrontar fogo.

Desviei o olhar da lacrima assim que ouvi o sim de uma explosão.

Vir-me-ei para Levy e vi que ela já tinha guardado o cristal.

- Precisamos ir – disse-a.

Neguei.

- Você tem que ir sozinha, preciso descobrir onde fica o portal – afirmei, ela apenas confirmou acreditando em minha doce mentira.

- Tome cuidado – pediu e logo foi embora desaparecendo no corredor.

Respirei fundo e abri um curto sorriso triste.

- Você não devia mentir para mim – murmurei caminhando pelo corredor na mesma direção em que ela seguira.

Eu já havia notado... na verdade notei hoje pela manha. Éramos iguais... nossas magias... nossa forma de pensar...

Levy e eu éramos iguais, isso é obvio. Mas nunca a tal ponto.

Essa ‘Levy’ era do futuro, isso eu tenho certeza... mas ela não é quem diz ser...

Parei e me aproximei de uma janela.

Será que Gray havia ganhado?

Abaixei o olhar apenas para ver duas figuras em pé sobre a grande muralha que cercava o castelo.

Um eu reconheci de primeira, mas a mulher que o acompanhava... cerrei o olhar.

Era alguém conhecido... ó sim, ela estava diferente e estava sorrindo para mim. Algo realmente confuso de se acontecer.

Ela sorrir depois do que cometeu. Mas... ela deveria estar nos jogos... então, como?

“Explicações depois” foi o que meu cavaleiro me disse de forma silenciosa.

Acenei e me virei voltando a seguir o rastro mágico deixado pela falsa Mcgarden.

Corri pelo corredor avistando de relance algumas lacrimas visuais.

- O que!?! – o grito chamou minha atenção e parei, escondendo-se por detrás de uma porta grande de madeira.

Espiei pela pequena abertura entre grades que havia e logo vi Erza e Kagura caída com Minerva em pé próxima a elas.

Abaixei-me de novo.

As coisas estavam ficando extremamente confusas já.

- Do nada virou uma luta tripla!! – firmou o locutor alto o suficiente para eu ouvir. – Uma luta entre as três mulheres mais fortes da competição!! Quem sobreviverá?

A Erza ira ganhar. Ela Tem que ganhar!

Vir-me-ei e voltei a correr.

Arregalei os olhos quando a vi ao longe. Parei de forma brusca e me escondi por detrás de uma coluna de pedra, certificando-me de manter o capuz sobre minha cabeça.

- Quem é você? – ouvi Natsu.

Foi então que um soluço ecoou. Ela estava chorando.

- Me emprestem... sua força... – disse-a entre soluços. Sua voz denunciava quem ela realmente era.

Prendi um rosnado em minha garganta.

Agora sim ela mostrava quem era de verdade. Fechei os olhos analisando a magia que emanava dela.

Havia um toque brilhoso assim como sombras pareciam vaguear ao redor daquela luz. Era quente e fria.

Abri os olhos fixando o olhar no chão.

- Essa voz... – Yukino.

- Você é... – Loki? Como ele foi parar ai? Droga... droga, droga, droga droga...!

Ela havia me enganado... essa pessoa...

Ela não foi inteligente ao me enganar...

- O que!? – ouvi o grito da minha própria voz. Da minha replica. Uma replica perfeita...

E poucos são os que conseguem fazer algo tão perfeito. Eu mesma estou entre esses poucos...

- Lucy?! – o grito de Natsu ecoou.

Sorri pequeno.

Apenas pessoas que pensam exatamente como eu para acreditar que meu plano daria certo. Apenas quem me conhece bem o bastante e tem confiança em mim sabe que eu farei de tudo para que o plano ocorra bem...

Apenas Eu para me entender.

Senti algo quente escorrer por meu rosto. A visão do futuro estava certa...

Essa não poderia ser Levy... por que... p-por que Levy morreria nos braços de Gajeel.

Sequei minhas lágrimas e corri, voltando pelo mesmo caminho ao qual vim.

Eu ainda podia sentir o liquido quente e cristalino escorrer por meu rosto enquanto corria, mas eu não podia parar agora... eu tinha de achar aquele portal. Eu tinha de impedir o fim...

Cruzei corredores diversos, atravessei milhões de portas, mas ainda não havia o encontrado.

Onde ele poderia estar? Onde?!

Continuei seguindo por um corredor qualquer até que ao longe avistei uma claridade. Corri mais e assim que a alcancei notei ser apenas uma saída qualquer.

Suspirei me virando, mas assim que o fiz uma claridade iluminou tudo. Vir-me-ei rapidamente logo me deparando com um pilar de luz não tão ao longe.

Trinquei o maxilar. A luta entre elas estava acirrada.

Mas ainda havia um problema.

Quem era Ela? Qual das duas seria a verdadeira? E por que estava acompanhada dele?

Olhei para cima logo avistando uma torre alta.

Se eu subisse até o topo seria capaz de ver a luta...

Respirei fundo e juntei a mãos em um circulo.

- Jüryoku no o Gyaku (Gravidade inversa) – murmurei e rapidamente me senti leve como uma pluma.

Aos poucos meus pés afastaram-se do chão e logo me vi flutuando para o topo da torre.

Assim que me encontrei sobre a torre mantive-me quieta flutuando enquanto observava a luta distante.

O lugar em que elas estavam estava completamente destruído. Kagura e Erza estavam com alguns arranhões, mas nada serio.

A batalha estava equilibrada.

Cerrei o olhar quando vi Minerva erguer a mão e logo uma espécie de bolha surgiu e lá dentro... lá estava aquela amiga da Erza que pertence a Mermaid Hell. Milliana.

- Isso é jogo sujo... – murmurei segurando-me para não intervir na luta.

Foi então que notei. Alguns metros afastados da maga da Sabertooth, uma figura encapuzada aproximava-se rapidamente. Se quer consegui acompanhá-la com o olhar. Mas se eu observasse mais atentamente. Essa era a garota que havia sorrido para mim.

Ela não devia intervir, mas... talvez seja melhor assim...

Em apenas um pulo vi-a jogar-se sobre a tigresa e, girando seu corpo no ar – claro que sem fazer seu capuz cair -, ela desferiu um chute na lateral do corpo da mulher da Saber fazendo-a ser jogada para longe.

Facilmente ela caiu de pé, e com mais facilidade ainda desfez a bolha que prendia a garota-gato da Mermaid. Assim a pegando nos braços.

Notei que Erza e Kagura arregalaram os olhos por alguns segundos e logo após a encapuzada partiu levando Milliana consigo.

- Me pergunto o que foi isso – ouvi uma voz próxima a mim.

- Tudo há seu tempo – murmurei ainda encarando o recomeçar da batalha. Apesar de tudo eu também queria respostar sobre o que acabara de acontecer.

Aparentemente era um dois contra um agora.

Minerva tocou no ponto errado ao tentar envolver Milliana.

Virei para encarar meu ‘acompanhante’.

- Você não deveria estar aqui Jellal – disse e ele assentiu.

- Mas eu devo ficar, não é mesmo? – indagou. Confirmei. – Me diga o futuro. – pediu.

Pude notar que aquilo não era exatamente o que ele queria saber.

- Levy me falou que vo... – cortei-o.

- Ela não é a Levy – informei virando-me para oeste. – Sou eu...

- C-Como assim? – indagou. Eu podia ver o medo em sua voz e em seus olhos.

- Exatamente o que entendeu. – disse centrando meu olhar na figura que me encarava ao longe.

Cabelos negros. Capa sobre os ombros. Cachecol envolvendo o pescoço e cobrindo a boca. Olhos vermelhos como sangue. Rogue...

- Ela é a Eu do futuro – comecei. Vir-me-ei para encará-lo. – E em breve... não haverá mais um futuro caso eu não consiga re-balancear esse jogo...

xXx

Havia começado.

E eu sabia que aquele dia marcava o inicio de uma nova era.

Ainda sim havia muitas controvérsias...

Mas não importava quem ganhasse os grandes jogos, não importava quem perdesse, ou quem se tornasse a numero um de Fiore.

Não importava também quem fosse, ou não, nosso aliado.

Ele chegaria até nós...

E ele destruiria tudo em seu caminho.