45 coisas que toda garota quer, mas não pede:

36. Quando as pessoas a ofenderem, brigue por ela

37. Olhe fundo nos olhos dela e diga que a ama

38. Deite-a em seu peito para que ela possa ouvir a batida do seu coração, acaricie seu cabelo, e beije-a na testa, e deixe-a apenas descansar os olhos enquanto você entrelaça os dedos dela

39. Ao caminhar ao lado dela, segure sua mão

40. Ligue ou mande mensagens de texto de noite, para lhe desejar bons sonhos

Ravena POV

- Ravena o que é isso! Abre essa porta, a gente precisa conversar! – Azar... Por favor... Por que ele não vai embora... – Ravena, por favor! – para mim chega. Peguei meu espelho negro e ainda com lágrimas no rosto o coloquei na minha frente. – RAVENA! – e fui sugada.

Cai na rocha como sempre. Estava tudo silencioso, mais do que o normal. Andei enquanto as lágrimas secavam em meu rosto. Minhas emoções estavam perto de uma grande pedra, todas elas choravam, menos Amor. Ela estava encostada na pedra com um olhar distante.

Fui até ela, que me abraçou.

- É culpa minha. – Amor disse. – Eu convenci você a isso.

- Não se culpe. – respondi. – Não é culpa de ninguém. Só... Cometi o mesmo erro uma segunda vez.

- Pensei que ele fosse diferente... – sussurrou Tímida.

- Talvez ele mesmo tenha se enganado... – disse Conhecimento.

- Não consigo acreditar que ele mentiu esse tempo todo... – lamentou Valente.

- Porque eu não menti. – disse uma voz. Ah não... Levantei o olhar e Gar estava ali parado me encarando.

Mutano POV

Depois que coloquei o espelho no meu rosto, fui sugado para aquela dimensão muito estranha que era a mente de Ravena. Quando caí em uma daquelas rochas flutuantes conseguia ver Rae mais a frente andando.

Segui ela de longe me escondendo atrás de pedras em forma de rato. Ela foi até onde estavam suas emoções. Nossa! Eram mais do que eu pensava... Parecia que eram clones... Sério, era assustador. Elas começaram a conversar e lamentar sobre o quão canalha eu era... Sinceramente, estou de saco cheio disso.

- Não consigo acreditar que ele mentiu esse tempo todo... – disse uma Ravena de verde. Corri até lá e voltei à forma humana.

- Porque eu não menti. – disse firmemente.

Ok, aquilo parecia um pesadelo. Eram o que... Sete Ravenas furiosas fora a original? Eu vou morrer. Elas me encaravam como se pudessem me esquartejar e juntar e colar os pedaços só pra poderem esquartejar outra vez.

- O que você quer? – disse entredentes uma Ravena de Marrom. Ela dava medo...

- Será que eu posso falar com você? – disse olhando para a Ravena original.

- Fique a vontade. – ela cruzou os braços e todas as outras fizeram o mesmo.

- A sós? – pedi. Todas as Ravenas se entreolharam e foram saindo aos poucos, só sobrou uma, com uma capa com um tom de vermelho diferente. Ela me fuzilou com o olhar, mas Ravena assentiu pra ela e ela saiu. Me aproximei de Rae. – Vai me deixar falar dessa vez? – ela se encostou na pedra atrás dela ainda com os braços cruzados.

- Estou ouvindo.

- Olha, eu sei o que você pensa que viu, mas não foi nada disso!

- Ah, então eu não vi você e Terra se beijando?

- Sim, quer dizer, não! Foi ela quem me beijou!

- E importa quem começa o beijo?

- É que... Argh! Ok, olha, ela me beijou de surpresa, eu não esperava por isso! Eu tentei me afastar, mas ela não deixou!

- Como se ela fosse mais forte do que você.

- Eu não queria machuca-la nem magoá-la! Já conversei com ela, ela sabe de nós, ela praticamente brigou comigo por eu não ter vindo falar logo com você!

- Não é essa a questão. A questão é que isso serviu muito bem para provar o que eu já tinha em mente. Você ainda gosta da Terra. E sinceramente eu não quero ser...

- Espera. – interrompi. – Você acha que eu ainda gosto dela? – olhei para ela incrédulo. – Ravena, você percebe o absurdo que está dizendo? Se eu realmente gostasse de Terra por que eu sequer estaria com você? Distração você disse, mas eu nunca faria isso! Será que tudo que eu disse pra você não tem mais valor nenhum?

- Palavras são apenas palavras no fim...

- Então foi isso que significou pra você? Só mais uma coisa vazia na sua vida? Só me diz, se eu realmente menti, você não saberia? Você não é a toda poderosa empata?

- Existem muitas maneiras de me enganar. Já fizeram isso antes. – ela me olhou e seus olhos estavam cheios de lágrimas de novo. Então a ficha caiu. Sou um retardado por não ter percebido antes. Malchior. Ela sofreu demais e aparentemente as lembranças do sofrimento ainda estavam ali.

- Eu fiz uma promessa não fiz? Acha mesmo que eu mentiria pra você? A troco de quê?

- Eu não sei está bem?! Eu não sei... – ela abaixou a cabeça e tentou ir embora. – Me deixe em paz. – segurei seu braço.

- Ah, não deixo não. – puxei ela de volta a colocando na minha frente e puxei seu capuz pra trás. – Não antes disso. – prensei ela contra a rocha, me inclinei e a beijei.

Não foi tão simples já que ela estava me batendo. Isso me fazia ter um d’javu. Ela estava me rejeitando como nos velhos tempos, a empurrei mais contra a pedra e pressionei meus lábios contra os dela, que gemeu com raiva. Continuou assim até que ela amoleceu um pouco, me permitindo aprofundar o beijo. Logo, ela meio que desistiu de resistir e passou as mãos para minha nuca. Segurei sua cintura e realmente aprofundei o beijo. Cara, fazia um bom tempo que não nos beijávamos desse jeito... Quase tinha me esquecido qual era a sensação. Quase.

Depois de um tempo me separei devagar dela, mantendo nossos rostos próximos. Assim como eu ela estava um pouco ofegante.

- E isso? Foi uma mentira também? – perguntei e ela baixou o olhar. – Quer, por favor, acreditar em mim! Terra me beijou de surpresa, eu não quero nada com ela!

- Mas antes...

- Antes eu sempre tive uma queda por você. – ela arqueou a sobrancelha. – Terra é só uma grande amiga. Só. – ela me encarou uns minutos, mas me abraçou.

- Desculpa...

- Tudo bem. – disse retribuindo o abraço. – Acho que eu também te levei a pensar nisso. – então senti muitos braços me envolvendo, e quando vi, as emoções de Rae estavam me abraçando também. – Nunca achei que teria que lidar desse jeito com suas emoções. – comentei rindo.

- Pois se acostume. É um pacote completo. – ela disse olhando para meu rosto.

- É, mas só uma vai poder usar isso. – disse tirando o colar do meu bolso. Todas as emoções de Rae me soltaram e logo sumiram. Coloquei o colar no pescoço de Ravena e ela me abraçou outra vez.

- Não acho que eu vá conseguir encarar Terra. Além de... Ainda estar um pouco... Insegura. – Ravena insegura. Isso parecia uma piada minha.

- Ok, você tá roubando minha posição nesse relacionamento e eu não tô gostando disso. – falei. – Então vamos lá. Eu com você, porque você é a mais linda pra mim (N/A: estou vomitando unicórnios aqui.) – disse beijei sua testa. – Porque eu adoro você. – beijei seu nariz. – Você é perfeita pra mim. – beijei sua orelha. – E (N/A: agora é um arco-íris.) eu sou completamente apaixonado por você. – e dei um selinho nela.

- Onde você achou isso? – ela perguntou.

- O que? Não posso mais bolar minhas próprias declarações? – ela me encarou. – Tudo bem, eu vi isso em algum lugar... – ela riu de mim. – Vamos?

~*~

Quando abrimos a porta do quarto nos deparamos com ninguém menos que Terra tendo um ataque nervoso e os outros.

- Ravena! Olha não foi culpa dele eu que o beijei! Por favor, não... – ela soltou assim que passamos pela porta.

- Tudo bem Terra. – Rae disse. – Ele já explicou tudo.

- Mesmo? Não estraguei tudo de novo? – ela disse com uma carinha chorosa.

- Não, está tudo ok. – Terra suspirou aliviada.

E então tudo ficou lindo e maravilhoso e vivemos saltitantes, serelepes e felizes?

Quem dera.

Se as coisas estavam estranhas comigo e Ravena antes, agora estavam estranhas comigo e Terra. Ela me evitava, especialmente se eu estivesse com Rae do lado, e isso estava me dando nos nervos! Era pra estar tudo tranquilo caramba!

Por que me importar? Pra começar eu a tinha magoado, e eu ainda a queria como amiga. Embora ainda estivesse confuso quanto aos meus sentimentos. Mas, dessa vez contando tudo para Ravena. Ela era especialista nesse tipo de coisa e queria me ajudar.

- Acho que tive uma ideia para solucionar seu problema. – ela disse quando estávamos na mesa.

- Sério?

- Sim. Bem, como eu resolvo meus problemas desse tipo?

- Conversando com suas emoções. – disse ainda não entendendo aonde ela queria chegar.

- Então... O que acharia de conversar com as suas?