Ruas do Silêncio escrita por AlexandreAlvarenga


Capítulo 2
Lucas.




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Eu só queria que a minha vida, não fosse assim, fingir que tudo estava bem comigo quando nada estava. Meu pai é um Cardiologista renomado e minha mãe uma Professora extremamente habilitada, minha vida parece ser de luxo não é? Mas na verdade é um inferno, meus pais não me amam, na verdade eles me odeiam, desde o dia em que houve um incêndio na minha casa, eu estava em casa sozinha com meu irmão de três anos, Michael, a energia havia acabado e eu havia acendido algumas velas para iluminar o quarto do meu irmão e o meu quarto, eu havia deixado meu irmão dormindo enquanto eu fui me deitar um pouco, depois de algum tempo eu senti o cheiro da fumaça e vi o fogo que já estava quase dominando metade da casa, eu corri pro quarto do meu irmão mas quando eu cheguei era tarde demais, ele já havia morrido queimado. Quando meus pais chegaram em casa eu não consegui explicar, meus olhos estavam lacrimejando e a única que eu consegui dizer foi desculpa, mas ao terminar de falar recebi uma bofetada da minha mãe.

Desde aquele dia nunca recebi o perdão deles, eu sabia que eu deveria ter cuidado melhor do meu irmãozinho, mas eu não consegui, todos os anos no dia de 10 de abril eles vão ao cemitério da cidade visitá-lo, mas eles nunca deixaram que eu fosse junto, muitas vezes eu pedi mas eles nunca permitiram, mas mesmo assim eu arranjo um jeito de ir, eu não levo flores pois eles descobririam que eu estava visitando o túmulo, mas eu levo o meu coração, sento no chão em frente a lápide e converso com ele, pode parecer estranho mas eu sei que ele me perdoou. Meus pais ainda cuidam de mim porque na verdade eles são obrigados pela lei mas eu tenho certeza que quando nada mais os prender eu vou ser mandado para fora de casa.

Agora que vocês sabem da minha vida vocês vão entender a minha história, eu morei em Belo Mar toda a minha vida, sempre estudei na mesma escola, e como a cidade e pequena a notícia do incendiário mirim, ou assassino das chamas como você preferir se espalhou bem rápido, e não são só meus pais que não gostam de mim, a cidade me odeia também, matar o irmão por irresponsabilidade não aumentou minha popularidade na escola nem na cidade, na escola eu sempre fui o garoto da frente , das notas boas mas nunca querido pelos professores exceto a Sra. Phillsburg , ela não via em mim um assassino e sim o garoto que havia feito parte de um acidente, ela era um boa amiga já que eu não tinha nenhum, eu sempre andei sozinho na escola e sempre fiquei só na cidade, quando eu não tinha para onde ir eu fugia para o meu lugar secreto, um pedaço de terra que ficava abandonado, perto da saída da cidade, quando eu havia chegado lá pela primeira vez foi uma semana depois do incêndio quando as pessoas não paravam de me olhar e dizer coisas , lá era o único lugar em que ninguém me interromperia, o lugar era cheio de mato mas quando eu comecei a cuidar depois de um tempo ele se revelou um belo lugar para se sentar e chorar as mágoas.

Mas a minha história mesmo começou no dia em que eu estava andando pela beira da praia, eu estava tentando sentir a brisa do mar, tentando não notar as pessoas olhando para mim com aquele olhar, eu estava feliz, estava vendo as pessoas nadarem, as crianças brincarem, as ondas quebrarem, quando um pouco a frente eu vi uma multidão olhando para um único ponto no meio do oceano, um ponto onde as águas estavam agitadas por uma mão que dizia socorro estou me afogando, eu notei que ninguém estava se mexendo, tirei minha camisa e corri o mais rápido que eu pude em direção a figura afundando, mergulhei, e nadei com muita força, eu cheguei até a menina, era Andrea da minha turma, eu pedi que ela se segurasse em mim e eu com toda a minha força nadei até a margem.



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