Capítulo Dois

– Quando se esta com o coração em paz, o mundo acaba por ser mais leve.

.

.

A chuva Batia com força no pequeno carro que vinha a destino de forks naquela tarde tempestuosa. Dentro do carro Edward que finalmente estava de volta olhava o caminho a sua frente e só via borrões, devido ao acumulo de água.

Seu pai havia o alertado para tomar cuidado, que o clima propenso de forks nunca mudara.

Seu pai o esperava com ansiedade, finalmente o filho a casa torna. Edward vinha para seu cargo no hospital, depois de anos estudando fora. Ele era o mais novo psiquiatra do hospital onde seu pai ainda trabalhava. E ele estava nervoso, ele não sabia o porquê.

Após uns minutos ele percebeu que se aproximava da aldeia de La push. Ele sorriu ao lembrar-se das suas aventuras quando jovem naquela parte e principalmente do litoral, das festas e toda agitação da adolescência.

A chuva agora estava mais branda, justo quando ele passava no limite da praia. Ele queria parar para apreciar a vista mais isso era certamente uma loucura. Sua mãe ficaria louca se o visse chegar todo ensopado. Ademais ele teria bastante tempo para fazer isso.

Ele ainda estava com olhar perdido na imensidão do mar, quando viu a pequena figura meio curvada perigosamente no penhasco. No mesmo penhasco que ele pulava com seus colegas, era pura adrenalina.

Mas a pessoa que estava ali não buscava adrenalina, não em uma tarde escura e sombria. Ele trabalhava com a mente humana e sabia o que o desespero fazia nessas horas.

Ele parou o carro na encosta e saiu, ele não se importava de se molhar contanto que chegasse a tempo. Ele conhecia bastante aquela área e achou a trilha que levava a grande rocha com facilidade.

Momentos depois quando finalmente chegou ao lugar, esse estava deserto. Ele se curvou ofegante devido à correria, ele deu alguns passos para a beirada esperando não ter demorado tanto, esperando quem quer que fosse tivesse desistido. Não havia nem um corpo boiando no mar e ele suspirou.

Ele por um momento pensou que sua mente muito esgotada lhe tinha pregado peças, mais olhando ao redor ele viu pegadas ainda muito úmidas e recentes. Ele ficou feliz que a pessoa tenha desistido, porque esse não é a melhor maneira de resolver os problemas.

~~

.

Bella estava no seu quarto, sentia vergonha de si mesma por ter pensado em tirar a própria vida. E lá estava ela deitada de bruços escrevendo em seu diário. Ele era seu segredo, ninguém sabia da sua existência, nem mesmo Victoria. Ele era mais precioso que toda sua fortuna. É seu maior segredo, pois não é um diário qualquer. Nele ela não contava como foi o seu dia, seus sentimentos. Ali ela escrevia seus desejos, coisas que ela queria que tivesse acontecido. No seu diário ela era linda e popular, todos brigavam por sua amizade. Era livre de ditaduras da sociedade, ali ela era uma mulher feita e madura, já tinha experimentado de tudo, vivido de tudo.

Todas as noites ao escrever ela não era a Bella esquisita e sem graça. Era a mulher mais tentadora e sedutora do universo. Desde os quinze anos ela o tem feito, agora seu diário é uma relato enorme de uma vida que não é sua. Não é ela descrita naquelas linhas. Mais é a mulher que ela queria ser.

Ali tinha a historia inventada de como havia perdido a sua virgindade, aos dezesseis anos, naquela tarde com seu lindo e mais velho primo. Ele havia lhe ensinado toda a arte de fazer amor e depois dele ela havia conhecido muitos outros caras. Ali ela era liberal, fazia sexo casual sempre e não se importava com nada que pensasse dela.

Aquele diário era uma espécie de tabua de salvação, onde ela exorcizava a mulher ardente que havia dentro dela.

Ela suportava seu dia recordando das inúmeras recordações que escrevia em seu diário, do êxtase que havia sentido nos braços do desconhecido, eles haviam se esbarrado na cidade e que ele a convidara para passear e dali eles embarcaram em uma luxuria sem igual. E ela nem havia se importado quando ele disse que era um homem casado. A Bella sedutora do seu diário olhara para ele e simplesmente deu de ombros e disse.

– não importa, essa é a ultima vez que te verei mesmo.

Ela só queria viver intensamente, ela odiava limites.

E assim Bella passou sua adolescência criando historias e vivendo em mundo imaginário. Naquele seu mundo ela era uma espécie de anjo e demônio, era sedenta de sensações e desejos.

Tudo isso escrevia Bella swan no seu diário. E ao apagar a luz a realidade a abatia porque nunca poderia ser aquela Bella...

Contudo, antes de dormir rezava e pedia a Deus que mudasse sua realidade, que a ajudasse. Um milagre apenas. Pedia ao chorar sozinha na escuridão da noite.

Mas ao acordar continuava na mesma, e sua timidez ditava suas oportunidades de conhecer o amor.

No dia seguinte.

.

Bella já se preparava mentalmente para o encontro com Victoria, elas haviam programado vários encontros durante estes dois meses, já que Bella estava de férias. Praticamente foi forçada a deixar o hospital, suas férias já estavam acumuladas há vários anos, mais Bella não tinha pra onde ir, Victoria estava longe.

Ela tinha medo de começar a chorar e se entregar quando Victoria alegremente contaria do seu encontro com James na noite passada.

Bella já estava a sua espera no café da esquina quando Victoria apareceu sorridente e com aquele brilho lindo no olhar. E Bella suportou duas horas do relato amoroso da amiga.

–ah Bella eu nem acredito que ele tenha mudado tanto, estar mais serio e lindo do que nunca. Marcamos outro encontro para hoje... Acho que ele nunca me esqueceu, ele me dava cada olhar. Você sabe aqueles bem quentes.

Mas Bella não sabia, ela só balançou a cabeça e sorriu a sua amiga, lhe desejando sorte para a noite.

Elas passaram a tarde juntas. Victoria não tinha outro assunto, pra desespero de Bella que a ouvia com seu coração a sangrar.

Ao chegar a casa, Bella se trancara e não quisera falar com sua tia. Que insistia em conversar.

Bella desatou a escrever no seu diário, como seu dia fora produtivo. Como passara à tarde com sua adorada amiga e que relembraram as travessuras que elas aprontavam no colegial. Ela não escrevia sobre James, e quando as imagens e sua voz eloquente adentravam nos seus pensamentos ela o exorcizava. Ele não podia entrar no seu pequeno mundo, não ele...

Ela passou a noite a chorar, imaginando o que os dois estariam fazendo, deveriam estar se amando loucamente. Enquanto ela estava ali, trancada em seu quarto não querendo ver ninguém.

Mas ao amanhecer Bella fora tirada da cama por sua adorada Victoria que tinha um assunto muito importante e que ela tinha que ser a primeira, a saber.

E Bella esperou pacientemente enquanto Victoria andava em círculos pelo seu quarto.

–ah, Bella ele me pediu em casamento, disse que nunca se esqueceu de mim e que eu sou a mulher da vida dele e eu aceitei e tivemos a noite mais linda de todas e me apaixonei perdidamente por ele novamente.

E Bella continuava ali estática, sem saber o que dizer... Embora soubesse que esse dia ia chegar. Que ele iria conhecer alguém e se casar. Mas porque tinha que ser a Victoria.

–Bella não esta feliz por mim? -Perguntou Victoria notando a palidez da sua amiga.

– claro que estou, fico muito feliz... Você merece tudo de melhor minha querida.

Elas se abraçaram apertado, Victoria radiante de felicidade, já nossa sofredora Bella segurava o pranto a muito custo.

– você será minha madrinha e me ajudara com tudo! Não é o Maximo.

–fico feliz que tenha pensado em mim.

–claro sua boba, como não, se você tem sido minha amiga e Irma esse anos todos, eu te amo.

–eu também – disse Bella com sinceridade.

E naquela noite Bella descontou sua raiva do mundo e de seu destino no seu diário. Escreveu como conheceu um homem mais velho na lavanderia e que conversa vai conversa vem, ele a convidou para jantar e eles tiveram uma noite divina, que ele sendo mais experiente, o sexo compartilhado fora o melhor da sua vida. E que era uma pena ele estar só de passagem, porque ele daria um ótimo amante. Tudo isso ela escrevia para tirar James da sua cabeça, porque do coração estava impossível.

Um mês e dias depois Victoria se casava com James e Bella estava ali no altar, vendo Victoria vindo magnífica em seu vestido branco, seu boque majestoso e Bella tinha inveja e chorava. As pessoas achavam que ela estava emocionada, mais Bella sabia que agora tinha que fazer algo, não podia continuar amando o marido da sua melhor amiga.

Já na recepção, ela estava no jardim chorando as suas magoas. Ela não queria estar perto dos noivos.

Bella se virou e viu que não estava sozinha.

–Bella, venha... Vamos dançar. Quero minha madrinha junto comigo. Oh não chore, nada vai mudar... -disse Victoria enxugando as lagrimas da amiga e tirando suas próprias conclusões. -agora tenho minha própria casa e você passara os fins de semana com agente. James tem vários amigos, você vai adora-los.

–sim, será ótimo. ­–disse Bella a abraçando. -quero que seja feliz... Muito feliz.

–eu serei. Vamos?

–eu preciso ir ao toalete primeiro.

–ok, to te esperando.

Bella saiu do grande casarão que servia a recepção e foi caminhar pela cidade. Era noite, uma lua linda no céu e os casais estavam a namorar nas praças, riam felizes e Bella a chorar.

Ela chegou à esquina e olhou para a grande igreja, ela nunca fora de rezar. Mais naquela noite ela queria sentir paz. Ela entrou silenciosamente sentando-se ao fundo, algumas pessoas rezavam alheia a pequena figura que segurava seu pranto a todo custo.

Bella olhou a imagem de Jesus e perguntou silenciosamente “porque”, ela pedia para ele fazer um milagre em sua vida. Alguma Mudança.

De repente ela sentiu paz, seu coração ficou leve e ela saiu da igreja confiante que suas preces haviam sido ouvidas. Ao atravessar a rua não viu o táxi que vim em alta velocidade e uma escuridão a tomou, levando seu sofrimento embora.

Continua...