Diário De Uma Virgem escrita por Annie Meddina


Capítulo 1
Capítulo Um




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Capítulo Um



– Quando se esta com o coração partido, o mundo acaba por ser uma zona de destruição.


Já estava tarde, Bella Swan andava a esmo de mãos dadas com a solidão. Seus passos eram lentos, mas decididos. Ela andava na tria que a levaria ao seu refugio. O grande penhasco situado na Praia de La Push, a dois quarteirões da aldeia, ao noroeste da cidade. De longe ela ouvia as ondas do mar que batiam fortes contra as rochas produzindo um som culminante, era como se a chamasse e soubesse no que ela estava planejando.

O mar era extenso, as águas tempestuosas naquela tarde lembravam seu próprio coração destroçado e amargurado. Bella se aproximou da beirada da grande rocha, lá em baixo o vai e vem das ondas por um momento deixou-a tonta e com náuseas.

Bella observa como o vento tomava forma de círculos e que atrapalhava o voo rasante das gaivotas, que procuravam abrigo da iminente tempestade que se aproximava. O céu cinzento com nuvens carregadas era como um espelho que a refletia, ampliada. Aquelas ondas inquietas eram sua alma atormentada, que pedia clemência, sossego.

Bella não é feliz, e as ondas da praia de La Push a chama, lhe prometendo que a dor passara, que enfim esquecera do seu grande tormento .

É que Bella quer morrer... Acabar tudo, dar um fim ao seu grande sofrimento. Mas ela é jovem e chora sobre as águas do alto daquele penhasco. As suas lágri­mas caem se misturando com as ondas.

De repente, começa a chover. O vento deixa de fazer ondular a água, e as altas copas das arvores, o céu, as gaivotas e Bella deixa de refletir sobre seu desespero. Chove, Chove e Chove, mas Bella já não se importa de se molhar e fica ali, permitindo que o céu, com surpreendente ironia, aumente sua tristeza.

As lágrimas e as gotas de chuva acariciam-lhe as faces para logo se perderem em queda livre ate as ondas a levarem para longe. Ela já está cansada de sofrer, de esperar que sua vida finalmente valha a pena. Que seus sonhos deixem de ser um acontecimento tão duvidoso: um dia.

A mãe morreu poucos dias depois de ela nascer. O pai, desconsolado, parece ter morrido aos poucos a ausência do amor da sua vida.

Deixando Bella crescer aos cuidados da tia Judith, irmã de sua mãe. Mas as consequências forram muitas, devido ao caráter imperial da tia.

Vivia com a tia num casarão, cujo lar não tinha vida e nem cor. Ali cresceu Bella, afastada de tudo e de todos até que chegou a hora de ir para a escola. Mas já era muito tarde, pois a tia tinha-a educado de uma forma tão severa e a mantido dentro de uma redoma de vidro que ela não pôde ser normal como toda criança deveria ser...

A tia Judith tinha um motivo por ser tão severa, ela fora aban­donada pelo noivo no dia que era pra ser, o dia mais memorável de sua vida. Assim sendo sua tia se tornara amargurada e culpava todos os homens do mundo inteiro sua má sorte. Passavam os anos e ela não conseguia esquecer aquele homem. Odiava-o e amava-o ao mesmo tempo.

E quando Bella apareceu a sua casa, tão boni­ta, tão jovem, tão inocente, indefesa... A tia Judith viu nela a esperança de protegê-la, de afasta-la desse mal. Ela não queria que criatura tão doce sofresse tamanho sofrimento. E assim encarou a educação da sobrinha com afinco. Fazendo assim sua tia achou que a faria imune ao amor e seus desastres.

E foi por este motivo que a tia Judith jamais lhe contou histórias em que um príncipe socorria uma princesa e depois se casava com ela. Tão pouco a deixou brincar com outros meni­nos.


O mundo era um lugar infestado, dizia a tia Judith. Mas a pequena Bella tinha nasci­do para amar e nada a ia afastar do seu destino.

Quando finalmente Bella pôde ir para a escola, o seu jeito tímido e retraído, consequên­cia da educação recebida, impediu-a de se enturmar com as outras crianças, de forma que sua companhia era seus próprios pensamentos.

Como havia dito anteriormente Bella nunca havia escutado sobre o amor e todas as sensações que o envolvia. E quando adentrou finalmente no mundo real se viu fascinada por aquele sentimento incompreensível chamado “amor” e acabou tendo uma verdadeira obsessão em experimenta-lo.

A tia Judith tinha uma extensa biblioteca onde Bella nunca fora permitida entrar. Mas um dia, Bella aos doze anos, encontrara a porta aberta. Ficou arrebatada por ver dimensões de livros e, depois de dar varias e varias voltas no lugar, escolheu um livro aleatório e começou a lê-lo.



E ela descobriu um mundo em que ela podia ser quem ela quisesse, sua imaginação ditava as regras. No seu pequeno mundo Não era preciso seguir as regras ditadoras da sua querida e instável tia. No seu mundo podia tudo. Os amores eram vividos e almejados, as paixões proibidas, os amores impossíveis, e os sonhos, ah os sonhos se realizavam!

Aquelas histórias se tornaram o seu refúgio. No mundo que Bella vivia ela podia ser ela mesma, uma criatura curiosa e sedenta de amor.

Mas cada vez um livro acabado, o mundo real reaparecia e a lembrava que contos de fadas não existiam. Nada daquilo era a sua vida, não passava de uma ficção, de um sonho, e tinha que levantar-se e o enfrenta-lo.

Ao decorrer dos anos Bella continuava tímida, retraída. Ainda no colegial era chamada de “estranha”. Sua tia continua a viver por ela e ela vai-se permitindo levar. A chave da biblioteca permitiu-lhe sobreviver a um mundo a parte, mas, por outro lado, a leitura de tantos romances em que o amor é tudo lhe provocou um anseio desesperado de experimentá-lo. Esses sentimentos contra os quais a tia Judith se forçou em defen­dê-la.


E lá ainda está Bella Swan, a chorar, na beirada do abismo, tentando recuperar a coragem que a impulsionaram a tomar essa loucura. Um filme da sua vida inteira passou pela sua cabeça, ela descobrira que era uma fraca, uma medrosa. A tormenta ainda estava em seu ápice à chuva caia ruidosamente contra seus frágeis e pequenos ombros mais ela não se importava. Nada mais importava.

Ela Tem vinte e um anos, é enfermeira no hospital de Forks e só com os seus pacientes é capaz compartilhar todo seu carinho, ser ela mesma. Os seus olhos achocolatados es­preitam, assustados, por entre os fios da cor de magno que se reduzia seus cabelos. Os seus gestos e a sua pose retraída ocultam a elegância e beleza com que a natureza a dotou. Os seus passos são curtos e rápidos, como se estivesse sempre fugindo. Suas roupas desfavorecia seu corpo esbelto. Desde criança sempre usara roupas de tons pesados e sóbrios, a tia Judith dizia que assim não chamaria atenção de homens libertinos e inescrupulosos. E Com vinte e um anos, Bella ainda não se rebelara contra o senso modificado da sua tia. Por isso ela nunca conseguiria chegar a tanto. Ela não teria coragem de tirar sua própria vida.

Sem autoestima e habituada a ser ignorada por todos, Bella se achava feia e que nunca viveria um grande amor, um amor igual ao das suas heroínas dos seus romances.

Victoria era a única amiga de Bella. É por incrível que pareça ela tinha uma grande e única amiga.

Conheceram-se no colegial. Aquela amizade maluca em que Victoria falava sem parar e Bella a escutava. Victoria era para ela uma espécie de vida paralela, era como se as experiências de Victoria fossem de Bella.

Bella era nada mais do que diário ambulante de Victoria.

Victoria, ao contrário, viveu as mu­danças hormonais da adolescência, descobriu o seu corpo e o seu coração. Apaixonou-se e desapaixonou com uma facilidade fora do comum. Deu e recebeu. E, a doce e prestativa Bella swan, já estava se acostumando com sua vida sem graça e sem aventuras.


– Mas, Bella - dizia sempre sua fiel amiga. –não permita que sua tia viva sua vida, você tem que dar um basta. Mude seu guarda roupa, eu te ajudarei você sabe... Ao contrario do que você pensa Bella. Você é uma mulher deslumbrante, só que não vê.

Mas ela ficava calada e pensava que sua amiga estava sendo gentil e tinha pena da menina insegura e estranha.

À medida que o tempo foi se passando, Victoria deixou de persistir e acabou por considerá-la um caso perdido.



Só uma coisa era emocionante na vida de Bella, James. Ele era seu amor platônico desde a adolescência, seu sonho de consumo.

Mas sua melhor amiga também estava apaixonada. E a boa amiga escutava uma Victoria apaixonada falar de seu grande amor. Ela só não imaginava que elas falavam da mesma pessoa. E a pobre e atormentada Bella a escutava com o coração na mão. E aquilo durou por alguns anos, que Bella já estava habituada a dissimular sua dor. Assim, sem o saber, Victoria vivia um amor que Bella almejava. O homem que sonhava.

Bella ficava com vontade de morrer. Porque amava o homem que nunca olharia para ela e pior ver o quanto sua melhor amiga era feliz e ela ficava ali “de vela” entre os dois e isso a destruía aos poucos.



Os anos passaram e Bella e Victoria cresceram. Cada uma tomou seu rumo, mais nunca deixaram de se comunicar. Victoria esqueceu seu namoradinho do colegial, teve vários relacionamentos. Deu e recebeu. E Bella, bom ela nunca esquecera o James. De vez em quando sabia noticias dele sabia que ele estava mais lindo do que nunca e mais inacessível do que nunca.


O tempo continuou a agitar-se, tal como as águas do mar de La Push. O tempo foi se passando e Bella já era enfermeira no famoso hospital de Forks. Ela era adorada por seus pacientes, os médicos e colegas a admirava, mais sempre respeitando seu espaço e suas reservas.

Victoria estava acabando seu doutorado de arquitetura em Londres e um dia aconteceu algo...


O grande reencontro se aproximava. As duas combinaram de encontrar-se em Port Angeles para colocar o papo em dia, quer dizer Victoria assim faria. Bella chegou com antecedência ao café, sempre fora de uma pontualidade admirável. Enquanto observava as pessoas a entra­rem e a saírem das livrarias começou a sentir algo estranho. Havia qualquer coisa no ar. Algo que a fazia sentir que tudo estava prestes a mudar e como ela tinha uma má sorte, foi se preparando. Foi quando viu Victoria chegar, apresada, radiante, mais sorridente que nunca.

– tenho novidades, Bella - disse ela ao abraça-la apertado - adivinha quem acabo de encontrar? –continuou ela.

–não faço ideia.

–o James, lembra-se dele, aquele meu namoradinho.

Bella perdeu a cor e seu sorriso morreu da mesma forma que tinha nascido. Em um piscar de olhos.

Mas Bella já estava acostumada com aquilo e habituada a usar sua mascara de indiferença. Como ainda o amava, ia morrendo por dentro. Aquilo era muito injusto, ela não poder ter nada, enquanto Victoria tinha tudo, inclusive James. Seu James.

– esta se sentindo bem, Bella? Eu e ele marcamos um jantar, quem não sabe retornamos o passado. Faz tanto tempo... O que você acha.

E Bella dizia-lhe que sim, que estava na torcida e que esperava que tudo corresse bem.

Ajudaria dizer que Bella amava Victoria como a uma Irmã.

– Olha Bella - lhe perguntou Victoria naquela mesma tarde. – o que acha desse vestido, estou bonita... tenho que estar deslumbrante.

E a pobre Bella Swan, a ajudava a se vestir para conquistar o homem que sempre fora dono do seu coração. Muito antes de Victoria o conhecesse.

Victoria era muito linda. Tinha uma enorme cabelei­ra ruiva que lhe chegava ao meio das costas. Era ele­gante e tinha nos gestos uma graça natural que a tor­nava particularmente atraente.

– você estar deslumbrante, Victoria. Tenho certeza que James se apaixonara novamente por você.

Victoria a abraçou compartilhando sua alegria.

–queria tanto que fosse feliz assim como eu sou. - disse sua amiga e Bella sorriu indiferente, mas por dentro chorava amargamente.

Victoria foi ao encontro do James e Bella foi se refugiar e chorar no seu refugio e talvez der um fim a todo o seu sofrimento.


continua...







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Notas finais do capítulo

minha nova fic gente, e ai devo continuar?? bjs a todos.