Escrava Do Mundo Inferior escrita por Leticia Di Angelo


Capítulo 9
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, eu achei que iria abandonar a fic. Mas dai eu lembrei desses lindos leitores e fiquei com muita dó. Espero que não me matem pela demora! Leticia is back!



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Pov Nico

Depois de meu pai contar a história de Jessie, ele saiu, me deixando sozinho em seu escritório. Quando se trata de meu pai, nada se pode fazer. É muito difícil mudar sua opinião (apenas Perséfone consegue fazer isso). E se ele vai fazer Jessie voltar a ser uma escrava, não sou eu que vou conseguir impedi-lo. Uma tristeza muito grande tomou conta de mim naquele momento, pois eu não queria que ela sofresse como antes.

–Parece que eu terei que te ajudar novamente – uma voz feminina percorreu a sala. Era Perséfone.

–Como? – eu disse suspirando e olhando para o nada.

–Eu não sei. – ela disse se sentando ao meu lado – Tenho que admitir que vai ser bem difícil fazer com que a menina vire uma hóspede.

–Você pode tentar conversar com meu pai – eu disse, com um pouco de esperança.

–Ele está bravo comigo porque descobriu que eu menti para ele. Se eu for ter que fazer algo, não será hoje.

–E fazer Jessie sofrer por quanto tempo? Dias? Meses? É fácil, né? – eu estava bravo.

–Nico – ela disse, ou melhor, sussurrou, olhando para os lados – Vou te contar algo que eu sei sobre ela, mas não posso contar com as palavras certas. Eu espero que você entenda o que eu estou querendo dizer.

Olhei para ela, prestando atenção, como um incentivo para ela continuar.

–Jessie não está morta – ela disse devagar e baixo, olhando bem no fundo dos meus olhos, como se estivesse tentando contar algo.

Jessie não está morta. Ela está viva. Sim, eu meio que já sabia disso. Mas meu pai tinha dito que tinha algo a mais.

–É só um disfarce – ela disse mais baixo ainda – Seu pai está vindo, ele pretende tranca-la novamente na torre e fazer coisas piores, se é que me entende.

Ela levantou e começou a mexer nas gavetas de meu pai, tirando papeis, como se estivesse procurando algo. Eu estava sentado, sem entender nada.

–Vou tentar distraí-lo por um tempo – ela disse rápido – Você já sabe para onde ir.

Ela finalmente pareceu achar algo no meio da bagunça e me mostrou duas bolinhas transparentes, parecidas com bolinhas de gude.

–Calma – eu disse tentando raciocinar – Você está querendo que eu fuja?

–Seja rápido – ela disse – Vou tentar te dar cobertura. E não importa o que aconteça, cuide dela como se fosse um tesouro, sei que consegue.

–Mas para que isso? – eu disse desesperando, enquanto a mesma me empurrava para fora da sala.

–Eu conheço seu pai, o único jeito dele se livrar de seus problemas é fazendo o que melhor sabe fazer.

–Ele quer matar a Jessie? – eu disse, ou melhor, gritei.

–Tanto o mundo inferior, como o mundo mortal são perigosos para ela agora. Você precisa mantê-la segura.

Nisso, Perséfone sumiu em uma fumaça negra e eu sai correndo até o quarto de Jessie.

Ela estava lá, sentada em sua cama. Quando me viu, pareceu estar aliviada.

–Nico – ela disse – ainda bem que você apareceu. Eu estava com medo. Estou com medo, na verdade.

–Pegue uma mochila, coloque tudo que você precisa: algumas roupas e objetos pessoais.

–Por que? – ela parecia estar confusa.

–Vamos sair daqui.

–Por que?

–Porque você está em perigo.

–Sempre estive em perigo!

–Mas agora está mais! Vamos logo!

–Como conseguiu passar por eles?

–Eles quem?

–Os fantasmas que estão vigiando a porta!

–Nenhum fantasma estava vigiando a porta!

–Como não? – ela parecia indignada, enquanto socava umas roupas em uma mochila.

–Deixa eu ver – eu disse indo até a porta, mas a mesma não abriu. Estava trancada.

–Você deixou a porta fechar? – ela gritou brava – Como você é burro! A porta não pode ser aberta por dentro, se não eu já tinha fugido né lindo?

–Desde quando você é sarcástica? – eu disse rindo com a desgraça.

–Fico assim quando estou desesperada! – ela disse – Já arrumei tudo. Você não vai levar nada?

–Tudo que eu preciso já está comigo – eu disse apontando para minha espada.

–Você só usa uma roupa menino?

–Têm mais roupas minhas para onde vamos.

Nisso a porta foi aberta com tudo, revelando vários fantasmas furiosos.

–Peguem eles! – um fantasma gritou.

Peguei as duas bolinhas de gude e coloquei no chão.

–Pise em cima da bolinha e visualize para onde queremos ir! – eu gritei enquanto dava um golpe em um fantasma na minha frente.

–Para onde queremos ir? – ela disse desviando de um fantasma.

–Acampamento meio sangue.

E nisso , pisamos nas bolinhas, sendo descolados para o único lugar seguro.


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Notas finais do capítulo

Aceito reviews!