– Corre, Josh corre!

A gritaria estava incessante, todos corriam para longe do fogo, mas muitas pessoas haviam ficado dentro do local. Dois garotos, de mais ou menos 15 anos, estavam loucamente parados na frente do banco, um estava com os braços levantados e olhos fechados, enquanto o outro o puxava desesperado.

- Não temos mais tempo Josh! Anda, vamos sair daqui antes que eles apareçam!

- Eles não vão aparecer, eles foram mortos pelas chamas! – Respondeu Josh. – Além disso, temos que esperar os bombeiros chegarem, não posso deixar este fogo a solta, nem apagá-lo agora!

Alguns minutos se passaram quando um homem e uma mulher saíram do local com suas roupas queimando, mas andavam calmamente para longe do fogo com seus corpos intactos.

“Vocês pensam que podem nos matar dessa forma?” – Eles pensaram em conjunto. Jason respirou profunda e pesadamente.

– Josh! Eles não morreram, eles estão vindo.

Josh abriu os olhos, mas não saiu da posição.

– Você os ouviu?

– Sim! Vamos embora, agora!

O rosto de Josh demonstrou choque, por alguns segundos, como mágica, o fogo se extinguiu e os dois garotos sumiram no meio da multidão, para os olhos do povo, mas não para os olhos dos assassinos.

Por mais que corressem, era quase impossível escapar, o casal era muito rápido. Acabaram entrando num beco com um muro alto e uma porta.

– Veja se está trancado. – Jason se aproximou correndo para a porta enquanto Josh criou uma barreira de fogo a um metro de onde estavam na entrado do beco, isso iria atrasar os assassinos.

– Está trancada! – Gritou Jay.

– Faça alguma coisa, precisamos sair daqui!

– Atrasa eles então, preciso de tempo.

Quando Jason estava se concentrando para agir, o homem e a mulher entraram no beco, com o fogo um pouco mais a frente deles.

– Veja A2, eles acham que um foguinho pode nos matar. – Ao terminar de falar, a mulher começou a rir.

– Até parece A1, incrível como eles não sabem nada, nem sobre eles mesmos! – E começou a rir também.

– Anda logo Jason! – Gritou Joe desesperado.

Jason tentava desmaterializar o muro, mas com tantos pensamentos o desconcentrando, ele conseguira abrir apenas um pequeno buraco de dois centímetros no muro.

O casal A1 e A2 chegavam mais perto ainda até que atravessaram a barreira de fogo. Josh retirou a barreira e começou a atacar rapidamente, lançando chamas entre os dois, mas nada acontecia, além de queimar mais suas roupas.

Estavam a cinco centímetros de Josh, até que Jason parou de desmaterializar o muro e foi tentar ajudar seu irmão. Chegou tentando invadir a mente deles, mas não funcionava, até que deu um soco, mas eles apenas foram para trás por causa do impacto, uma luta física começou até que acabaram cansando e ficaram numa posição de defesa. O casal, porém, ainda tinha muita energia, além de serem fortes e rápidos.

Os irmãos estavam sendo encurralados contra a parede do muro, “Vamos morrer...” pensava Jason, “Se não fizermos algo agora vamos morrer” e Josh começou a pensar num plano. Mas o casal parou abruptamente, o olhar fixo para o nada, começaram a derreter e atrás, com as mãos nas costas deles, apareceu um estranho homem. Ele vestia uma capa preta que deixava a mostra apenas sua cabeça, onde se viam seus cabelos vermelhos em contraste com sua pele morena e uma grande cicatriz que ia do canto do olho direito até seu queixo, e suas mãos, que estavam cheias de cicatrizes.

O corpo do casal sumira enquanto os irmãos olhavam assustados para o homem que acabara de salvar suas vidas.

– É assim que se mata os Vratz...

– Quem é você? – Eles perguntaram. Estavam pensando em fugir enquanto tentavam o distrair, assim, davam pequenos passos um para cada lado.

– Eu pergunto vocês respondem! – E percebendo a tática deles, os segurou pelo ombro.

Decidiram não contrariar aquele estranho homem, então começaram a falar.

– Eu sou Josh.

– E eu sou Jason, somos irmãos gêmeos, mas acho que isso você já percebeu. – Deram um sorrisinho para disfarçar, mas o homem permaneceu sério e surpreso ao mesmo tempo.

– Qual de vocês dois estavam controlando o fogo?

– F... fui eu. – Respondeu Josh, engolindo ruidosamente, enquanto escutava o pensamento do seu irmão que dizia para manter a calma.

– Então era você quem estava desmaterializando o muro?

Jason respondeu apenas com um gesto de cabeça, dizendo que sim. E para a surpresa deles, aquele homem na qual estavam tão assustados, se afastou alguns passos, respirando com dificuldade. Ajoelhou-se com uma perna e inclinou a cabeça de frente para os meninos. Eles se entreolharam imaginando o que o homem faria.

– Mestre, estou aqui para servi-lo.