Os Esquecidos escrita por Bruna36


Capítulo 5
Voltam os Tempos de Escola


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem :)



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Acordei às cinco da manhã com o barulho da porta se abrindo, quando olhei pra cima vi a avó com uma cesta de pequenique nas mãos, e nos olhava com uma expressão séria


—Hora de acordarem, daqui a uma hora o Snow virá aqui buscar vocês para Leva-los para escola trouxe o café de vocês, comam e arrumem-se rápido, não tolero atrasos — falou com voz ríspida, e saiu batendo a porta


—Vovó simpática não? — disse Gale amargo


—Ah Gale deixa isso pra lá, já sabemos que ela nunca vai nos aceitar como netos, e eu não pretendo insistir nisso, vamos nos vestir


Acordei os gêmeos, e os arrumei da melhor forma. Depois fui me arrumar,e eu realmente não estava satisfeita com minha roupa. Usava uma calça jeans escura, uma regata de manga comprida preta, Nos pés um All Star preto simples. Meus cabelos estavam soltos e ondulados, e não usava nenhuma maquiagem.


Pouco depois de terminarmos o café, a porta se abriu e Snow, o velho com cara de rato, nos olhou e disse:

— Está na hora de irmos

Depois que saímos do quarto me perguntei Onde estaria mamãe? Ela disse que estaria aqui antes de irmos para escola

Snow guiou-nos apressadamente para uma estreita escada dos fundos,o velho nos guiou por muitos corredores, passando por inúmeras portas fechadas, até que, afinal, chegamos a um carro preto, Snow ligou o motor, fez a manobra e partiu em direção à estrada.

—Vocês devem estar muito agradecidos pela senhorita Coin ser tão generosa e aceitar acolher criaturas impuras como vocês

Então esse era o nome da velha

—Nos sentimos muito gratos—falou Gale com voz dura

Passamos o resto do caminho quietos até chegarmos a um prédio era grande, pintado de branco

—Aqui é a creche integral dos gêmeos

Saímos do carro

Curvei-me para abraçar e beijar os gêmeos, que estremeciam, e sussurrei-lhe aos ouvidos:

—Façam um esforço para se divertir.

Não foi fácil irmos embora, mas tínhamos que ir a escola. Voltamos para o carro. Paramos na frente de um prédio enorme e cinza, aquele prédio era realmente assustador, se eu achava Foxworth Hall assustadora, a escola Capital era muito mais, tinham estatuas de gárgulas na frente da escola e tinha um grande portão preto

Assim que saí do carro várias pessoas se viraram para mim e Gale de uma vez; era como se todo mundo tivesse se virado para olhar os intrusos.

Os alunos eram reunidos em grupos muito apertados para que pudesse entrar um recém chegado, voltaram seus vivos olhos escuros para mim. Foi como se todos pudessem sentir o pavor pairado do meu coração. Todos me pareciam iguais, não de uma maneira clara e precisa, mas sim da perfeição que compartilhavam.

Ninguém me cumprimentou

Pelo visto, as garotas novas deselegantes não mereciam mais que alguns instantes de atenção.

Eu estava me sentindo que não me encaixaria ali, congelei e não tive coragem de entrar pelos portões

—Vamos entrar logo - exclamou Gale

—Eu não consigo — eu sabia que nunca ia me encaixar ali

—Ah, para de drama, não é tão ruim assim

–Eu preciso de um tempo, não consigo entrar agora- falei e saí correndo deixando Gale pra trás chamando por mim.

Comecei a correr para o leste, tentando colocar terra entre Capital e eu, não sei porque fazia isso acho que era esse lugar. Arrepiava-me os cabelos, fazia sentir-me inquieta e vazia.

não conseguia ver nada, só conseguia correr, quando parei pra respira me dei conta que estava sozinha num bosque.

Com dificuldade, olhei para trás para verificar o quanto tinha me afastado... quando o vi. A menos de cem metros de mim, havia um homem usando um casaco grande e escuro, entre as arvores, meio oculto pela névoa. No momento em que nossos olhares se encontraram, ele disparou a correr em minha direção.

Uma sensação fria sacudiu todo o meu corpo e então descobri o quão rápido eu podia correr.

Não gritei. Pra que? Tinha entrado no bosque para que ninguém me encontrasse, a coisa mais idiota que já tinha feito na vida e, pelo que parecia, também seria a última que faria.

Ouvia seus passos atrás, quebrando ramos e afastando folhas. Estava chegando

perto. Tropecei em uma pedra e mordi a língua, mas continuei correndo. O

homem estava cada vez mais perto, perto demais. Tinha que acelerar, mas não podia.

— Ah! – gritei meio asfixiada quando ele saltou sobre mim e caímos

Bati com as costas e ele me esmagou contra o chão com seu peso e suas pernas,

entrelaçadas com as minhas. Tampou minha boca com uma mão.

— Você viu quem te seguia? – Sussurrou o sujeito nesse momento.

O olhei fixamente por alguns instantes. Ele retirou a mão da minha boca para que eu pudesse responder.

— Está se referindo além de você? – Consegui dizer finalmente.

— De mim? – Ele nem tinha idéia do que eu estava falando. O sujeito lançou um

olhar furtivo por suas costas, como se continuasse na defensiva. – Você estava correndo porque alguém estava te perseguindo... Não?

— Eu só corria. O único que me perseguia era você.

— Quer dizer que achava que... – O cara se separou de mim imediatamente para

que eu pudesse me mover. – Ah, ok, sinto muito. Não era minha intenção... Cara, devo ter te dado um susto de morte.

— Então, sua intenção era me ajudar?

Tive que dizer em voz alta antes de conseguir acreditar. Ele assentiu com a cabeça. Estava com o rosto muito próximo ao meu, perto demais, o que impedia de ver outra coisa. Era como somente existíssemos nós dois e a névoa ao nosso redor.

— Sei que devo ter te assustado e sinto muito mesmo. Achava que...

Suas palavras não estavam servindo de grande ajuda. Estava cada vez mais irritada

— Você... você quer... calar a boca?

Ele se calou.

Deixei cair minha cabeça contra o chão, soltando um suspiro.

— Por que me atirou no chão? – Consegui perguntar.

— Pensei que tínhamos que nos proteger e nos esconder de quem a estava

perseguindo, que no final se revelou ser, este... ninguém.

Ele parecia bem envergonhado.

Abaixou a cabeça e o olhei com tranqüilidade pela primeira vez. A verdade é que eu não tinha tido tempo de me fixar em nada: quando a primeira coisa que pensa de alguém é que ele é um "assassino pirado", você não analisa os detalhes. Dei-me conta que não se tratava se um homem adulto, como eu tinha achado. Ainda que fosse alto e tivesse costas largas, era jovem, talvez da mesma idade de Gale. A corrida tinha-lhe alvoroçado o cabelo, liso e loiro, que caía na testa, tinha os olhos azuis incrivelmente lindos. Tinha a mandíbula forte e o corpo musculoso.

— Você é aluno da escola? – perguntei

— Sou. – respondeu em voz baixa, como se temesse voltar a me assustar. – E você? Nunca te vi por aqui

Assenti com a cabeça enquanto desfazia o coque para refazê-lo.

— É o meu primeiro ano.- tentei não dar detalhes

— Peeta Mellark.- falou estendendo a mão

— Olá. – Me sentia estranha em me apresentar a alguém que há cinco minutos eu

achava que queria me matar.- Katniss Everdeen

– Ok, se não corria por que tinha alguém te perseguindo, então porque corria daquela forma? Por que a mim não pareceu que você estava dando no pé exatamente.

Eu teria mentido se me tivesse ocorrido uma desculpa cabível, mas não me ocorreu.

— Na verdade, eu não sei, só senti uma vontade de sair correndo,.. Fugir de tudo isso.. Eu sou nova na cidade e a Academia Capital é... É tão...

— Faz com que arrepiem seus cabelos.

— Isso.

— Quer realmente ir embora daqui?

— Está se referindo a... fugir? Realmente fugir?

Peeta assentiu e parecia que o dizia muito a sério.

— Não, não quero – falei– Vou voltar pra escola como uma boa menina

— Ninguém te obriga a se comportar como uma boa menina.

Seu modo de dizer isso me reconfortou.

— É que... A Capital... Não sei se eu vou saber me encaixar neste

lugar.

—— Eu não me preocuparia com isso. Pode ser que não seja tão ruim acabar não se encaixando neste lugar.

Ele me olhou fixamente, muito sério

Coloquei-me em pé.

— E o que você estava fazendo quando me viu? – Perguntei, enquanto ele também se levantava.

— Eu já te disse, achei que precisava de ajuda.

— Não se preocupe, de verdade. Já sei que queria me ajudar. Eu me referia ao que estava fazendo antes de me ver

—Bem.. Eu.. Eu estava matando aula

—Em um bosque?

—Eu fiquei sem opções, não tinha outro lugar pra ir depois que pulei o muro, mas o que uma menina como você faz nessa cidade?

— Eu gosto de gárgulas, montanhas e ar puro. Isso é tudo. — Menti- Mas mesmo assim, essa escola consegue me deixar apavorada

— Ainda não é tarde demais para sair correndo, Katniss. – Disse com toda

tranqüilidade.

— Não quero sair correndo, mas também não quero estar rodeada por estranhos.

Quando estou com pessoas que não conheço sou incapaz de falar, de agir normalmente ou ser eu mesma... Porque está sorrindo?

— Bem, não me parece que você tenha tido muitos problemas para falar comigo.

Pisquei surpresa. Peeta tinha razão. Como isso foi possível?

— Com você... suponho que... Acho que me assustou tanto que passou o medo do choque. – balbuciei.

— Eh, pois funcionou.

— Sim. – No entanto senti que havia algo a mais. Os estranhos me davam pânico, mas ele não era um estranho. Tinha deixado de ser quando entendi que ele tinha tentado salvar minha vida. Tinha a sensação que conhecia Peeta desde sempre. – Devo voltar pra assistir a próxima aula

— Não deixe que os professores te passem sermões.

— Eles não vão.

Peeta não parecia ter tanta certeza disso, mas assentiu e se afastou. Perdeu-se entre as sombras enquanto eu entrava em um cerco de luz.

— Nos vemos por aí.

Levantei a mão para dizer adeus, mas Peeta já tinha ido. Ele tinha desaparecido

sigilosamente no bosque.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??



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