Diário De Thalia Grace escrita por Drama Queen


Capítulo 9
But Never Forgets what I Lost


Notas iniciais do capítulo

Bom, até que eu não demorei tanto quanto imaginava... Espero que gostem desse (:



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Acho que ainda não descobri exatamente o significado de amar. Amar afinal é proteger ou deixar partir? É poupar ou ensinar com os erros? Tudo tão humano e tão diferente... Mas tudo tão... Amor. Talvez eu não estivesse pronta pra guerrear. Mas ao mesmo tempo, eu sentia que havia nascido pra essa batalha que se encaminhava.

Por quê?

Porque eu havia sido treinada pra isso. Havia aprendido cada técnica existente de batalha, cada método de derrotar o inimigo. E estávamos no nosso campo. Nós conhecíamos tudo. E eles viriam cegamente.

Mas assim como Luke é capaz de me fazer acreditar, também é capaz de fazer o contrário.

Ele nunca me deixaria. Mas eu deveria fazê-lo ficar?


– O que foi aquilo, Thalia? Ficou louca? Quer comandar um exército inteiro num massacre? – Luke me segurou pelo braço durante nossa ronda. Queríamos estar vigilantes para não dar aos romanos o fator surpresa.

– Você pretendia o quê? Simplesmente fugir daqui? Ser conhecido não mais como o herói, mas como o covarde?

– Thalia, eu não dou a mínima pra minha reputação. Eu só preciso que você esteja a salvo. Você não sabe como foi difícil encontrar você. Como foi difícil arranjar a possibilidade de termos uma vida normal, só você e eu. Como nos velhos tempos.

– Não há vida normal para os meio-sangues, Luke. Você já viu semideuses se casando e tendo filhos? – o loiro ficou quieto – Foi o que imaginei. Nós vivemos pra morrer. Porcos criados para o abate.

– Então vamos aproveitar o intervalo.

Aquelas palavras me pegaram desprevenida. Eu simplesmente imaginei que ele ficaria quieto e aceitaria o fato, ou simplesmente saísse. Mas ele fez mais.

– Não há intervalo.

Dizer aquelas palavras foi pior que ser esfaqueada. Pior que levar uma flechada, ou ser ferida com uma espada. E eu conhecia muito bem todas essas dores. Seus olhos azuis me fitavam e os meus marejavam. Arrependimento. Era pior que a notícia de que ele morrera. Afinal, isso eu poderia ter impedido. Sua mão me soltou e ele deu um passo pra trás, cerrando os punhos.

– Tudo bem. – ele suspirou – Eu voltei. Provavelmente nunca mais retorno aos Elíseos. Provavelmente, nunca mais poderei reencarnar. Pra você me dizer que não há chance para nós dois. É isso? – Luke gritava, e eu sentia medo, e mais dor. Como se arrancassem minha alma de mim. – Por que não aproveita e diz que não me ama? Que não devia ter quebrado essa droga de voto? Por que não termina comigo? – lágrimas escorriam de ambas as faces e eu não conseguia sussurrar ao menos um pedido de desculpas – Talvez nunca tenhamos começado, afinal. – as palavras pareciam distantes.

Então tudo ficou escuro.


Minha cabeça rodava quando finalmente abri os olhos. Eu não estava na grama onde tinha caído, disso tinha certeza. Levou certo tempo pra conseguir acostumar minha visão à fina claridade de entrava pela janela. Ótimo, janela. Já começava a enxergar melhor as coisas. Olhei para o lado. Mais uma dúzia de camas estavam no mesmo lugar. Uh. Enfermaria, deduzi. E estava certa. Tentei me sentar, mas meu corpo não conseguia se manter firme. Tomei um gole do que quer que estivesse na minha cabeceira, e só notei que era néctar quando senti o gosto de panquecas.

Panquecas. O dia que Luke voltou. Mas onde estaria o loiro? Procurei-o em todo lugar, mas ele simplesmente havia sumido. Uma pontada de remorso me dominou. Eu não deveria ter ficado. Deveria ter fugido com ele. Era isso o que ele queria. Era pra isso que ele havia se sacrificado.

As lágrimas voltaram a rolar por meu rosto. Eu o havia perdido de novo. Por causa de uma guerra, de novo. Soluços e mais soluços saíam por minha garganta e meu corpo novamente fraquejava. Eu mordi meu lábio com força e ele sangrou. Minhas unhas arranhavam meu couro cabeludo e eu me sentia desesperada. Meu corpo começou a ferver. Espasmos em meus braços me deixavam ainda mais atordoada. Como se eu fosse explodir. Com grande esforço, dei um último grito, e então caí novamente na maca. Exausta.

Mas agora, estava mais tranquila. Meia dúzia de campistas entrou correndo pela porta da enfermaria. Seus rostos estampavam confusão, surpresa, medo e alívio. O que acontecera afinal? Esforcei-me e sentei novamente na cama. Os rostos pasmos me fitavam como se não soubessem o que fazer. O silêncio era sufocante. Então alguém o quebrou. Eu reconheceria aquela voz ainda que torturada e embaixo d’água.

– Luke... – suspirei e, dessa vez, o alívio foi meu – Me desculpe, eu não devia ter falado aquelas coisas e...

– Não fale nada... – ele se aproximou e tocou meu rosto. Só pude ouvir os outros campistas saindo às escondidas – Você está bem, pequena?

– Quanto tempo fiquei apagada? – perguntei, calma, ainda sim saber se estava bem ou não.

– Oito dias. – seus lábios tocaram minha testa.

Foi quando notei o quão pálido e doente ele parecia estar. Não comera direito nos últimos dias, disso eu tinha certeza. Manchas de olheiras se formavam sob seus olhos e ele parecia anos mais velho devido ao desgaste e ao cansaço.

– Oito? – gemi – Daqui dois dias o exército chega, e eu não fiz nada! Nada! – levantei da cama em um pulo, tento dificuldades pra manter o equilíbrio. Aproximei-me do loiro e o abracei. Ele havia diminuído?

Olhei então no espelho, e mantive a mesma expressão que os campistas agora cedo. Eu estava mais alta, e parecia bem mais velha. Como se a cada dia em coma, ganhasse um ano. Meus lábios ficaram brancos. Era muita informação. Eu havia envelhecido os anos em que fora caçadora. Era por isso que a maioria morria ao quebrar o pacto. A maioria vivia mais de um século na caçada. Elas não tinham como envelhecer. Mas eu tinha. Eu fui abençoada com uma segunda chance.

– Você está muito sexy. – o filho de Hermes riu fracamente, mas o suficiente pra iluminar meu dia. – Muito mesmo. – Seus braços se fecharam em minha cintura e ele me beijou.

Fugir soava extremamente bem agora. Se algo antes não parecia se encaixar, agora tudo estava perfeito. Mas eu tinha dado uma palavra. E teríamos uma guerra agora.

Seria possível amar, no meio de tudo isso?


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Notas finais do capítulo

Fic movida a reviews/recomendações, seus lindos u_u