Diário De Thalia Grace escrita por Drama Queen


Capítulo 8
Drenched in my Pain Again


Notas iniciais do capítulo

De todos, esse é o capítulo cujo título ficou mais maravilhosamente divônico, na minha opinião. Verão o porquê.
Desculpem pela demora, mas quando se tem três fanfictions pra atualizar e nenhuma inspiração, esse é o resultado.
Enjoy.



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O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


Abri os olhos, cega pelo sol da manhã que iluminava o quarto por uma pequena fresta na cortina prateada. Demorei certo tempo até situar-me de onde estava. Acampamento Meio-Sangue. Chalé Um, não Oito. Minha antiga cama. Forcei-me a me levantar e dirigi-me até o banheiro, onde joguei água gelada no rosto, numa tentativa de ficar mais desperta. Eu sabia que minha imortalidade estava indo embora, pois sentia frio e sono. Cansaço. Meu corpo doía ao movimentar-me apenas o suficiente para vestir o uniforme. A princípio estranhei o fato das roupas servirem, mas logo depois me senti uma completa retardada por isso. É claro que serviria. Eu não cresci.

Olhei-me no espelho, prendendo o cabelo com um elástico, fazendo um coque. Alguns fios ficaram soltos, mas eu estava ocupada demais sentindo dores pra pensar nisso. Passei um delineador preto – a única marca registrada de Thalia Grace – e um gloss nos lábios, saindo do chalé logo depois. O relógio de sol na área comum aos chalés indicava que já se passava das nove horas.

O ar fresco fez com que eu me sentisse bem melhor. Ao menos, os poderes de meu pai ainda permaneceram comigo. Caminhei em direção ao pavilhão do refeitório, ciente de que as ninfas me observavam e cochichavam sobre mim e Luke. O pensamento no loiro me deixou mais animada. Acelerei os passos até estar de volta à fogueira. O número de mesas havia dobrado, e agora quase não restavam lugares vazios, não fossem pelas mesas Um, Dois e Oito.

Sentei-me após fazer a oferenda para Ártemis, um hábito que eu sabia que levaria tempo para perder. Apesar de tudo, fora justo. O modo como ela se abriu comigo me incentivou a aceitar Luke novamente. E eu seria eternamente grata a ela por isso. Comecei a comer as frutas, voltando minha atenção para a mesa Onze, onde Luke ria com os irmãos e me olhava com uma cara de “Venha me salvar”. Na noite anterior ele havia se recolhido para o chalé de seu pai na hora do toque de recolher, pra não causarmos – mais – tumulto.

Já terminava com as frutas quando Quíron apareceu na parte mais alta do refeitório. Um anúncio. Disso eu tinha a absoluta certeza. O tempo que passara no acampamento já havia me ensinado a ler as expressões do centauro, e ao que parece, as notícias não eram nada agradáveis. Os campistas se viraram para encará-lo, calando-se repentinamente.

– Como vocês sabem, nesses últimos dias o Argo II partiu em missão, levando consigo quatro campistas: Annabeth Chase, Leo Valdez, Piper McLean e Jason Grace – meu coração se apertou quando Quíron falou o nome do meu irmão. Ele estava bem, não é? – Numa tentativa de encontrar Percy Jackson, e aliarmo-nos aos Romanos para, juntos, destruirmos Gaia.

“Obtivemos grande sucesso na primeira parte, mas alguns imprevistos fizeram com que se tornasse impossível nossa aliança. Felizmente, os sete semideuses estão bem, mas nos alertaram que o Acampamento Júpiter está marchando para cá, para nos destruir. Precisaremos montar um exército forte e armado, para enfrenta-los frente a frente. A paz não será possível nesses tempos de guerra.”

Ao terminar o discurso, os filhos de Ares gritavam e aplaudiam como se tivessem sido escolhidos como o chalé mais organizado do século. Alguns criavam gritos de guerra, outros comemoravam o “Primeiro Derramamento de Sangue”, e tenho que admitir que até ri dos comentários, pois era realmente agonizante matar um monstro e ele somente virar pó. Mas eu me preocupei. O par de olhos azuis da mesa Onze me encarou ao mesmo tempo. Mais uma guerra.

– Eu tomo a frente. – anunciei, novamente o silêncio se formando. – Quíron, eu quero tomar a frente da batalha. Quero organizar as estratégias. Claro que contarei com a ajuda de quem queira me ajudar, mas desejo que a palavra final seja minha.

– E por que deveríamos confiar em você? – nem precisei me virar para saber de quem se tratava.

– Minha queria Drew – cuspi seu nome – Não sei de você percebeu, mas sou a única aqui que tem conhecimento da estratégia militar infalível das caçadoras de Ártemis. Sou a única que já viu dezenas de guerras acontecendo além das divisas do acampamento, enquanto todos vocês ficavam confortáveis aqui. Eu lutei na batalha de Cronos enquanto você e seus capachos ficavam aqui, pouco se importando com o que quer que acontecesse. Eu tenho um irmão romano, eu conheço o estilo dele de luta. E os romanos lutam como um conjunto. Todos iguais. Assim como os sem mente que você chama de amigos. Mas, claro, isso não vem ao caso.

– Eu apoio – Connor e Travis gritaram ao mesmo tempo.

– Eu também. – a mão de Katie Gardner se levantou, assim como mais uma dúzia de campistas de mesas aleatórias.

– Thalia! Thalia! – o chalé de Ares começou a gritar, liderados por Clarisse.

– Eu ainda acho que não seria uma boa ideia... – a filha de Afrodite continuou, usando todo o charme que conseguia em sua voz. Um de seus irmãos lhe deu um soco.

– Para de ser ridícula, Drew. – ele comentou alto o suficiente para que eu ouvisse, e então levantou sua mão também.

Quíron olhou para mim com um dar de ombros. Afinal, se me negasse o pedido, não seria a comandante de direito, mas ainda de fato.

Olhei novamente para a mesa Onze, fitando o único cuja opinião me importa. Ele não sorriu. Apenas tinha uma expressão séria, e os olhos lacrimejando. Eu sabia o porquê. Ele havia se sacrificado pra vencermos a guerra, e liderar todo um pelotão parecia a mesma coisa. Sacrifício.

Um nó se formou em minha garganta e mordi meu lábio. Era loucura, eu sabia.

Mas era nossa melhor chance.


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Notas finais do capítulo

Poema de Carlos Drummond de Andrade.
Fic movida a reviews.