Diário De Thalia Grace escrita por Drama Queen


Capítulo 7
Ring out the Bells Again


Notas iniciais do capítulo

Dedicado pra linda da Underworld, que me deixou uma recomendação linda *---*
Espero que gostem.



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O modo como o filho de Hermes sorria para mim era encantador. Eu apenas corava e dava de ombros a todo o momento, procurando veemente um lugar pra enfiar a cabeça e me esconder. “Boba” seus lábios formavam, toda vez que nossos olhos se encontravam e eu reagia do mesmo modo.

Mesmo ali, cercada por juízes de caráter, eu não conseguia parar de sorrir, muito menos desviar os olhos de Luke. Era insanidade. Era jogar uma bomba e ficar para vê-la explodir. Mas, afinal “aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.”.

É fácil se acusar alguém, quando não se sabe pelo que essa pessoa passou.

Luke segurava minha mão, receoso, no momento que nos aproximávamos da fogueira. Já anoitecia, e eles se reuniam antes do jantar. Senti-o me apertar com força, e apertei na mesma intensidade.

- Relaxa, Luke – falei, minha voz porém, tremulava. Como se pode acalmar alguém quando você também está uma pilha de nervos? – Vai dar tudo certo. – Senti uma pontada no meu peito. Culpa. As caçadoras não estavam mais aqui, o que por um lado me deixou aliviada, mas por outro... Bem, eu não teria o apoio de Ártemis.

- Você tem razão. – ele sorriu e selou meus lábios com os seus por uma fração de segundo. – Tudo certo. – seus olhos se voltaram pra grande fogueira e ele se encaminhou até estarmos numa área visível.

Olhei para o céu, a lua brilhando cheia, e pela primeira vez, pedi a ajuda de Ártemis. Apesar de ela ser uma deusa, quando estávamos na caçada, sempre nos tratávamos de igual para igual. Apenas como se fosse uma treinadora, mas não necessariamente um ser superior. Luke andou em silêncio, soltando-se mim, e sentando-se junto aos outros. Quíron já o havia notado, mas o filho de Hermes levou o indicador aos lábios, pedindo pra que ele continuasse calado.

O diretor do acampamento – agora que Sr. D. estava fora devido ao seu ataque de múltiplas personalidades (você sabe, essa coisa de Grego x Romano o deixa fora de si), o centauro havia assumido a responsabilidade, que sempre fora dele, afinal – anunciava uma possível batalha entre os dois acampamentos. Ao que parece, o Argo II havia cruzado o oceano atlântico, e os raivosos Romanos decidiram nos atacar, como forma de puní-los.

Eu ouvia cada palavra atentamente, já formando um plano de batalha em minha mente. E de repente fui bruscamente tirada de minha linha de pensamento quando Connor me olhou com aquele sorriso diabólico de elfo doméstico, interrompendo a explicação do centauro, que, na verdade, não parecia passar de uma formalidade.

- Olha quem se perdeu! Seu chalé já vazou, pinheiro de NaThalia. – Ele brincou com os cabelos, e o acertei com uma fruta que arrancara da árvore mais próxima.

- Precisa melhorar seus reflexos. – mostrei a língua. Connor e Travis, apesar de mais endemoniados impossíveis, sempre me ajudaram com relação a Luke, e eu os tratava como se fossem a família que eu havia perdido. – E se quer saber, tive que ficar por causa do inútil do irmão de vocês que não consegue achar a droga do caminho de volta.

- Ah, legal. Mais um irmão. – Travis revirou os olhos, e eu segurei o riso. Foi a vez de Luke falar.

- Qual é, garotos. Eu sei que sentem falta do líder do acampamento, herói da profecia, e, agora, aquele que ressuscitou dos mortos. – ele sorriu, abrindo os braços e causando um espanto geral – Eu sou o novo Jesus Cristo.

- Convencido. – eu ri e desviei os olhos por um segundo, apenas tempo o suficiente para algo derrubar Luke no chão. Aproximei-me. Era Clarisse. Ela segurava sua lança no peito dele.

- Seu idiota, incompetente, insuportável, burro, miserável e idiota. – ela nem se tocou que havia repetido o xingamento – NUNCA mais faça isso com a gente. – sua raiva desapareceu-se por completo e ela apenas puxou o loiro para mais perto, em um abraço.

- Sabe, faltou a parte do gostoso, irresistível, maravilhoso, divino e perfeito. – seu sorriso debochado me fez rir, mas ao que parece, Chris não estava nem um pouco feliz com aquilo.

A maioria dos campistas antigos estava animada com a volta de Luke. Ele lhes falou incontáveis vezes a mesma história, de que tudo deveria haver um equilíbrio. Se almas más escapassem, as boas também poderiam. Alguns olhares de reprovação vieram do chalé de Apolo. Não era por menos. Michael Yew, conselheiro do chalé sete, havia desaparecido na guerra, e não sobrara um resquício de qualquer coisa que pudesse levar ao seu paradeiro.

Luke os garantiu que Michael não estava morto. Que por alguma razão havia aparecido em uma ilha – de nome Ogígia, ou algo do tipo – e ele decidiu não voltar. Mas claro que os filhos do deus do Sol não acreditaram. Pra eles, não havia motivo plausível capaz de fazer Yew abandonar tudo.

Por alguns instantes, pensar sobre o chalé sete me deixou abalada. Lembrei-me do sofrimento de Apolo e Ártemis, a necessidade que tinham em ficar juntos, e não podendo. Por uma ordem ridícula de nossos pais. Os olhos azuis de Luke encontraram os meus por um segundo e corei. Abaixei a cabeça e comecei a fitar o chão. Uma voz estridente chamou minha atenção.

- OH MY GOD! LUKE CASTELLAN? – ela gritava, e correu para abraça-lo. Drew. Uma das últimas garotas que Luke havia beijado antes dele se tornar mal. E, considerando o caráter da pessoa, não duvidaria nada que ela tivesse se atirado para ele enquanto era Cronos. Apesar das outras filhas de Afrodite estarem ressentidas pela morte de Silena, ela nunca demonstrara tristeza por um segundo sequer. Afinal, ela era a nova conselheira e, com Piper em missão, voltava a ter o monopólio sobre o chalé 10.

- Ah. Oi, Drew. – ele se afastou repentinamente e encarou meu olhar de ciúmes. Apenas riu, passando a língua nos lábios. Controlei-me para não acertar uma flecha na cabeça dela. – Você está diferente. Sabe, mais patricinha, menos aquele visual punk e tudo o mais.

Ótimo. A vadia me copiava pra poder ficar com ele. Meu dia ficava cada vez melhor.

- Eu tive que mudar. Não conseguia me olhar daquele jeito sem pensar em você, Lulu.

ESPERA. Lulu? Ah, vai tomar no cu. Isso foi demais pra mim. Aproximei-me do resto dos campistas passos rápidos. Drew ainda se pendurava no pescoço de Luke que aguardava a minha reação, seus olhos zombeteiros. Connor e Travis cochicharam alguma aposta quando passei por eles, e os campistas se aglomeravam. Alguns filhos de Ares até gritavam “BRIGA! BRIGA!”, mas os ignorei. Apenas observei a cena de mais perto.

- Temos muito que conversar essa noite, não temos? – ela perguntou, fazendo um muxoxo. Revirei os olhos e imitei alguém tentando induzir o vômito. Algumas risadas escoaram. – Eu, você... O chalé abandonado de Zeus. – ela usava charme na sua voz. Jogo baixo.

- Não tão abandonado quanto você pensa, não é, minha querida? – lhe dei um sorriso amarelo, enquanto peguei suas mãos e desgrudei da nuca do loiro. – Você sabe, eu e o Lulu temos muito a conversar. Eu, ele. O chalé não tão abandonado de Zeus. – me coloquei entre os dois. Meu metro e cinquenta e oito não eram nada perto do metro e setenta e quatro de Drew, mas, ao que parece, as apostas estavam ao meu favor.

“Soque a cara dela, Talita”. Beleza, um novato. Ou filho de Dionísio, fiquei na dúvida.

- E, a propósito, não deveria usar uma marca tão vagabunda de delineador só porque é colorido. Vejo as falhas daqui, sem falar que estão borrados. Parece uma palhaça. – sorri, sentindo Luke abafar uma risada atrás de mim. – E não ajuda nada o fato de usar pó de salgadinho na bochecha. - Virei-me para Luke, e já ia pedir para nos retirarmos quando a voz estridente tornou a aparecer.

- É uma pena que você seja uma caçadora. Sabe ter que ver um garoto tão sexy nas mãos de outra.

- É, realmente uma pena. – disse-lhe, sem virar, e tomei os lábios de Luke nos meus. Sua mão se fechou em minha cintura e no momento que me afastei, notei um sorriso vitorioso em seus lábios.

Segurei sua mão e saí andando. Dessa vez, o sorriso vitorioso estava em meus lábios. Andamos até o chalé número um, sem trocar uma palavra. Fechei a porta atrás de nós e uma das cortinas. Aproximei-me do loiro e ele me beijou. Retirei sua blusa e olhei pela janela, fitando novamente a vadia. Sorri, arqueando as sobrancelhas e finalmente fechando a última cortina.

Eu sabia que eles estariam lá nos julgando e inventando apelidos nada carinhosos. Mas Luke era meu. E não ia ser uma cadela qualquer que iria tirá-lo de mim.

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Notas finais do capítulo

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