Cap. 17 – Morte.

Acordei com os olhos sondadores de Edward a velar meu sono. Eu estava exausta. A doença parecia estar em seu estágio final, ou seja, no meu estágio final. A febre parecia por meu corpo em chamas. A dor ainda continuava a mesma, mas a morfina em meu corpo estação tão intensa que eu não conseguia mover nenhuma parte de mim. Apenas os lábios, mas já era o suficiente. Eu conseguia perceber que minha hora havia chegado. Mas eu não podia ir, sabe-se lá pra onde eu fosse, sem me despedir das pessoas mais importantes da minha vida. Mandei chamar a todos.

— Kathy... - sussurrei e ela pegou minha mão. - minha bruxinha... Eu vou continuar a olhar por você onde quer que eu esteja... Você é e sempre será minha melhor amiga. Eu amo você. Tome juízo, por mim. Nunca se esqueça que minha vida não seria nada sem você.

— para! - ela pediu aos prantos. - isso não é uma despedida! Você não está morrendo! Eu não vou te deixar morrer!

— Kathy... Não se preocupe... Eu sempre estarei com você... - sussurrei com a voz embargada. 

— não me deixa, por favor! - ela sussurrou desesperada.

— eu nunca vou abandonar você. Nunca. Vou proteger você, minha amiga, sempre. - disse-lhe e ela me abraçou.

— eu amo você, Bella... Por favor, resista... Por mim... Por todos nós... Eu preciso da minha melhor amiga... - ela implorou.

— não há mais salvação pra mim...

— é claro que há! Tem que haver! - mamãe gritou em desespero.

— mãe... Eu amo você mais que tudo no mundo... Por favor... Cuida do papai por mim... E me perdoa se em algum momento não fui a filha que a senhora merece... - sussurrei aos prantos.

— minha princesinha... Para de dizer isso, por favor... - mamãe me abraçou e eu gemi de dor. - você foi e é a filha que eu pedi a Deus. E sempre será! E ainda vai me dar muitos netos, e bisnetos... - ela sorriu para um futuro impossível. - você e Edward ainda formarão uma família linda... - olhei de relance para Edward, que observava a tudo com uma tristeza evidente.

— mamãe, eu adoraria ter esperanças de um futuro pra mim, mas a gente sabe quando nossa hora chega. Eu quero pedir uma coisa a senhora... - pedi.

— o que?

— quero que a senhora me dê um irmão ou uma irmã. Ou os dois. De o nome de Thomas e Anna a eles. E os crie com tanto amor quanto criou a mim... - ela começou a chorar copiosamente e eu comecei um choro silencioso e emocionado. - e eu vou ajudá-la a criá-los, eu juro...

— nós não queremos outros filhos! Queremos você! - papai disse.

— papai... Eu amo você mais que tudo... Eu não quero que me substituam... Eu quero que exista alguém que possa cuidar de vocês quando eu não puder. Quero alguém que possa cuidar dos negócios. Quero que alguém dê continuidade a nossa família Salvatore. Que lhe dêem os netos e bisnetos que eu não poderei dar... - terminei num sussurro cheio de saudade.

— você não pode me deixar! Por favor... Lute! - papai pegou em minha mão e eu sorri em meio à lagrimas.

— vocês foram os melhores pais do mundo e eu me orgulho demais de ser uma Salvatore. De ser filha de vocês. - ao terminar, senti uma dor profundamente esmagadora e trinquei os dentes para não gritar. Eles assentiram e afagaram meu rosto. - Maria... eu amo você... Você foi e é uma ama maravilha. E eu desejo que você cuide de meus irmãos assim como cuidou de mim. - ela assentiu e sorriu em meio às lágrimas. - tia Liz... Tio Edward... Eu amo vocês... - olhei para o homem que eu mais amei em toda minha vida. - Ed. - ele me olhou desesperado. - eu amo você... Você sempre foi tudo na minha vida... E... - arfei de dor antes de continuar. - eu quero... - falar estava ficando difícil, cada palavra saia sôfrega, tamanho esforço. - que você... Prometa-me... Que... Vai... Sobreviver... - supliquei com minhas ultimas forcas.

— eu prometo, minha londrina! Eu te amo... Prometa-me que sobreviverá! Por favor! - ele sussurrou, um pouco mais "vivo" que eu.

— eu prometo... - sussurrei, mesmo sabendo que o cumprimento desta promessa não cabia a mim. - eu... Amo... Todos... Vocês... Não... Se... Esqueçam... - sussurrei com meus últimos suspiros, antes de sentir todo meu corpo se perder de meu controle, e eu cair na inconsciência.

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— Bella, Fale comigo! - ouvi o sussurro do doutor Cullen. Estranhei ouvir alguma coisa.

— doutor... Cullen... - sussurrei, quase sem energia. - eu... Devia... Estar... Morta. - a ultima palavra falhou. Perguntei-me se ele havia escutado. A dor malvada havia voltado. Sentia tudo estremecer. Abri os olhos e o vi sentado ao meu lado. Ele pegou minha mão e com a outra afagava meus cabelos.  - está doendo doutor... - sussurrei inaudível. - faz... Parar... De doer

— shhh, querida... Eu vou fazer a dor passar... - ele prometeu enquanto aproximava sua boca à meu pescoço. Sorri aliviada, pois confiava plenamente nele. Até que senti uma dor diferente em meu pescoço, como a de uma mordida. Depois todo meu corpo começou a esquentar e esquentar, chegando a uma temperatura insuportável, e piorando... Talvez devam ter me jogado na fogueira. Eu parecia estar em meio a brasas. Ou dentro de um vulcão, a ponto de explodir.