Black Roses escrita por Cumbercookie


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Narrado por Lyze.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/301715/chapter/2

Qualquer indivíduo poderia questionar as motivações dos seres demoníacos; qualquer um ficaria sem compreender. Heitaros Cratsus, considerado um dos melhores guerreiros dentro de todos os clãs existentes, falava sobre uma ameaça humana a sociedade de Elyos. Os demônios, é claro, acreditaram. No entanto, nada fizeram sobre: os líderes de cada divisão consideraram tolice de um jovem pretensioso.
Alguns demônios tinham inveja da raça humana que habitava Ernas; afinal, quem não teria? Os demônios foram expurgados da terra abençoada para que as Deusas criassem seres imundos, imperfeitos; seres que não compreendiam as questões da vida. Para os demônios foi atribuída a tarefa da destruição: toda vez que a terra das Deusas precisasse de um “aviso”, os demônios entrariam em cena. 

E os demônios se acostumaram com essa ideia e logo a amaram. Criar o medo para os humanos tinha lá suas vantagens. 

-

As coisas mudaram desde que eu tinha meus 14 anos humanos. Mesmo após tanta guerra com outras criaturas dessa dimensão, havia “paz”. Mas agora... Elyos virou um barril de pólvora e não falta muito para a faísca surgir. E acredite, quando isso acontecer, algo pior do que o apocalipse que os humanos creem.

Nesse caos tomei a liberdade de me prevenir e encomendei algo especial a um velho amigo: uma espada sapiente. Dizem que nas mãos certas terão um poder maior que a espada de um deus, mas quando corrompidas trarão a insanidade a seu usuário e destruição a todos os seres vivos que encontrar. Eu a queria para emergências; afinal minha cabeça vale várias moedas de ouro por aqui. Esse mago, Oz von Reinhart, um sábio do tempo das guerras demoníacas e também um grande amigo, especializou-se nos últimos anos ao estudo de armas sapientes e armamento demoníaco. Ele poderia criar qualquer arma num piscar de olhos; e pelo preço certo. Minha espada, no entanto, ele decidiu fazer com o intuito de um presente – ou, na mais pura verdade, para um experimento. Ele morava em uma caverna por que... Asmodianos desejavam sua cabeça de enfeite. Acho que ele nunca teve criatividade. Isso complicava a comunicação com seus “clientes”. Eram todos obrigados a andar escondidos em mato alto, no escuro e quando a Lua estava escondida atrás de nuvens. Mesmo sendo conhecido eu não fugia da regra. Irritava-me ter que caminhar entre mato, mas relembrava a infância.

Encontrei-o esperando por mim na entrada da caverna. Ele apenas piscou e voltou para dentro. Acho que eu não sou mais digno de sua companhia, huh? Após percorrer o que pareceram quilômetros no escuro, cheguei à segunda entrada. E então ele me mandou sentar. Ah, mais uma longa noite de conversa científica onde eu não compreendo nada e apenas concordo para não ser mal educado. Não é que eu seja tão burro ao ponto de não entender um termo sequer do que ele diz; ele é que usa termos técnicos únicos para sua área. Eu não sou um mago, tampouco me especializei em armas sapientes ou armamento demoníaco. No entanto, o que ele me disse a seguir selou meu destino de uma forma assustadora. 

- Roubaram a espada. 

Quando ouvi não notei que isso se tornaria um problema gravíssimo no futuro – até ele me falar sobre a dita cuja da espada. Entrar em pânico? Não. Eu já estava velho demais para isso. Eu faria um plano e resolveria isso de uma vez por todas.

- Senti rastros de Duel aqui perto. 

- Você está insinuando que Duel roubou a espada?

- E quem mais o faria? Quem mais sabe sobre esse tipo de coisa? E o melhor: quem é o único ser que vive espionando ambos de nós?

- E qual o problema? É só uma espada. 


- Só uma espada? – Uh oh. Eu deveria ter pensado um pouco mais antes de falar. – Está maluco? É uma espada sapiente E ainda ao nível de uma espada usada por um rei! Se o conheço bem, ele vai tratar a espada de tal modo que ela ficará corrompida. E como eu não terminei com ela, a espada não terá um limite de poder que possa soltar. E disso só sobram duas alternativas: Duel é pulverizado pelo poder utilizado ou dimensões serão engolidas numa espécie de buraco negro. Ou os dois ao mesmo tempo.

Após quase levar uma estaca no peito, eu percebi que teria que agir mais cedo do que pensava. Duel e eu tínhamos nos conhecido quando meu pai me colocou para treinar com a guarda real. E depois de várias confusões entre as famílias e sobrar o trono – que logo foi extinto – para mim, Duel achou que meus ideais não eram puros iguais os sangues de quem eu tentaria governar. E com isso, Duel tentou me matar de incontáveis formas. Depois que me casei novamente, Duel jurou que iria pintar a casa dele com meu sangue. Uma linda forma de dizer “eu te amo”. 

Estava farto de Duel me ameaçando, e certamente não iria deixar que ele ameaçasse minha família. Mas eu não planejava atacar antes que ele anunciasse guerra pela região. Dadas as circunstâncias eu não posso mais seguir meu plano original. Seria perigoso demais; e insistindo em defender a região eu acabaria ceifando, mesmo indiretamente, centenas de almas.

- Faça-me uma foice. Não quero que seja sapiente, mas quero que tenha as características de uma. E quero que esteja ao alcance de uma espada real. 

Oz fez que sim com a cabeça e me enxotou da caverna. Eu resolvi não seguir o mesmo caminho para a volta e fui pelo caminho que Duel tomaria: o mais óbvio. Duel era poderoso, mas não sabia planejar seus ataques com precisão. Após alguns minutos, encontrei um rastro de sangue. Segui-o. E então encontrei dois corpos: um deles vivo; outro morto.

A minha frente havia um corpo de um dragão e ao lado um grifo. O grifo levantou-se e apenas andou até mim. Em seu bico, uma carta. Na carta um nome. Lyze. Como uma mascote educada, o grifo esperou que eu lesse a carta.

“Caro,

Espero que compreenda as circunstâncias que nos encontramos. É uma pena, de verdade. Poderíamos governar juntos, levar a esses miseráveis uma era de ouro. Escreveríamos nossos nomes nos livros de história. Mas você...

Espero que entenda que não vou mais tratar isso como um caso sem solução, arquivado para nunca mais se ouvir falar. Olhe a sua frente. Isso é apenas um aviso, Lyze. Você ainda tem chances de salvar sua vida.

Só um aviso, Lyze.”



O grifo voou. Deixou para trás uma pena preta coberta de sangue. Eu conhecia aquele sangue. Pertencia ao dragão. E também conhecia o dragão.

Jazia a minha frente o corpo de um dragão da espécie Selion. Um Selion que havia me acompanhado desde que nasci. Um Selion que teve sua garganta aberta com tamanha violência que já não se reconhecia nada. Em sua face um grito de socorro abafado por penas.

Peguei a pena e guardei-a. Já a carta; taquei fogo. Um aviso.

_____________________________________________________

U M A   C U R I O S I D A D E

Parece bobo, mas
simplesmente adoro
inventar ditados sem sentido
e sem moral alguma
apenas para irritar o humano


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo bugado tanto no Nyah quanto no fórum, viva!

Mas vai ficar assim. Estou sem paciência pra isso.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Black Roses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.