Minha melhor amiga escrita por SraWeasleyPhelpsDiAngelo


Capítulo 5
IV


Notas iniciais do capítulo

Gente, como o outro capítulo estava muito curto, resolvi que vocês mereciam algo mais! Aqui está mais um capítulo... Mas agora eu não tenho mesmo previsão para o próximo! Obrigada a todos os leitores!
Beijos. Boa leitura :)



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Eu obriguei-a a fazer uma parada. Eu estava morrendo de cansaço e não aguentava continuar.

        “Nunca tinha reparado antes como os humanos são fracos” Nana resmungou.

        Ignorei o fato de eu pensar que ela fosse uma humana e voltei a montar a barraca.

        “Eu vou ter que caber aí dentro com você!” Nana exigiu.

        “Ótimo. Eu não pensava em te deixar no frio da floresta, sua boba.” Garanti.

        Nana riu.

        “Adoro seu senso de humor.” Foi o que ela disse.

        Eu ri junto. Quando eu terminei de erguer a barraca, entramos e ficamos sentadas uma do lado da outra, encostadas no forro da parede da barraca. Eu já sabia que ficaríamos apertadas, mas tudo bem. Eu demorei um pouco, mas dormi, caindo em cima de Nana. Não vi se ela dormiu, mas deve ter dormido.

        “Miss... Acorda...” ouvi a voz doce me chamando.

        “Nana, por que você não me deixa descansar?” perguntei.

        “O sol já está jogando raios super fortes!” Nana explicou “Hora de levantar, mocinha.”

        “Certo” concordei e fui me endireitando o máximo que podia dentro daquele lugarzinho apertado.

        “Temos que chegar a sua casa hoje.” Ela falou.

        “Tudo bem.” Eu disse “Podemos andar como ontem ou mais rápido.”

        “Isso mesmo!” Nana brincou.

        Ela saiu primeiro da barraca, quase batendo seu bumbum na minha cara e eu fui engatinhando logo atrás dela. Arrumamos tudo em silêncio e recomeçamos a andar.

        “Precisaremos ser cautelosas. Muito cautelosas.” Falei, de repente.

        “Eu sei. Mas quanto a isso, você pode contar comigo. Sei bem como ser silenciosa.” Ela garantiu.

        “Espero que saiba mesmo.” Respondi.

        Das vezes que Nana e eu precisamos ser cautelosas – e não foram poucas – ela agiu muito bem, assim como eu. Temos muita prática nesse tipo de coisa pelas vezes que fugimos de casa durante a noite. Talvez isso nã seja tão inocente, mas era uma das coisas mais pervertidas que ela fazia.

        “Lembra quando você ficou morrendo de medo porque sua mãe quase descobriu que você não estava na cama no dia da festa do Theo?” Theo era um dos nossos colegas de escola que dava as melhores festas.

        Nana sorriu e respondeu:

        “Lembro. Eu morria de medo desse tipo de coisa... Eu lembro também quando eu fui beijar o Paulo e você ficou com medo de alguém aparecer e pegar a gente no flagra.” Nana começou a gargalhar “Isso foi quando tínhamos uns treze anos!”

        Eu comecei a gargalhar junto a ela.

        “Era seu primeiro beijo e você ficou me perguntando o que devia fazer com a língua!” falei.

        “Eu também lembro de ter feito essa pergunta!”

        Nós tivemos que parar de andar um pouquinho e nos encostamos em uma árvore de caule espesso.

        “Certo. É melhor gastarmos nossas energias andando e não rindo à toa.”

        “Estranho.” Refleti “A Nana que eu conheci diria exatamente o contrário.”

        Nana fixou seu olhar no chão e continuamos a caminhada. Estávamos uns vinte e cinco minutos sem falar nada uma com a outra.

        “Estamos chegando na trilha de quatro quilômetros.” Comentei.

        “Ainda bem. Isso quer dizer que estamos chegando a sua casa.” Nana suspirou.

        Eu peguei mais uma garrafinha de águe e matei muito rápido. Nana aceitou dois goles de água e continuamos a caminhada. Resolvi pegar comida na mochila e comi enquanto andávamos.

        “Isso está muito gostoso!” garanti, dando mais uma mordida na maçã “Tem certeza de que não quer?”

        “Tenho.” Nana disse pela milésima vez.

        “E como você está sobrevivendo?” fiz cara de espanto.

        “Qualquer hora eu te conto.” Ela sorriu.

        “Achei que não tivesse segredos comigo.” Fiz biquinho.

        “E não tenho.” Ela sorriu novamente “Apenas não quero te assustar.”

        “Certo. Não está funcionando tão bem.” Brinquei “Afinal” mais uma mordida na maçã “Me abordar na floresta enquanto eu choro sua morte e me dizer que você está andando, falando e fazendo todas as ações de um ser vivo, mas que está morta... Bem, isso pode ser meio assustador.” Ri.

        “Só acho que você vai precisar de um lugar mais confortável que uma pedra para cair quando for desmaiar de surpresa.” Ela olhava fixamente para o caminho à nossa frente.

        “Hm” mais uma mordida na maçã “Acho que você está me subestimando. Eu tenho estômago forte. Você sabe.” Fiz uma pausa “O dia da sua morte, por exemplo... E-eu superei...”

        “Depois converso sobre isso com você.” Nana, séria.

        “Ótimo.” Falei.

        Chegamos à trilha dos quatro quilômetros. Enfim, faltava bem pouco. Andávamos realmente rápido. A maçã já havia acabado e eu estava matando mais uma garrafinha d’água. A gente devia ter andado durante umas quatro horas pra percorrer tudo aquilo tão rápido... Sei lá se estou fazendo os cálculos certos...

        Eu já reconhecia ainda melhor tudo aquilo. Eu havia feito uma grande marca com uma faca numa árvore. Faltavam dois quilômetros. Minhas palavras com Nana haviam cessado e eu estava calada. Mas lembrei de uma música... Nossa música favorita. Na verdade, nós a havíamos escrito.

        And you know                         (E você sabe)

You know I always                 (Sabe que eu sempre)

I will always be here              (Sempre vou estar aqui)

For you                                (Para você)

And for me                           (E para mim)

I'll always be here ...        (Eu vou sempre estar aqui…)

Este é um trecho da nossa música e eu comecei a cantarolar o ritmo... Ela tocava o violão e cantava, enquanto eu tocava a guitarra e fazia uma segunda voz... Tocávamos na garagem da minha casa no Brasil. Eu pedi aos pais dela o violão dela quando ela morreu e eles me deram. Mas eu nunca mais havia tocado depois que ela partira.

“Está vendo a casa?” perguntei.

“Sim. Ela é bem maior do que a do Brasil.” Nana comentou.

Dava para ver as janelas do segundo andar da casa através de algumas árvores.

“É.” Concordei “Acho que você vai gostar. Tem tv, dvd, livros e tudo o mais no meu quarto, então, enquanto eu estiver fora e não puder te levar, você não vai ficar entediada.” Sorri.

Nana sorriu de volta.

“Que bom.” Ela falou.

Eu fui na frente ver se havia alguém na frente da minha casa e notei umas faixas amarelas ali. O que está havendo? Pensei. Então, lembrei que sumira por quase cinco dias e meus pais deviam estar morrendo de preocupação. Minha mãe conversava com um cara alto, meio barrigudo e com cara de ‘xarope’. Ela estava super preocupada e eu sabia que a culpa era toda minha.

“Nana, eu vou ter que sair com as duas malas e você tem que dar um jeito de entrar, disfarçadamente, pela porta dos fundos. Fique me esperando atrás da casa e, quando eu conseguir distrair todo mundo, te busco lá atrás. Mas tome cuidado! Alguém pode aparecer a qualquer momento! Por favor, se cuida!” Eu dei toda a explicação e estava puxando a outra mala da mão dela.

“Bom, acho que é o jeito, né? Eu te espero lá, Miss.” Nana aproximou-se e abraçou-me “Se cuida também, sua boba.”

Eu saí daquele matagal da entrada/saída da floresta e fui encarar o que me esperava.

“Ali!” minha mãe guinchou enquanto me apontava “Minha filha!” ela empurrou o cara da frente dela e veio correndo na minha direção. “Ah! Meu Deus! Sua menina estúpida, por onde se meteu? Você vai ficar suas férias inteiras dentro de casa!” ela gritava para mim.

Eu abracei-a.

“Ainda bem que você está bem, filha.” Ela retribuiu o abraço, com as lágrimas dançando pelo rosto dela.

As lágrimas pesavam nos meus olhos também. Eu sentia-me mal por ter feito ela e papai ficarem tão preocupados. Eu não sabia onde estava com a cabeça...

“Desculpe-me, mamãe.” Pedi.

“Está perdoada.” Ela falou, apertando-me cada vez mais.

Fomos para dento de casa e mina mãe dispensou as faixas amarelas, os policiais e tudo o mais. Papai estava sentado no sofá da sala. Mão segurando a cabeça e cotovelos apoiados nas pernas. Ele ficou super feliz ao me ver bem.

Ficamos lá... Meus irmãos desceram as escadas e começaram a me dar broncas. E, enfim eu percebi, como tenho importância.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. E, por favor, críticas ou elogios... Comentem! Por favor. Aceito todo tipo de comentário, mas se quiserem criticar, façam críticas construtivas. Obrigada, galera!
Beijos.



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