Minha melhor amiga escrita por SraWeasleyPhelpsDiAngelo


Capítulo 23
XXII


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão pela demora. Eu estou revisando muito esses capítulos finais. Ainda não sei quantos serão. Mas não vou abandonar a história! Não se esqueçam disso! Eu estou me esforçando pra ser rápida, mas deu pra notar que não é o meu forte. Bom, mas como prometido, capítulo 22 está aí.
Espero que possam apreciar a leitura ^^ Nos vemos nas notas finais.



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Cheiro de sangue. O local era úmido e inquietante. Com certeza, meu golpe imobilizaria o morto-vivo por apenas alguns minutos, talvez quinze ou vinte. Limpei o suor inevitável de minha testa e aprofundei-me por aqueles corredores.

        A cada passo, acontecimentos inesquecíveis me ocorriam... Minha cabeça parecia um grande filme com estranhos flashbacks se materializando...

        [Flashback on]

       Minhas lágrimas não davam trégua. Eu ofegava, tentando não provocar muito barulho. Olhei para meu irmãozinho: indefeso e inerte, no chão. O sangue em seu pescoço escorria um pouco espesso.  As veias inchadas ao redor do ferimento. Meu coração doía, como se agulhas estivessem-no espetando. Minha vontade era de berrar muito alto, mas aquilo era impossível.

        Depois de minutos largada ao chão, levantei-me e comecei a puxar Martin. Precisava carregá-lo até seu quarto e cuidar dele, como boa irmã mais velha que sou. Foi muito cansativa a trajetória até o banheiro do meu irmão. Coloquei-o na banheira e abri as torneiras de água quente e fria, rezando para que ele não acordasse tão rápido.

        Desci as escadas e peguei panos para limpar a sujeira no chão... Ninguém podia acordar! Usei alguns panos e água até tirar quase todo o sangue do piso da cozinha. Então, larguei tudo ali e subi as escadas. Ao adentrar o banheiro, encontrei a banheira quase cheia. Fechei as torneiras e comecei a despi-lo. Naquele momento, eu não me importava se invadiria a privacidade do meu irmão ou não... Ele precisava de mim! Coloquei sabão na água e comecei a esfrega-lo. Lavei todo o sangue de seu corpo. Higienizei o ferimento em seu pescoço com água, sabão e água oxigenada. Esvaziei a banheira.

        Sequei o corpo de meu irmão, tentando não me importar com sua falta de roupas. Ele era magro, mas não mirrado. Sua barriga parecia prestes a criar músculos bem rígidos e fortes. Por inteiro, o corpo de Martin parecia estar formando-se muito bem. Ele era lindo. Seus cabelos claros, quase loiros, combinavam perfeitamente com seus olhos cor-de-mel, quase verdes... As sardas espalhavam-se por seu nariz e embaixo de seus olhos. Sua pele sempre foi clara e limpa – exceto pelas poucas vezes em que nasceram espinhas em sua testa. Em minha opinião, aquele grotesco ferimento no pescoço era o único defeito em seu corpo – mas talvez essa minha opinião fosse apenas amor de irmãos. Vesti uma cueca e um pijama nele. Deitei-o na cama e o cobri bem... Até parecia que nada havia acontecido. Depositei um beijo em sua testa recém-lavada.

        “Desculpe-me.” Uma lágrima rolou de meus olhos, e espalhou-se por sua testa “Por favor...” soltei meu irmão.

        Voltei à cozinha para terminar de limpar tudo, e tropecei no último degrau da escada. Bati a cabeça com força no chão, o que fez minhas lágrimas encorpar-se mais. Rapidamente, tirei a última e pequenina mancha de sangue. Em segundos, finalizei com pano seco e um produto para tirar aquele cheiro de ferrugem que o sangue tem. Eu lavei o pijama de meu irmão e o pendurei no varal. Ia começando a lavar os panos, quando uma voz chamou-me. Fiz um silêncio inescrutável, enquanto o chamado repetia-se.

        Mãe.

        Abri muito a torneira do tanque, torcendo os panos para que o sangue fosse eliminado com muita rapidez. E foram-se as manchas vermelhas, até que minha mãe conseguiu localizar meu paradeiro na lavanderia, atrás da cozinha*[N.A.: A cozinha possui duas portas. Uma vai para fora, atrás da casa. Existe um muro ao lado dessa porta, que cerca a casa da Misty. A segunda porta fica na parede rente a da primeira porta, e dá passagem ao gramado que continua com a garagem, no interior do muro – nesse local, encontram-se a churrasqueira e uma mesa, etc. Entre o gramado e o muro da primeira porta, localiza-se a lavanderia. Pequeno pedaço da casa de Misty.]

        “Filha” minha mãe suspirou “O que você está fazendo?”

        Meu coração estava muito acelerado. Fechei os olhos e sequei-os, nos dois segundos antes de minha mãe tocar meu ombro. Temerosa, respondi, pensando muito rápido:

        “Mãe, bem, e-eu... Eu fiquei com fome, e... Aí, eu resolvi fazer um pão na chapa. Bom, eu estava esquentando a frigideira, quando ouvi alguém atrás de mim, e levei um susto. Eu me assustei muito mesmo, mãe! E, quando eu vi, era o Martin, só que eu já tinha batido a frigideira nele!”

        Minha mãe tinha os olhos muito arregalados, talvez, tentando encarar os meus, assustados. Eu sabia que devia estar tremendo um pouco, mas eu tentava conter aquela tremedeira – junto às lágrimas e ao suor frio. Minha mãe respirou fundo. Então, indagou, tentando permanecer calma:

        “Onde você o queimou?”

        “Pescoço...” respondi, tentando parecer convincente e culpada – na verdade, a culpa já me dilacerava.

        “Como ele está?”

        “Bem. Quero dizer, ele chorou um pouco, mas.. Sabe como é, ele dá o jeito dele. Mas ele não parecia muito acordado...”

        “Seu irmão é sonambulo, mas você sabe que ele nunca desce as escadas.”

        “Parece que nosso problema está aumentando, então. Mãe, ele chorou quando eu o atingi... Mas ele não parecia muito acordado, é sério!”

        “Filha, que tipo de sonambulo você acha que seu irmão é? Ele abre a porta, mas não desce as escadas!” minha mãe já me censurava.

        “Eu j-juro, mãe!” talvez eu não tenha sido tão convincente, mas minha mãe pareceu abaixar a guarda “Eu tive que leva-lo de volta ao quarto dele e limpar o negócio no pescoço dele, e... Estava horrível!” eu estava quase gritando.

        “Bom, está certo. Amanhã vou leva-lo ao médico.” Minha mãe suspirou “Agora, por que você está lavando esses panos? Aliás, por que sua testa está sangrando?”

        “Ahn...” eu lembrei do tombo da escada “Bom, mãe... Eu caí da escada e bati a testa no chão.”

        “Cuidado, filha! Você anda um desastre, ultimamente.” Minha mãe advertiu-me.

        “Desculpe-me!” pedi.

        “Está bem, mas... E os panos?”

        “Café!” foi o que veio à minha cabeça “Quer dizer, d-derrubei café...” Droga, ia levar outra bronca!

        “Quer saber, querida?” minha mãe expressava grande preocupação “Acho melhor você limpar seu rosto e ir dormir! Acho que precisa descansar!”

        Então, fui até o corredor depois da escada, com a minha mãe. Entramos, cada uma no seu quarto. Obedecendo às ordens dela, lavei bem meu rosto. Deitei-me sob aqueles macios acolchoados. Mas não dormi, é claro. Eu devia estar ficando louca. Aquilo tudo, de repente... As coisas não pareciam fazer muito sentido, fora de minha mente. Mas, então, por que aconteciam? Era tudo tão... Fictício. Ou não? Não, não era... Eu sabia que tudo havia acontecido mesmo, porque as marcas estavam em mim e, agora, no meu irmãozinho. E o que ele havia feito para isso? Qual era o papel dele nessa história? Na verdade, ele era mais inocente que qualquer um. Mas as coisas são assim. A vida é assim. Nada é muito justo – nem nunca foi – comigo. Claro, qualquer um deveria saber que uma das minhas maiores fraquezas, é minha família. Minha família... Eles eram tudo o que eu tinha. Nada de amigos, ou amores. Apenas minha família e ela.

Fechei meus olhos, mas apenas algumas imagens piscavam em minha mente... Imagens devastadoras... Levariam tudo de mim, no fim das contas... Meu irmãozinho... E tudo era culpa deles... Louis... Garden... E aquele esquisito pesadelo não se dissolvia. Pelo contrário, ficava mais forte, e as imagens se distorciam. Quem era o culpado? Os vampiros, mas Ariana era uma vampira... Ariana... Nana...

        Nana.

        Um grito estrangulado de terror saiu de minha garganta.”

        [Flashback Off]


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Notas finais do capítulo

Não me matem! É só mais um flashback para saberem o que aconteceu antes. Preciso de opiniões para continuar, por favor :) Não tenho previsões para o próximo capítulo, mas vou continuar a me esforçar para não demorar tanto assim. Mas, por favor, me contem o que estão achando! Opinem e critiquem construtivamente. Muito obrigada por lerem e pela atenção de vocês :3 Beijinhos *3*



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