Minha melhor amiga escrita por SraWeasleyPhelpsDiAngelo


Capítulo 22
XXI


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela grande demora, leitores! Vocês não têm noção do quanto revisei esse capítulo - e foi muito mesmo! Queria que estivesse plausível. Mas agora ele está aqui, acabando de sair do forno! Portanto, leiam antes que esfrie ;)

Ótima leitura, nos vemos nas notas finais.



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Olhei aquele quarto: simples e arrumado. Mas eu me sentia um pouco intruso... Tinha um gato laranja – como meu cabelo – em cima da cama, me encarando: Ele sabia como eu estava me sentindo. Então, abri a gaveta do criado-mudo e deparei-me com espelhinhos, lanternas, papéis em branco, entre outras coisas. De súbito, passei a vasculhar tudo ali, começando a me sentir à vontade.

        Encontrei coisas como cadernos, casacos, sapatos, desenhos, cartas, o celular e até... Absorventes e sutiãs. Continuei minha busca e, sentindo uma mistura de alívio e adrenalina, achei um papel com algo realmente interessante, embaixo do travesseiro dela:

        -Livro furtado: Achei o nó perfeito...

        -O que devo fazer quando chegar à montanha?

        Problema quase resolvido: Esperar alguém aparecer, e então, tentar entrar usando força mesmo...

        Frases sem sentido, à primeira leitura, mas reli e percebi como tudo se encaixava. Ela estava mesmo, digamos, com uma expressão confusa na escola. Para onde ela teria ido? Eu fiquei sabendo de sua primeira fuga, que não precisou de equipe de busca. Pensei e, não acreditando muito no que pensava, saí correndo do quarto. Enquanto descia as escadas, fiquei lembrando-me dos últimos acontecimentos...

[Flashback on]

        O diretor me chamou até sua sala.

        “Com licença” disse, enquanto fechava a porta.

        “Claro, sente-se” ele falou, e eu obedeci “Sr. Smith, temos um realmente grave problema a tratar, e eu não quero rodeios...” assenti e ele continuou “Conhece a Srta. Daves, não?”

        “Sim” eu respondi, apenas tentando imaginar o que estava acontecendo.

        “Teve muito contato com ela nesses últimos dias?” ele indagou-me.

        “C-como assim, senhor?”

        “Conversou muito com ela?” ele explicou.

        “Ah, sim, a maior parte do tempo, aqui na escola, ela passou comigo.” Respondi.

        “Pois bem, Sr. Smith, espere que vou chamar a Sra. Daves.” Ele disse, e eu levantei uma das sobrancelhas, sem entender.

        Uma mulher morena, de olhos acinzentados, entrou na sala. À primeira vista, não notei nada de incomum nela, até ela sentar-se ao meu lado e eu perceber sua semelhança com minha amiga...

        “Bom dia.” Ela disse, com voz fraca.

        “B-bom dia...” respondi.

        “Bom, Sr. Smith, esta mulher está aqui porque sua filha sumiu de casa, e estão investigando seu paradeiro. Para isso, precisam conversar com as últimas pessoas que se comunicaram com ela.” O Sr. Rugby falou, e eu quase engasguei.

        “O quê?” arregalei meus olhos, sentindo algo estranho “Como assim?”

        “Não se exalte, senhor. Apenas responda nossas perguntas, tudo bem? Já pedimos permissão aos seus pais, para fazermos isso.” O Diretor explicou.

        “Tudo bem” eu falei.

        “Bom, quando esteve conversando com a Srta. Daves notou algo estranho nela?”

        “Para falar a verdade, não... Ela estava só meio calada, como sempre. Ela é uma pessoa meio fechada, não?” eu disse, notando que ele anotava tudo.

        “Sim, ela é.” Falou a voz preocupada da Sra. Daves. Notei que seus olhos lacrimejavam.

        “E, além do fato de ela estar meio calada, nada mais de estranho?”

        “Não que eu tenha notado, senhor.” Respondi “Ela... Bem, ela foi sempre a mesma garota calada e misteriosa, todos os dias... Mas eu achei que isso fosse só o jeito dela mesmo.”

        “Como assim, misteriosa?”

        “Ela não falava muito, só isso. Dava respostas curtas às perguntas minhas.” Dei de ombros.

        “E, o senhor não acha que ela planejava alguma coisa?” o Diretor continuou a entrevista.

        “Não me pareceu que estivesse planejando nada.” Eu disse.

        “Certo, então... Tudo bem. É isso. Nada mais a declarar?”

        “Não.” Eu falei, louco para sair dali, percebendo como tudo me afetava.

        “Pode ir, Sr. Smith. Foi muito bom ter colaborado conosco.” O Diretor falou.

        “Por nada.” Respondi, sem pensar em nada melhor a dizer.

        Ia-me levantando, quando senti uma mão tocar a minha. A Sra. Daves falou:

        “Obrigada, garoto, muito obrigada, mesmo.” Ela forçava um sorriso.

        Forcei outro sorriso de volta a ela, e respondi:

        “Não precisa agradecer. É quase minha obrigação, não?”

        “Não, não é, querido...”

        “E o que eu seria se não tivesse respondido a isso? Eu gosto dela, e se não tivesse colaborado em algo para ajuda-la, sentiria-me péssimo...” eu ia dizendo, mas fui interrompido por um forte abraço daquela mulher.

        “Precisamos mais de gente como você no mundo, então...” ela suspirou “Obrigada...” e soltou-me.

        Olhei em seus olhos e vi seu desespero contido. Senti uma angústia e só consegui falar:

        “Por nada...”

        Retirei-me da sala e me dirigi   direto ao banheiro masculino. Joguei água no meu rosto e fiquei me olhando... Como assim, ela fugiu?, eu pensava, E por quê?

        Eu me sentia como se tivesse perdido coisas, como se algo tivesse escapado de minhas mãos. Algo preso em minha garganta queria sair, mas eu usei todas as minhas forças para segurar aquilo. Então, saí do banheiro e fui terminar meu dia de aula.

        Quando bateu o sinal da última aula, eu ia saindo para pegar minha bicicleta, quando avistei a mesma mulher de mais cedo no portão. Resolvi fazer umas perguntas que havia-me esquecido com a tensão das coisas.

        “Olá, Sra. Daves...” eu cumprimentei.

        “Olá, Brad.”

        “Com licença e desculpe-me, por favor, mas... Desde quando ela... Bem...?” eu não conseguia terminar.

        “Ontem.” Ela falou, indecifrável “Fui ao seu quarto à noite, chama-la para o jantar, mas ela não abria a porta nem respondia... Então, eu tentei abrir, mas estava trancada. Arrombamos a fechadura, com medo de que algo estivesse acontecendo lá dentro, qualquer coisa, e eu descobri que... Bem, ela não estava lá. Foi isso...” Ela usava óculos escuros, mas eu sabia que seus olhos deviam estar vermelhos.

        Assenti e olhei o chão, meio desorientado.

        “Brad,” a mulher dirigia-se a mim “Bom, eu estava aqui esperando-o.”

        “A mim? Por quê, senhora?”

        “Acho que, como você foi uma das últimas pessoas a falar com ela, eu quero dar uma palavrinha com você... Até liguei aos seus pais e eles compreenderam perfeitamente. Caso você não se importe, é claro.” ela respondeu, com um sorriso bondoso.

        “Er... B-bom, eu posso ir sim. Eu gosto muito da Misty. Ela é muito amiga minha, agora...” respondi. Eu não podia negar nada àquela mulher que, com certeza imploraria, se eu dissesse não.

        Eu estava na casa da Misty, conversando com a mãe dela sobre ela, enquanto o pai dela falava com os policiais...

        “E eu olhei para a entrada da floresta... Ela estava lá...” a mulher sorriu, suas lágrimas caiam e ela já não tentava mais contê-las “E eu briguei tanto com ela, naquele dia. Mas eu realmente não esperava que ela fizesse isso... Novamente.”

        Eu mirava o suco de maçã no copo à minha frente, mas não conseguia beber. Minha garganta doía com algo entalado ali, fazendo-me sentir uma dor inexplicável.

        “Misty... Acho que ela tem um modo meio diferente de ver e colocar as coisas...” eu falei “Eu a reconheci, quando a vi na loja em que estava trabalhando. Eu fui atrás dela, porque quis fazer amizade, e ainda quero aumentar a amizade... Já que somos mais colegas que amigos. Porém eu acho que ela já é importante pra mim... Essa diferença dela me chamou a atenção...”

        Olhei para a mulher a minha frente e deparei-me com o seguinte: Ela tinha as mãos tampando-lhe a boca, que continha um sorriso – pude notar – e ela ainda chorava muito, mas parecia mais alegre.

        “Desculpe-me, querido, mas... Você não sabe como a Miss gostaria de ouvir isso. Ela sempre se sentiu tão... Rejeitada, fora do lugar dela. Mas, quando isso acabar, você pode mostrar a ela o quanto é especial.” Ela limpava os olhos com um paninho bordado.

        Eu só consegui sorrir. Tomei um gole do suco de maçã para ver se conseguia fazer com que a coisa entalada na garganta descesse, mas não funcionou muito bem. Respirei fundo, então, desviando um pouco o assunto, perguntei:

        “Não acharam pista alguma no quarto dela?”

        “Bem, ainda não fizeram a vistoria, porque eu não gostaria que eles mexessem nas coisas da minha Miss, então disse que eu mesma fazia, mas ainda não consegui...” por um instante, vi um brilho passar pelos olhos dela “Brad... Você não gostaria de ir dando uma adiantada? Não quer ver se encontra algo por cima?” ela propôs.

        Primeiro, hesitei com forças, pois não tinha certeza se a Miss gostaria disso... Mas a Sra. Daves insistiu tanto, mas tanto que eu já não conseguia mais recusar. Fui fazer a tal da vistoria...

[Flashback Off]

        Ali estava eu, tentando passar pelos policiais, de alguma forma. Dei a desculpa de que deixara meus patins pela floresta, certa vez, e queria ver se os encontrava, só ali por perto. Eles não acreditaram muito, mas eu fui tão convicto – ou eles tão bobocas – que consegui passar-lhes a perna e adentrei o matagal. Mas o que eles não sabiam é que eu havia deixado minha bicicleta ali. A fina camada de neve que antes cobria o mato, derretera. Eu conseguiria passar por ali com a minha bicicleta.

        Misty só podia estar por lá! Eu a encontraria, tentaria convencê-la de que era loucura ficar lá e a traria de volta para casa. Era um plano muito simples para dar errado ou algo interferir, mas interferiram...


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Notas finais do capítulo

Não me matem nos comentários, por favor!!! Espero que receba comentários pra ver o que acharam desse P.O.V. Ah, e eu não anuncio P.O.V. novo mesmo. Mesmo assim, espero que possam ter apreciado. Beijinhos



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