Missed You escrita por Sky Dreamer


Capítulo 2
Sonhos tornados realidade


Notas iniciais do capítulo

Obrigada à Candy_11 pelo encorajador comentário! Aqui está mais um capítulo, espero que gostem! Capítulo Arya ♥ Eragon... Boa leitura!



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Capítulo 2

Já começava a escurecer quando Saphira avistou a costa de Alagaesia. Os dragões desceram até ao solo e aterraram numa clareira rodeada de árvores, a poucos metros de um ribeiro cristalino.

“Vou com os outros caçar. Não esperes por mim, quando voltar irei para junto de ti descansar.”

“Até amanhã então.”

“Até amanhã pequenino.”

Eragon jantou com os alunos e assim que estes se recolheram para descansar ele caminhou até ao ribeiro. Ele era tão cristalino que era impossível de ver, mesmo para ele. O sítio onde estava fê-lo lembrar a gruta ao pé da qual corria um ribeirinho ainda mais cristalino, onde estava quando se declarou a Arya, pela segunda vez, depois da Agaetí Blodhren.

Caminhou até à borda da água e aí proferiu as palavras “Adurna risa”, uma variação de um feitiço de vidência que Oromis lhe ensinara. Através do espelho de água, Eragon distinguiu o interior da cabana de Oromis, onde vivia agora Arya, e a cauda de Fírnen.

“Arya?”

Uma figura elegante, de vestido verde com pequenos desenhos bancos, surgiu na água que refletia a imagem e Eragon distinguiu a face angular de Arya, os seus olhos verdes, as suas orelhas pontiagudas e os cabelos pretos a baloiçar contra o vestido enquanto ela se aproximava do espelho, onde certamente o via. O coração de Eragon parou por momentos. Havia muito tempo que não estava com Arya e vê-la assim, delicada, elegante, perfeita, fê-lo ficar sem reação por momentos, o que teve de esconder quando a elfa começou a falar com a sua voz melodiosa.

“Eragon, Aniquilador de Espectros e de Reis! Bons olhos te vejam.”

“Olá Arya, Aniquiladora de Espetros e rainha dos elfos, como estás? Recebes-te a minha mensagem?”

“Estou bem obrigada, e sim recebi a tua mensagem. Fiquei muito satisfeita. ”

Eragon viu um sorriso surgir na face da elfa e ficou boquiaberto. Arya sorria como se tivesse visto um anjo quando falou na mensagem, o que não era comum vindo da elfa misteriosa. Estava mais alegre, sorridente, feliz, por isso Eragon concluiu que tinha conseguido superar a perda da sua mãe. Mesmo assim pensou que havia algo mais por trás de tanta felicidade. “Não interessa”, pensou “Desde que esteja mais feliz, eu fico contente.” Retomou o diálogo com Arya dizendo,

“Já chegámos a Alagaesia. Amanhã devemos chegar ao Du Weldenvarden.”

“Ótimo! Vou mandar preparar a tua antiga cabana e mais três para os alunos. Espero por ti amanhã. Adeus Eragon, boa noite.”

Outro sorriso iluminou a face de Arya e o coração de Eragon começou a bater a mil e ele teve de esconder novamente os seus sentimentos enquanto gaguejava:

“O-obrigada. Boa noite para ti também.”.

Eragon voltou à clareira, tinha a intenção de tomar banho no ribeiro antes de dormir mas depois de falar com Arya não conseguiria relaxar. Quando chegou ao acampamento que tinha improvisado para abrigar os alunos e a ele do frio ele reparou que, tal como prometido já todos os dragões estavam deitados, com exceção de Saphira que continuava a caçar.

Eragon entrou na sua tenda e deitou-se a pensar na conversa que tivera com Arya. Nunca se tinha apercebido do quanto a sua paixão pela elfa tinha aumentado durante a sua separação e esses pensamentos faziam-no corar. Procurou a mente de Saphira. Precisava de falar com alguém e só confiava os seus sentimentos por Arya a Saphira. Felizmente a sua companheira de pensamento caçava perto e conseguiu contactar com ela.

“O que foi pequenino. Eu disse que ia demorar.”

“Eu sei mas tenho de falar contigo, desabafar…”

Saphira estranhou e Eragon persentiu isso. De qualquer forma não demonstrou nenhum tipo de preocupação na sua fala quando respondeu.

“O que aconteceu, pequenino?”

“Falei com Arya… Ela está tão… sorridente, elegante, linda…”

As palavras iam fluindo pela sua mente cada vez mais baixo, mesmo sem que Saphira se afastasse dele.

“Pequenino…”

“Como é isto possível? Depois de tantos anos longe dela continuo sem a conseguir esquecer… Até pelo contrário. Pareço cada vez mais apaixonado…”

“Tu não mentiste no dia em que te declaraste. Eu senti o quão apaixonado estavas e também, por instinto, soube que nunca a esquecerias, nem mesmo na morte. Eu sei o que sentes, principalmente agora, que também estou apaixonada.”

Eragon arrepiou-se ao ouvir as palavras de Saphira. Ele sabia que amava Arya mas nunca pensou que os sentimentos que partilhava com Saphira eram assim tão claros. Ficou também surpreendido com a declaração de Saphira a Fírnen. Ele sabia que ela estava apaixonada mas não sabia que era tanto assim. Saphira era bastante orgulhosa e para admitir que estava apaixonada era preciso muito. Sentiu a mente dela cada vez mais presente e quando a ouviu aterrar saiu da tenda e foi deitar-se junto dela.

“Obrigado Saphira.”

“De nada pequenino.”

Eragon ainda ficou acordado durante mais alguns minutos, ao contrário de Saphira adormeceu imediatamente. Era normal, ela voara todo o dia. A companhia do dragão fazia Eragon sentir-se confiante. Ele sabia que ela faria tudo por ele e adorava a ligação que tinham. Era naqueles momentos que a sua proximidade se afirmava e deixava Eragon sempre surpreso. Ele adorava-a.

Adormeceu pouco depois com Arya e Saphira no pensamento.

No dia seguinte Eragon levantou-se antes de todos, dirigiu-se ao ribeiro, tomou banho e trocou de roupa. A roupa que escolheu era especialmente bonita, para se apresentar a Arya: uma camisa branca, com corte em v, que mostrava o seu peito musculoso, umas calças pretas, muito elegantes, umas botas também pretas e finalmente Brisingr na cinta.

Quando regressou ao acampamento já todos os aprendizes estavam acordados e a preparar as celas dos dragões. Todos o cumprimentaram dizendo “Bom dia, mestre.”, e ele saudava-os de volta dirigindo-se a eles pelo nome.

Foi ter com Saphira e enquanto lhe preparava a cela começaram a conversar.

“Bom dia Saphira”

“Bom dia pequenino. Dormiste bem.”

“Depois de falar contigo fiquei mais calmo e descansei muito bem. Obrigado pela ajuda”

“De nada. Mas pelos vistos a conversa também te pôs cheio de vontade de parecer bem à frente da Arya… Mas que roupa…”

“SAPHIRA!”

“Desculpa, mas estás mais arranjado do que é habitual. Estás mesmo bonito.”

“Obrigado… Mas sim, é para impressionar a Arya… Achas que ela vai gostar?”

“Eu acho que sim. Valerá o esforço.”

Eragon corou e respondeu baixinho,

“Obrigado…”

A viagem decorreu sem incidentes, e ao final da tarde já avistavam as primeiras árvores da floresta mágica do Du Weldenvarden. Os dragões pousaram para passar a barreira magica que protegia a terra dos elfos, mas assim que a atravessaram seguiram novamente por ar.

Após mais algumas horas de viagem avistaram Ellesméra.

Quando Saphira ia aterrar ouviu-se um rugido poderoso vindo do horizonte. Quase ao mesmo tempo Eragon e Saphira levantaram a cabeça e avistaram um gigantesco dragão verde, Fírnen. Saphira retribuiu com um rugido ainda mais poderoso do que o de Fírnen e os dragões e cavaleiros que os acompanhavam ficaram a observar a cena, boquiabertos. Saphira voou mais rápido do que alguma vez voara ao encontro do seu companheiro. Fírnen voou até ela tentando igualar a sua velocidade e quando se encontraram ficaram a olhar-se mutuamente por alguns minutos, conversando mentalmente.

O tempo que ficou suspenso no ar permitiu que ele observasse Arya. A elfa estava igual ao que se lembrava dela. Continuava delicada, com os seus cabelos pretos a esvoaçar ao sabor do vento, os seus olhos verdes e um vestido verde, a condizer com a cor das escamas de Fírnen. Ela era perfeita.

Quando finalmente aterraram, Eragon e Arya falaram cara a cara, pela primeira vez em muitos anos. Nos segundos que demorou a sair da sela de Saphira, Eragon preparou-se para encarar Arya. O seu coração palpitava no seu peito como se estivesse prestes a separar-se dele de tanto bater. Tentou manter a face com aspeto normal, para não demonstrar o que, agora mais do que nunca, sentia por Arya e por poder revê-la.

Para seu alívio Arya tomou a iniciativa de falar primeiro. A rainha levou dois dedos à boca e saudou-o dizendo “Atra du evarínya uno.”, Eragon respondeu, “Atra esterní ono thelduin, Arya”, e terminadas as formalidades, ela aproximou-se e, para espanto de todos, abraçou-o como se fosse um ente querido que estivera ausente por séculos. Eragon corou e abraçou-a fortemente. Ainda agarrada a Eragon, Arya sussurrou.

“Tive saudades…”

Eragon bloqueou. Reviu o tinha acabado de acontecer e sussurrou-lhe de volta,

“Eu também…”

Quando finalmente se largaram Eragon reparou que os seus aprendizes, cavaleiros e dragões, os fitavam, a ele e Arya e a Fírnen e Saphira. Eragon apresentou-os aos anfitriões e deu-lhes permissão para irem descansar para as cabanas.

Quando os aprendizes seguiram para as suas cabanas Saphira e Fírnen voaram até às florestas, onde Fírnen tinha deixado uma refeição para ele e Saphira, deixando Eragon e Arya sozinhos.

Caminhando calmamente o par seguiu até à antiga cabana de Oromis e sentaram-se a conversar alegremente. Sem que se apercebessem, anoiteceu e quando Eragon ia deixar Arya esta agarrou-lhe no braço e puxou-o para ela e disse.

“Não queres ficar? Há dois quartos e seria bom Fírnen e Saphira puderem estar os dois sem ter de deixar de estar perto dos seus cavaleiros.”

Eragon ficou pasmado. Arya acabara de o convidar a viver com ela. Tentando não começar a sorrir ele respondeu alegremente,

“Claro que sim, rainha!”

Com a mudança Eragon pôde ficar a conversar com Arya até altas horas da noite sem se preocupar e quando se despediu dela para se dirigir ao seu quarto, ela repetiu-se dizendo.

“Tive saudades.”

Desta vez Eragon aproximou-se dela e puxou-a para si. Quando os seus lábios estavam quase a tocar-se os dragões aterraram assustando ambos, que não tinham notado que estes se aproximavam e ainda agarrados um ao outro olharam para os dragões que riam baixinho no fundo das suas mentes. Quando se aperceberam da razão que levara os seus companheiros de mente a rir ambos se soltaram e dirigiram-se aos seus quartos. A última coisa que Eragon ouviu antes de adormecer foi a voz de Saphira desejando-lhe boa noite, divertida.



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Notas finais do capítulo

Desculpem se vem erros mas quando escrevo rápido demais é o que dá... Anyway
Até ao próximo. Se calhar publico hoje...



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