- Ah, Rose, quantas vezes tenho que te dizer para ter cuidado nas missões? – perguntou Wendy enquanto cuidava da perna que a garota havia quebrado naquela manhã. – Vai ter que ficar alguns dias aqui até se recuperar.

            - Não foi minha culpa! Foi Matt que pensou ter visto alguém atrás das árvores e começou a gritar. Se ele não tivesse me derrubado, eu ainda estaria bem. – disse a garota revoltada.

            - Não brigue com seu irmão. E pare com isso ou... – então Wendy ficou no silêncio se lembrando do filho que ultimamente quase nunca chegava em casa. -... Desculpa... Onde eu estava?

            - Hã? Eu não estava prestava atenção.

            - Então não importa. Me de um minuto? Vou pegar mais um pouco de faixas no escritório do mestre... Espere-me aqui.

- Você esta brincando? Eu não posso andar! Olá! Perna quebrada aqui!

            - Já volto. – avisou Wendy, saindo da enfermaria e andando até o escritório com toda a calma do mundo. Mas quando avistou a sala, notou que a porta estava aberta.

            “Mas o que aconteceu aqui?” se perguntou antes de entrar, já que a porta sempre estava fechada na maioria das vezes... Mas quando chegou lá percebeu que não era só a porta que estava aberta, mas também a entrada para o porão. Wendy então pensou que poderia ser Simon, que já sabia da verdade há um bom tempo... Mas isso não mudava o fato de que deveria ao menos descer para ver o que estava acontecendo.

            Enquanto descia, procurava saber o que estava acontecendo por lá, mas quando chegou em baixo, sentiu tudo em silêncio... Havia algo errado. Foi quando sentiu uma presença ali perto.

            - Fire Dragon’s Iron Fist! – gritou uma voz conhecida, vindo até ela.

            - Vernier! – então ela gritou formando uma bolha de ar que a levou para cima, desviando do ataque, onde surgiu por trás de seu antigo colega de guilda e prendeu seus braços antes que a percebesse.

- Hã? – disse ele confuso virando o rosto. – Wendy?

            - Natsu? – perguntou ela. – O que faz acordado? Por que me atacou? Ai meu deus! – ela então o soltou e deu um abraço no antigo companheiro. – Faz tanto tempo! Eu simplesmente não acredito que acordaram! E os outros? O que aconteceu?

            - Tenho tantas perguntas quanto você... O que aconteceu com você Wendy? Onde é esse lugar? Por que todos estão nessas camas?

            - Então nem todos acordaram? Quem mais está aqui?

            - Isso é minha pergunta. Eu simplesmente acabei de abrir os olhos e...

            - Olhe não se preocupe. Vou explicar tudo depois. Mas primeiro... Você viu um garoto de cabelos vermelhos, alto, uns vinte anos mais ou menos...

            - Não. A única pessoa que eu vi até agora foi você e por isso... Ah, me desculpe por tentar te atacar, mas precisava de respostas... Onde está Lucy? E Layla? 

- Então você lembra-se da Layla...

            - Hã? Por que não lembraria? O que aconteceu aqui?

            - Pergunto a mesma coisa... – então Erza apareceu de repente segurando Simon pelos cabelos. – Eu encontrei o garoto que você falou...

            - Erza! Solte-o! Simon!

            E então a ruiva o soltou no chão.

            - Ai. – reclamou ele. -... Eu fui pego desprevenido.

            - Não... Você foi pego pela Erza. – disse o Natsu. – Quem é você? Por que tem uma marca da guilda no seu braço? Eu nunca te vi antes.

            - Ele me chamou de “mamãe”. – disse Erza. – Um grande mentiroso, porque qualquer um saberia que meu filho é apenas um bebê... E por falar nisso, onde ele está? E... Quando foi que você cresceu tanto, Wendy? Parece mais velha do que eu...

            - Isso é meio óbvio... – começou Simon, mas Wendy achou melhor o interromper.

- Pare Simon! Iremos conta-los a verdade depois. Precisamos ter certeza de que ninguém mais acordou.

            - As camas ainda estão intactas... – respondeu o ruivo. – Acho que foram só esses dois.

            - Hum... Erza? Natsu? Por acaso vocês foram uns dos primeiros a atacar Acnologia?

            - Natsu saiu correndo atrás dele sim... – disse Erza. – Mas eu não fui umas das primeiras exatamente... Foi tudo tão rápido... Por falar nisso, o que aconteceu com Acnologia? Não me diga que a guilda...

            - Não! Esperem um pouco! Ainda tenho que pensar em como vou contar tudo a vocês! É tão complicado...

            - Acho melhor começar de quando Acnologia nos atacou... – disse Natsu. – Por que desde então eu não me lembro de mais nada.

            - Isso porque não houve mais nada para vocês. – falou Simon.

- Simon! Eu mandei esperar!

            - Mas por quê?! Nós precisamos deles! É importante saberem da verdade ou nossa guilda vai acabar!

            - O que?! – perguntaram Natsu e Erza assustados. – Como assim acabar?!

            Wendy olhou brava para Simon. Agora precisaria contar o mais rápido possível ou Dragneel provavelmente destruiria tudo.

            - Ok, aqui não é o melhor lugar para falar, vamos para o escritório. Simon, você vai atrás do Laxus, diga-o o que está acontecendo e o mande de voltar para cá.

            - Ok? Onde ele está?

            - Em uma missão para conseguir dinheiro. Tome cuidado, é classe S. Só vá até lá para obriga-lo a voltar o mais rápido possível. O lugar da missão é bem ao norte de Fiore, as informações estão na minha casa. Aqui a chave. – e jogou-as para Simon que pegou na hora. – Não as perca de jeito nenhum. Acha que consegue voltar em cinco dias?

            - É tão longe assim? – perguntou ele desanimado.

- Rápido Simon! É uma situação de emergência!

            - Ok eu vou! – disse ele, antes de dar um breve olhar para a mãe e partir correndo.

            - Ok... Você dois, me sigam. Temos muito a conversar.

            Alguns minutos depois e chegaram ao escritório. Erza parecia calma, mas Natsu estava prestes a explodir.

            - Sentem-se. – disse Wendy oferecendo duas cadeiras.

            - Esse não é o escritório da Fairy Tail... – disse Erza. – Esse lugar é bem diferente...

            - Isso porque as coisas mudaram por aqui.

            - O que você quer dizer? – perguntou Natsu aflito. – Por que Lucy não sai daquela cama?

Wendy ficou calada durante alguns segundos.

            - Isso por que... Vocês estão dormindo já faz 18 anos.

                                                                       ***

            - O que?! – Perguntou Natsu assustado.

            - Então... – disse Erza suando de repente... – Aquele garoto era realmente meu... Ah, por favor, me bata!

            - Me bata você! O que está acontecendo aqui?! Eu... NUNCA MAIS VOU DORMIR! JÁ DORMI DEMAIS PARA MINHA VIDA INTEIRA! COMO ASSIM?! EU ESTOU CANSADO DISSO!

            - Calma Natsu.  – disse Wendy preocupada. – Nessa guilda existem outras pessoas que...

            - AHHHHH! O QUE ACONTECEU COM LAYLA?! ELA AINDA ESTÁ DORMINDO?!

            - Hã? Layla... Bem, ela... Continuando vivendo sua vida... É uma maga da Fairy Tail agora e...

E de repente, Natsu não podia mais aguentar, saiu da sala do mestre e começou a procurar o cheiro da filha pelo lugar, destruindo quase tudo pela frente.

            - LAYLA! CADÊ VOCÊ?! LAAAAAAAAYLAAAA!

            Quando a viu... Poderia não ser ela, claro. Mas logo notou que aquela garota, muito mais velha desde a ultima vez que a vira, tinha que ser a sua filha. Era muito parecida com Lucy e seu cabelo parecia com escamas de dragão, seus olhos também pertenciam a sua mãe e seu sorriso era completamente dele. Começou então a chorar. Finalmente sentia o que Gildarts havia sentido quando descobriu a verdade sobre Cana... E dessa vez, ele sentia como se nada o pudesse impedi-lo de abraça-la.

            - LAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAYLLLLLLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

            A garota então olhou assustada para ele como se tivesse acabado de levar um tiro. E quando viu um cara enorme de estranhos cabelos rosa pulando em cima dela, simplesmente fez o que toda filha de Lucy iria fazer... Deu um chute na cara dele, o jogando para a outra parede.

- Quem é você?

            - Layla... É você, não é? Esse chute... É igual ao da sua mãe...

            - Hã? Do que está falando? Como... Sabe meu nome?

            E isso foi apenas a confirmação para que Natsu pudesse pular em cima dela de novo, a derrubando e dando um abraço que Layla jamais iria se esquecer.

            - Hã... Alguém! Socorro! EI, SEU VELHO ESQUISITO! SAI DE CIMA DE MIM!

            - Layla... Sou eu... Natsu. – disse ele a soltando e ficando sentando na sua frente. – Natsu Dragneel, seu pai.

            - Pai?! Mas meu pai... – então ela percebeu a marca no braço dele. – Você é da Fairy Tail... AI MEU DEUS! O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!

            - EU NÃO SEI! – gritou ele chorando. – Eu acabei de acordar e Wendy disse... Ela está mais velha, você esta mais velha... Porque eu tenho que dormir tanto? Por favor, diz pro papai que você não puxou o sono dele e é uma maga do fogo forte e determinada!

            - Hã... Todo mundo está olhando.

Natsu então olhou para o lado e viu mais ou menos umas seis pessoas o olhando assustados.

            - Ei, vão embora vocês! Não reconhecem um momento pai e filha quando veem um?! Vão procurar sua família e deixem a gente em paz!

             E de repente, não havia quase ninguém ali. Só Natsu, sua bela filha e um cara estranho que lhe lembrava de alguém, que ainda estava parado em pé perto deles.

            - Você não ouviu? – perguntou Natsu. – Vá embora!

            - Pai... Este é o Rain... Meu colega de time. Nós dois estávamos prestes a completar um plano meu para salvar a...

            - RAIN? ESSE NÃO É O NOME DO FILHO DAQUELE ABESTADO? E COMO ASSIM COLEGA DE TIME? EU SOU SEU COLEGA DE TIME AGORA! EU, VOCÊ E SUA MÃE VAMOS FAZER MUITAS MISSÕES E...

-PAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! – Layla gritou fazendo ele se assustar e cair no chão. – Quero dizer... Sabia que você grita de mais? Não tem nem como te ouvir direito...

            - Hã... Layla. – disse Rain. – Fique com seu pai... Eu vou procurar Wendy e perguntar o que está acontecendo. Não se preocupe, depois que eu descobrir, eu te conto. Apenas... Hã... Tchau.

            - Espera! Rain! – Mas o garoto já havia ido embora. Ela apenas olhou para o pai que tinha os olhos brilhando. – Socorro...