The Orphan escrita por BiancaCh


Capítulo 2
"A Day At The Beach – Um Dia Na Praia"




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Capítulo 02: "A Day At The Beach – Um Dia Na Praia"

De repente, senti uma mão quente tocar meu ombro. Ninguém poderia me ver ali... Espremi meus olhos e rezei em voz baixa. Será que era algum segurança do restaurante que havia me encontrado? Tive coragem de abrir meus olhos e vi que só era a Anna. – Vamos, a coordenadora conseguiu a gasolina antes do motorista. – avisou a Anna, me puxando pelo braço. – Você está pálida... – observou, abrindo mais seus olhos. – Parece que viu um fantasma! – exclamou, rindo de sua fala. Limpei a minha garganta e sentei em meu lugar. Eu queria esquecer por um momento o que havia acontecido, mas eu não conseguia esquecer o rosto daquele garoto. Eu sentia que o veria novamente e isso seria em breve...

A aplicação da gasolina no ônibus foi mais rápida do que eu pensei, achei que o motorista demoraria muito tempo para abastecer o tanque já que o ônibus é um veículo enorme. Após finalmente termos o tanque do ônibus cheinho, nós podemos embarcar. Um grupo de meninas no fundo do ônibus soltou um gritinho de animação, o que fez a Senhorita Brito as olhar feio.

– A Senhorita Brito parece ficar mais rabugenta a cada dia, não é verdade? – perguntou-me, Anna. Isso me fez soltar uma pequena risada, porque era verdade. – Sim, com certeza. – respondi, parando de rir um pouco. – O que você acha que a Jackeline está fazendo agora? – perguntei com curiosidade, Jackeline era muito rebelde e com certeza não gostou nada, nada de ter que ajudar na limpeza. Anna pareceu pensar um pouco e finalmente me respondeu: – Ela provavelmente pulou o muro e fugiu... – com ar de firmeza no que dizia. – Eu queria ser a Jackeline. – pensei. Jackeline é uma garota muito diferente de mim, ela tem a coragem que eu amaria ter.

A paisagem passava por nós tão rapidamente, quanto o nosso piscar. Eu só queria chegar o mais rápido possível até o nosso destino, apesar de que ele parecia muito distante. São nesses momentos que eu adoraria ter um modo como passar o tempo, quem sabe um livro... Lembro de quando tinha 12 anos e roubava alguns livros da coordenação do orfanato, era engraçado porque mesmo negando que eu havia os pegado, as monitoras do orfanato sempre os encontravam embaixo da minha cama.

Meu gosto pela leitura sempre existiu, desde pequena. Só que quando eu vivia com meus pais, eu tinha mais liberdade de pegar livros em bibliotecas. Ultimamente eu não tenho tido a possibilidade ler, não me atrevo mais a roubar os livros da coordenação, pois tenho medo de ser transferida para outro orfanato.

O nosso orfanato não é o "Melhor do Mundo", porém nós sabemos que poderemos ser ainda mais infelizes em outro orfanato. Suspirei e encarei Anna, ela parecia serena e estava calada como sempre. Sua incrível habilidade de se manter muda por muito tempo me deixava maravilhada, quando eu começava a falar, não parava mais! Lembro-me de quando meus pais colocavam as mãos em minha boca, numa tentiva falha de me fazer parar de falar, porém eu nunca parava. Hoje em dia sou mais calada, mas não consigo chegar ao ponto da Anna. Percebi que já estávamos entrando numa estrada, com várias árvores em sua volta. Eu sentia o gostoso cheiro de mar misturado com areia, será que estávamos onde eu pensava?!

Tentei levantar de meu assento, porém a Senhorita Brito me encarou, mostrando que eu não deveria sair do meu lugar. Revirei meus olhos levemente e voltei a ficar sentada. Meu desejo era conseguir observar melhor a paisagem para descobrir onde iamos. Porém, antes que tentasse levantar novamente, o ônibus parou e a Senhorita Brito se preparou para começar a anunciar onde estávamos.

– Muito bem... Meninas, hoje vocês passarão o dia na praia, já que eu recebi uma ligação me avisando que a limpeza demorará mais horas, do que estava planejado. – mal terminou de anunciar e todas as garotas já começaram a comemorar. Ser um órfão não é fácil, não temos liberdade. – Mas, atenção meninas: É proibido fazer qualquer alvoroço e arrumar qualquer problema enquanto estiverem na praia. E vocês já sabem: Qualquer garota que desobedecer as regras do orfanato voltará imediatamente para o orfanato e será obrigada a ajudar na limpeza. – avisou mais uma vez e nos deu passagem para descer. Eu desci mais depressa do que qualquer garota que estava no ônibus. A última vez que fui em uma praia, foi quando tinha 08 anos. Depois disso nunca mais vi o mar, nem mesmo em fotos.

Inspirei a gostosa brisa do mar e fiz com pequeno buraco com ajuda de minhas sapatilhas de um tom de marrom claro, que parecia bege, enquanto esperava todas saírem do ônibus. Senhorita Brito desceu e nos indicou como fazer uma perfeita fila indiana. A praia estava meio vazia, quem sabe porque não estava um lindo dia de sol, típico para ir na praia.

Porém, continuávamos animadas. Era bom a praia estar meio vazia, isso porque nosso traje não era o melhor. Blusa, saia até o joelho, sapatilha e meias até o joelho também. Muito diferentes da outras pessoas que trajavam bíquinis, sungas ou mâios. Olhei para o céu e quase "torrei" meus olhos. Apesar de estar meio nublado, o sol castigava todos com seus fortes raios solares. Pelo menos, poderia pegar um bronzeado, mesmo que fraco.

– Meninas, eu irei no "Posto dos Bombeiros" para pegar as pulseiras de vocês. Caso vocês se percam ou fiquem em uma situação considerada perigosa, vocês podem me procurar no posto. – avisou, saindo rapidamente dali. Nos deixando apenas com o motorista, que parecia não gostar de ficar sozinho conosco.


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