The Orphan escrita por BiancaCh


Capítulo 1
"Strange Boy – Garoto Estranho"




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Capítulo 01: "Strange Boy – Garoto Estranho"

Onde começamos a nossa história? No Brasil, mais precisamente em São Paulo. Nascer e crescer no Brasil não é nada fácil, ainda mais quando a sua família não tem uma renda mensal muito boa, dígamos assim. Meu nome é Sophia Albuquerque, mas meus amigos e familiares me chamam de Sophie. Eu tinha apenas 11 anos quando fui mandada para o orfanato. Meus avós por parte de pai estão mortos e a minha mãe nunca teve pais. Meus outros parentes não queriam estragar suas vidas perfeitas colocando dentro de casa uma órfã. Hoje em dia, eu tenho 15 anos. Passei e provavelmente passarei toda a minha vida mofando nesse orfanato, completamente sozinha.

Eu tenho apenas uma amiga chamada Anna Mendez, só que ela é mais nova do que eu e muito provavelmente será adotada antes de mim. Ela tem apenas 14 anos e com certeza é muito mais bonita do que qualquer garota do orfanato e principalmente que eu. Anna é do tipo de garota calada, tímida e um tanto quanto reservada. Ela só fala comigo e quando é preciso, apenas.

Mas, eu gosto dela. Se não fosse ela, eu estaria totalmente sozinha nesse orfanato velho e frio. Literalmente frio. O orfanato onde vivemos é cheio de infiltrações, rachaduras e todo tipo de defeito que um imóvel antigo possa apresentar. Dizem que aqui era uma linda mansão, de uma famosa família dos anos 30. Mas, tudo é um completo mistério.

– Meninas, hoje é dia de limpeza. E para os serventes poderem fazer a limpeza corretamente, vocês farão um pequeno passeio pela cidade. Mas, lembrem-se que é necessário manter a ordem e a disciplina. Todas que desobedecerem voltarão ao orfanato e serão obrigadas a ajudar na limpeza. – ordenou a coordenadora, a Senhorita Brito. – Entenderam? – perguntou, já sabendo a resposta que receberia. Todas as meninas acenaram com suas cabeças, em sinal de respeito a Senhorita Brito. Todas nós sabemos que a Senhorita Brito já passou dos 40 anos, porém ela diz que devemos chamá-la sempre de "Senhorita Brito". As meninas pareceram animadas e eu também fiquei. Qualquer forma de sair do orfanato é motivo de alegria de todas as internas. As meninas colocaram o traje de saída. Após estarmos devidamente prontas, a Senhorita Brito veio nos inspecionar.

– Hum... – disse a Senhorita Brito enquanto verificava a Jackeline Monteiro. Jackeline Monteiro é uma garota que chamamos de rebelde no orfanato, pois ela faz tudo que seja proibido ou errado. – Vejamos: Blusa encurtada, saia rasgada e tênis? Mas, como você quer sair assim? – perguntou a Senhorita Brito a Jackeline, parecendo totalmente indignada. – Nenhuma interna do meu orfanato sairá deste jeito. – disse, enquanto escrevia algo na caderneta que segurava em suas mãos. – Senhora Monteiro, ficará para a limpeza hoje. – sentenciou, fazendo com que Jackeline revirasse seus olhos e saisse dali.

Após toda a inspeção e todo aquele "Blá, Blá, Blá", nós embarcamos no ônibus. Meu coração queria gritar, mas minha boca se mantinha calada. Pela primeira vez no dia a Anna resolveu trocar algumas palavras comigo: "– Para onde será que vamos, Sophie?" – perguntou parecendo realmente curiosa. – Eu também gostaria de saber, Anna. – respondi, após suspirar lentamente. Eu não conseguia retirar meus olhos da linda paisagem que se passava diante de mim, carros, pessoas e muito tumulto. Muito diferente do que via diariamente. Acabei deixando escapar uma pequena lágrima, que insistiu em cair. Era triste pensar que toda a liberdade que eu tinha foi retirada de mim. O motorista parou o ônibus de repente, todas as meninas se olharam confusas. O motorista apareceu no corredor do ônibus, nos ordenando: "– Desçam todas, meninas. A gasolina acabou!" – Só pode ser uma piada... – pensei. E eu bem que queria que fosse. Olhei para Anna mostrando o quanto queria estrangular aquele motorista. Ela deu um sorriso tímido e logo se retirou do ônibus. Logo em seguida, eu fiz o mesmo dando um pequeno salto para fora, com medo de cair na calçada.

– Meninas, eu irei no posto mais próximo comprar gasolina. A coordenadora de vocês virá daqui a pouco, enquanto isso se mantenham quietas. – pediu o motorista, rapidamente saindo dali. Quem sabe, ele saiu tão rápido para fugir de nós... [?] Nós estávamos na frente de um restaurante, aparentemente muito chique. Pois de lá só saiam pessoas muito bem vestidas e arrumadas. Espiei um pouco pela janela que havia, para saber o que acontecia naquele ambiente tão diferente do meu. Mulheres bonitas com velhos ricos e nojentos, pessoas anti-páticas e um garoto.

Um garoto que parecia estar muito ocupado porque não parava de mexer em seu celular, mas ao mesmo tempo ria do que via nele. Ele parecia estar esperando alguém e não parecia feliz em estar lá. Ele tinha uma pele muito clara, olhos amendoados, com o brilho de um diamante e uma boca rosada que parecia veludo de tão macia. Seu cabelo tinha um tom irreconhecível, um loiro escuro ou castanho claro [?] e também era espetado. Ele tinha uma beleza única...

Ele incrivelmente parou de prestar atenção em seu celular e começou a observar o cardápio. De repente, uma garota vestida com elegância igualmente as outras mulheres do restaurante, caminhou até ele com um sorriso convencido. Ele levantou-se e a beijou na bochecha, com um leve sorriso meio falso, por sinal.


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