Desta vez ela está dançando exclusivamente para meus olhos, pensamentos e para meu êxtase, não para que o mundo possa ver a alegria dela, a alegria de dançar. Tão sensual, sexy, atraente. Olhando em volta do corpo dela, as curvas, os olhos.

– Ele está lá fora, esperando que eu dance para ele. – ela começou a falar sobre aquele Peter, o garoto da casa da frente, o garoto da casa 3.332. É como se ele morasse no fim do mundo e a minha perfeita Nora morasse no começo do mesmo.

– Tanto faz. – disse bem baixo, saiu como um resmungo.

– Lembra? Dos castelos de areia em mares cinza que construíamos juntas? A gente se divertida muito! – mas por que isso agora? Completei em pensamento. Antigamente morávamos perto de uma praia. Os mares são cinza e as areias são brancas, esse é o nosso mundo.

– Nos divertimos muito agora! – disse enquanto me aproximava dela. No mesmo instante senti a maciez dos lábios dela sobre os meus, toquei em sua coxa elevando-a levemente, então a joguei na cama. A janela está aberta, não ligo, deixe-o ver. Enquanto uma das minhas mãos está sobre os seios de Nora a outra está mostrando o que é o prazer. VIVA NORA, VIVA.

Nora sempre soube onde me tocar. Bochecha, nuca, seios, barriga, bunda, um pouco mais na frente. Por que ela tem uma paixão pelo garoto da casa a frente? Nem mesmo assim consigo parar de pensar neste problema.

– Ao amanhecer partirei para a batalha da liberdade. Destruirei o governo. – ela olhava desconfiada. Há algum tempo conversamos sobre o assunto. Nora nunca foi muito a favor, mas está disposta a tentar, sinto isso. – Entenda, precisamos de liberdade, precisamos viver. VIVA.

– Está bem! Está bem! Pelo jeito é o único modo de terminarmos o que sempre começamos. Iremos destr... – a menina loira e linda foi interrompida pelos sinos da cidade. A energia da cidade está se esgotando, por isso os sinos tocam.

Dizem que o Abismo é uma espécie de demônio. Fato é que ele se alimenta de almas e energia, nunca entendi o porquê da energia.

Seis badaladas suaves. Nora disse algo sobre destruir?

– Vamos lá para fora.

– Não mesmo. – ela sempre fica olhando para os sinos, como todo os outro. Às vezes acho que os sinos emitem uma energia que suga a atenção dos moradores, mas isso é só uma hipótese.

– Ele está lá fora. Vou cuidar do governo para nós. Quando amanhecer estaremos lá, afinal, repassamos este plano em nossas mentes milhares de vezes, será fácil. – para Nora as coisas são simples e fáceis.

– Ei, não brinque com ele.

– Só por que ele já foi um imperador? – por que ela tinha que ser tão teimosa? Tão segura de tudo? Menina insolente. Ela sempre me fala de seus devaneios, coisas vagas que passam por sua mente. Contou-me que Peter é um antigo imperador, sempre pergunto como ela sabe, e a resposta é sempre: “Eu apenas sei”.

– Sei que você deve estar me chamando de insolente, não estou te desrespeitando, estou te ajudando. Estou indo até lá, faltam apenas três badaladas para nove.

Ela sempre sabe o que estou pensando, incrível.

E lá estava ela, falando com o tal menino. Ela entrou dentro da casa de Peter, pareceu um ato insano. Ela irá morrer lá dentro, ela escolheu. Nunca gostei de Peter.

Através dos vidros manchados com marcas de dedo observei a rua misteriosa. Com certeza do notável deserto me retirei. Ao sair de dentro da casa notei o garoto demônio. Como ele chegou aqui fora tão rápido? Antes de sair olhei minuciosamente o local. Abismo me causa arrepios. Então corri para longe dali, como se fosse uma fuga.

– Ufa. – suspirei. Ela usara o Fetíbo.

Fetíbo é um coração retirado de um lobo da neve. Serve para retirar a morte do lugar. Quase ninguém vê um. Tem também o Feyéboll, é um pouco mais complicado, existe um em cada cidade, apenas um.

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Entreguei a espada, achei a espada essencial. Não havia sobre o que especular. A chuva se iniciou, como de costume, mas estava claro, tinha bastante sol e poucas nuvens. No meio desta chuva fraca um arco-íris, incrível. VIVEREMOS.

Que a guerra comece, vou adorar matar todos aqueles generais.