Dias de Chuva. escrita por Lucas Farias
Notas iniciais do capítulo
Obrigado por ler.
Está história é movida a mistério. Espero que goste.
Vamos dizer que sempre tem a ver com o número três, um número poderoso.
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São 3:33 da manhã. A casa do Abismo.
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Enquanto eu andava em direção ao abismo pensava em que o espelho significava. Simplesmente quando as pessoas morrem suas almas ficam presas nos espelhos de suas respectivas famílias. Se um espelho está se quebrando significa que a morte te aguarda, que os Ceifadores querem sua alma. Eles se alimentam dela. Sei que não irá adiantar, afinal todos nós morreremos, nossa hora chega, tudo é só questão de tempo.
Em frente ao abismo tomando coragem para pular. CORAGEM.
Enquanto caia eu lembrava: “destrua o governo, entre dentro da central de fogo e abra o portão do Feyéboll”. Que plano fácil, FÁCIL.
Quais são os meus motivos de estar onde estou agora? Caindo em direção a morte e isso já faz mais de dez minutos, afinal, qual o tamanho deste abismo? Qual a profundidade? Pode não parecer, mas a verdade é que estou muito ansioso, eu sempre quis enfrentar o Abismo, nem que para isso eu morresse na queda, que parece bem provável no momento.
Eu não tirei o lixo – pensei, mas afinal por que pensei nisso?
Estou com o pensamento em tantas coisas, momentos que me faz voltar a pensar no espelho. Sou o ultimo da família, o ultimo que pode honrar a família.
O governo tomou conta da cidade, ninguém entra, ninguém sai. O governo deve ter muitos fãs, não é mesmo? A central de fogo faz com que todos os generais funcionem, robôs.
“ABRA O PORTÃO DO FEYÉBOLL”
Finalmente cheguei ao fim do abismo. Esse lugar fede a enxofre, não enxergo nada a minha frente. Meu chaveiro é uma lanterna, perfeita para a ocasião. Fiquei um certo tempo olhando em volta e decidi correr, parecia não ter fim, escutei explosões que estavam em relevo.
– Uma cabana – Sussurrei para mim mesmo.
CEIFADOR, o que ele faz aqui? Está na frente da cabana. Assim que cheguei mais perto o mesmo começou a me fitar, mas ele não me considerou importante.
O que devo fazer, bater na porta ou entrar? O que um assassino faz? Devo entrar em silêncio, óbvio. A porta está aberta, afinal, quem iria entrar aqui? Muitas perguntas. Quero agir. Não preciso matá-lo, apenas pegar a chave da Imperatriz.
Ela foi a esposa de um imperador há 1332 anos. O que eu realmente preciso é da chave que abrirá a porta do Feyéboll, não de mais histórias, devaneios, lembranças.
Lá está, Abismo, uma criança que tem apenas dois anos de idade, tem dois anos de idade a mais de trezentos anos. A criança mais linda que já existiu! Não se engane é só uma casca. A criança mais linda, o pior demônio, o mais horrendo.
Aproximei-me do tal demônio, que estava dormindo e, com uma faca encurvada, prateada, brilhante e um movimento rápido, arranco a cabeça do mesmo, fazendo com que uma parede branca se torne vermelha.
Ele estava em um berço suspenso no ar, que agora estava ao chão.
Ela acordou. IMPERATRIZ.
– Imperatriz, estava a sua espera. – me encarou como se fosse me matar, podia perceber o ódio, mas não fez nada. Ela levou sua mão ao pescoço, arrancou o colar ferozmente, no mesmo estava a chave.
– Nyco, aqui está, isso que você veio buscar, não é mesmo? Ande logo. Depois de tantos anos só quero paz, se você quer guerra vá a outro lugar.
– Você sabe que eu não irei sair sem fazer o que vim fazer, você me conhece! – observou-me, mas não consegui saber o que ela pensava, o que os olhos dela diziam.
– Tem razão, afinal, só por que te chamam de ‘Peter’ não quer dizer que você mudou. Faça, FAÇA – gritou. Foi um grito realmente ensurdecedor, provavelmente foi possível escutar fora deste imenso buraco, no mesmo momento seu rosto possuiu tantas feições. Fez-me temer, mas foi apenas por um momento.
Aproximei-me e não hesitei, arranquei a cabeça dela, não precisei da faca encurvada, prateada, brilhante, utilizei apenas as mãos. Preciso sair logo daqui, a última da família foi morta, as almas entraram no espelho e logo isso tudo será destruído.
Já sei por que o Ceifador estava aqui, mas agora é a hora de voltar para o lugar de onde vim. Precisarei apenas de dar um salto para a superfície. EXPLOSÕES.
Fiquei muito tempo por lá. Está amanhecendo, meu coração parece novo, “então amanheceu para nós”, onde escutei isso? Hora de mostrar para a garota da casa dois do que sou capaz.
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– Qual seu nome? – era tudo que eu queria saber no momento, então fiz a pergunta insanamente.
– Me chame de Nora. Você vai? Estávamos esperando mais um. – Nora, que perfeito. Espera...
– Estávamos? Quem mais está a minha espera?
– Bird, estamos prontas para destruir Amélia.
– Duas garotas lésbicas, não podem destruir algo tão poderoso, não sozinhas. Mas é claro que vou. – droga, saiu sem querer.
– Gostei da sua opinião, talvez eu te mate no fim de tudo isso. – ficamos nos encarando por um tempo. Bird estava vindo em nossa direção, ainda estava no fim da rua, mas era possível ver a quantidade de armas que carregava.
– Pretendem ir a pé? – disse, com a intenção de zombar das duas.
– Conseguiu a chave, não é mesmo? O abismo está se fechando, olha só. Ele era perfeito. – o garoto, ela estava falando de um demônio.
– Vamos a pé? – ignorei, como se fosse um troco, muito infantil, mas achei necessário.
– Olhe para o Céu. – uma sombra foi feita sob o chão, algo gigantesco tampava o lindo e belo sol daquela manhã.
– Um helicóptero? Sério? Vamos morrer logo! – de qualquer modo o importante é Amélia – pensei.
– Uma cidade perfeita, sem os generais. Vamos viver! – disse Bird esperançosa, tudo estava em seu olhar.
Uma escada foi jogada. Enquanto subíamos, eu pensava em quem poderia estar pilotando. Chegamos lá em cima e Bird me encarou seriamente, pareceu está me analisando, me entregou uma espada, não me disse nenhuma palavra, porém entendi.
A chuva se iniciou, como de costume, mas estava claro, tinha bastante sol e poucas nuvens. Um simples e pequeno arco-íris apareceu em relevo, perfeito, realmente estava precisando de algo mágico para me incentivar. Tudo que é mágico me atrai, acho que é por isso vivo neste mundo.
– Está pronto? – perguntou Bird.
– Chegou a hora de libertar todos, vamos destruir Amélia. – Nora ficava tão linda quando seus olhos brilhavam. Aquilo era, definitivamente, esperança.
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Enquanto escorre o sangue olho nos olhos dela, vejo sua alma. Espero que sinta muita dor antes de morrer. Nem mesmo algo mágico a deixará feliz na morte. MORTE, tudo acabará em morte? Vamos a um novo começo de Amélia.
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A vida de Peter é um tanto turbulenta, não é mesmo?
Obrigado ("de novo?" Sim, poxa, amo meus leitores).