Anony.com escrita por Kim Yechul


Capítulo 8
Confusão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/301331/chapter/8

Confusão

Enquanto estava sentada, ouvi Charlie gritar algumas vezes, mas não consegui entender o que ele dizia, fiquei ali no banco por mais alguns minutos. Já estava ficando preocupara com tudo o que poderia estar acontecendo, o que será que o tio Thomas tinha de tão importante para falar para Charlie, logo no funeral de sua própria esposa? Bom, isso já não cabe a mim. Tentei parar de pensar nisto por alguns minutos, mas se passavam várias coisas em minha mente. Decidi levantar e ver o que estava acontecendo. Caminhei um pouco até o achar.

-Charlie? -me aproximei dele.

-Oi. Pensei que você estivesse dormindo.

-Não. Não consegui dormir. -ele estava sentado em um banco, apoiando os cotovelos na perna e com a mão no rosto.

-O que está acontecendo?

-Nada.

-Certeza? -me sentei ao lado dele.

-Sim. -ele se afastou de mim.

-Por que está falando assim comigo? Você nunca foi assim.

-Não é nada, sério.

-Tudo bem. Mas se algo acontecer...

-Já disse que não está acontecendo nada. -ele gritou. Quando olhou para mim, não pude deixar de perceber que seus olhos estavam vermelhos e inchados.

-Você está chorando? -fiquei paralisada, nunca havia visto Charlie chorar antes.

-Claire, precisamos sair deste lugar. -a expressão dele tinha mudado totalmente, estava com um olhar mais sério agora.

-Por quê?

-Não faça perguntas, vamos. -Charlie me pegou forte pelo braço e me puxou até o carro.

Entrando no carro, Charlie entrou em desespero e começou a chorar mais ainda, ele soluçava de tanto chorar. Meu Deus, o que será que está acontecendo?

-Charlie, se acalme... Você está muito nervoso. Por favor.

-Não peça para eu me acalmar. -Charlie gritava em quanto ligava o carro.

Saímos do cemitério em alta velocidade, fiquei meio assustada pois nunca havia visto Charlie alterado daquela maneira.

-Vá mais devagar por favor.

-Você não me entende, Claire. A morte da minha mãe e a agora isso.

-Tente se acalmar e me conte o que aconteceu.

-Não vou conseguir me acalmar com isso na minha cabeça. Não consigo, é muita coisa para uma pessoa só. Isso não pode estar acontecendo comigo, por quê comigo? Por quê?

-Charlie pelo amor de Deus se acalme. -já estava entrando em desespero. -Eu nunca sei quando confortar a pessoa, mas você tem que entender que sua mãe se foi.

-Não é só pelo o fato de minha mãe ter morrido, Claire.

-Então o que aconteceu? Já estou te perguntando isso a um tempão... -Charlie segurava o volante cada vez mais forte, já não estava mais aguentando aquilo. -Charlie, por favor... Pare o carro.

Charlie parou o carro no acostamento. Olhou para mim, balançou a cabeça negativamente, percebi as lágrimas em seus olhos e logo em seguida encostou a cabeça no volante. Cheguei um pouquinho mais perto dele, sem saber o que estava acontecendo, envolvi meus braços no corpo dele, e encostei minha cabeça nas costas.

-Sabia que você é lindo, mesmo chorando? -tentei o consolar, mais uma tentativa frustrante, pois ele não me deu ouvidos.

-Não estou chorando.

- Sabe, aqui perto tem uma lanchonete que fica aberta por 24 horas, quando estávamos vindo, não pude deixar de reparar, tem uma placa gigante. Poderíamos encostar lá um pouco para conversarmos melhor. Assim você já aproveita e se acalma. Hey, olha para mim. -relei em seu rosto fazendo com que ele olhasse nos meus olhos.

-Desculpe por ter sido grosseiro.

-Não tem problema. -dei um beijo em sua bochecha.

-Onde é essa lanchonete? Bateu uma fome agora. -ele riu.

-Só seguir em frente, vai ter uma placa grande e brilhante, escrito Lanchonete 24 horas.

Seguimos em frente sem trocar sequer uma palavra um com o outro. Chegando na lanchonete, o garçom veio nos atender. Pedimos o que queríamos, comemos em silêncio, encarando um ao outro, eu tentando descobrir o que estava acontecendo ao Charlie para ele estar tão atordoado, e ele tentando desviar o olhar de mim. O celular de Charlie começou a tocar.

-Meu pai... Licença. Ah, faz um favor? Paga a conta enquanto eu falo com ele. -Charlie deixou o dinheiro na mesa e saiu.

-Tudo bem, né. -murmurei.

Parte- Charlie

-Oi, o que o senhor quer? -fui seco.

-Onde você está? Você saiu do nada, estou preocupado com você.

-Perdi a cabeça, e saí com a Claire. Estamos bem. Não se preocupe.

-Como não me preocupar, você sai sem dar notícias nem nada, você nunca foi de fazer isto.

-Não se preocupe, já falei, só saí porque estava com a cabeça cheia, a Claire que me acalmou, já estamos voltando.

-Charlie, já te disse. Não se aproxime muito desta garota.

-Ela não é minha irmã. Eu não tenho como provar, mas eu sinto que ela não é. Ela é só minha prima, isso não passa de um grande mal entendido.

-Charlie, sua mãe que disse isto.

-Tudo bem, mas eu vou conseguir te provar que não somos irmãos.

-Charlie, deixe eu te explicar direito... Me dê uma chance.

-Não. Não quero explicações. Já ouvi o bastante por hoje. -meus olhos se encheram de lágrimas só de pensar que a garota que eu amo e que eu decidi passar o resto de minha vida com ela, é minha irmã. Isso não pode ser amor de irmão, é completamente diferente.

-Tudo bem...

-A Claire está vindo, já estamos indo embora. Tchau.

-Charlie... Tome cuidado.

-Tudo bem. -desliguei.

Parte Claire.

-Pronto, já está tudo pago. Já está mais calmo? -Charlie fez sinal positivo com a cabeça. -Ok, vamos.

-Claire, eu preciso te contar uma coisa...

-Tudo bem. No caminho de volta você me conta.

Caminhei até o carro, quando olhei para trás, ele estava parado alguns metros atrás, com as mãos no bolso olhando para mim. Como no dia em que ele voltou para mim. Estava lindo como sempre.

-O que foi?

-Nada... -ele caminhou até mim e colocou a mão em meu queixo e me deu um beijo.

-O que você está fazendo?

-Claire, eu te quero.

-Como assim?

-Eu quero te sentir mais uma vez, só mais uma única vez.

-Charlie... -ele me beijou de novo, me interrompendo.

-Claire, eu te imploro, só mais uma vez. Por favor.

-Mas por que tudo isso agora? Você estava tão triste a um tempinho atrás, e agora assim...

-Shhh, não fala mais nada. Entra no carro.

Entramos no carro, Charlie dirigiu até um lugar calmo e com pouca iluminação. Paramos ali. Ele foi se aproximando até encostarmos nossos lábios um no outro. Enquanto nos beijávamos, ele acariciava minha coxa e subia para o quadril.

-Charlie... -tentava falar no intervalo dos beijos.- Acho que não... devemos fazer isto.

-Já disse para relaxar, deixe tudo comigo.

Me deixei levar, porque eu achava que assim ele esqueceria um pouco da morte da mãe. Pulamos para o banco de trás. E ali, tudo aconteceu, a sensação de ter ele em mim, era maravilhosa. Ele fazia tudo certo. Sempre se prevenindo, é claro. Ali ficamos por mais uns quinze minutos, ele deitado sobre mim, com a cabeça em meu peito, a respiração dele ainda estava ofegante e ele escutando as batidas do meu coração.

-Charlie... Precisamos ir. Seu pai deve estar preocupado. -sussurrei.

-Sim, verdade. Vamos.

Nos vestimos e fomos em direção ao velório de novo. Só que desta vez na ida, conversamos sobre o que pretendíamos fazer, qual profissão pretendíamos seguir. Charlie já havia começado uma faculdade de direito, mas parou porque achou entediante, eu morria de rir com tudo aquilo. O celular dele começou a tocar novamente.

-Claire, veja quem é por favor.

-Seu pai.

-Merda, me entregue o celular.

-Aqui.

-O que foi? Já estamos quase chegando. Tá. Ok. Tudo bem. Tchau. -Charlie se virou para desligar o celular.

-Charlie, o caminhão... Cuidado. -gritei, mas já era tarde demais.

Enquanto capotávamos, eu não escutava mais nada além do carro capotando. Me lembro de ter aberto os olhos algumas vezes e ter visto Charlie com um corte na cabeça e desacordado...

-Charlie... -falei baixo quase sem fôlego. E de repente tudo ficou escuro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoal, espero que tenham gostado, desculpem pela a demora...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anony.com" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.