Dramione - New Perspective. escrita por Blue Cupcake


Capítulo 41
Nunca.




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Empurrei a porta de entrada, e com alívio coloquei os pés pra fora daquela casa, que por muitas vezes foi o cenário dos meus pesadelos.

–Onde você acha que ela pode estar? - Perguntei, assim que ele saiu atrás de mim.

–Bem... Não há realmente muitos lugares. Tenho uma teoria.

–Deixe-me adivinhar: a famosa mansão dos Malfoy? - Respondi.

–Você é bem rápida no raciocínio. - Ele sorriu.

–Ela viveu lá por um tempo. É bem possível. Até Rony acertaria essa resposta.

Ele riu e eu percebi que, mesmo em tão pouco tempo, senti falta daquilo. Nossa alegria conjunta, a arte de fazer tudo que é pior se tornar uma situação digna de sarcasmo. Ele desprezava tudo que não fosse importante pra ele. Era a única pessoa que conseguiria me fazer rir numa hora como aquela.

Acontece que aquele jeito metido, arrogante, e idiota às vezes, era o que a maioria das pessoas viam. Eu era a única que via um sorriso sarcástico, um olhar confiante, e uma pose que ninguém abalava.

E eu também era a única que via o que estava por baixo dessa máscara.

Percebi que nós éramos necessidades distintas, mas um pouco parecidas. Ele precisava de mim como ninguém, e eu precisava dele como nunca havia precisado de alguém. Éramos opostos, com imãs, mas éramos iguais, como um só.

Já quase não me lembrava da época em que era "eu" e "ele". Agora, sempre seríamos "nós".

Pelo menos era isso que eu esperava.

–O que fazemos agora? - perguntei.

–Agora? Bem...

–Porque você não me ensina como usar a arma?

–Ah, certo. Isso é fácil. Deixe eu ver sua situação primeiro, Hum.. Atire naquela árvore. - Ele apontou para a primeira arvore que surgia, antes da floresta.

Pelo menos uns 10 metros de distância. Muito bem, não deve ser tão difícil assim...

Atirei. Ouvi o barulho ensurdecedor, e vi que tinha acertado na colina, muito atrás da arvore.

–Cara, você é péssima. Nunca jogou aqueles videogames dos trouxas, como dizem... Call of duty?

Arregalei os olhos. Eu não sabia que ele conhecia tantas coisas do mundo trouxa.

–Não, não joguei. Escolhi ter uma vida social. - Revirei os olhos.

Ele riu.

–Vem cá, deixe eu te ajudar... - Ele se aproximou e ficou atrás de mim, segurando a minha mão que apontava a arma. - Olha, quando você atira, o cano levanta, então mire um pouco abaixo do alvo, senão vai acabar acertando o teto, como já viu. - Ele riu novamente. - Ah, e tente mirar com os dois olhos abertos, e se precisar, coloque um braço embaixo do punho, para não tremer a mira.

–Desculpe eu perguntar, senhor das armas, mas como você sabe de tudo isso? - Eu o fitei.

– Eu também tinha uma.

–Por que?

– Pelo mesmo motivo que você. - Ele estreitou os olhos, mas um sorriso ainda brincava em seus lábios, como se me entendesse.

Talvez ele também tivesse medo de não conseguir matar Bellatriz com uma varinha, assim como eu. Vai saber.

–Hum. Certo. - Respondi.

– Certo. Vamos tentar agora.

Ele segurou meu braço e passou seu dedo pelo gatilho, por cima do meu. Me lembrou das minhas aulas de golf quando criança, em que o instrutor segurava o taco de golf por cima das minhas mãos, para eu aprender. Quem dera agora fosse só isso, um esporte tolo.

Ele pressionou o gatilho e eu fechei os olhos ao ouvir o barulho.

–Viu só?

Abri os olhos. Bem no meio do tronco da árvore, um buraco de bala.

– Na mosca. - Ele sorriu. - Eu sou incrível. Agora tente você, sua mediocridade vai aumentar ainda mais o meu ego.

–Não se esqueça que eu estou segurando uma arma, Draco. - Falei. Céus, o mundo podia acabar e esse cara ia continuar cheio de si.

Muito bem. Mirei um pouco abaixo do centro do tronco. Segurei a arma com as duas mãos e olhei o alvo com os dois olhos abertos. Atirei.

– Sabe, às vezes parece que você quer sempre me humilhar. - Ouvi a voz risonha dele quando abri os olhos depois do barulho do tiro. - Estou brincando. Foi incrível, querida.

O tiro havia acertado exatamente onde eu havia mirado, e eu sorri orgulhosa.

–Nascida para matar. - Ele riu.

–Graças ao meu professor. - Sorri.

Ele me puxou pros seus braços e eu me aninhei lá. Era incrível como eu me sentia totalmente segura.

Ele respirou fundo, e então falou:

–Hermione, você quer realmente fazer isso?

Eu o fitei.

–Quero. Tudo isso tem que acabar.

Ele suspirou novamente.

–Me deixa mais feliz saber que, mesmo se morrermos, pelo menos eu vou estar junto com você. Vou poder sentir que fiz o possível.

Morrer.

Saber agora que não era só eu que considerava essa possibilidade me deixou assustada.

– Eu vou poder saber que ao menos, tentei te proteger.

Ficamos em silêncio por um segundo, sentindo o vento e a neve de natal criando um ambiente friorento à nossa volta.

–Draco?

–Diga.

–Você não vai me abandonar. - Afirmei. Não era uma pergunta, eu queria apenas ter aquela certeza.

–Nunca. - Ele confirmou.

Nunca.

Ele me deu um pequeno beijo na testa.


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Notas finais do capítulo

ér gente, aqui estamos nós, questão de vida ou morte agr ://
enfim, REVIEEEEEEEEEEEEEEEEEWS? ou recomendações? não? ok. :c
o próximo será fodão u.u
bjs, blue cupcake
Ps: devem ter percebido que eu estou meio sentimental hoje. Fiquei lendo gabito nunes, thiara macedo, Charles bukowski e robin e stubb por hooras. Conhecem eles? são incríveis (: