01: Saint Seiya - Guerra Galáctica escrita por Tarsis


Capítulo 5
05: Primeiras Nuvens


Notas iniciais do capítulo

Voltamos ao Santuário, já no segundo dia das Guerras Galácticas. Marin e Seiya se recuperam de seus ferimentos no hospital do Santuário e Hyoga verá que Shun anda em má companhia...



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Primeiras Nuvens


Hyoga e Shiryu se encontravam nas arenas assistindo o segundo dia de combates. Shun ainda não havia aparecido e eles já começavam a ficar apreensivo, tomados de um mau pressentimento... Procurando se concentrar nos combates, Hyoga pôs-se a pensar, soturno:


“Realmente, o nível dos combatentes estava muito além do esperado. Não teríamos lutas fáceis pela frente. Parecia que todo o duro treinamento que tivéramos até então seria exigido e aproveitado até a última gota de sangue e suor. Até mesmo meu otimista amigo Dragão estava taciturno e pensativo, mas eu sabia que o motivo não era tão somente a dificuldade dos combates ou o alto nível dos lutadores. Não...havia algo mais, algo muito mais preocupante...Começara a perceber isso quando da luta de Seiya. Pobre Pégasus... Aquele desgraçado do Malek... Seja quem fosse aquela serpente em forma de gente, conseguira destruir a tênue segurança que Seiya conseguira recuperar em si mesmo desde que se livrara dos efeitos da influência de Guilty”.


Malek não somente quase destruíra o corpo de seu amigo, mas despedaçara seu espírito de tal maneira que Hyoga se perguntava se um dia teria o bom e velho Seiya, alegre, confiante, brincalhão e inconseqüente de volta. Pudera ver isso nos olhos dele na enfermaria, mais cedo. O corpo de Seiya jazia inerte numa cama, todo enfaixado, principalmente o tórax. Ele já estava consciente, seus olhos estavam abertos, mas parecia que não havia ninguém ali... apenas um corpo vazio... sem alma. Seguiu pela enfermaria feminina, para saber sobre o estado de Marin. Aioria estava lá, junto ao leito dela, as olheiras fundas demonstrando que ficara velando a noite inteira.


– Bom dia, Aioria. Como ela está?- perguntou Hyoga, solícito.

Ele se virou para o grupo de amigos, com ar cansado, mas parecendo um pouco aliviado:


– Ah, são vocês. Bom dia, Hyoga, Shiryu... Por favor, sentem-se. - disse apontando para duas cadeiras que estavam próximas.- Bem...- ele lançou um olhar para a mulher que dormia um sono sedado, ainda ligada a um respirador artificial.- Parece que o pior já passou, graças à Athena. Ela vai ficar boa, mas será uma recuperação lenta... Infelizmente, parece que tanto ela quanto Seiya estão fora do Torneio. Parece que Ikki também, não é mesmo?

– Sim, é verdade.- suspirou Hyoga.

– Alguma coisa está muito errada...- murmurou Shiryu, quase para si mesmo.- Claro que sabemos que as lutas são pra valer, podendo os combatentes até mesmo morrer durante as lutas, mas...Não sei definir...Há algo pesado, opressivo no ar, uma tremenda carga de ódio e insídia pairando no ar...Como na primeira Guerra Galáctica, e daquela vez, o primeiro Enviado do Caos foi Ikki, transformado pelo ódio de seu mestre e à serviço do Mestre Maligno, mas agora...está muito pior... Perto desse tal de Malek, e esse me parece estar perfeitamente consciente do que está fazendo, o Ikki daquela época era tão cândido quanto o meu mestre Dohko de Libra ou Mu de Áries.

– Então você também percebeu... - murmurou Aioria, nos encarando fixamente e depois olhando em volta e baixando a voz até quase sussurrar: - Marin não conseguiu me dizer muita coisa, visto o estado em que se encontra e certas coisas talvez sejam melhor serem investigadas mais a fundo antes, mas o que posso dizer é que todos nós precisamos tomar muito cuidado, principalmente com a segurança de Athena.


– O que quer dizer?- perguntou Hyoga, estranhando. – Esse não é o local apropriado para falarmos, mas o que posso dizer é que Malek é só a ponta do iceberg... Estamos falando de traição, meus jovens amigos. Traição e disputa de poder. Fiquem atentos quanto à Hipólita.

– Hipólita?!- Exclamou, surpreso.- Fala da Rainha das Amazonas? A mãe de Ying?!

– Shhh!! Seja discreto, Cisne!- ordenou Aioria num sussurro imperioso.- Sim, ela mesma. Mas não posso dizer mais nada. Apenas que fiquem atentos. Um pesado silêncio caiu sobre nós, que permanecemos quietos e pensativos por longos minutos. Até que Shiryu se levantou, se despedindo:


– Já está ficando tarde. Acho que vou até a arena, continuar a observar os combates e ver se descubro mais alguma coisa. Você vem, Hyoga? – Perguntou Shiryu.

– Já vou. Só gostaria de ficar mais um pouco. Logo te alcanço. – Respondeu Hyoga.

– Muito bem. Até mais, Aioria. Espero que Marin se recupere logo. – Falou Shiryu.

– Obrigado Dragão. Até mais tarde. – Shiuryu e os demais saem em passo apressado, rumando para as arenas.

Depois que todos sairam, Hyoga e Aioria ficaram em silêncio, olhando para a jovem adormecida. Uma pergunta queimava na garganta do Cavaleiro de Cisne, mas não conseguia se decidir a fazê-la. Até que Aioria veio em seu socorro:


– Você também está sofrendo, preocupado com a mulher que ama, não é mesmo, Hyoga?

– Aioria, você, por acaso, sabe onde Ying está? – Hyoga perguntou, angustiado.

Ele não respondeu de imediato. Parecia ponderar se devia falar ou não. Até que por fim, se decidiu:


– Não exatamente. Somente sei que ela foi a um outro mundo, uma espécie de dimensão paralela à nossa, investigar a ressurreição dos cinco Cavaleiros de Ouro que haviam tombado na Batalha das Doze Casas.


– Sozinha? – Perguntou Hyoga, atônito.

– Não. Alguns estranhos apareceram aqui procurando Athena com informações sobre eles. Somente os vi de relance durante a Sagração de Kannon como Cavaleiro de Gêmeos. Parece que também vieram pedir ajuda para resgatar um amigo deles que havia sido seqüestrado. Athena ordenou que Ying os acompanhasse. - ele fez uma pausa, lançando um olhar preocupado. - Também estou apreensivo, Hyoga. Não estou conseguindo sentir o Cosmo dela. Tenho muito carinho por Ying, ela é como uma irmã mais velha pra mim, uma espécie de heroína. A considero assim desde... Bem, você sabe...

– Pode falar, Aioria. Desde que ela era a consorte de seu falecido irmão Ayoros. Já deixei de sentir ciúmes dele há muito tempo. – Falou Hyoga, dando tapinhas no ombro de Aioria.

– Pois é... - Aioria suspirou. - Ela já deveria ter voltado. Precisamos de todos os Cavaleiros e Amazonas por aqui num momento como esse e sei que Ying não estaria longe agora se não fosse por um motivo muito forte... - de repente ele sacudiu a cabeça, como para afastar pensamentos ruins e sorriu a guisa de desculpas. - Mas, perdoe-me, Hyoga. Não quero deixá-lo ainda mais preocupado, ainda mais agora... Devo parabenizá-lo, meu amigo. Faço votos sinceros de que sejam muito felizes os três...

Hyoga enrubesceu até a raiz dos cabelos e exclamou perplexo:

– Será que eu fui o último a saber que vou ser pai?!!

– Oh, desculpe!! - disse Aioria, muito sem-graça. - Na verdade, ninguém foi comunicado oficialmente. Ying não nos disse nada, mas você sabe... Já a conheço há muito tempo e já vi aquele brilho radiante nos olhos dela uma vez...

– Sim, eu sei... – Hyoga voltou-se para a janela e encara o céu azul por uns instantes, observando distraído umas nuvens escuras que começavam a querer ocultar o Sol.- E é por isso que fico mais apreensivo... Será que Athena devia tê-la mandado nessa missão?

– Nunca questionei os desígnios de Athena. - disse Aioria, muito sério.- Acredito que se ela confiou que Ying seria capaz de se sair bem, nós também devemos confiar.- Ele se juntou a Hyoga, na janela, num gesto de camaradagem.- Não se aflija, meu amigo. Ela voltará. Ela sempre volta.

Hyoga sorriu, agradecido. Aioria transmitia tanta confiança quanto Shiryu. Sim, ela voltaria de uma maneira ou de outra. Nem que Hyoga tivesse que ir aos infernos para buscá-la.

– Já vou indo, Aioria. Até mais tarde. – Falou Hyoga dando um aperto de mão no Cavaleiro de Leão.

– Até logo, Cisne. – Respondeu Aioria, acenando.


Já junto dos demais Cavaleiros, a mente de Hyoga deixou de divagar e voltou ao presente. Mais uma luta havia terminado. Parece que os Marinas de Posseidon iriam lutar a seguir depois de um breve intervalo de trinta minutos. Olhou para o céu, e observou que nuvens escuras continuavam a se avolumar, contribuindo para aumentar o clima opressivo e tenso. Mas também observou pela posição do sol o quanto era tarde e lembrou-se de Shun. Andrômeda estava muito estranho, como na véspera daquele ataque quando Seiya estava sob o domínio do Cavaleiro do Diabo*. Lembrou-me também do estranho mal-estar que ele sentira depois que Shun se escondera no Mausoléu (Hyoga sempre soube desse esconderijo de Shun, mas deixou que seu amigo pensasse que ninguém sabia, afinal todos têm direito à privacidade, de vez em quando). Parecia que algo de terrivelmente maligno vinha se acercando sorrateiramente de seu jovem amigo. Isso aparentemente tinha sido afastado, o Cosmo cálido de Ying havendo deixado sua marca protetora, mas desde que ela desaparecera... Prosseguiu, decidido. Iria atrás de Shun. Ele já estava demorando demais!


– Aonde vai, Hyoga? Pensei que queria ver a luta de Mikhail de Kraken.- perguntou Shiryu.

– Não vou demorar. Vou apenas ver o que está atrasando o Shun. Ele já deveria estar aqui ha muito tempo. – Respondeu Hyoga.

– Tem razão. Mas não demore. Mikhail também é um Cavaleiro do Gelo, por assim dizer. É bom que você estude bem sua maneira de lutar. – Respondeu Shiryu, apontando para onde estavam sentados os Marinas.

– Sim. Eu já volto. – Respondeu Hyoga, levantando-se.

Saiu apressado, pensando onde Shun poderia estar. Quando estava perto dos dormitórios, viu de longe o vulto de seu amigo e o de um estranho alto, de armadura negra, semelhante à de Mu de Áries... De acordo com o que havia estudado sobre Cavaleiros de outras divindades com Helena de Cabeleira de Berenice, aquela poderia ser...


“UMA SAPURIS! Por Athena! Os asseclas de Hades já se achavam no Santuário!! Mas como ninguém havia percebido isso?!!”


– Shun!! – Chamou Hyoga, aflito.


Eles não podiam me vê-lo ou ouvi-lo de onde estava. Deu graças aos deuses por isso e resolveu se aproximar sem ser visto e verificar o que estava acontecendo.

Continua...

*O ataque do Cavaleiroa do Diabo será explicado mais adiante, num Flashback.


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Notas finais do capítulo

Capítulo escrito por e por yingdegemeos (http://fanfiction.com.br/u/248968/)



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