A deusa perdida escrita por Nina C Sartori


Capítulo 44
As ondas




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Fui em direção ao terraço e observei àquele mar de inimigos se aproximando. Travei a mandíbula. Eram muitos e não sei se iríamos conseguir derrota-los, precisamos urgentemente de reforços.

— A coisa é bem séria, irmãzinha.

— Vamos conseguir. – disse Apolo seriamente.

Virei para trás e o encarei.

— O nosso maior objetivo é tentar conter todos eles no maior tempo que conseguirmos para os outros chegarem. Precisamos acabar com o maior número que conseguirmos e não deixá-los invadir o escudo.

Todos concordaram seriamente. Olhei para Kim e assenti. Ela entendeu o sinal e já foi se preparar para o primeiro ataque com os soldados e os outros generais. Olhei para Ártemis e ela assentiu.

— Vamos, caçadoras.

Elas seguiram para a linha de frente. Olhei para Will e os amigos.

— Vocês três vão seguir os comandos de Ártemis.

Eles concordaram e foram atrás dela. Olhei para Apolo e Electra.

— Vocês irão me ajudar a manter o escudo intacto.

Os dois acenaram com a cabeça positivamente e nos posicionamos em diferentes pontos no terraço. Eu estava cuidando do lado norte, Electra do lado leste e Apolo oeste. Olhei para os meus oponentes, sabendo que estavam ansiosos para me ver. O primeiro ataque iniciou, eles começaram a bombardear o escudo. Ártemis deu a ordem para as caçadoras e elas começaram a atirar as flechas. Kim acompanhou também o ataque juntamente com nossos soldados. Vi a formação de nuvens carregadas e percebi que Electra já agia. Apolo também estava mandando suas flechas. Continuei observando a situação, estávamos conseguindo matar alguns de nossos oponentes, mas não era o suficiente. O número deles era muito maior que o nosso e sempre estavam tentando derrubar os escudos. Tirei minhas espadas da bainha e as apontei para as nuvens de Electra, enquanto fechava os meus olhos. O ar estava ficando mais denso e a eletricidade estava estalando em todo o lugar. Ouvi a risada de Electra.

— Lá vem os raios.

Abaixei as espadas com força, cortando o ar e os raios começaram a descer, acertando vários oponentes. Levantei a minha espada direita e apontei novamente para as nuvens. O ar estava violento, ajudando a derrubar vários inimigos e a confundi-los. Os raios os atingiam em cheio e isso me fazia sorrir.

— Electra, acho que você vai gostar disso. – ouvi a voz de Apolo atrás de mim.

Eu não conseguia ver, mas ouvi Electra soltar um gemido de satisfação.

— Isso será divertido.

Senti algo passar rapidamente perto de mim e ir em direção as nuvens. Depois de alguns minutos, a chuva caiu pesadamente e ouvi vários gritos terríveis. Olhei para Electra sem entender.

— Ácido. – ela sorriu, divertindo-se com a situação.

Olhei incrédula para Apolo.

— Não sabia que você podia fabricar o ácido para ser usado por Electra.

Ele piscou para mim.

— Tem muitas coisas que você ainda não sabe o que sei fazer.

Revirei os olhos para àquela declaração com duplo sentido de Apolo. Em meio a uma batalha ele não perde a chance de dar uma cantada. Voltei o meu olhar para a batalha e, por enquanto, estávamos conseguindo derrubar um número maior. Vi Ártemis lançar várias de suas flechas especiais, conseguindo derrubar cinco inimigos a cada flechada. Will auxiliava Sofia com as flechas especiais que as caçadoras lhe deram e o rapaz, Josh, também estava auxiliando as caçadoras. Muitos estavam de prontidão, esperando o ataque de corpo a corpo, mas eu sabia que esse era só o início e que precisávamos guardar as nossas forças para desafios maiores.

— Por quanto tempo você consegue manter os raios agindo? – Apolo perguntou ao meu lado.

— Por mais algum tempo.

Senti que Apolo estava me encarando, então o olhei.

— O que é?

— Guarde sua energia o máximo que conseguir. O pior ainda está por vir, Alexis.

— Eu sei.

— Não vejo a hora de poder atacar com as minhas próprias mãos – declarou Electra.

Olhei para ela e sorri.

— Em breve você terá essa diversão.

Ela sorriu de volta. Voltei a minha atenção para o lado de fora e percebi que conseguimos diminuir o número de inimigos. Cessei os raios e deixei apenas a ventania. A chuva ácida de Electra ainda estava caindo, mas percebi, depois que os raios pararam de cair, outra onda de inimigos aparecendo e, mesmo com as forças da natureza agindo, eles atacaram o escudo. Senti vibrar ao meu redor e essa sensação eu não gostei.

— Apolo.

— Essa é a minha deixa.

E ele foi agir com todo o seu poder desta vez. Aproveitou que Electra ainda estava agindo juntamente comigo, ele uniu seus poderes com o nosso para atacar. A luz ao redor ficou alaranjada e eu senti o calor me envolver Apolo pegou uma de suas flechas e a lançou nas nuvens. Ouvi estourar e todos naquele local receberem a energia da flecha. Percebi que vários estavam com a pele aparecendo inúmeras bolhas e começavam a tossir, saindo um líquido que parecia sangue de suas bocas. Era a peste. Olhei para Apolo e ele estava com a mão direita levantada em frente ao corpo, depois estalou os dedos e a temperatura aumentou rapidamente. Os monstros começavam a gritar e tinham alguns que explodiam. Fiquei perplexa com tanta coisa nojenta que Apolo causou em poucos minutos. Pelo menos estava contribuindo ao nosso favor.

Ainda estavam atacando o escudo e isso me preocupava. Me conectei mentalmente com Kim e Ártemis para avisá-las dos próximos passos.

— O ataque com os arqueiros não está surgindo mais efeito. Vamos seguir para atacar de corpo a corpo. Mas, primeiro, irei preparar o território para nós.

— Entendido. – as duas responderam.

Vi que elas começavam a dar comandas para as tropas lá embaixo, enquanto Apolo atacava em combinação comigo e Electra. Fechei meus olhos e me concentrei. Precisava pedir permissão aos ventos do Norte, Sul, Oeste e Leste para me ajudarem na batalha. Também recorri meus pedidos a Éolo. Depois do meu pedido, recebi a permissão de todos e comecei a sentir a minha energia aumentar. Abri meus olhos e voltei o olhar para Electra, passando seus próximos comandos mentalmente e ela assentiu.

Precisávamos de um grande aglomerado de nuvens para sustentar as tropas enquanto atacavam, além disso precisava da proteção dos outros deuses para assegurar que nenhum aliado morresse em uma queda de milhões de quilômetros ao chão. Voltei o meu olhar para o campo lá fora e percebi as nuvens formando um grande tapete para sustentar os aliados.

— Está pronto. – disse Electra.

— Apolo, quero garantias.

— Nada nos atingirá.

— Ótimo. Kim, Ártemis é a vez de vocês.

Elas deram um grito de guerra e avançaram com todas as tropas da linha de frente. O escudo sabe identificar os aliados, deixando-os passar livremente em encontro aos primeiros inimigos que estavam perto. Vi Will dando o seu melhor. Ele demonstrava excitação por estar lutando. Percebi que usava os seus poderes em alguns momentos e isso me fez sorrir.

— Mamãe coruja. – disse Apolo.

— Calado.

— Não ficaria feliz tão cedo, irmãzinha. – Electra apontou para a minha direita.

Vi mais uma onda de monstros subindo ao encontro do escudo.

— Electra, esteja à vontade.

— Finalmente. – ela sorriu e rapidamente sumiu.

O que pude notar da minha irmã era a rapidez que ela sumia e matava os monstros em sua forma divina. Era incrível, devo admitir.

— Creio que terei que me retirar também. – disse Apolo.

Olhei para a minha esquerda e vi outra onda de monstros vindo ao nosso encontro.

— Vá.

Apolo também sumiu rapidamente, indo de encontro aos inimigos em sua forma divina.

Àquela situação toda estava ficando cada vez mais tensa, os números dos adversários estavam aumentando cada vez mais e estávamos em desvantagem. Fiquei alerta, observando onde precisavam de ajuda e fui mandando meus poderes para o auxílio. Vi que Electra estava indo bem, como Apolo também. Fiquei mais preocupada com as tropas. Os generais estavam conseguindo guiar os soldados, mas percebi que nossos números estavam diminuindo e o do inimigo aumentando. Tinha que estar lá embaixo com eles. Avisei a Apolo e Electra para onde ia, sem nem ouvir a resposta dos dois, sabia que iriam protestar. Me transportei rapidamente e fui atacando todos que apareciam em minha frente. Não fiquei em minha forma divina, como Apolo e Electra, consegui me manter na mesma forma, mesmo que essa seja limitada. Usei os ventos para me ajudar a locomover, criando assim um tornado ao meu redor e evitando que me atingissem. Fui ao encontro de todos em que eu percebia que precisavam de ajuda, assim acabando com seus oponentes. Ouvi o grito repentino de Will e fui ao seu encontro, com as minhas espadas no ar indo em direção do monstro que estava atacando o meu filho, matando-o logo em seguida.

— Está bem, Wil? – perguntei analisando-o.

— Sim, estou. Abaixe-se! – ele gritou.

Me abaixei e ele cortou um monstro com sua espada. Sorri para ele e continuei atacando alguns monstros por ali. Àquele local estava com um grande aglomerado de monstros. Ouvi a voz de Ártemis em meus pensamentos.

"O número está aumentando cada vez mais. Será que a cavalaria vai demorar mais ainda?"

"Eu acho que nós somos a cavalaria.", respondeu Electra. "Aqui o número também está aumentando."

"Nem queiram saber como está o meu lado.", respondeu Apolo.

"Se segurem porque vem ventos nervosos por aí.", avisei.

Fechei os meus olhos por alguns instantes e depois os abri. Senti meu corpo emanar eletricidade e os ventos ficarem cada vez mais violentos. Para os inimigos era um problema e tanto. Senti que Electra me ajudava, então aproveitei o momento e convoquei os raios, juntamente com a chuva ácida e os tornados. Uma festa eletrizante no céu.


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