A deusa perdida escrita por Nina C Sartori


Capítulo 43
A primeira onda




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Fiquei um tempo de olhos fechados, me concentrando naquela fina linha de conexão que eu tinha com Pégaso. De repente, a conexão foi cortada e não consegui trazê-la de volta. Suspirei e abri os olhos.

— Perdi a conexão. – Falei enquanto amarrava a rédea de ouro em minha cintura.

Olhei para todos em minha frente e vi que Will parecia arrasado. Cheguei perto dele e apoiei minha mão em seu ombro.

— Você fez a sua parte, Will. Não se culpe se não funcionou. Algo deve ter acontecido com Pégaso, por isso não estou conseguindo manter nossa conexão ativa.

Will olhou para mim e assentiu com a cabeça. Olhei para Kim e ela veio até a mim.

— Kim, alguma novidade dos deuses?

— Nada ainda, minha senhora.

Suspirei. O que anda acontecendo com esses malditos?

— Kim, coordene as operações na área externa. E vocês quatro – apontei para os semideuses e Electra – venham comigo.

Virei as costas e fui em direção à entrada principal do palácio com os quatro me seguindo. Andei diretamente para a sala do meu observatório com o grande globo da Terra. Me posicionei em frente a ele e comandei que me mostrasse o acampamento dos monstros asquerosos para eu saber qual seria a segunda onda. A imagem em tempo real que mostravam os inimigos não era boa. Tinham vários monstros de níveis diferentes, uns fracotes que davam para acabar logo, mas outros que dariam muito trabalho. Olhei para Electra e ela tinha a mesma expressão preocupada que eu em seu rosto.

— Temos um grande problema, hein? – ela disse.

— Enorme problema. – respondi.

Olhei para Wil e seus amigos. Eles estavam olhando com curiosidade a minha sala. Esqueci que tinha que explicar as coisas.

— Este é o meu observatório, digamos que, virtual da Terra. Aqui vejo o que eu quiser e faço as minhas previsões do tempo.

Will olhava admirado para o globo e depois sorriu para mim. Logo em seguida, analisou melhor a cena que estava em nossa frente e sua expressão mudou para preocupada.

— O que vamos fazer? – ele perguntou.

— Por enquanto, aguentar os ataques até a ajuda chegar. – respondi.

— E se não vierem?

— Vamos fazer de tudo para conseguir controlar toda a situação ao nosso favor.

Eu poderia estar soando confiante para eles, mas a verdade é que estava muito preocupada. Eu não sabia se teríamos chance de ganhar com um exército pequeno comparado aos do inimigo. Eu não sei o que estava acontecendo com os outros deuses, mas tinha um palpite que aquilo não era coincidência.

De repente, senti energias muito fortes chegando e fui em direção ao jardim. Quando cheguei do lado de fora do palácio, vi uma van parada e várias semideusas saindo. Caçadoras. Vi Apolo parado ao lado da porta da van, que era o Sol, e Ártemis olhando ao redor até que seus olhos encontraram os meus. Dei um grande sorriso. Os gêmeos estavam aqui e isso já era uma grande ajuda. Fui correndo ao encontro deles e dei um abraço forte em Ártemis.

— Calma aí, Alexis, assim ficarei sem ar. – ela disse, rindo.

— É tão bom tê-la aqui. Já estava pensando que todos me abandonaram em uma hora tão crítica.

Ela se desvencilhou do meu abraço e me olhou seriamente.

— Nunca irei te abandonar.

Que alívio. Fui em direção a Apolo e me joguei em seus braços. Ele já estava preparado, com os braços abertos para me receber.

— Sentiu minha falta, hein, pequena? – ele disse.

— Muita. Agradeço por vir me ajudar.

— Sempre irei te ajudar.

O apertei com mais força e depois saí de seus braços.

— Por que demoraram tanto?

— Apolo demorou de nos pegar. – disse Ártemis, revirando os olhos.

— Eu estava resolvendo outra coisa, por isso demorei. – respondeu Apolo, na defensiva.

— Algo mais importante do que uma guerra? – provocou Ártemis.

— Ei, deixem de implicância! O importante é que estão aqui, isso já me deixa aliviada.

Apolo olhou para trás de mim e franziu o cenho.

— O que a minha filha, seu filho e de Ares estão fazendo aqui?

— A missão deles é me ajudar. Ou já esqueceu do que designou a eles, Oráculo?

— Ah, sim. Lembro. É bom eles estarem aqui, precisaremos da ajuda de semideuses.

Ártemis também estava olhando para os quatro indivíduos atrás de mim.

—  O que a irmã invejosa está fazendo aqui, afinal?

Revirei os olhos lembrando da presença de Electra que eu era obrigada a suportar.

— Longa história. Só que resumindo, ela está ajudando. E, por incrível que pareça, está sendo útil.

Ártemis e Apolo me encararam surpresos.

— Impressionante. - disse Apolo.

Concordo com ele, também acho impressionante. Direcionei a minha atenção para as Caçadoras e sorri.

— Agradeço a presença de vocês nesta batalha.

A tenente das Caçadoras, a famosa Thalia Grace, deu um passo à frente e fez uma reverência.

— É uma honra poder lutar ao seu lado, senhora Alexis.

Sorri para a garota. Podia perceber, enquanto a analisava, que tinha umas características de Zeus. Pensando nele me fez lembrar que prometeu estar ao meu lado e que ainda mentiu para mim sobre meus pais. Fechei os olhos de frustração.

— Bem, temos que nos preparar para a próxima onda, que acredito que esteja perto de acontecer.

Todos assentiram e fomos andando em direção a Will, Sofia, Josh e Electra. Apresentei todos e Sofia ficou admirada e, ao mesmo tempo, envergonhada por estar na presença do pai. Dei um pequeno empurrão em Apolo para ele poder conversar a sós com a garota um pouco enquanto andávamos em direção a sala de armas e armaduras, para nos prepararmos. Sheila apareceu na porta da sala, nos recebendo e guiando cada um para pegar armaduras e armas adequadas. Nem todos pegaram armas, mas a maioria aceitou as armaduras. Menos os deuses, cada um tinha seu próprio arsenal. Fui em direção ao final da sala, onde minha armadura estava pendurada em uma grande caixa retangular de vidro. Desamarrei a rédea de Pégaso da cintura e agitei a minha mão para a armadura aparecer em meu corpo. Eu usava tudo de ouro branco. Em minha cintura, amarrei a rédea de Pégaso e transformei meu cetro em minhas espadas, colocando-as logo em seguida nas bainhas. Depois fui observar Will. Ele estava tendo ajuda de Sheila para colocar a armadura. Fiquei imaginando como seria lutar ao lado do meu filho e sorri com a cena. Tê-lo ao meu lado, batalhando pelo mesmo motivo era muito bom. Penso que Jared estaria muito orgulhoso do nosso filho. De repente, ouvimos o som do uivo dos ventos e eu sabia o que era. Apertei os punhos.

— A segunda onda chegou. - anunciei.


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