A deusa perdida escrita por Nina C Sartori


Capítulo 42
A batalha inicia




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Quando estávamos chegando próximo ao meu palácio, eu vi o escudo protetor levantado ao redor de todo o meu domínio. Também vi que estava cercado e estavam tentando penetrar o escudo. Aquilo me encheu de raiva. Muita raiva. O ar ao meu redor começou a ficar carregado. Fechei meus olhos e tentei canalizar a raiva para àqueles que estavam atacando meu local. O vento começou a ficar mais forte e violento, a tempestade estava chegando. Abri meus olhos e percebi que tinham percebido a minha chegada, estavam vindo atrás de mim.

— Temos que entrar no palácio, Alexis. – disse Electra.

— Eu sei disso. – respondi.

Joguei um tornado àqueles que estavam em nossa frente, para abrirem caminho e podermos ultrapassar o escudo. Eles foram jogados para longe e os silfos nos levaram direto para o jardim do palácio. Desci e fui ao encontro de Kim, imediatamente.

— Kim, relatório de toda essa situação.

— Minha senhora, a proteção está conseguindo manter o local seguro e estamos nos preparando para contra-atacar.

— Quando chegaram?

— Uns vinte minutos atrás.

— Já chamou reforços?

— Entrei em contato com os outros deuses, mas todos estão indisponíveis no momento.

— O quê? – gritei – Como podem estar ocupados num momento crítico como este?

Senti alguém segurar meu ombro e vi que era Electra.

— Vamos conseguir lidar com eles. – ela disse

— Desses, sim. São apenas peões. A primeira onda. Mas não sei se as próximas iremos conseguir lidar. – respondi.

— Até lá, teremos a ajuda. – disse uma Electra esperançosa.

Que estranho presenciar esta cena de minha irmã esperançosa. Acho que prefiro a versão invejosa. Suspirei.

— Espero que cheguem a tempo. Vamos, Electra. Temos um trabalho a fazer.

Electra concordou e me seguiu até o terraço do palácio. Quando chegamos lá, pude ter uma visão mais ampla das ameaças que tentavam penetrar a barreira. Estalei meus dedos e meu cetro apareceu em meu lado. Electra se posicionou do meu lado direito, com sua varinha torta e acenou com a cabeça para mim. Ela sabe o que eu quero fazer. Fechei meus olhos e me concentrei na energia do lado de fora do palácio. Será um pouco trabalhoso e cansativo reproduzir um poder que exige muita energia, mas terei ajuda. De repente, senti uma presença vindo em direção ao meu palácio. Quer dizer, três presenças. Abri meus olhos e olhei para o meu lado esquerdo. Não acreditava naquilo. Will estava montado em um pégaso, acompanhado de mais dois semideuses que também estavam montados em pégasos. Uma era filha de Apolo. E o outro era filho de Ares. Hm, interessante. Quando chegaram perto do escudo, eles foram barrados por vários monstros. Eu tinha que agir.

— O que semideuses estão fazendo aqui? – perguntou uma Electra surpresa.

— Kim, mande ajuda para eles! – gritei.

Kim confirmou com a cabeça e mandou alguns soldados para ajuda-los. Electra observou melhor a cena e, pela expressão em seu rosto, ela entendeu.

— Minha irmã, você sempre me surpreende. – disse ela, sorrindo maliciosamente.

— Calada. – ordenei.

— Creio que o grande senhor do Monte Olimpo não reagiu tão bem assim com essa novidade.

— Não é da sua conta, não é? – a olhei severamente.

Ela levantou os braços em rendimento e riu. Voltei minha atenção para Will e seus amigos. Eles lutavam bem, pelo que percebi. O tempo no acampamento fez bem para Will, ele está conseguindo se defender. Os meus soldados estavam conseguindo abrir caminho para eles passarem, mas eu precisava de mais espaço para conseguir puxá-los para dentro. Quando conseguiram tirar os dois monstros que estavam impedindo a passagem, ordenei o vento que empurrassem todos os meus aliados para dentro do escudo. Quando eles conseguiram ultrapassar o escudo, os pégasos pousaram em terra firme, os semideuses desceram deles e ficaram olhando o local. Pelo que pude apurar, a menina se chamava Sofia Dalas e o menino se chamava Josh Styles.

Quando percebi que estavam bem, acenei para Electra como um comando para começarmos a trabalhar. Fechei meus olhos e continuei o que tinha iniciado antes. Enquanto Electra trazia as nuvens carregadas, eu cuidava da parte violenta: a tempestade. A ventania lá fora estava forte, o dia começava a ficar escuro e o ar estava mais pesado, mais frio. Sentia meu corpo esquentar com tanta energia sendo emanada e podia sentir isso vindo de Electra também. Quando conseguimos acumular o máximo de poder que conseguimos reunir, unimos e atingimos todos os inimigos que estavam cercando ao redor do escudo. Quando abri os olhos, todos estavam despencando do céu. Me senti um pouco cansada depois desse uso enorme de energia, precisava do manjar dos deuses para melhorar minha situação. Electra olhou para mim, com uma expressão irritada.

— Por que não convocou os raios? Assim eles poderiam ter virado pó no ar.

— Eles irão virar pó assim que chegarem em terra firme. E não consigo convocar tantos raios sem ajuda.

Coloquei a mão em minha cabeça, uma dor de cabeça chata começou a aparecer. Me virei e fui em direção a saída do terraço, para poder descer e ir até o jardim encontrar meu filho. Chegando no jardim, parei perto dele e dos outros dois semideuses que, por sinal, me olhavam bestificados. Ao contrário de Will, que tinha uma expressão preocupada em seu rosto.

— Vocês estão bem? – perguntei.

— Sim, estamos bem. E a senhora, como está? – falou Will.

— Estou bem.

— Não aparenta estar. – Will me analisava dos pés à cabeça, provavelmente eu estava com a expressão mais velha e cansada por causa de tudo o que estava acontecendo no momento.

— Esse é o presente da situação atual. Mas me responda uma coisa.

— O quê?

— Pelo Monte Olimpo, o que vocês três estão fazendo aqui no meio deste caos? – perguntei, demonstrando toda a minha insatisfação com aquela visita.

Os dois outros semideuses se assustaram um pouco, assim dando um passo para trás. Will continuou no mesmo lugar, me encarando com aquela expressão petulante, me desafiando.

— Porque esta é a minha missão. O Oráculo me enviou juntamente com meus amigos para te ajudar na batalha.

— O quê? – gritei, sem acreditar naquela declaração.

— É exatamente isso que a senhora ouviu. Nosso objetivo é te ajudar e ainda trazer algo que fará que ganhe.

Olhei atentamente para os três, analisando direito essa situação. Vasculhei em suas mentes, para ver se isso era mesmo verdade, mas parecia que sim. Vou matar Apolo. Electra riu do meu lado.

— O garoto é irritante igual você, irmãzinha.

Tinha esquecido que ela estava ali o tempo todo e que Will não a conhecia. Revirei os olhos.

— Cala a boca, Electra. Quantas vezes tenho que te mandar ficar quieta? – a olhei com raiva.

— Mande o quanto quiser, não obedecerei. Você tem que aprender isso logo, Alexis.

— Dá próxima não irei ordenar. – falei com os dentes cerrados.

Voltei minha atenção para os três semideuses, que me encaravam com uma grande interrogação estampada nos rostos.

— Esqueci de nos apresentar. Sou Alexis, deusa da tempestade, mãe divina de Will. Esta é minha irmã invejosa, Electra, deusa das nuvens.

— Ei! - Electra me empurrou de leve.

Os três sorriram para nós duas. Acenei com a cabeça e Electra deu uma piscada de olho. Patética.

— Então, o que é essa coisa que irá me ajudar a ganhar? – perguntei.

Will olhou para a garota, Sofia, e acenou com a cabeça. Ela pegou a mochila, a abriu e tirou uma rédea de ouro de dentro dela. Sofia veio até a mim e me ofereceu a rédea dourada. Será que era...? Não podia ser. Peguei a rédea e senti o poder dela. Sim, era ela.

— Onde encontraram?

— Longa história. Mas acho que com isso irá conseguir convocar Pégaso.

Olhei para Will e seus amigos, sem acreditar ainda no que fizeram. Pégaso foi designado para mim, como presente de Zeus, quando fiz parte de um dos Olimpianos. Na época, Zeus me disse que Pégaso me completaria, e era verdade. Pégaso é o símbolo da imortalidade e está ligado as tempestades, a água e que traz os raios e trovões. Ele está ligado a mim, ao meu domínio.

— Acho que agora conseguimos ter raios sem precisar da presença do senhor do Olimpo, hein? – declarou Electra.

— Sim. Mas só se eu conseguir convoca-lo. Pégaso tinha uma conexão comigo, mas não era meu. Ele é um espírito livre e sentiu a necessidade de partir. Eu o deixei e desde então não nos vimos mais. Também perdi a conexão que tinha com ele há muito tempo atrás.

— Com a rédea de ouro a senhora consegue convoca-lo, não é? – perguntou Will.

— Sim, mas não vai ajudar se ele estiver preso em algum lugar.

— Só vai saber se tentar, irmãzinha.

Olhei para Electra. Ela tinha razão, eu tinha que tentar. Segurei firme a rédea de ouro, respirei fundo e soltei o ar. Fechei meus olhos e me concentrei em Pégaso. Me conectei com a rédea, sentindo a força dela e aquela antiga conexão começar a se abrir novamente. Então o chamei, através de minha mente: “Pégaso”.


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Notas finais do capítulo

Será que Alexis consegue se conectar novamente com Pégaso?



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