A deusa perdida escrita por Nina C Sartori
No fim daquele dia, eu já estava pronta. Quando estava indo embora do Olimpo, o único deus que se despediu de mim fora Hermes. Fiquei parada em frente à entrada do palácio, dei uma última olhada e depois sorri para Héstia. Ela me abraçou.
— Se estiver com problemas, sabe onde me procurar. – Assenti.
Ela sorriu, começou a brilhar e depois não estava mais lá. Suspirei, era a minha vez. Pensei em meu palácio e fechei os olhos. Quando os abri estava bem em frente à ele. Percebi que a barreira me deixou ultrapassá-la, parece que Kira deu um jeito dela identificar a minha presença. Entrei no palácio e logo fui recebida por Sheila. Pedi que ela me acompanhasse e fomos ao encontro de Kira. Kira estava em frente a uma janela na sala do meu trono, estava pensativa. Quando sentiu minha presença, sorriu e me deu as boas vindas. Olhei em volta e depois falei.
— Voltei e ficarei um bom tempo. As portas do Monte Olimpo foram abertas e fui liberada por Zeus para voltar.
— Que ótima notícia, senhora! – Exclamou Sheila.
Sorri.
— Exatamente. Agora estou um pouco intrigada.
Comecei a andar na sala do trono e depois coloquei o meu bastão em pé, sem apoio ao lado do meu trono. Fiquei analisando a sala. Era enorme e estava muito vazia, só no meu canto esquerdo tinha o meu escritório particular.
— O que foi, minha senhora? – perguntou Kira.
— Estou achando esta sala um pouco vazia, quero muda-la.
Kira e Sheila se entreolharam.
— Mas que mudança quer fazer?
— Vejam. – Sorri.
Analisei a sala e comecei a andar por ela. Olhei para o escritório e imaginei que poderia ter uma parede fechando-o, transformando-o em um cômodo separado.
— Quero uma parede bem aqui. – E apontei o local para elas. Virei para olha-las e elas estavam me encarando.
— Não irão anotar as minhas observações?
As duas foram atrás de um bloco e começaram a anotar. Muito bem. Virei para o centro do salão e fiquei analisando. Era melhor deixa-lo vazio. Acho que naquela parede a minha frente ficaria melhor uma estátua em minha homenagem, algumas cortinas de tecido grosso da cor preta perto das janelas e amarradas com grossas cordas douradas. Acho que consigo colocar as cortinas. Fechei os olhos imaginando as cortinas do tecido que eu queria e arrumadas da forma que eu queria. Abri os olhos e deparei com elas do modo que eu queria. Sorri.
— Quero uma estátua minha bem ali. – Apontei para o meio das duas janelas. Analisei novamente o salão – Quero um quadro grande de uma tempestade exterminando uma cidade na parede nova. Tem algo a sugerir? – perguntei a elas.
As duas olharam o local também, analisaram cada canto do salão. Kira balançou a cabeça negativamente e Sheila sorriu.
— Talvez uma pequena mesinha feita de prata ao lado do seu trono completaria a mudança.
Analisei a situação e fiquei imaginando aquela mesinha ao lado do meu trono. Até que não era uma ideia ruim. Seria o meu porta treco durante os meus encontros.
— Aceito a ideia. Creio que com isso terminamos com o salão.
— Irei providenciar as coisas o mais rápido que puder. – disse Sheila saindo do salão.
Fui em direção ao meu trono e sentei. Imaginei o salão com as mudanças e isso me fez sorrir. Olhei para Kira e a vi com um ar preocupado.
— Conte-me o que está havendo.
Ela me olhou, suspirou, olhou para o chão e depois para mim novamente.
— Senhora, temos recebido alguns recados.
— De quem?
Kira foi em direção a mesa do escritório abriu a gaveta. De lá ela tirou um envelope pardo e me entregou. Abri o envelope e tirei os papeis. Tinham três papeis pequenos, escritos em letras maiúsculas e um papel de carta com uma caligrafia bonita. Comecei a lê-los e não gostei.
— Você enviou alguma resposta?
— Não.
— Alguém mais sabe sobre isso?
— Não.
— Como isso veio parar aqui?
— Veio através de fogo divino.
Que esperteza. Mas o que me deixava irritada era como essas coisas vieram parar aqui, quero dizer, a atitude da pessoa ter enviado tais recados e ainda do modo como se expressou.
— Você os leu, por isso está distante.
— Sim.
— Não quero que comente com ninguém. Este assunto ficará entre essas paredes, entendeu?
— Sim, senhora.
Respirei fundo e apoiei o queixo na minha mão esquerda.
— Acho a atitude um pouco corajosa, mas perigosa.
— Por que será que ele teve essa atitude? Será que não tem amor à própria vida?
— Creio que tem, mas não irei mata-lo, se é o que acha que farei. Só declaro que não irei engolir os insultos calada. Ele merece uma lição.
— O que fará, senhora?
Suspirei e fechei os olhos.
— Não posso dar aquilo que ele me pede, mas terá uma grande surpresa.
— Por quê?
— Kira, quero que queime estes papeis. Amanhã tenho alguém para visitar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Quem será que insultou Alexis?
Beijos.