A deusa perdida escrita por Nina C Sartori


Capítulo 18
Liberdade




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No fim daquele dia, eu já estava pronta. Quando estava indo embora do Olimpo, o único deus que se despediu de mim fora Hermes. Fiquei parada em frente à entrada do palácio, dei uma última olhada e depois sorri para Héstia. Ela me abraçou.

— Se estiver com problemas, sabe onde me procurar. – Assenti.

Ela sorriu, começou a brilhar e depois não estava mais lá. Suspirei, era a minha vez. Pensei em meu palácio e fechei os olhos. Quando os abri estava bem em frente à ele. Percebi que a barreira me deixou ultrapassá-la, parece que Kira deu um jeito dela identificar a minha presença. Entrei no palácio e logo fui recebida por Sheila. Pedi que ela me acompanhasse e fomos ao encontro de Kira. Kira estava em frente a uma janela na sala do meu trono, estava pensativa. Quando sentiu minha presença, sorriu e me deu as boas vindas. Olhei em volta e depois falei.

— Voltei e ficarei um bom tempo. As portas do Monte Olimpo foram abertas e fui liberada por Zeus para voltar.

— Que ótima notícia, senhora! – Exclamou Sheila.

Sorri.

— Exatamente. Agora estou um pouco intrigada.

Comecei a andar na sala do trono e depois coloquei o meu bastão em pé, sem apoio ao lado do meu trono. Fiquei analisando a sala. Era enorme e estava muito vazia, só no meu canto esquerdo tinha o meu escritório particular.

— O que foi, minha senhora? – perguntou Kira.

— Estou achando esta sala um pouco vazia, quero muda-la.

Kira e Sheila se entreolharam.

— Mas que mudança quer fazer?

— Vejam. – Sorri.

Analisei a sala e comecei a andar por ela. Olhei para o escritório e imaginei que poderia ter uma parede fechando-o, transformando-o em um cômodo separado.

— Quero uma parede bem aqui. – E apontei o local para elas. Virei para olha-las e elas estavam me encarando.

— Não irão anotar as minhas observações?

As duas foram atrás de um bloco e começaram a anotar. Muito bem. Virei para o centro do salão e fiquei analisando. Era melhor deixa-lo vazio. Acho que naquela parede a minha frente ficaria melhor uma estátua em minha homenagem, algumas cortinas de tecido grosso da cor preta perto das janelas e amarradas com grossas cordas douradas. Acho que consigo colocar as cortinas. Fechei os olhos imaginando as cortinas do tecido que eu queria e arrumadas da forma que eu queria. Abri os olhos e deparei com elas do modo que eu queria. Sorri.

— Quero uma estátua minha bem ali. – Apontei para o meio das duas janelas. Analisei novamente o salão – Quero um quadro grande de uma tempestade exterminando uma cidade na parede nova. Tem algo a sugerir? – perguntei a elas.

As duas olharam o local também, analisaram cada canto do salão. Kira balançou a cabeça negativamente e Sheila sorriu.

— Talvez uma pequena mesinha feita de prata ao lado do seu trono completaria a mudança.

Analisei a situação e fiquei imaginando aquela mesinha ao lado do meu trono. Até que não era uma ideia ruim. Seria o meu porta treco durante os meus encontros.

— Aceito a ideia. Creio que com isso terminamos com o salão.

— Irei providenciar as coisas o mais rápido que puder. – disse Sheila saindo do salão.

Fui em direção ao meu trono e sentei. Imaginei o salão com as mudanças e isso me fez sorrir. Olhei para Kira e a vi com um ar preocupado.

— Conte-me o que está havendo.

Ela me olhou, suspirou, olhou para o chão e depois para mim novamente.

— Senhora, temos recebido alguns recados.

— De quem?

Kira foi em direção a mesa do escritório abriu a gaveta. De lá ela tirou um envelope pardo e me entregou. Abri o envelope e tirei os papeis. Tinham três papeis pequenos, escritos em letras maiúsculas e um papel de carta com uma caligrafia bonita. Comecei a lê-los e não gostei.

— Você enviou alguma resposta?

— Não.

— Alguém mais sabe sobre isso?

— Não.

— Como isso veio parar aqui?

— Veio através de fogo divino.

Que esperteza. Mas o que me deixava irritada era como essas coisas vieram parar aqui, quero dizer, a atitude da pessoa ter enviado tais recados e ainda do modo como se expressou.

— Você os leu, por isso está distante.

— Sim.

— Não quero que comente com ninguém. Este assunto ficará entre essas paredes, entendeu?

— Sim, senhora.

Respirei fundo e apoiei o queixo na minha mão esquerda.

— Acho a atitude um pouco corajosa, mas perigosa.

— Por que será que ele teve essa atitude? Será que não tem amor à própria vida?

— Creio que tem, mas não irei mata-lo, se é o que acha que farei. Só declaro que não irei engolir os insultos calada. Ele merece uma lição.

— O que fará, senhora?

Suspirei e fechei os olhos.

— Não posso dar aquilo que ele me pede, mas terá uma grande surpresa.

— Por quê?

— Kira, quero que queime estes papeis. Amanhã tenho alguém para visitar.


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Notas finais do capítulo

Quem será que insultou Alexis?
Beijos.