Sonhos E Pesadelos escrita por Diana Karolyne


Capítulo 8
Capítulo 8-Sonho Real?




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-como é que eu posso gostar dele assim
se eu mal o conheço?-eu estava louca,falando sozinha enquanto terminava a
janta-QUE DROGA DE SENTIMENTO É ESSE?-Gritei,enquanto jogava a panela na
pia,com raiva.



Ouvi a porta
bater levemente.



-Tem alguém
aqui com você?-ela perguntou,curiosa.



Corei,com
medo de confirmar a minha própria insanidade.



-Não...-admiti,baixinho-Boa
noite,mãe.



Ela sorriu.



-Você está
bem?Parece um pouco...chateada.-Ele pesquisou minha face,as rugas de
preocupação vincando sua testa.



Mordi os
lábios.O que eu ia falar?Tipo,”olha mãe,eu gosto de um cara que eu conheci na
livraria do shopping aquele dia,lembra?Então,ando tendo uns sonhos esquisitos
com ele e tenho medo dele também.Mais,sabe,eu gosto dele.Mesmo ele sabendo
coisas sobre mim sem eu ter contado,tipo o meu nome?”



Fala sério.



-Impressão
sua.Tá tudo ótimo!-menti descaradamente,tentando imitar Lucas.Ele havia usado
essa mesma frase hoje pela manhã,quando insinuei que ela estava cansado-Já vou
subir.-Eu disse,dando um beijo em sua bochecha.



Ela fez uma
careta.



-Você não
quer me contar como foi seu di...-ela começou,enquanto se sentava no sofá e tirava
os sapatos.



Eu já estava
subindo as escadas.



-Tenho dever
de literatura mãe!-Gritei,enquanto fugia de uma conversa que não levaria a
nada.



Eu queria
pensar.Eu ia encurralar Lucas amanhã.Eu ia perguntar a ele coisas do tipo”como
você sabia meu nome?Naquele dia em que nos vimos?Como sabia que eu ia encontrar
com minha mãe no segundo andar do shopping?Porque você insiste em ficar atrás
de mim e ser tão inconveniente?



Eu sabia que
eram perguntas estranhas de se fazer.Mais eu ia tentar.Eu não podia ficar me
perguntando como ele sabia de coisas tão pequenas-mais tão importantes-sobre
mim.E se ele fosse integrante de uma gangue e estivesse planejando me
seqüestrar?Pesquisando sobre minha vida,se instalando em meu colégio,rondando
os meus amigos e sendo tão...tão...ah,deixa pra lá!





Amanhã.Amanhã eu esclareceria as coisas com Lucas.De uma
forma...ou de outra.





-Você quer saber quem eu sou e o que
quero com você.-Lucas estava afirmando algo que eu ainda iria perguntar.



Estava-mos caminhando numa praia.Já
era noite.



Notei que eu estava descalça.



-Não exatamente.-eu respondi,mesmo
que ele não tivesse dito a frase como uma pergunta.



-Eu não sou um seqüestrador de
garotinhas aborrecidas.-ele riu.Eu não achei graça-Só tenho 17 anos.



Eu bufei.



-E daí?-eu cuspi-Eu não te conheço,então...eu
não me sinto nem um pouco culpada em desconfiar de você.



Agora estávamos  indo pra o leste da praia,onde havia uma
floresta.Lucas permaneceu um bom tempo calado,somente caminhando.



-Eu não vou entrar na floresta.-eu
disse,sentindo um pouco de medo-Já escureceu.



Ele se virou para me ver.Seus olhos
eram de um preto tão negro que se difundia em contraste com a escuridão da
noite.Senti um arrepio involuntário no corpo.



-Fale a verdade-ele gemeu-Você não
vem porque está com medo de mim.



Eu não respondi.



Ele assentiu em resposta ao meu silêncio.



-Você quer respostas para as suas
perguntas,não quer?-ele sussurrou,intensamente.Os olhos prendendo os
meus.-Então venha,Katerhyne.



Sua voz soava doce como mel e suave
como o vento.Por um breve momento me senti entorpecida.



Ele estava me oferecendo a sua mão.E
queria tanto toca-la!



Começou a ventar.Parecia que uma
tempestade estava por vir.



Excitei,observando os relâmpagos no
céu.



-Vai cair uma tempestade.-eu lhe
disse,preocupada.



Ele suspirou,impaciente.



-Essa tempestade só vai cair porque
você quer uma desculpa para não vir comigo-ele disse,calmo-Porque você tem
medo.



Eu abaixei os ombros.Eu estava mesmo
com medo...mais o que isso tinha a ver com a chegada da tempestade?



-Eu...-eu comecei,ainda observando
sua mão em minha direção.Fitei-a por uma momento.



-Se for melhor,só me siga.-ele
respondeu monotamente,sem emoção na voz.Eu queria ver seu rosto,mais ele se
virou.



Indecisa,segui-o.



Entramos na floresta escura.Eu podia
ouvir o seus passos a minha frente...eu podia sentir seu cheiro adocicado,mesmo
sob a umidade da floresta.Caminhamos em silêncio por um longo tempo.



Foi então que tropecei em um galho.



-Lucas?-eu gemi-Acho que me
machuquei.



Ouvi leves ruídos.



-Onde você está?-Sua voz estava
distante.Aquilo me causou pânico.



-Aqui!-eu gritei-Aqui atrás!Não
consigo me levantar!-arquejei,com dor na perna direita.



Tinha começado a chover.



-Não consigo te ver...está
escuro.-ele disse de volta,a voz cada vez mais distante.



-Lucas!-gritei,dessa vez sem conseguir
uma resposta.-Lucas!



Eu estava machucada,sozinha e com
medo.



E estava chovendo.



E Lucas havia me deixado.



Comecei a entrar em pânico.Como eu
iria sair dali,com a perna machucada?Como encontraria Lucas?Mesmo gritando seu
nome desesperadamente,eu nunca tinha resposta.Eu não queria ficar ali.



A chuva caia raivosamente sobre a
floresta escura.Agora não havia mais nenhum sinal de que Lucas pudesse estar
por perto.Ele parecia conhecer tão bem a floresta!...



O relógio
despertou as 7:00 da manhã em ponto.



Minha cabeça
doía muito.A dor era insuportável.



Desci as
escadas e fui para a cozinha,a procura de um analgésico.Meu corpo ainda estava
meio dormente.



-Bom dia querida!-Minha
mãe tomava café na bancada da cozinha,ainda de pijama-Dormiu bem?



Fiz uma
careta.



-Pesadelo.Dor
de cabeça.Ai.-eu gemi.



Ela riu
baixinho da minha incoerência e me deu um anti-dor.



-Você não
parece bem...ela disse,medindo minha temperatura com as mãos-Está quente!



Eu dei de
ombros.Estava fraca.



-E aonde
arrumou esse manhucado,Katheryne?-ela fitou minha perna esquerda,que estava com
um leve arroxeado em cima do joelho.





Logo após,tudo virou noite e eu desmaiei.




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