Encarrei Marry abalado e impressionado com sua atitude.

___Como pode dizer isso dessa maneira, não esta triste? Indaguei incrédulo com sua insensibilidade.

___E porque deveria? Perguntou parecendo realmente não saber.

____Porque o comum é se sentir triste, afinal ela morreu droga. Respondi alterando um pouco a voz.

___Entendo... Afirmou liberando o sapo no chão tornando a se sentar antes de continuar___...me explique porque morrer é uma coisa ruim. Pediu

__Você nunca mais vai pode ver, falar, tocar ou sentir o cheiro da pessoa você não terá mais nada. Expliquei da melhor maneira que consegui imaginar, ela inclinando levemente a cabeça me encarrando.

___Isso não parece um pouco egoísta? Perguntou pensativa

___Egoísta? Repeti sem entender

___ Bom à senhora Leonora teve uma vida boa criou seus filhos viu seus netos, se divertiu, amou, foi sempre feliz e temente a Deus, mas com o chegar da idade avançada vieram às doenças, as dores e a solidão então não entendo porque seria ruim ela descansar, e me parece egoísmo querer que ela continuasse sofrendo só para que possa continuar usufruindo de sua companhia. Explicou, e de uma forma estranha não podia negar a logica presente em suas palavras.

___Você pode estar certa, mas morrer ainda não me parece uma coisa agradável. Aleguei

___Porque não? Questionou curiosa, me deixando surpreso com a pergunta.

___Não sei, imagino como seria, tipo um ser de negro vindo te buscar isso me parece assustador. Tentei responder lhe, mas eu mesmo estava incerto.

___Acha então que se a morte usasse branco seria menos assustador? Perguntou parecendo debochar um pouco de minha resposta.

___Acho que seria igualmente assustador independente se usasse branco ou preto, mas creio amarelo seria uma boa cor. Respondi aderindo ao deboche me perguntando como o assunto tinha migrado dessa maneira.

____Amarelo... hun. Resmungou pensativa.

Dei um longo suspiro ainda abalado por saber da morte da senhora Leonora, pois apesar de conhecê-la há pouco tempo j havia me afeiçoado a ela.

___Foi para me contar sobre isso, o motivo pelo qual me chamou? Perguntei quebrando o silencio que se estendeu por alguns segundos.

____Faltam apenas duas semanas para o inverno. Comentou mudando de assunto sem responder, eu me perguntando por que ela sempre me elucidava sobre a chegada do inverno.

(...)

Caminhamos um pouco dando algumas voltas pelo parque ela novamente apresentando seu usual modo disperso e distraído falando de trivialidades sempre de forma interessada.

Seguíamos rumo a minha casa, quando vi meu amigo Daniel ao longe no fim da rua o mesmo me acenando em cumprimento antes de desaparecer em uma esquina.

___Você não quer entrar, minha mão gostaria de te conhecer. Convidei assim que paramos em frente a minha residência. 

___Não posso, tenho compromissos hoje. Respondeu me seria.

__ A julgar pela sua expressão acho que esses compromissos não lhe serão muito agradáveis. Comentei ao observar seu rosto um tanto pesaroso.

___Geralmente não são... Afirmou concordando amenizando a expressão antes de continuar ____... mas ninguém pode fugir do inevitável. Concluiu encarrando me, antes de erguer a mão em sinal de despedida e se afastar.

(...)

Na segunda preparei-me para o colégio e encontrei com Daniel na frente do mesmo, ambos então adentrando ao prédio rumo a nossa sala.

___Eu te vi no sábado. Comentou puxando assunto.

___É eu sei estava junto com uma amiga. Contei considerando seu comentário uma estratégia para pergunta a respeito de Marry.

___Amiga? Indagou confuso.

___Sim, a garota ao meu lado, sabe cabelo e roupas pretas franja, pele branca, baixa estatura. Expliquei estranhando afinal Marry era o tipo de pessoa que dificilmente passaria despercebida.

___Desculpa Richard, mas quando te vi não tinha ninguém assim ao seu lado, você estava sozinho. Afirmou me olhando um tanto preocupado.

___Sozinho... Repeti confuso perguntando me como seria possível ele não tela visto.