Não a vi por cerca de uma semana e um sentimento estranho preenchia meu peito, não sei dizer oque era, mas sentia que podia enlouquecer se não a encontrasse logo sendo ela a única capaz de sanar as coisas dentro de mim.

Era uma manhã de sábado comum, sentei-me sobre a mesa do café um tanto distraído, minha mãe me fiando da cozinha.

___Bom dia querido, tem algo errado? Perguntou dirigindo se a mim dando um beijo no alto da minha cabeça.

___Esta tudo bem. Respondi, acho que não a convenci, mas não se manifestou apenas se sentou a meu lado me servindo um copo de leite.

___Então como anda as coisas no colégio. Perguntou puxando assunto após alguns minutos de silencio.

Contei lhe sem grande animação sobre meus dias de estudante do ensino médio, ela não deixando o assunto morrer escutando atenta, de casa minha mãe era a mais animada e falante completamente o contrario de mim que havia puxado mais o meu pai também um pouco calado.

___Mãe... Comecei requerendo sua atenção ela me fitando curiosa__... oque significa quando você se sente completamente feliz junto de uma pessoa e quando não esta só consegue pensar nela. Perguntei um tanto sem jeito.

___Eu sabia! Exclamou animada estralando os dedos vitoriosa antes de continuar___... meu bebe está apaixonado, então  quando vou conhecer  minha nora? Perguntou por fim me encarrando sorridente.

__Ela não é nem minha namorada como pode ser sua nora. Respondi revirando os olhos, não que eu gostasse da realidade desse fato.

__Isso é só questão de tempo, mas traz ela para jantar aqui eu posso ajudar. Ofereceu, mas antes que pudesse responder senti meu celular vibrar em meu bolço.

___Oi Richard... Ouvi a voz do outro lado assim que atendi.

___M-Marry... oi. Respondi surpreso, não me lembrava de ter lhe dado meu numero, aliais ela aparentava o tipo de pessoa que nem tem um celular.

___Quer sair hoje? Convidou sua voz soando animada.

___Claro. Respondi de imediato e pude ver pelo canto do olho minha mão virar o rosto para rir.

___Ok me encontra no parque daqui a dez minutos. Disse apenas antes de desligar. Levantei-me da cadeira já pronto para ir me arrumar, mas quando olhei para o lado minha mão me encarrava sustentando um sorriso travesso.

____Marry e Richard... gostei  de como soa isso. Comentou recolhendo os copos e se dirigindo a cozinha.

(...)

Cheguei ao parque antes dos dez minutos se passarem, e após algumas voltas a encontrei sentada em um banco de costas para mim olhando para paisagem, um sol tímido se espremia entre as nuvens incidindo contra o solo onde a neblina da manhã devido à umidade ainda se dispersava.

Me aproximei lentamente, mas quando estava apenas alguns metros tive uma surpresa ao ouvir ela estava... cantando? Não sei em que idioma falava as palavras pareciam difusas, mas o som de sua voz me causava uma sensação de paz, quase como se fosse o som da agua de uma cachoeira ou o vento a balançar a copa das arvores, me aproximei mais um pouco na tentativa de intender oque dizia, mas nesse momento o som cessou.

___Olá Richard... Disse virando se  e abrindo um grande sorriso antes de fazer um gesto pedindo para que me sentasse ao seu lado.

Ficamos sentados em silencio, ela balançava os pês para traz e para frente olhando em volta cantarolando algo tão baixo que mesmo estando a seu lado tinha que me esforçar para ouvir.

___Então oque quer fazer... Podemos ir visitar a senhora Leonora. Sugeri quebrando o silencio

___Não vai dar mais para eu te levar lá... Aquilo é um sapo? Contou mudando de assunto bruscamente pondo se de pé indo em direção a algo que se mexia na grama úmida.

___Porque não? Perguntei confuso enquanto ela se reaproximava alguns passos, agora com um pequeno anfíbio de pele lisa apoiado sobre sua mão.

___Dona Leonora morreu á dois dias. Respondeu sem alterar o som animado e sem tirar o sorriso que sustentava nos lábios.

___M-morreu! Repeti abalado com a descoberta e ao mesmo tempo me perguntando como Marry podia contar algo assim sem demostrar nenhuma tristeza...