Minha cabeça latejava com a situação, ter ele por perto novamente, ter as mesmas sensações, minha garganta queimava em brasa, minha vontade era correr até ele e nunca mais deixa-lo sair dos meus braços, mas eu não poderia por a vida dele em risco de novo, tola eu pensando que se fugisse poderia acalmar as coisas, que eu esqueceria e seguiria em frente.

- Bella, o que houve? – A voz desesperada da Alice chamou minha atenção.

- Eu estou bem, foi só uma tontura. – Meu olhar era fixo nele, com os cabelos desgrenhados, o sorriso torto que eu tanto amava e aqueles olhos verdes esmeralda que sempre me deixavam tonta desde a primeira vez que o vi.

- Bella, quer que eu te leve para casa? Você não está em condições de assistir aula desse jeito, eu falo com a direção, não se importariam sabendo que você não está em bom estado para isso. – Alice falava preocupada.

- Não precisa Alice, eu estou bem, sério. Deixe isso para lá. – A olhei pela primeira vez desde o incidente, ela tinha um olhar preocupado.

- Sabe Bella, pode parecer estranho, mas eu me preocupo com você, eu sei que eu não lhe conheço nem a dez minutos direito, mas eu tenho uma sensação que preciso estar com você e cuidar entende? – Eu sorrir com as palavras dela, ela é a primeira pessoa que eu me aproximo desde o horrível acontecimento de tempos atrás, mas uma amiga não me faria mal né? Ele não poderia querer tirar ela do caminho também, primeiro porque ela era uma garota, porque ele ia querer tirar ela do caminho?

- Tudo bem Alice, eu te entendo. Bom acho que seremos boas amigas Lumpa-Lumpa. – Disse sorrindo para ela mesmo sabendo que ficaria brava com o apelido.

- Ai Bella, como você é sem graça. – Disse ela fazendo um biquinho meigo. Rir da cara de magoada dela, ela seria uma boa atriz se quisesse seguir com essa carreira. – Anda sua boba, levanta logo daí. – Ela levantou em um salto gracioso arrumando a roupa, e me estendeu a mão para levantar também, sorri agradecida com a sua preocupação comigo mesmo não sabendo o que eu era.

- Ande logo que a gente tem que pegar seus horários e eu tenho que dar um jeito de todas as suas aulas serem comigo. – Ela falava enquanto arrumava mais uma vez a roupa e tirava a poeira imaginaria. – Anda Bella, vai ficar ai com cara de paspalho olhando o Edward?

Nem mesmo eu notei que meu olhar mais uma vez se virou para ele, mais ele me puxava como um imã.

- Você o conhece Alice? – Perguntei querendo saber mais da vida dele por aqui, depois daquilo na Inglaterra.

- Claro que sim sua boba, ele é meu irmão. – Alice disse sorrindo como se eu fosse retardada.

- Como assim irmão? – Eu não lembrava de Alice naquela época, eu lembraria de ver uma menina tão meiga com o Edward.

- Na verdade Edward foi adotado pelos meus pais quando ele tinha sete anos, ele mora com a gente desde então.

Sete anos? Então foi dois anos depois que eu fui embora, dois anos depois que aquele monstro fez aquilo tudo. Mas e Elizabeth e Anthony, o que aconteceu com eles? Eu tenho certeza que eles amavam tanto Edward que não poderia larga-lo assim e dar para adoção.

- E os pais dele, o que aconteceu com eles? – Eu perguntei preocupada para Alice, que me olhou estranho diante da minha preocupação com um estranho, bom, pensando ela que me era estranho.

- Eles morreram. Ninguém sabe como, mas porque toda essa preocupação com Edward? – Ela me perguntou com um olhar inquisitório.

- Nada, só queria saber mais do corpo docente de Forks High School. – Menti descaradamente, mas eu não poderia simplesmente dizer: “Não Alice, só queria saber mais da pessoa que eu mais amo na minha existência, mas que não posso ficar com ela por causa de um monstro sem coração”

- Tudo bem, se você quiser eu falo de cada um daqui, desde a direção até os faxineiros, pergunte tudo, eu sou os olhos e ouvidos dessa escola meu bem. – Ela falou sorrindo, ela é do tipo que não se abala fácil, mas pelo olhar que me deu tenho nítida certeza que ainda vai me perguntar sobre isso, mas o pior é que seria perigoso dizer tudo a ela.

- Pera Alice, você não disse que já tinha resolvido a questão dos horários? – Perguntei desconfiada.

- Nem tudo, a gente tem que falar com a senhora Lockwood para estar tudo ok. – Ela disse meio envergonhada. – Ordens do diretor Ian, ele mandou eu falar com ela antes de tudo.