We Found Love In A Hopeless Place escrita por Mari Kentwell Ludwig


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos (as) que estão lendo a minha história! Espero que ela agrade a todos!



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Ao chegarmos à estação, há muitas pessoas com suas câmeras, nos filmando. Muitos tributos já estão chorando à essa altura, mas eu e Clove estamos tão radiantes que chega a ser macabro. Somos direcionados a entrar no trem. O lugar é impressionante, se tratando de um trem. Mesas, cadeiras, prateleiras cheias de coisas. Me pergunto como que aquelas coisas continuam em seus devidos lugares quando o trem está em movimento. Ele também é bem mais luxuosos do que a sala do Edifício da Justiça. Kate nos leva para uma sala de jantar com a mesa excessivamente farta.

–Vou chamar seus mentores. Voltarei em pouco tempo. Enquanto isso se sentem e comam um pouco.- Kate diz.

– Obrigada. - Diz Clove com um sorriso forçado.

Em seguida, Kate nos deixa e vai atrás de nossos mentores. Eu me sento à frente de Clove, mas mal tocamos muito na comida. Olho em sua direção e ela parece nem perceber que estou sentado na mesa.

– E aí? Está com medo do que pode vir a acontecer?- Puxo assunto.

–Não. - Diz ela secamente olhando pra mim com um olhar mortífero.

–Lembro que quando você era pequena, morria de medo de ir para a arena e... morrer!

Como eu sou idiota em dizer esse tipo de coisa pra uma garota que é totalmente expert em facas enquanto ela passava geleia no pão com nada mais nada menos do que uma... FACA! Foi à primeira coisa que pensei enquanto Clove lançava a sua faca na minha direção. Mas a faca acaba cravada na torrada, no meu prato, alguns centímetros do meu tórax.

– Eu não sou mais uma criança, Cato. Posso até ser pequena demais pra você, mas pode ter certeza de que isso não é um motivo para me impedir de matar uma pessoa. - Ela diz com tamanha arrogância que parece transbordar de seus olhos.

Raiva começa a florescer de dentro de mim.

-Puco importa. Eu acabaria copm você em um minuto, de qualquer jeito. - Reswpondo fuzilando-a com o olhar. E isso não é mentira. Eu poderia acabar com a raça dela agora mesmo se eu quisesse. Eu poderia tê-la empurrado na parede mais além de correr o risco de ser esfaqueado, eu poderia ser cruelmente punido. Então, arranco a faca da torrada e jogo na mesa, e sigo para meu compartimento. Ao encontrar o meu quarto, entro, me tranco e me deito na cama e tento esvaziar os pensamentos e acabo caindo no sono.

Acordo com Kate me gritando pela porta. Devo ter cochilado por apenas uns dez minutos. Me levanto rapidamente, confiro o cabelo e destranco a porta.

–Eu não disse pra você esperar na sala de jantar junto com a Clove! - Ela grita comigo.

Eu até penso em dizer a ela tudo o que me levou a ir para o quarto, mas se eu fizesse isso, iria parecer um crianção que não consegue resolver os próprios problemas sozinho. Prefiro ouvir o sermão enquanto seguimos novamente para a sala de jantar.

Ao chegar lá, avisto Clove sentada à mesa conversando com Enobaria como se nada estivesse acontecido.

Bem, provavelmente Brutus será o meu mentor, já que ele me treinou a vida inteira e Clove ficará com Enobaria já que ela treinou Clove durante toda a vida.

–Bom, aqui estão seus mentores. Esse é o Brutus e essa é a Enobaria. Eles...– É bem óbvio que nós nos conheçamos, pois Brutus é meu treinador desde que iniciei nos treinamentos em meu distrito, enquanto Enobaria treina Clove.

–Sim. Eles sabem quem nós somos. Não precisamos da sua tão importante ajuda. – Brutus diz interrompendo-a. Ele não se esquece de frisar bastante o “tão”.

–Bem, então vou anunciar cada tributo a seu mentor. Clove, Brutus será a seu mentor e Cato, sua mentora será Enobaria. – Kate esclarece com raiva de Brutus. - Deixarei que vocês possam conversar. Daqui a pouquinho estarei de volta.

Não achei interessante a ideia de trocarmos de treinador agora, ou melhor, mentor. Eu me sairia muito melhor com Brutus, já que ele me conhece e eu já o conheço.

Ele vem em minha direção e me levanto. “Já era hora!” Ele sussurra em meu ouvido e depois se senta ao lado de Clove. Então Enobaria me abraça me parabeniza e se senta também.

Enobaria é um tanto medonha. Mais ainda de perto. Na sua edição dos Jogos, ela ficou conhecida por ter matado um tributo na arena rasgando seu pescoço com os dentes. Quando enriqueceu, ela resolveu tirar seus dentes originais e trocá-los por réplicas pontudas feitas de ouro. Ela tem muitos admiradores na Capital.

–Primeiro, vocês vão querer treinar juntos ou separados? – Pergunta Enobaria, desviando minha atenção de seus dentes.

–Juntos. – Diz Clove me olhando nos olhos, meio desafiadora. Ela está me testando, contando que eu recuse a possibilidade de treinarmos juntos.

–Sim. – Respondo olhando com o mesmo olhar desafiador em seus olhos. Não me importo com o fato de ela ficar sabendo minhas habilidades. Ela foi a minha melhor amiga e sabe muito sobre mim. Inclusive o fato de que eu sou tão bom em esgrima quanto ela em atirar facas.

–Bem, vocês já tem uma estratégia em mente, uma ideia ou coisa parecida que queiram compartilhar agora? Se não quiserem falar agora, tudo bem, pois ainda teremos tempo para isso. – Continua Enobaria.

–Nós não temos nada em mente. Esperamos esse tipo informações de vocês. – Diz Clove desviando o olhar para Enobaria.

–Tudo bem então. Vamos deixar isso para os dias mais à frente. - Aconselha Brutus.

Kate reaparece. Ela nos leva até outro vagão com uma sala grande e cheia de enfeites e toda colorida. Me dou conta de que o trem está em movimento e tudo está no seu lugar. Mal sentimos o trem andar.

–Cato e Clove, vocês podem se sentir em casa. Aqui tem tudo o que precisam. Vocês também podem fazer o que quiserem. Mas preciso que vocês estejam aqui, nesta sala, às 16:00, para assistirmos às reprises das Colheitas. E depois teremos uma ceia! – Diz Kate toda animada.

–Vocês estão livres agora. Amenos que queiram ver as outras Colheitas ao vivo. – Diz Enobaria se levantando. – Estou exausta. Toda aquela multidão no Centro de Treinamento me deixou enjoada. Nos vemos depois. – Ela diz saindo da sala.

–Eu vou procurar o que fazer. Ficar vendo Colheitas é muito monótono pra mim. – Diz Brutus também saindo da sala.

–Como ela já disse vocês estão livres para fazer o que quiserem por hoje, mas não se esqueçam da reprise e nem da ceia. – Diz Kate.

–Ótimo. – Responde Clove saindo da sala imediatamente.

Me levanto e saio da sala, assim como todos. Eu não iria querer ficar lá dentro sozinho com Kate. Ela iria começar a falar e não me deixaria mais sair.

Assim que saímos, Clove para subitamente.

–Você tá me seguindo? – Ela pergunta meio irritada.

–Não. – Respondo entranhando a pergunta.

–Então o que está fazendo andando no meu encalço?

–Eu simplesmente saí da sala junto com você. Por que eu iria me preocupar em te seguir?! – Digo aumentando o tom de voz.

–Não grite comigo. – Ela rebate também aumentando o tom de voz. Ela ficou louca? Está brigando comigo porque eu deixei a sala no mesmo momento que ela? Parece que ela não cresceu daqueles tempos pra cá. Não mentalmente.

Kate deixa a sala em que estávamos para apartar a discussão.

–Parem com isso! Modos, por favor! – Ela grita com sua foz irritantemente fina e logo em seguida passa por entra nós com seu par de sapatos salto-alto ecoando pelo corredor vazio.

Ainda com raiva, viro-me e sigo na mesma direção de Kate. Sigo para o vagão dos nossos compartimentos. Ouço passos atrás de mim, mas que logo se desviam.

Entro no meu compartimento e só então paro para observá-lo. É espaçoso, tem um vestíbulo e um banheiro. Me aproximo do banheiro e encontro um chuveiro completamente estranho, para mim. Vários botões coloridos se encontram no painel de opções de banho. Saio do banheiro e deito-me na cama. A luz do dia adentra a cabine e lá fora tudo corre rapidamente com a velocidade do trem. Fico imaginando qual distrito deve estar passando pela sua colheita agora. Quais serão os escolhidos...

Tudo está silencioso. Com exceção de barulhos de passos na cabine ao lado e acho que a cabine ao lado pertence à Clove. Ela consegue me tirar do sério de uma forma tão... tão... estranha. Como nenhuma outra pessoa consegue. Talvez seja por que somos ex-amigos. Ela me conhece melhor do que ninguém.

O sono que me atingira quando visitei meu compartimento pela primeira vez – que por coincidência, também fora por causa de Clove – volta à tona.

–Cato, é hora do almoço. – Gritam do outro lado da porta.

Me levanto e abro a porta. Enobaria me espera.

–Não está com fome, não? – Ela pergunta sorrindo.

–Nem tanto. – Respondo esfregando os olhos.

–Parece que você andou “sonhando” com a comida. Desculpe te acordar. Vamos?

Sorrio de volta e a sigo até o vagão restaurante. Ela não é tão medonha quanto aparenta. É bem agradável estar com ela para ser sincero. Não que eu tenha qualquer interesse nisso.

Todos estão sentados na mesa farta, arrumando seus pratos. Me sento e faço o mesmo. Aproveito a variedade para pegar de tudo. Desde a sopa cremosa de cebola até as saladas coloridas.

Ficamos todos em silêncio durante o almoço, menos Kate que não se cansa de mencionar o quão majestosa, chique e maravilhosa é a Capital.

Quando acabo sigo para o meu compartimento. Fico observando a paisagem pela janela. De repente, alguém bate na porta novamente. Não sei o que Enobaria está querendo, pois só tenho que estar pronto para algo, de fato, às 16:00. Mas quando abro, não é ela quem está encostada no vão da porta.

–Oi. – Diz Clove olhando para o chão.

–Oi. – Respondo. – O que você quer? Está me seguindo por acaso? – Digo com um ar sarcástico.

–Não. – Ela responde. – Eu queria me desculpar com você. Será que você pode me seguir de propósito agora?

–Talvez. – Digo saindo e fechando a porta.

Ela sorri e eu a sigo, mesmo sem saber onde ela quer chegar. Clove me pedindo desculpas. Que piada. Talvez ela só não queira morrer com essa culpa.

Andamos até o último vagão que pertence ao nosso distrito. Ele tem a parede de madeira e o chão de carpete branco, o que é uma burrice já que é feito para ser pisado. Não tem nada além de janelas enormes. Elas começam na altura da cintura e se encontram no teto. Isso dá a hilária impressão de estarmos do lado de fora.

–Janelas legais. – Comento.

–Bem, eu... me desculpe pelo o que eu fiz. Por ter atirado aquela faca em você e depois ter discutido com você por uma coisa tão idiota.

Eu poderia me desculpar com ela também . Mas não vou dar esse luxo à ela. Afinal, também foi ela quem me ameaçou me atirando uma faca, certo?

–Eu desculpo você. Mas por que você está pedindo desculpas, exatamente?

–Cato, nós fomos amigos um dia. E esse não é o tipo de coisa que se esquece facilmente.

Confesso que ela tem razão.

Amizade e um tipo de coisa que não vale nos Jogos Vorazes. Como qualquer outro tipo de sentimento dentro daquela arena. Mas faço uma promessa silenciosa a mim mesmo. Não matarei Clove por que ela simplesmente significa para mim por mais que eu tente mentir para mim mesmo a respeito disso. e afinal serão outros vinte e dois lá, além de nós. Então me lembro da época em que éramos amigos inseparáveis e que eu havia feito uma promessa desse tipo a ela.

–Amigos outra vez? – Pergunto estupidamente estendendo a mão.

Ela hesita achando aquilo estranho demais na nossa situação atual. Mas logo um sorriso toma conta de suas feições.

–Amigos outra vez. – Ela confirma apertando a minha mão.

Passamos as próximas horas nesse vazio vagão. Relembrando nossa infância enquanto observamos o mundo correr pela janela do trem.

–Acho que já esta na hora de vermos as reprises. – Ela diz.

–Vamos antes que Kate apareça para falar na nossa cabeça. – Digo enquanto nos encaminhamos para a sala que Kate havia dito.



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Notas finais do capítulo

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