– Nossa... Olha só quanta gente! - Jin disse deslumbrado. O festival tinha acabado de começar. Música tocando no ar, a gargalhada de amigos que haviam se encontrado para festejar com uma boa cerveja e comidas exóticas, crianças brincando de pique e lançando aqueles minifoguetes que estouravam em lindas fagulhas quando chegavam ao céu iluminado por estrelas. - É incrível! Há quando tempo não venho para um festival. - o ruivo apontou para aquela festa que acontecia em sua frente. Aquilo era folia pura, felicidade para tudo quanto era lado.

– Detesto ser estragar prazeres, mas não estamos aqui para curtir o festival. - falou Mari começando a adentrar naquela multidão fazendo com que o dedo de Jin abaixasse e ele fizesse uma cara triste. A azulada olhou para trás e soltou um suspiro. - Por enquanto está tudo limpo. Vamos aproveitar? - o semblante triste de Jin rapidamente mudou para o animado de sempre, acompanhado por nossa maga.

– Vamos! - Arme disparou na frente indo na primeira barraca de comida. - Moço! Eu quero experimentar esse daqui! - ela apontou para um prato bem esquisito e no mesmo instante ele veio até ela, e com uma garfada levou até a boca. - Uah! Isso é muito picante! - disse após engolir, colocando a língua para fora fazendo com que eu e Jin soltássemos uma risada.

– Traz mais um. - disse sentando-me do lado da roxinha e sorrindo.

– Se for assim, dois! Quero provar também! - falou Jin sentando ao meu lado direito e esboçando um grande sorriso. - Vou mostrar pra vocês como se faz! - a comida havia acabado de chegar à sua frente, ele pegou um punhado e enfiou tudo na boca. Seu rosto começou a ficar vermelho até chega ao ponto de sair fumaça por seus ouvidos, ele engoliu a comida e colocou a língua para fora. - Quase morri agora! - eu e roxinha rimos mais.

– Frouxas. - disse fazendo uma cara zombado com eles e peguei um pouco da minha comida, mastiguei e engoli. - Isso é bom. - sorri vendo a cara de indignados deles.

– Eu tava começando! - Arme gritou enfezada. - Nem é tão picante assim!

– Uma competição! Desafio vocês duas! Quem conseguir comer mais ganha! - falou Jin apontando para nós duas

– Tem certeza, ruivinho? Minha língua tá acostumada com coisas picantes assim. - disse lambendo os beiços e sorrindo sarcasticamente.

– Eu topo! - disse a maguinha erguendo a mão confiante.

– Está bem. - falei com o mesmo sorriso de antes. - Depois não se arrependam. Mari, pode dar a partida? - perguntei me virando para a azulada, ela afirmou com a cabeça.

– Preparar. - Mari ergueu o braço e pegamos nossos garfos. - Apontar. - nos inclinamos para frente sorrindo. - Já! - ela abaixou o braço rapidamente e começamos e comer o mais rápido possível, a velocidade estava igualada para os três.

– A Grand Chase! Estão fazendo uma disputa! - falou um homem apontando para nós.

– Uah! Verdade! - falou outro acompanhado por inúmeras outras pessoas que foram se juntando ao nosso redor e com isso o ruivo se animou e apressou o ritmo.

– Eu não vou perder para vocês duas! - ele falou tomando fôlego.

– Eu não vou perder para dois humanos. - disse também tomando fôlego.

– Nunca subestimem uma baixinha! - disse Arme continuando a comer. Quanto mais tempo ficávamos ali, mais atenção atraíamos e mais pratos iam entrando na nossa frente e mais acelerávamos o ritmo. A música se tornou mais alta, e tudo ao nosso redor ficou mais festivo e alegre, com torcida e tudo garantido. Até o dono da barraca de comida torcia por um de nós.

– Eu não acredito nisso...

– Nós perdemos...

– Para ela! - disse junto de Jin, estávamos caídos enquanto vangloriavam Arme por ela ter ganhado a competição. - Subestimamos ela... - falamos juntos de novo.

– Eu avisei! - gritou Arme com um sorriso enorme que estava nos ombros de dois homens que torciam por ela e comemoravam junto da roxinha.

– Ela é um demônio... - falou o ruivo ainda caído do meu lado enquanto seus olhos giravam por causa do excesso de comida. O olhei com uma cara ameaçadora, e ele sorriu bobo. - Desculpa... - disse ainda com o sorriso bobo. - Minha boca tá ardendo...

– A minha também... - ela não estava, mas começou a pegar fogo, parecia que eu tinha colocado pedras vulcânicas na minha boca. Eu e Jin nos levantamos rapidamente e pegamos copos com água e jogamos em nossas bocas. - NÃO TÁ ADIANTANDO! - disse desesperada.

– É EU SEI! EU VO MORRER! - ele estava no mesmo estado. Corremos e achamos dois galões de água e literalmente derramando em nós, arrancando várias risadas da multidão e de nossos companheiros. Quando terminamos, completamente encharcados, rimos junto da multidão. - Isso foi muito divertido! - ele ria.

– Sem dúvidas. - eu também estava rindo. Eu não me lembro da última vez que tinha me divertido tanto, aquilo era uma grande festança, e estava definitivamente aproveitando como nunca. - Faça seu pedido Arme, ganhou da gente.

– Que?! - falou Jin surpreso com minha decisão.

– Ela ganhou, tem esse direito. - falei soltando um suspiro.

– Ok! - a roxinha saltou do alto dos ombros que a apoiavam e colocou a mão em seu queixo, pensativa. - Já sei! - ela sorriu e seus olhos começaram a brilhar. - Sorvete!

– Mais o que?! - falei boquiaberta.

– Mas você acabou de ganhar em um concurso de comilança! E quer mais comida! - disse o ruivo e Arme apenas sorriu e coçou sua nuca.

– Eu já tinha prometido para você, se esqueceu? - falei me aproximando da garota.

– Eu sei, mas agora são dois. - a maguinha juntou as mãos, esperançosa. Ri acompanhada por todos.

– Ok! Vamos lá, eu encontrei uma loja que vende sorvete lá atrás! - falou Jin correndo junto com Arme. Eu fiquei os observando com um sorriso no rosto, me virei para o dono da banca.

– Obrigada, saiu quanto a brincadeira? - perguntei já vasculhando meu bolso para ver quanto que eu possuía.

– Ah não se preocupe com isso minha jovem! - ele disse em uma forma amigável. - Membros da GC são meus convidados! - sorriu.

– Olha, não está entendendo muito bem eu...

– Além do mais, olha a quantidade de clientes que eu ganhei com isso! - ele me cortou e fez um sinal mostrando sua banca que agora estava extremamente lotada por causa de nossa competição. Sorri e agradeci saindo para ir ver como estavam os outros. Agora pronto, as pessoas realmente acham que eu faço parte da Grand Chase. Dane-se, desde que não fiquem me perturbando enquanto eu estiver à toa, não tem problema para mim.

Andei por um tempo procurando a tal barraca, quando uma garotinha esbarra em mim, ela estava chorando. Suspire e agachei para ficar da sua altura.

– Por que está chorando pequena? - perguntei afagando seus cabelos azuis escuros que não eram nem muito longos nem muito curtos, batiam na metade de suas costas. Ela não conseguia falar, estava desespera. - Já entendi, venha comigo que eu te levo até ela. - a garotinha afirmou com a cabeça e a peguei de colo. - Então, qual seu nome?

– Melany... - sua voz ainda estava chorosa, ela limpava as últimas lágrimas que escorriam de seus olhos castanhos.

– Se acalme Melany, eu tenho certeza que iremos achar a sua mãe. - sorri e ela sorriu de volta.

– Você não é humana, né? - ela perguntou com uma voz fofa.

– Não, mas também não sou nenhum monstro. - andei por um tempo. - Você já ouviu a história dos dois reis? - perguntei tentando distrai-la, já que a garotinha estava visivelmente assustada. Ela negou com a cabeça. - Bem, quer ouvi-la? - o rosto de Melany se iluminou e ela afirmou com a cabeça freneticamente. - Ok, ok, mas cuidado para não se machucar, você tá parecendo aqueles periquitos que ficam balançando a cabeça. - sorri e ela soltou uma risada. - Certo, era uma vez...

Dois príncipes. O mais velho, era o mais arrogante, forte e extremamente decidido, e possuía uma grande beleza também. O mais novo, era o mais divertido, esperto e gentil, mesmo seu irmão sendo dotado de uma grande beleza, ele conseguiu ultrapassar isso, sendo quase um deus de tão bonito.

"- Ele era bonito mesmo né? - ela perguntou sorrindo.

– Pode apostar que sim."

Eles moravam em um grande reino, governado por seus pais. Um reino místico cheio de riquezas naturais, assim como animais exóticos. Porém, seus pais já estavam na flor da idade e precisavam que um de seus filhos herdasse o trono e comandasse o reino.

Como é de costume, o trono seria herdado pelo filho mais velho, o arrogante. O homem estava orgulhoso de si mesmo e extremamente ansioso para a coroação do próximo rei.

Mas seus pais tinham outra ideia.

"- Outra ideia?

– Preste atenção na história e você vai descobrir pequena.

Eles não tinham certeza se o filho mais velho comandaria o reino com honra e compaixão, então decidiram fazer uma competição.

"- Qual competição?

– Você é bem ansiosa eim? - disse sorrindo para ela e toquei na ponta de seu nariz."

Quem conseguisse a confiança do povo seria o novo rei.

Ambos os reis eram carismáticos, e a beleza dos dois ajudava bastante também. Mas quem era esperado para ganhar a competição, acabou fracassando e cedendo o trono para o irmão.

Assim o príncipe mais velho ficou com o trono.

Ele governava bem, seus pais haviam se enganado era bondoso e ajudava a todos, até seu irmão mais novo passou a respeita-lo.

Mas um dia, o reino foi atacado por outro que era inimigo, o exército do nosso reino lutava bravamente, até o líder do reino inimigo se aproximar do filho mais velho, que empunhava uma espada diante dele. Ele largou a espada e sorriu, se aproximando do homem a sua frente.

Todos do exército se perguntavam, o porquê de seu rei estar fazendo isso, então ele anunciou:

– Bando de tolos! - gritou com a voz de um trovão. - Este é meu verdadeiro lugar! - ele fez um sinal com a mão e o exército inimigo atacou.

"- Mas que rei chato! Ele não pode fazer isso.

– Calma Melany, a história ainda não acabou."

– Seu traidor! - gritava o líder do exército do nosso reino. - Como pode trair-nos!

– Eu nunca fui a favor de vocês! - o rei riu e esboçou um sorriu sádico. - Estava usando vocês para chegar onde queria! - soltou uma gargalhada.

– Acreditava em você. - o príncipe mais novo se aproximou. - E quanto a todos os momentos felizes que passamos juntos?! Pense no seu povo! Na dor que está proporcionando a eles! Eles acreditavam em você, enquanto você se aproveitou às custas deles... - uma lágrima escorreu de seu rosto. - Você não é assim! - gritou.

O irmão mais velho mantinha sua postura.

– Esse é realmente o seu lado?

– Cale a boca! - o líder do exército inimigo avançou na cravou a espada no peito do príncipe.

– E-eu mudei de ideia... - o príncipe mais velho disse enquanto tentava continuar com vida. O príncipe mais novo deu um golpe no líder do exército inimigo e se voltou para seu irmão.

– Aguente firme!

– Cuide do reino, nunca faça o que eu fiz um dia...

Assim, o filho mais novo assumiu o trono de seu falecido irmão que com um ato de coragem, foi perdoado por todos os seus pecados. Fim.

– Você tá chorando Melany? - perguntei olhando para a garotinha que tinha encostado a cabeça em meu ombro e dava pequenos soluços.

– Não... - ela limpou os olhos e sorriu para mim. - É uma história muito bonita moça.

– Pode me chamar de Namie.

– É seu nome? - ela perguntou inclinando a cabeça para o lado, eu afirmei com a cabeça. - Que nome bonito! Você também é muito bonita. - ela sorriu novamente e agradeci. - Ali! Mãe! - ela gritou e esticou os braços na direção de uma mulher. Eu a coloquei no chão e ela correu ao encontrou da mulher que a segurou com força.

– Onde você estava Melany? Fique muito preocupada! - a mulher olhava para a garotinha.

– Eu me perdi mamãe... Me desculpa por ter te deixado preocupada... Ela me ajudou a voltar para a senhora. - Melany apontou pra mim e me chamou.

– Muito obrigada. - a mãe dela agradeceu. - Você é?

– Namie, não seu preocupe, não sou um monstro. Não se deixe enganar por essas coisinhas. - falei apontando para três pequenos chifres que tenho no lado esquerdo da minha cabeça.

– Mãe ela foi muito legal comigo! Posso me despedir? - ela perguntou e a mãe deu permissão. A garotinha se aproximou de mim e fez um sinal para que eu abaixasse. Ela me abraçou. - Obrigada pela história, Namie. Espero ver você de novo. - Melany se separou e sorriu dando um tchauzinho para mim. - Mamãe, conhece a história dos dois reis? - ela se distanciava, já saindo de meu campo de visão.

Andei por um tempo até encontrar meu grupo. Os avistei sentados tomando sorvete, menos Zero.

– Ai está, você sumiu Namie! - falou o ruivo.

– A gente já tava ficando preocupados! - disse Arme fazendo biquinho. - E você ainda tá devendo meu sorvete.

– Pagarei quando possível. - disse chegando perto. - Algum sinal da abertura de um portal?

– Nenhum. - Mari se pronunciou. - Parece que nossas estatísticas estavam erradas. - seu rosto não mostrava tristeza ou que ela estava desapontada, na verdade, a garota permanecia indiferente aos acontecimentos. Olhei ao redor, Arme e Jin conversando e se divergiam tomando sorvete, Mari parecia pensar em outro plano.

– Ei, quer tomar um sorvete? - perguntei sentando-me ao lado de Zero. Ele negou com a cabeça. - Ah mascarado, vai, deixa de ser chato. - sorri e ele me encarou.

– Talvez depois. - Zero apontou para um pouco a frente, e o ar ao redor começou a ficar mais denso e adquirir uma tonalidade roxa bem escura, se abrindo com um rugido e de lá, vários animais de Elyos começaram a sair grunhindo e destruindo tudo pela frente.

– Mas que droga, agora que eu tava terminando o sorvete... - disse Jin se levantando do lugar. - Corram! Saiam da praça e vão para um lugar seguro! Vão! - ele esbravejou enquanto as pessoas saiam em disparada. Um homem havia caído e um dos bichos o atacou, mas Arme o protegeu jogando um raio nele que havia saído de seu cajado. O homem se levantou com a ajuda da maga e saiu correndo.

– Vamos! - Arme gritou, fazendo com que todos nós fossemos a batalha contra aquelas criaturas que procuravam apenas o caos.