A Inquilina escrita por Naslir


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Cheguei e com capa modificada! Pois é, eu demorei um pouquinho pra postar esse capítulo, mas foi de propósito. Não estou com nenhum bloqueio, mas um dia posso ter --', mas por enquanto ainda não. É pq eu pretendo demorar mais um pouquinho pra postar cada cap, e demora pra fazer eles, pq eu sou meio lerda --'. Boa leitura!



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Quando abri meus olhos, eles foram ofuscados no mesmo instante pelo forte sol da manhã, o sol do mundo humano que sempre arde intensamente ao tocar minha pele. Coloquei minha mão para bloquear os raios solares e me sentei na relva. Treinei tanto ontem que acabei caindo de exaustão e dormindo no campo de batalha. Mas espera, o descampado não possui uma grama tão viva. Só quando minha visão ficou com um foco melhor que percebi onde estava.

A clareira.

Devo ter vindo para cá quando percebi que estava realmente exausta, mas não me lembro de nada disso. Dei de ombros e suspirei, levantando-me e alongando meu corpo dolorido por causa da noite mal dormida e difícil por causa do treinamento intensivo. Bocejei enquanto esfregava meus olhos com as costas das mãos.

"Ué, cadê a minha espada?" pensei enquanto procurava por ela. Droga, essa espada significa muito para mim, não posso perdê-la.

- Procurando por isso? - ouvi alguém falando, porém não conseguia ver a pessoa a quem pertencia tal voz. A espada foi lançada de algum lugar até ser cravada no chão a poucos centímetros de distância de mim.

- O que está fazendo aqui? - perguntei com um tom de voz ríspido enquanto via o ser se formar a minha frente.

- Elesis me pediu para te procurar e te encontrei caída no meio do descampado. - ele disse com um olhar assustador, nada amigável e um semblante no mesmo estado. – Ai te trouxe pra cá.

- Por que pegou minha espada? - falei ignorando suas ultimas palavras e retirando minha espada do chão e guardando-a em sua bainha, logo depois ela foi parar dentro da sacola alongada de cor vermelha que usava para carregar a espada de um lado para o outro.

- Ela é bem curiosa. Que se dane, a ruiva mandou você voltar para a base. - ele disse apontando para a direção que ficava a base.

- Eu sei onde fica o lugar, não preciso que você me aponte a direção. - falei o encarando.

- Preste bem atenção. - ele disse chegando mais perto. - Já existem dois asmodianos aqui, não precisamos de mais um. Eu não sei bem quem é você, mas sinto alguma coisa que não me deixa ficar perto de você. - ele me deu as costas para voltar.

- Falou o asmodiano que não consegue manter os Portais Dimensionais selados. - nesse instante, Dio parou no lugar. "Droga, não deveria ter tocado no assunto".

- Ouça. - o garoto não se virou, mas sério do que nunca o que me fez estremecer de leve. - Você não tem nada a ver com isso, Namie. Não se intrometa onde não é chamada. - ele seguiu em frente me deixando ali vendo sua saída.

- Espere. - me ignorou. - Estou falando para esperar! - corri em sua direção e o segurei pelo braço. Quando ele parou, fez um movimento brusco para que eu o soltasse. - Você não é o único que consegue fazer isso, olha eu...

- Sei que não sou o único. - me interrompeu e tomou fôlego. - Rey e os outros da Grand Chase estão fazendo o mesmo trabalho, tenho ajuda o suficiente. - Dio estava incomodado com a conversa. Aquilo era seu orgulho falando. De certa forma, não posso o tratar com inferioridade, pois minha honra como asmodiana não permite fazer isso com meus semelhantes. Porém não sou do tipo de pedir desculpas facilmente. Suspirei me dando por vencida e estendi a mão. - O que é isso? - perguntou em um tom áspero.

- Não sou da Grand Chase e muito menos a Rey. Mas um dos meus objetivos é parecido com o seu aqui em Ernas e acho que uma aliança tornaria tudo mais fácil para nós dois chegar ao fim de nossas missões. - minha mão continuava estendida, esperando por seu aperto. Ficamos assim por alguns segundos, até que ele a segurou.

- Certo. Mas que fique claro que isso é para o bem das duas dimensões, nada mais.

- Fico feliz por ter aceitado a proposta, Dio. - falei mudando meu tom de voz para algo mais gentil.

- Não pense que isso é o início de uma amizade. - ele soltou minha mão e começou a se distanciar. Enquanto ele saia, várias perguntas surgiam em minha cabeça que provavelmente ele poderia responder, e o desejo de fazê-las era grande. Mas levando em conta o seu temperamento, se eu falar mais alguma coisa que o incomode, é bem provável que acabe em um briga de palavras ou na pior das hipóteses, uma verdadeira batalha entre nós dois.

Um dia ele vai ceder.

Dores musculares agora tomam conta de meu corpo. Ter ficado a noite toda treinando é um trabalho árduo que sempre acaba com uma dorzinha aqui e ali, mas nada que me impedisse de continuar o dia do mesmo jeito de sempre. Mas no momento, não estou com condições para continuar com o treino, de forma alguma.

Clareira, beleza, era onde eu estava. Por que não ficar por aqui mais um pouquinho? Sem dúvida um mergulho nas águas gélidas daquele lago vai fazer com que meu corpo relaxe e que eu tenha um pouco de tranquilidade naquele lugar, sem pessoas curiosas demais que me perturbem tentando descobrir o que eu faço da vida e essas coisas. Sou gentil até certo ponto, mas se começar a forçar a barra, vou ser obrigada a usar as palavras de uma forma não muito legal, digamos assim.

Na água com as roupas perto da margem, eu me divertia brincando com a água entre meus dedos, dando mergulhos profundos e ficando um tempo submersa. Paz. Finalmente, era o que eu precisava. Suspiro agora já olhando para o céu e vendo algumas nuvens se movimentarem bem lentamente, assemelhando-as com outros objetos de acordo com sua forma e tamanho. Vi um coelho, ri de mim mesma.

Uma coisa certa na vida é que nada dura para sempre, então era obvio que alguns passos vindo em minha direção iriam acabar com a minha calmaria e tranquilidade. Ótimo, só faltava essa.

- Bom dia Namie! - uma voz fofa e meiga. Sim, era a tal maguinha roxa que acabei por esquecer o nome.

- Ah, bom dia. - falei saindo do lago, meu corpo ainda despido. Ela deu um grito e cobriu os olhos, sua atitude me fez rir um pouco. - Calma querida, nós duas somos mulheres, não tem nada aqui em mim que você também não tenha. - disse ainda com um sorriso no rosto. - Bem, talvez eu tenha alguma coisa a mais.

- O q-que quer dizer com isso?! - a roxinha ainda mantinha os olhos cobertos, mas começara a ficar vermelha ao perceber de qual assunto se tratara meu comentário. Dei uma gargalhada, apesar do comentário maldoso.

- É brincadeira. - passei por perto dela e afaguei sua cabeça, bagunçando seus cabelos. - Pronto, pode tirar a mão dos olhos. - ela abaixou as mãos bem devagar e ao perceber que eu já tinha me vestido, deu um supuro de alívio, o que me fez rir novamente. - Então, por que me procura? - ela me olhou confusa. Parou para pensar e sorriu envergonhada.

- Ah sim, me lembrei! - ela deu uma risada sem graça. - Vim avisar que a gente tá saindo para mais uma missão, ai queríamos que viesse com a gente, o que acha?

- Bem, o trato é esse, não? - disse dando um suspiro e vi ela sorrir novamente. - Como é o esquema de vocês... Ahm... - estralei os dedos pedindo uma ajudinha.

- Arme. - ela entendeu.

- Isso, Arme. Como é o esquema de vocês?

- No caso, a gente vai se dividir em grupos. Somos quatorze, com você, quinze. Então vão ter três grupos. - ela disse pausadamente. - Eles são meio que aleatórios, ai você acabou ficando com o meu grupo. - ela sorriu.

- Sim, você, eu e quem são os outros três? - perguntei erguendo a sobrancelha.

- Mari, Jin e - ela deu uma pausa. - Já que você se deu tão bem com ele, consegui com que o Zero ficasse no nosso grupo... - ela tentou dar um sorrisinho safado, mas a única coisa que ela conseguiu foi me fazer rir com a tentativa. - Tá rindo por quê? - Arme cruzou os braços e fez beicinho, bem infantil.

- Desculpa, mas o seu sorriso... - e me entreguei a um ataque de risos. A roxinha foi ficando mais e mais zangada, isso a deixava muito fofa. Me deu uma vontade enorme de apertar suas bochechas e a pegar de colo. - Ai tabom. Não precisa me atacar não, baixinha. - falei abraçando-a.

- Baixinha?... - ai a coisa ficou séria. Nunca vi tanta raiva em um ser tão pequeno.

- Ou ou, relaxa. - minha voz era suave. - Gosta de sorvete? - a cara de brava dela se desfez instantaneamente.

- Sorvete?! - seu rosto se iluminou, parecia que ela tinha ganhado a melhor coisa do mundo. Crianças, tão previsíveis.

- Certo, quando a gente voltar, eu compro um pra você, o que acha? - me abaixei para ficar da sua altura, vi ela sorrir e dar alguns pulinhos de felicidade.

- De creme né? – disse animada.

- Você pode escolher o sabor que quiser, garota. Ótimo, vamos lá? - ela afirmou com a cabeça.

Voltamos para base, eu ria a cada vez que ela falava “Sorvete!” e dava outro pulo. A líder, que supostamente seria a Elesis, já deu permissão para todos saírem para a missão, de forma que, apenas meu grupo restara. Era para nos encontrarmos na próxima cidade, onde ficaríamos hospedados em um hotel até novas ordens.

- Consegui achar ela! - a maguinha disse levantando as mãos e esboçando um sorriso.

- Ah, você de novo. - disse olhando para o ruivo.

- Parece que ficamos no mesmo grupo eim. Vamos dar o nosso melhor! - ele falou piscando e fazendo um "joinha" com as mãos. Ele é bem simpático, nem todos os que conheci são assim. Na verdade, ainda não tirei a ideia da cabeça de que estou no meio de um bando de doidos.

- Isso. - disse sem a mesma animação. Olhei de relance para uma garota de cabelos azuis e olhos curiosamente estranhos. O do lado direito era vermelho, o esquerdo, azul. Ela também usava um par de óculos, isso realçava mais a seriedade em seu rosto e lhe dava um aspecto bastante intelectual. - Creio que ainda não fomos apresentadas. - estendo minha mão. - Sou Namie, a novata que vai ajudar o grupo de vocês. - ela encarou minha mão e logo a apertou afirmando com a cabeça.

- Mari, seja bem-vinda. - ótimo, mais uma caladona. Mas essa dai parece que fala mais do que Zero, já que em momento algum vi ele falando com o povo da GC além de falar comigo é claro, mas ele diz apenas o necessário.

- Acho que você é a primeira que me falou isso. - olho para meu lado e vejo Zero. - Oi, bom dia pra você também Mascarado. - falei com uma voz sarcástica. Era claro que ele não iria me cumprimentar tão cedo, mas quis ver se conseguia perturba-lo. Foi em vão, ele apenas afirmou com a cabeça.

- A gente tem que ir pra onde mesmo? - perguntou Jin chegando perto da azulada. Ela segurava um mapa e o fitava procurando informações.

- Aqui. - ela colocou o dedo sobre uma parte do mapa, bem próximo da nossa localização. - Este é o lugar em que devemos estar no final do dia, sendo que temos que ir destruindo qualquer Portal Dimensional que virmos pela frente. - o nome do lugar é Canaban. Lembro de ter passado por lá antes de chegar a Serdin.

- Certo, vamos logo gente, temos pouco tempo! - Arme nos apressou.

Pegamos o caminho pelo meio da cidade, para comprar alguns mantimentos, como poções de recuperação de energia e essas bobagens. Enquanto andávamos, eu percebia algo: eles não tinham um plano formado.

- Gente. - disse parando de andar, tínhamos acabado de sair de uma loja de conveniência. - Vocês por um acaso bolaram algum plano? - todos param e se viram para mim.

- O plano é apenas destruir qualquer portal que virmos pela frente, não bolamos nada muito complicado. - disse Arme meio pensativa.

- Pensem bem. - coloquei a mão em meu queixo. - Esses portais não devem aparecer em qualquer lugar assim, não é verdade?

- Como assim? - perguntou Jin confuso.

- Simples meu caro ruivo. Qual a função desses portais?

- Espalhar o caos por Ernas. - falou a maguinha.

- Isso. – afirmei com a cabeça. - Se é para espalhar o caos, quanto mais gente eles conseguirem acabar, melhor vai ser para colocar medo nos cidadãos. - dei uma pausa para ver se eles conseguiam captar mensagem.

- O óbvio. – Mari se manifestou. - Onde estiver um aglomerado de gente, é mais provável que haja um número maior de portais. Seria um banquete para as criaturas de Elyos, sem ofensa. - a azulada disse olhando para mim.

- Não ofendeu. - falei.

- O problema é que quem quer que seja que está fazendo isso, no caso Duel, sabe que existe um grupo que está querendo acabar com isso. Então ele deve ter previsto que saberíamos disso e teria colocado os portais em locais um pouco mais afastados, mas ainda assim em lugares planejados. - Mari disse tentando ver alguma falha.

- Você pode estar certa. – dei uma pausa para refletir. Logo outra ideia me vem à cabeça. - Mas ainda acho que portais em um lugar cheio de gente seriam mais prováveis, já que a quantidade, força e rapidez dos monstros aumentaram drasticamente, assim como a eficácia de matar as pessoas. Um grupo pequeno de cinco pessoas não seria grande problema.

- Concordo. - disse Mari dando um fim na conversa. – É uma boa estratégia, vamos seguir esse plano. Está tendo um festival de comidas por aqui, e logo logo estará lotado de gente. Seguimos para lá.



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Notas finais do capítulo

Capítulo quatro! Não foi nesse que a Namie teve sua revanche com Zero, e nem será no próximo, já vou avisando u.u. Quem pensava que ela era Over Power se enganooou! Ela não é mt forte queridos, eu acho q essas história de personagem super forte é meio chata, ai ela é mais fraquinha por isso que quase não se aguentou em pé lutando com o Zero (ele nem lutou direito --'). Mais pra frente ela fica mais forte ;). Reviews e ate o prox cap!