Finalmente o fim de semana ! Seria tudo perfeito se não tivesse que compor aquela música com a Roberta, temos que começar o mais rápido possível, mas esses dias não tenho tido muita inspiração para músicas românticas, tirando o colar que eu dei para Carla, nos outros dias era só pegação, não que eu esteja reclamando, é claro.

Estou á caminho da casa de Roberta, já fui lá várias vezes, mas sempre com o resto da banda. Como será o quarto da marrentinha ? Aposto que tem preto até nas paredes, e ela não se preocuparia em arrumar só por que vou fazer uma visita.

Roberta: Atrasado como sempre !

Tomás:E você,é estressadinha só pra variar ?

Roberta: Vamos pro meu quarto, ex-cabelo de lhama. - disse enquanto revirava os olhos -

Tomás: Huuum... – Fiz uma cara de safado tão engraçada, que Roberta gargalhou alto, me fazendo lembrar de minha latina, por instantes. –

Roberta: Vou abrir a porta, se prepara !

Tomás: ...

Roberta: Não é como imaginava, certo ?

Realmente, não era como eu imaginava, o quarto da Roberta era impecável, não tinha nada fora do lugar, como se fosse o quarto de uma adolescente normal.

Assim que entrei no quarto, fui logo me aconchegando na cama.

Roberta: Folgado hein ! – Disse a loira, sentando-se do meu lado. –

Tomás: Em que está pensando para a música ?

Roberta: Sei que é um dueto romântico, mas quero que ao menos o refrão seja bem animado, diferente de como um anjo.

Tomás: Eu estava pensando em algo mais safadinho, hahaha

Roberta: Deixa isso pra quando você tiver seu cd solo. – disse dando um soco no meu ombro esquerdo. -

Tomás: Já compôs algum versinho, ao menos ? – O soco ainda estava doendo, mas não deixei ela perceber. -

~ Roberta pega um violão ~

O seu silencio começa a incomodar,
O seu sorriso me faz ficar sem ar,
Conversas longas, conselhos te dei,
Já fiz de tudo e agora eu não sei.
Mas pode o tempo passar
Que eu não vou te esquecer
Mesmo que eu tente fugir
Tudo me leva a você
Escute o seu coração

Tomás: Sobre o que é a música, exatamente ?

Roberta: Amigos, sabe... a velha história de amizade virar amor.

Meu coração bateu mais forte quando Roberta disse sobre o que era a música, não sei se cheguei ao ponto de começar a ter sentimentos por ela, devia ter sido coisa do momento, o que eu sinto pela Carla nada pode atrapalhar.

Roberta: Gostou ?

Tomás: Você é linda. – deixei escapar sem perceber. -

Roberta: Oi ? – A pele branquíssima da loira se avermelha –

Tomás: A música é linda !

Roberta: Oh, sim. Obrigada.

Tomás: Se você quer mais animação, vamos ver com mais pegada.

~ Tomás pega o violão da Roberta ~

O seu silencio começa a incomodar,
O seu sorriso me faz ficar sem ar,
Conversas longas, conselhos te dei,
Já fiz de tudo e agora eu não sei.
Mas pode o tempo passar
Que eu não vou te esquecer
Mesmo que eu tente fugir
Tudo me leva a você
Escute o seu coração
Pare de usar a razão
Vem me ver

Você vai ver, nada vai mudar,
Nossa amizade é pra sempre
Eu prometo, meu amor, eu sempre vou te amar.

Quando aquele versinho saiu de mim, eu parei um pouco, olhei nos olhos da Roberta, percebendo o quanto ela é linda.

De alguma forma, ela me olhou no fundo dos meus olhos, um olhar doce, tão meigo, mal parecia aquela garota selvagem.

A partir daí, não sei exatamente como explicar, mas nossos corações bateram mais forte, em ritmos compassados.

Não consegui me segurar, larguei o violão, coloquei uma mão na cintura da Roberta, e a outra mão, passei delicadamente sobre sua bochecha, chegando aos seus cabelos macios, a olhei no fundo de seus olhos, e fui me aproximando aos poucos.

Finalmente nossos lábios se tocaram. Minha língua pediu passagem, que surpreendentemente foi cedida sem hesitar.

O clima estava esquentando quando Roberta se afastou.

Roberta: Tomás... – Suspiro-

Tomás: Você não quer ? – disse, olhando nos olhos dela –

Roberta: Foi um erro, não devia ter acontecido.

Tomás: Mas você quis errar.

Pra quê tentar negar, se não dá pra segurar ?

Roberta: Esqueceu da Carla ?

– Caí na real, e a Carlinha ? que até ontem eu me declarei para ela. É ela que eu amo, não posso ficar com Roberta. –

Tomás: Você tem razão, vamos esquecer isso.

Obviamente, voltei para casa depois do ocorrido.