Tinker Bell

Havia chorado por quase uma semana quando viu que Peter começou a namorar a puta que trombou nele no primeiro dia. Estava fula da vida e cheia de Peter. Ia achar um novo cara, mais bonito e mais perfeito. E era por isso que ela estava nessa festa, se embebedando e flertando com todos os caras mais bonitinhos da festa que não eram poucos.

Escolheu a roupa menos ela possível que achou no armário e foi, mais nervosa do que tudo. Bebeu algumas para se soltar e dançou com tantos meninos que suas pernas doíam e ficou feliz por não ter vindo de salto como a maioria das meninas. Estava sorrindo e sua cabeça girava mas não estava realmente feliz.

Depois da enésima dança com o enésimo cara, ela sentou-se em um degrau da escada e retocou o gloss. Ouviu uma risadinha histérica vinda do andar de cima que reconheceu na hora. Era a puta de Peter. Quase aperta tanto o tubinho do gloss na mão que ele derrama no carpete, mas pega bem na hora e se controla. Levantou-se e saiu de lá antes que ficasse mais brava e pegou um dos copinhos de plástico cheios de cerveja que apareciam por aí. Se Wendy e Peter estavam trepando na cozinha não era da conta dela e ela não queria ver.

“E aí loirinha? Entediada?” Uma morena riu, bêbada como praticamente todo mundo aqui.

“Completamente. Tem alguma coisa pra fazer por aqui?” Ela sorriu. Uma vozinha no fundo de seu cérebro dizia que o nome da menina era Meg ou algo do tipo, elas faziam aula de música juntas.

“Tem um povo que quer jogar verdade ou desafio. Cê topa?”

“Claro” Tinker disse e seguiu a morena até um grupo de pessoas esparramados em sofás e no colo dos outros.

“E aí Meg, tem mais alguém?” Um moreno de barba por fazer que Tinky havia dançado mais cedo perguntou.

“Não, só achei a loirinha aqui” Ela diz, sentando-se no chão de pernas cruzadas e apontando o polegar para Tinker. Muito bêbada para se sentir envergonhada ela pisca para o moreno e ele sorri. Ela senta ao seu lado, e olha ao redor. Tinha gente se agarrando e quase transando nos sofás e muita gente conversando animadamente. “Ô povo, chega de falação que a gente vai jogar!” Meg disse bem alto pra todo mundo ouvir além da música pop irritante que tocava ao fundo e pegou uma garrafa de cerveja pra botar no meio de todo mundo.

“Quem vai primeiro?” Uma ruiva perguntou, com o batom borrado e o delineador mal feito. Ari... Ariana? Algo do tipo, Tinky não conseguia lembrar a cerveja já tinha tido seu efeito no seu cérebro.

“Vamos lá, eu começo seu bando de medroso” Meg disse e girou a garrafa. Ela girou, girou e girou com força até que finalmente parou em um dos atletazinhos retardados. Ele sorriu pra um amigo ruivo e virou para a morena.

“Verdade ou desafio, docinho?”

“Desafio, e me chama de docinho de novo que você acorda seis meses depois no hospital” Ela disse sorrindo, mas o sorriso era tudo menos legal. O menino engoliu em seco, mas abriu um sorriso retardado.

“Ok, desafio você a virar 6 cervejas direto sem cair” Meg estreitou os olhos mas o sorriso frio continuava no rosto.

“Me dá as cervejas que eu entorno rapidinho” Os atletas passaram seis garrafas e ela entornou tudo de gargalo. Quando terminou riu da cara de tacho dos garotos e mandou o dedo do meio pro garoto ruivo “Tente melhor na próxima, baby”

As pessoas foram girando a garrafa até que era a minha vez. Ainda entorpecida por cervejas, rodou a garrafa com uma risada. Ela girou, girou e girou até parar na última pessoa que Tinker queria: Wendy. Ela sorriu, bêbada, o batom todo borrado e o cabelo um ninho de ratos. Tinker Bell estreitou os olhos pra ela e esperou que ela perguntasse.

“Verdade ou desafio, Sininho?” Sininho se segurou pra não voar no pescoço da menina, mas sorriu o sorriso mais plástico que poderia ter.

“Desafio, Wendy. E esse apelido é restrito para os meus amigos, vadias não estão inclusas”

“Muito bem” A menina engoliu em seco com as palavras rudes da loira mas manteve o sorriso, agora fraco. “Te desafio a chegar pro cara que você acha o mais gato da escola e dar uns amassos nele”

“Ok, só não chore depois” A loira se levantou, chegou na frente de Peter, sorriu e o beijou. O ruivo ficou paralisado de choque mas Tinky estava bêbada demais pra ligar. Sentou no colo dele, prendeu os braços ao redor de seu pescoço e continuou beijando o ruivo até que ele devolveu o beijo. Passaram-se uns bons 5 minutos até que Wendy puxou Tinky pelos cabelos pra longe de Peter.

“Já chega!” A loira riu da cara da outra.

“Você que pediu, Darling” Ela sorriu, vitoriosa, e piscou pro ruivo que estava vermelho demais pra reagir. No fim das contas, valeu a pena vir.