_Nossa, você ainda lembra daquela lanchonete?

_Ah, vai ser legal, vai.

_Bom, tudo bem, eu mandei você escolher o lugar, não é? –ele disse se rendendo.

Ela suspirou aliviada, aquele lugar era bem longe e ninguém pensaria que ela estaria ali.

Na tal lanchonete eles comeram e se divertiram no fliperama que tinha conjunto ali e depois foram pro parque, ele não entendeu o motivo dela estar de boné, escondendo todo o seu lindo cabelo mediano e loiro, com óculos escuros e uma jaqueta dois números maior que ela, mas ele também não se importava, ela ficava linda de qualquer jeito.

Ficaram observando os pássaros e depois se renderam a grama bem cuidada e fresca sob as árvores, ficando observando as nuvens por um longo tempo, depois foram tomar sorvete e enfim ele a levou pra casa.

_Fiz torta de amora, não quer entrar e experimentar? –ela indagou já sabendo da resposta.

_E eu resisto a torta de amora?

Os dois entraram na casa dela, onde ela achou um bilhete de baixo da porta, que a fez perder o sorriso.

_Algum problema? –ele indagou preocupado.

_Não é nada de mais. –ela amassou o papel e o jogou no lixo, e depois forçou sorrir.

_Pedaço extra pra você.

Eles foram pra cozinha e ela serviu a torta na bancada da mesma, onde se sentaram sobre o balcão.

_Não lembro da gente ser tão unido e se divertir tanto. –ela disse displicente.

_Eu não lembro da gente ser tão unido, mas eu sempre me diverti muito com você, mas acho que naquela época éramos moleques, vivíamos em bando e agora nossos amigos estão casados, com vidas próprias que não nos inclui, por isso nos aproximamos mais, mas se não gosta da minha companhia...

_Não quis dizer isso, só estou dizendo que estamos próximos, ou não?

_Sim, estamos, acabei de concordar, não foi?

_É foi... Estou gostando de passar esse tempo com você, fazia tempo que não me divertia assim.

_Eu também, aliás, fazia tempo que eu não ficava com uma mulher por tanto tempo.

_Ah, então é do tipo que pega, usa e joga fora? –ela sorriu divertida, ele jamais faria isso, não combinava em nada com ele.

_Claro que não, mas é que meus relacionamentos são bem raros e curtos, não consigo me envolver por muito tempo, acho que falta algo nelas.

_Ou você que está procurando de mais algo que não exista.

_Pode ser, mas seja como for, to de boa na lagoa. –os dois sorriram. –Mas agora eu já vou indo, você também deve ter uma vida própria e eu me metendo.

Ele nem imaginava como estava mexendo com a vida dela.

_Imagina, estou de folga também, então tenho bastante tempo. Quer jogar cartas?

_Ainda tem o tabuleiro de xadrez? Eu prefiro.

_Claro, vamos lá.

Temari não era a maior fã de xadrez, mas qualquer coisa que deixaria Shikamaru mais tempo perto dela já se tornava sua coisa favorita.

Eles jogaram o restante da tarde e no jantar, comeram pizza sentados no tapete da sala assistindo a filmes de terror, que os dois adoravam, no fim das contas, não eram tão diferentes assim.

_Esses filmes foram ótimos. –ele disse depois do último.

_Foram mesmo, de arrepiar.

_Quer beber alguma coisa?

_Pode ser, mas não precisamos sair pra isso, tem cerveja na geladeira e uma adega repleta de vinhos. –ela disse sorridente, indo até a adega e buscando uma garrafa de vinho.

Depois de algumas horas e algumas garrafas de vinho vazias, os dois riam a vontade, até que a risada acabou e os olhares dele se encontraram, de uma forma diferente. Estavam muito próximos, ele deitado sobre o braço direito, com a cabeça erguida, encarando o rosto lindo e corado pela bebida que ela tinha, e ela sentada de maneira a encostar o inicio das costas no chão e a cabeça apoiada no assento do sofá.

_Você está ainda mais linda do que a sete anos.

_E você me acha linda desde aquela época?

_Acho, acho sim, cada dia mais.

Ela sorriu sem graça, mas ele estava mais sério do que nunca.

_Você sempre foi muito bonito também. –ela disse por fim.

_Claro que não, nenhuma garota me dava bola, não lembra?

_Não dava porque você não queria e porque não percebia, porque tinha sim quem te desse bola.

_Ah, claro... Hum, hum.

_É verdade Nara.

_Considerando que fosse verdade, quem eu queria nem me olhava.

_Talvez porque você não desse espaço. –ela suspirou se entristecendo ao se lembrar de que ele nunca lhe dera bola. O único que ela queria, não a olhava.

_E como poderia, ela era boa de mais pra mim, e se quer saber, ainda é.

_Ninguém é boa de mais pra você, pelo contrario, qualquer garota deveria beijar o chão que você pisa.

Ele sorriu de canto.

_Está falando sério que me acha um bom partido?

_Acho muito mais que isso de você.

Ele se sentou de frente pra ela, que também endireitou o corpo e então tocou o rosto dela.

_Há dois dias que não tiro aquele selinho da cabeça.

_Então somos dois.

Ele sorriu de canto, de seu jeito matreiro e então ele a beijou, primeiramente apenas repetindo o selinho, mas logo ela entreabriu os lábios e ele não perdeu tempo em lhe explorar a boca, sentindo as duas línguas se roçarem e bailarem em um ritmo envolvente e quente, o fazendo abraçá-la forte, correndo as mãos até sua cintura, enquanto ela emaranhava os dedos nos cabelos dele, os soltando de seu rabo de cavalo que usava desde os dez anos de idade.

Quando o ar lhes faltou eles se separaram e ficaram se encarando com a expressão séria, enquanto as respirações aceleradas tentavam se acalmar em vão.

Não disseram nada, não havia espaço pra palavras, mais se beijaram de novo e de novo, e mais uma vez, estendendo a madrugada, até o dia seguinte, quando saíram pra tomar café.

Daquele dia em diante eles começaram a se ver todos os dias, e se beijavam sempre que queriam, e isso aconteceu por uma semana e meia, período que os bilhetes na casa de Temari eram mais freqüentes, mas ela não dava a mínima pra isso, o que importava era estar junto dele.

Depois desse período de namorico, Shikamaru convidou Temari pra ir com ele pro Havaí, lugar que sempre quis conhecer e com a companhia dela seria ainda mais bonito e prazeroso, e por ela nem precisou pensar, aceitou no ato, seria uma ótima maneira de fugir de tudo e de todos.

_Me ajuda a arrumar as malas? –ela pediu e depois lhe deu um selinho.

_Claro, vamos lá.

Enquanto separavam as roupas, Shikamaru encontrou um biquíni que não deveria estar ali.

_Wou, o que é isso? –ele perguntou sacana.

Era um biquíni amarelo brilhante, que deveria ficar ao menos bem justo no corpo dela.

_Onde achou isso?

_Estava no fundo da mala. O que pretendia levando isso na viagem? Porque usar na praia você não ia mesmo.

_E porque não? Sou adulta, vacinada e posso usar o que eu quiser.

_Menos quando estiver desfilando ao meu lado, porque não quero marmanjo nenhum babando no que é meu.

_Seu? Desde quando tem minha posse, Nara?

_Desde que se tornou minha namorada, oras.

_Na-Namorada? –ela indagou surpresa.

Ele se pôs de pé na frente dela, que já o encarava de cima e abraçou a cintura dela.

_Pra mim é, minha namorada, e você o que acha disso? –ele indagou com um sorriso lindo nos lábios.

_Shika, eu... Nossa, me pegou de surpresa. E depois você mora praticamente do outro lado do mundo e...

_Não importa, você pode vir comigo. Está certo que não sei com o que você trabalha, mais eu arrumo algo lá em Washington, tenho amigos influentes e pra te ter por perto faço qualquer coisa.

_Eu... Eu... –ela estava perdida.

_Eu sou apaixonado por você Temari, desde que tinham os doze anos, e era exatamente você que eu imaginei nunca poder ter comigo, e agora que posso estar errado, não quero perder essa chance.

O coração dela se acelerou de maneira inacreditável, fazendo o corpo todo dela tremer, e ao sentir aquilo, Shikamaru sorriu e a beijou profundamente, a abraçando, e a trazendo pra mais perto.

Temari acariciava a nuca e as costas do homem a sua frente, um misto de alegria e incerteza invadia sua mente, mas a única coisa que ela queria era se entregar a ele no melhor momento da sua vida, e ele parecia querer aquela entrega, pois jogou tudo o que estava sobre a cama no chão e a deitou delicadamente, tocando seu corpo com calma e atenção, como tudo o que ele fazia sempre recebia.

Eles se beijavam com ardor, e as mãos corriam livres por seus corpos, descobrindo a pele ouriçada de cada um, que se tornava mais quente a cada segundo, levando leves tremores por todo seu corpo.

Shikamaru levou as mãos a barriga ela e levantou a blusa de vagar, esperando a reação dela, que foi apenas um meio sorriso, que lhe dava aprovação, então ele retirou a blusa e suspirou ao observar o corpo lindo que ela tinha, e ela fez o mesmo com a camisa dele.

Ele desceu os beijos da boca para o pescoço e depois pro colo dela, chegando ao vale de seus seios, arrancando um suspiro e prazeroso dos lábios dela, enquanto as mãos de dedos longos dela tomavam conta do cós de sua calça, a retirando em seguida.

Os dois se abraçavam e se misturavam no calor que os preenchia cada vez mais, e sem pressa arrancaram cada peça de roupa do corpo do outro, distribuindo carícias e beijos, até que ela se colocou por cima dele e sorriu, deixando que o membro dele a invadisse de maneira deliciosa.

Temari deu ritmo as estocadas, e o encava nos olhos, com a testa colada a dele, enquanto seus lábios se tocavam de levem, e eles respiravam com dificuldade.

O Nara trocou suas posições, sem sair de dentro dela, e aumentou a velocidade dos movimentos, enquanto tomava seus seios com a boca, e massageava seu clitóris com os dedos da mão direita, a vendo arquear ainda mais o corpo, o fazendo ir mais fundo dentro dela, e os gemidos se tornarem mais constantes, até poderem desfrutar do deleite de se derramarem juntos e unidos.

Ambos ficaram na cama, suados e abraçados, com um sorriso bobo nos lábios até adormecerem, e aproveitarem a melhor sensação que era estar nos braços de quem se ama e se é amado.

Mais tarde, Shikamaru se levantou e foi até a cozinha de vagar pra não despertar sua linda princesa dos sonhos que pareciam tão bons, já que ela continuava a sorrir, e na cozinha tomou um vasto copo de água, e quando voltava ao quarto, viu um novo bilhete de baixo da porta. Intrigado com aqueles papéis que Temari nunca comentava ou lhe mostrava ele se abaixou e pegou o papel o lendo em seguida.

_Por favor, princesa, não se esconda mais, somos seus maiores fã e só queremos um autografo? –ele lei estranhando o recado e se fazendo uma pergunta.

Ele não entendeu nada do que aquilo queria dizer, então vestiu  a sua cueca boxer e as calças, indo até o lado de fora ver se tinha alguém ou se algum vizinho, mesmo que afastado sabia de alguma coisa, e quando saiu, foi cegado por uma avalanche de luzes que piscavam e vozes descompassadas e eufóricas, o deixando atordoado.

Cambaleou vacilante, perdido e quando conseguiu ver alguma coisa, pode perceber que eram repórteres e gente que ele jamais vira e enfiavam microfones e câmeras na cara dele. Assustado, ele entrou novamente e fechou a porta, respirando fundo.

_O que houve? –indagou Temari que estava enrolada no lençol e estranhou a gritaria que ouvira.

_Eu... Eu não sei. Tem uma multidão lá fora com câmera, e microfones eu não sei o que está havendo.

_O que? Não, não pode ser.

Temari foi até a janela e viu um enxame de jornalistas correram até a janela, com todos os seus aparatos, então ela logo fechou a cortina.

_Que merda. –ela disse baixinho, se sentando no chão.

_O que aquilo tudo?

_São jornalistas.

_E o que eles querem?

Ela o olhou em dúvida, mas já era tarde pra querer esconder ou ser discreta.

_Eu sou uma cantora e atriz Shikamaru.

_Como assim?

_Eu atuo em musicais, gravo músicas, videoclipes, sabe essas coisas?

_Espera, você é tipo... Famosa?

_Eu sou a princesa pop Shikamaru, tenho quarenta e oito fã clubes pelo mundo e deveria estar em uma turnê mundial, ao invés de estar aqui, gravo três vezes pro semana pra televisão e faço9 uma peça no teatro.

_Porque não me disse?

_Porque eu não sabia como dizer. Naquele dia que nos encontramos eu devia pegar um vôo pra França, onde começaria a turnê, mas ai te encontrei, você disse que ia ficar na cidade e eu não pude ir embora, queria ficar por perto, e ai acabou acontecendo tudo o que aconteceu, eu não queria te contar que não posso ir pra Washington e que amanhã seu rosto vai estar em todos os jornais do país.

_Nos jornais?

_É Shikamaru. –ela levantou se irritando, odiava aquilo tudo. –Jornais, revistas, tablóides e todos os outros meios de comunicação com um espaço pra fofocas.

_Quantos já ocuparam este lugar?

_Pelo amor de Deus, o que isso importa?

_Responde Temari, quantos já foram os namoradinhos da princesa pop?

_Eu... Eu não sei, talvez uns oito ou dez.

Ele o olhou enfurecido.

_Então sou só mais um namoradinho seu, pra te divertir.

_Não é nada disso. Alguns caras eu saio só pra dar ibope, chamar a atenção, eu preciso ser vista e ser lembrada, eu preciso...

_Se exibir que nem um a retardada.

_Não fala assim comigo, isso é muito injusto.

_Injusto? Eu nem sei quem você é. Pelo amor de Deus Temari, eu queria que você fosse morar comigo, ser minha namorada, finalmente viver a paixão que tenho guardada a anos, e o que acontece é que sou só mais um cara pra você vender jornal.

_Eu te amo Shika, eu sempre te amei, por isso não fui embora.

_Não me ama nada, se não teria me dito a verdade, teria ficado comigo de verdade... Agora tudo faz sentido, as roupas estranhas, a vontade de ir a lugares desconhecidos, os bilhetes de fãs, tudo faz sentido agora e eu cego não queria ver nada.

_Shika, me desculpe, mas eu não achei que iríamos namorar e nem nada disso, só queria te dizer o que eu sentia, mas a coisa saiu do com trole, eu não...

_Chega de desculpas esfarrapas Temari, você não é nada do que eu pensei que você era.

Ele pegou a camiseta dele no quarto e calçou os sapatos.

_Maldito dia em que voltei pra casa. –ele cuspiu antes de sair pela porta e ir embora sem nem olhar pras pessoas a sua volta, deixando Temari afogada em lágrimas.