Percy, Atenas.

No dia seguinte eu, Mellanie e Annabeth fomos comprar berços. Sim, berços. E uma cama de casal.

Porque? Simplesmente porque Diana iria ficar no meu chalé desde bebê. Essa foi uma exigência minha. E como Mellanie era a mãe dela e tinha que ficar o mais perto possível, eu iria comprar a cama para ela ficar lá no quarto. Mas como ele já estava quase todo mobilhado, nós resolvemos tirar as camas dos meus futuros filhos, até porque, eu não teria filhos agora, e colocaria o berço e a cama. Aí quando Diana for grande o suficiente para dormir sozinha, Mellanie voltaria para o chalé de Atena e colocaríamos todas as camas de volta. Confuso, não?

Mesmo não podendo visitar seus filhos, eu visitaria Diana, até porque, como eu disse, eu era Deus dos Heróis, então poderia visitar o acampamento quantas vezes quisesse, e visitando o acampamento eu poderia ver minha filha.

Estávamos na quinquagésima loja de móveis, eu acho. Parei de contar na trigésima.

Mel estava indecisa entre um berço branco, com gavetas aos pés do berço e outro branco com um mosquiteiro com bandô e colchão com almofadas rosas e trocador. O porque de ela estar indecisa eu não sei. Eu pegaria o segundo na hora.

Depois de uma meia hora e de vários ''escolha o segundo, Mel'' de mim e de Annie, ela escolheu o segundo dizendo que tinha mais conforto... e não ouvi o resto. Eu estava cansado, não me culpe.

A cama dela foi mais fácil, até porque fui eu que escolhi. Era uma cama king size com a cabeceira preta. Os edredons e os travesseiros eram brancos e mega confortáveis. Ela encheu o saco dizendo que era exagero mas eu ignorei e comprei mesmo assim. E nem vem, não foi grosso. Ela queria sim, mas achava que era incomodo. Eu aprendi a lê-la.

Agora, se você quer saber, eu e Annabeth estamos o mais normal possível. Conversávamos como se eu não soubesse que ela me amava, e ela não soubesse que eu a amava. Nem ao menos tocávamos no assunto.

Atena estava ''meio assim'' só porque descobriu que além de casar com meu pai, ganharia o posto como Rainha de Atlântida. Mas depois de eu falar que ela era a melhor para o posto por ser a deusa da Sabedoria ela deu um sorriso presunçoso e disse: ''Eu sou realmente a melhor para o posto''.

Deuses e seus egos enormes.

O resto da semana passou rápido. Era o nosso último dia em Atenas e meu pai e Atena estavam apressadíssimos Segundo eles, as obrigações estavam acumulando e com eu e meu pai fora de Atlântida as coisas lá só iam de mal a pior.

Bem, para você entender o porque:

Em Atlântida, além de Príncipe Herdeiro - porque assim que Tritão morreu, eu como deus e filho imortal de Poseidon ganhei o título de Príncipe de Atlântida, soa meio gay - eu sou General dos Exércitos de Atlântida. O meu dever é criar estratégias de batalha, dividir o exército para a patrulha da fronteira, supervisionar novatos, estudar mapas, treinar todo o exército, mandar guardas para a cidade (para eles procurarem impostores, espiões, infratores da lei e etc) e o mais divertido: Achar o castigo certo para esses infratores. Eu não sou sádico, longe disso, mas é legal vê-los sofrer depois das coisas que eles fizeram.

E meu pai também faz outras coisas importantes. Coisas de rei que eu não tenho tempo para reparar.

Então com nós dois fora - mesmo que tenham pessoas de muita confiança nos substituindo - as coisas por lá ficaram realmente feias.

Antes mesmo de tomar café mandamos uma M.I. para Quíron avisando que estávamos indo e todos nós nos teletransportamos para Atlântida. Meu pai e Atena tinham as coisas do casamento para arrumar e eu tinha que ver como o exército estava.

Deixei todos no meu quarto e após eles colocarem as malas por lá, eles foram conhecer o lugar - Mellanie e Annabeth foram conhecer a biblioteca. Atena havia dito que ela era grande e é claro que as duas foram correndo quando chegaram em Atlântida. Já Nico, Thalia e Luke foram para as salas de jogos. Já eu segui meu pai até o lugar onde metade do exército estava tomando café.

Depois de toda aquela bobagem de se curvar e blablablá, fui ver com Pedro (N/A: Ignorem o nome) como as coisas estavam. Quando fui falar com ele nem precisei perguntar, ele sabia o que eu queria.

– Desde que você e o Rei estão fora um grande número de monstros está aparecendo - Ele disse.

Arregalei os olhos

– Um ataque, talvez? Tentando nos enfraquecer? - Perguntei.

– Espero realmente que não, senhor. Achamos mais dois espiões, muito burros por sinal e eles já estão presos - Dei um sorriso sádico por isso - Nenhum transgressor de leis e temos mais cinco novatos que se alistaram.

– Ótimo. Treine-os enquanto eu estou no acampamento. Vou tentar o máximo apressar as coisas por lá. Estou preocupado com um possível ataque. - Ele abriu a boca, provavelmente para se voluntariar - Não. Obrigado. Espere eu chegar - Lhe disse.

Nos despedimos e fui até meu pai que conversava com Zachary. Parei uns cinco metros atrás e esperei pacientemente ele terminar.

Alguns minutos depois ele veio até mim com o semblante preocupado.

– Ataques? - Ele perguntou.

– Sabe que não deve ser nada tão preocupante assim. Se ele esperou que nós saíssemos é porque não tem força o suficiente para nos enfrentar, não acha? Mas mesmo assim, eu acho que devo sair do acampamento. Annabeth já entendeu tudo e pode terminar sozinha.

– Não, não! Quero você lá até terminar esse chalé - Estranhei mas não comentei nada - Assim que você terminar, venha para cá.

– Tudo bem - Assenti ainda achando estranho.

– Percy, não faça essa cara, ok? Fique lá até o meu casamento, então. Um mês depois vamos coroar Atena e você tem que estar aqui antes disso, pode ser?

– Ok. Tudo bem. Ainda acho que eu deveria ficar, mas se você acha melhor eu ficar lá, tudo bem.

O casamento seria daqui a cinco dias, mas não reclamei. Era o máximo que conseguiria.

(N/A: Gente, não estranhem a cena acima, ok? Não acho que a cena ficou muito boa)

Fui até a biblioteca e achei as duas irmãs lendo.

Caminhei até Mellanie e me agachei na sua frente, passando a mão na sua barriga.

– Ei Diana, sua mão não está lendo para você? - Perguntei e Mel me olhou sorrindo.

– Ela não entende ainda, cabeça de algas. São só três semanas, ou duas - Ela disse.

– Não estrague os meus sonhos - Falei fingindo irritação. Ela e Annie riram - Mas agora temos que ir - Me virei para Annabeth - Acha que demora mais quantos dias para o término o chalé?

– Hum... não sei. Talvez um ou dois dias, até a gente tirar tudo reorganizar de novo, entende? - Eu assenti - Mas porque?

Eu podia contar para elas?

Puft. É claro que eu podia, eram Mellanie e Annabeth.

– Possíveis ataques. Tenho que voltar para cá o mais rápido possível - Annie arregalou os olhos, mas antes que ela pudesse falar algo a interrompi - Vamos, então?

Elas guardaram os livros e me seguiram. O caminho todo até a sala de jogos Mellanie e Annabeth elogiavam a arquitetura do local, o que deixaria meu pai com o ego enorme, já que ele havia feito tudo aquilo.

Chegando lá, achamos os três desocupados jogando (N/A: Obvio, eles estariam fazendo oque na sala de jogos? Olhando um para o outro?).

– Vamos, ou não? - Perguntei.

– Não - Os três disseram, muito concentrados em seus jogos.

– Vamos logo, porra. No casamento vocês podem ficar aqui jogando o tempo todo - Lhes disse.

– O casamento vai ser aqui, é? Pensei que seria no Olimpo - Thalia falou.

– Vai ser aqui por causa da água. Os sereianos iriam para o Olimpo como? Voando? Mas vamos logo, porra. Se não saírem daí eu vou desligar tudo - Falei.

– Arg. Você pode jogar todos os dias e nós não? - Luke perguntou.

– Hahá. Só conheço esse lugar porque meu pai me mostrou, mas nunca pus os pés aqui - o que era verdade - agora andem, seus desocupados. Um... Dois... - eles me olharam com aquela cara de ''você não vai fazer isso que eu sei'' - Três.

Estralei os dedos e tudo ficou escuro.

– Ahhhh - Eles falaram.

– Maldade - Nico disse.

– No mundo inferior não tem sala de jogos? - Perguntei,

– Tem. Mas faz um ano e meio que não vou lá - Ele disse.

É. Explicava.

Fomos até o quarto, pegamos nossas malas e nos teletransportei para o Acampamento.

Os campistas estavam ali, tomando café, e depois do susto nos olharam com cara de ''onde vocês estavam''?

Dionisio nos olhou dos pés a cabeça, e depois assumiu uma expressão de decepção, como se pensasse em como era uma pena todos termos voltado com todos os membros no lugar. Já Quíron nos olhos e murmurou um ''Graças ao deuses''.

– Porque demoraram? Faz uma hora que mandaram a mensagem.

– Eu tive que ver como estavam as coisas em Atlântida e algumas pessoas não queriam sair da sala de jogos - Falei.

Quíron deu uma risadinha e nos mandou tomar café. Estralei os dedos e as malas foram para os seus respectivos chalés.

Sentei ao lado de Annabeth e Mellanie, e ao seu lado estava Luke. Acho que os dois estavam tendo algo, já que em Atenas vi os dois se beijando no jardim. Não sentia ciúme nem nada, e por incrível que pareça não me preocupei na possibilidade de ele machucá-la. Ele parecia gostar dela de verdade, então foda-se. A nossa frente estavam Thalia e Nico.

– Gostaram da viagem? - Perguntei.

– Eu gostei, pena que foi por pouco tempo - Nico disse.

– É verdade. Mellanie, você viu a arquitetura das lojas? - Annie perguntou para Mel.

– Ah, eu vi. Meus deuses você viu aquela... - Elas começaram a conversar.

– Blablablá - Murmurei fazendo Luke, Nico e Thalia rirem.

– Porque você e Mellanie terminaram? - Luke perguntou.

Sorri.

– Eu não a amo, você sabe. E ela estava com medo de se apaixonar e sofrer - Falei.

– Ok - Ele disse e olhou para o nada parecendo pensativo.

– Ele gosta dela - Thalia sussurrou enquanto se inclinava.

– Avá - Sussurrei, também me inclinando.

– O que vocês estão fazendo? - Annabeth perguntou.

– Você não estava conversando com a Mel? - Perguntei confuso.

Ela corou.

– Você não respondeu.

Sorri.

– Depois conto - Falei piscando.

Nico começou a gargalhar.

– Que foi? - Thalia perguntou e Nico sussurrou algo no ouvido dela. Logo em seguida os dois estavam rindo.

Rolei os olhos.

– O que foi? - Perguntei irritado.

Thalia sorriu maliciosa e deu de ombros.

Rolei os olhos, de novo.

Depois do café eu e Annabeth fomos para o meu chalé. Annie mandou a equipe retirar os móveis e eles começaram.

– E aí? - Annie perguntou enquanto eles trabalhavam.

– E aí o que? - Perguntei confuso.

Ela rola os olhos.

– Porque você e Thalia estavam inclinados? - Ela perguntou, visivelmente irritada.

– Não precisa ter ciúme, estávamos sussurrando - Falei.

– Nem nos seus sonhos eu teria ciúme de você. Sussurrando o que?

– Se você diz - Falei dando de ombros - Luke gosta de Mellanie.

A boca dela se abriu em um O perfeito.

– Ah, meus deuses. Sério?

A olhei assustado.

– Você não sabia? Deuses.

– Sou muito ocupada para ficar cuidando da vida dos outros e saindo por aí tendo filhos com mortais, sabe - Ela disse olhando as unhas.

– Eu sou mil vezes mais ocupado que você, e só tive um filho com a minha namorada.

– Foi a três semanas, mais ou menos. Vocês ainda não estavam namorando.

– Detalhes - Falei balançando a mão em sinal de descaso.

Ela rolou os olhos.

– Já percebeu que você em mania de rolar os olhos? - Falei sorrindo

Ela rolou os olhos.

– De novo.

– Idiota, você tem também tem.

– Tenho nada.

– Tem sim.

– Não tenho.

– Tem sim.

– Não tenho.

– Sim, você tem - Ela disse autoritária e eu rolei os olhos - Viu, você tem.

– Tudo bem, se você diz.

Ela olhou a construção.

– Daqui a cinco dias seremos uma espécie de irmãos, não é? - Falou pensativa.

– É verdade.

Ficamos um tempo olhando para o chalé sem dizer nada.

– Quando Diana nascer você vai vir aqui? - Ela perguntou. Sua voz parecia diferente.

– Vou. Quero ver minha filha nascer, ué.

– Vai ser estranho ter um bebê no acampamento.

– É verdade - Digo rindo.

– Acha que vai ser como? Digo, Diana. Acha que ela vai ter qual aparência? - Ela perguntou me olhando.

– Não me importo. Só quero meus olhos nela. Poseidon quer que ela tenha cabelos pretos e olhos verdes. Atena quer que seja cabelos loiros e olhos verdes. Mas realmente não me importo - Falo retribuindo o olhar.

– Vou cuidar dela como se fosse minha filha, Percy.

Sorri.

– Você vai ser uma boa mãe, Annie - falei pensativo.

– Você acha? - Perguntou incrédula - Não acha que vou fazê-los engolir alguns livros e mandá-los comer legumes e verduras?

– Acho. Mas eles vão ser seus filhos. Está no sangue ser ''certinha''.

Ela rola os olhos.

– Eu não sou certinha - Ela disse emburrada formando um bico com os lábios.

– Tem razão - Fingi pensar - Aquele dia no meu chalé provou isso, não é?

Ela arregalou os olhos e olhou para baixo, corando.

– Desculpe por aquilo. Aliás, porque me perdoou?

– Você sabe o porque - Falei olhando o chalé, de novo - Vou ir no meu chalé pegar as coisas de Diana.

Ela somente assentiu e eu saí de lá, me chutando mentalmente por relembrar esse assunto.

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Leiam as notas finais.